Mother escrita por Maxine Evelin


Capítulo 3
Três


Notas iniciais do capítulo

Capitulo final dividido em 2 partes.



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1986

Verão. Tempo de sair de casa, passear com amigos, brincar e pular com os meninos da rua ao redor de um hidratante estourado. Pisando em poças de água potável e refrescando a pele daquele escaldante sol de 40 graus. Tempos de férias escolares, férias trabalhistas. Um período de descanso para mente e espírito. Onde adultos se reúnem em suas lajes e quintais para fazer suas churrascadas, as mulheres conversarem sobre coisas fúteis do cotidiano, enquanto os homens em suas rodas discutem coisa fúteis como esporte e mulheres extraconjugais como lobos alfa quem pensam que são.

David desfrutava de seu período de férias trabalhando. Seu pai sentava–se ao seu lado e assistia com a face impassível de sempre, os pequenos dedos trabalhando sobre a peça. Um esquilo vermelho que fora recuperado a beira da estrada. Atropelado pelas rodas de seu próprio carro.

Seus dedos trêmulos e inseguros, faziam giros desnecessários e nós imprecisos. Seu pai respirou fundo e dava-lhe um olhar de reprovação.

David odiava que isto acontecia, sentia-se acanhado e pressionado quanto maior a expectativa do olhar de seu pai. Não queria falhar, não podia. Mas mesmo assim falhava. Um filete de sangue escorreu de seu dedo e seu pai logo tirou o par de agulhas cirúrgicas de sua mão.

— David! Mais atenção ao que faz! Você sabe o quão tóxico é a substância que usamos! Quer morrer igual ao seu tio Jaime? Quer?! Vá lavar as mãos logo! Vá. — Seu pai continuou o trabalho, as mãos firmes e rápidas trabalhando em harmonia sincronizada como um perfeito ambidestro.

David arrastou-se sem vontade até o banheiro e fechou os olhos de dor quando o bicarbonato de sódio reagiu com a substância impregnada em sua mão. Lavou rápido vendo a pia encher de vermelho, o homem não percebera, mas havia se furado muito mais do que somente um dedo.

— Hoje você não come mais conosco David Feellan! Seu pai me contou sobre seus erros de novo. Quinta vez já? Porque você não pode ser como seu irmão? Seu imprestável! — Disse a Sra. Feellan entregando o prato de comida e apontando para as escadarias.

— Mãe!

— Mãe nada! Vai logo moleque imprestável!

A partir daquela noite, David não foi mais aceito na mesa de jantar. Teria que comer no corredor acima, sob os olhares acusadores de sua mãe e irmão. Seu pai depois daquele dia desistiu de lhe dar oportunidades e focou-se apenas em Richard.

1995

— Eu sou Ronan Zbeskcy, e vamos ouvir Metallica! E depois os tios do Led Zeppelin. — Quase berrava o locutor da rádio antes de entrar a vinheta do programa Cordas de Fogo. David estava deitado em sua cama, recuperando-se de mais um dos seus, cada vez mais frequentes, ataques de febre. Fechou os olhos ainda delirantes de uma noite febril beirando aos 40 graus, deixando-se levar por solos de guitarra e a batida frenética dos pedais daquela banda maneira. Não ouviu as batidas na sua porta até sentir a luz que vinha do corredor bater em seu rosto. Era Richard furioso.

O rapaz agora com seus 19 anos, tinha uma aparência diferente de seu irmão. Forte como um touro e sagaz, era o completo oposto da escrotidão que assemelhava David. O rapaz puxou a tomada e desligou abruptamente de seu conector.

— Escute essa paspalhão! Eu passei em Princeton! Em Princeton hahaha! E você mal terminou o ensino médio! hahaha!

— Que ótimo Richard! — Tossiu David como se aquelas palavras doessem sua garganta. — Vai fazer o que? Moda? Ah, já até imagino. Bacharelado em chupar rolas com ênfase em gargarejo de porra, acertei?

Richard ficou vermelho e duas veias tortuosas como chifres demoníacos surgiram em sua testa, levantou os punhos como que fosse socá-lo e parou. Arrumou a gola de seu pulôver branco e estalou o pescoço.

— Não. Passei em finanças e economia. Diferente de você, pelo menos tenho em mente ganhar muito dinheiro.

— Mamãe e papai não tem dinheiro para bancar sua viagem Richard.

— As economias da família, David. Eles vão bancar meus estudos com elas.

— Esse dinheiro era nosso Richard.

— Não, eles desistiram de você David. Pelo menos eu fiz com que desistissem. Todos esses anos puxei as cordas ao meu lado. Mamãe está ao meu lado, falta pouco para papai estar ao meu também. Daí, você estará sozinho nesse seu mundinho isolado. Já percebeu que fiz com que alugassem esse quarto só para não morar mais na minha casa, não é David Volk Feellan?

Richard saiu do quarto e sua risada ecoou por muito tempo no corredor. Ou pelo menos na mente de David que ficou deitado no silêncio.

Aquela tarde desceu as escadarias vagarosamente, seus pais estavam rindo enquanto conversavam com um homem bem vestido, possivelmente algum representante de Princeton. Richard estava sentado a frente de seus pais em uma das poltronas da sala de convidados. Seus braços inclinados, mãos unidas e um sorriso digno de um sociopata estampado no rosto juvenil.

David sentiu desgosto e desceu sem fazer barulho para o porão da família. Fechou a porta passando o ferrolho e sentou na mesa de trabalho de seu pai. E gritou, chorou até sentir sua garganta queimar.

Pegou uma águia velha e um lagarto recém chegados e começou a trabalhar, os olhos lacrimejavam e borravam sua visão, seus dedos estavam naquele momento movendo de forma ágil e precisa, talvez melhor que seu pai. Sua mente era um turbilhão de pensamentos inescrupulosos, misturados a uma raiva e uma angústia profunda.

Pegou músculos de um dos animais e inseriu em protuberâncias corretas do outro, cada músculo foi meticulosamente observado, suas origens e suas inserções. Seus ligamentos e ossos aos poucos iam se alinhando, numa metamorfose forçada. Uma criação do Dr. Moreau.

Naquele momento brincava de um necromante, cujo propósito de existência era dar vida as suas criações post-mortem. Ele era Deus.

Quando terminou, David sentia o suor quente escorrendo pelo corpo gordo. A calça suja indicava que havia ejaculado bastante em algum momento do processo. Seus olhos estavam fixos em sua arte magna, sua quimera.

O lagarto estava tortuosamente exposto, suas pequenas escapulas unidas as asas longas da águia e costuradas com presteza, passavam um ar de veracidade. O rabo tortuoso estava preso a penas como se um dia tivessem nascido debaixo das escamas esverdeadas. A segunda cabeça, a da águia, estava anexa logo acima de sua quarta vértebra cervical, presa por linhas de fibra a mesma medula espinal. Sua boca escancarada dava um grito, enquanto sua cabeça de lagarto fitava impiedoso David. Os olhos de vidro tinham finalmente vida. David havia conseguido finalmente entender a magia da Taxidermia.

Taxidermia não era apenas técnica, era sentimento e quão mais inflamado for o coração do profissional, mais vida ele seria capaz de transmitir em suas peças. Embora esta transmitisse apenas o ódio e sua alma transtornada. Ainda sim demonstrava uma beleza digna de uma obra de arte.

A cabeça de David fervilhava, devia estar tendo mais alguma crise de febre. Cambaleante, levantou se devagar e virou para a escadaria. Seu pai estava ali, seus braços descruzados, seus olhos vermelhos do cheiro da química taxidérmica e de lágrimas que derramara recentemente. David sentiu as pernas vacilarem quando o homem se aproximou e tocou sua magna arte.

— Você fez isso sozinho Dave? Em quanto tempo?

— Me desculpe pai, eu destruí suas duas obras, me desculpe... Eu...

— Apenas me responda Dave, foi você quem fez isso?

— Sim.

— Quando?

— Hoje...

— Impossível! Não minta para mim David Feellan! Quando você fez isso!?

— Hoje! Não sei, ontem. Eu desci quando havia um cara de uma faculdade falando com vocês. Estava com raiva do Richard! Ele sempre consegue algo e eu desci aqui então... Isto. Até então, não faço ideia de quanto tempo fiquei aqui pai. – Apontou para sua obra, sua cabeça começava a fervilhar novamente, quanto mais tempo mexia com os compostos mais sua febre ficava agressiva.

— Oh! — O homem deixou um sorriso aparecer em seu rosto sério, marcado pela idade e pelas dificuldades da vida. — Tão rápido. Filho, deixe-me mostrar uma coisa.

O homem caminhou até uma parte da parede na qual estava sempre pendurada uma manta marrom tão antiga quanto a parede que estava anexada, atrás dela revelou se uma porta que sempre manteve se trancada. O pai de David tirou o cordão que sempre trazia em seu pescoço e pegou uma chave velha que trazia amarrada em sua extremidade. Abriu a porta com ela, a porta rangeu e travou em alguns lugares que o chão amadeirado havia dilatado com o calor.

David soltou um suspiro de admiração alto, do outro lado estavam um corredor de prateleiras, cada uma delas contendo quimeras tão absurdas quanto a sua. Sapos demônios, cachorros lagostas, gatos primatas, javalis parindo sapos que explodiam em besouros dourados imersos em seiva.

— Dave, jamais pensei que iria abrir esta porta enquanto estivesse vivo. Você não imagina o quão feliz estou.

— Pai, que lugar é este?

— Este filho, é o motivo dos Feellan ainda existirem. Este filho, é o motivo de nossa arte ser tão apreciada. Venha, vou lhe mostrar uma coisa. Está vendo aquela cortina branca?

— Sim, porque?

— Vou te ensinar como realmente ganhamos dinheiro.

–––––––

Aquela noite David se sentou na mesa de jantar, sob protestos de sua mãe e irmão de que era uma noite especial para Richard e não deveria estragar com um merda como David, seu pai levantou a voz e pela primeira vez defendeu David.

Em olhares reprovativos e faces de desgosto, David jantou com um grande sorriso estampado no rosto.

A noite também era reflexo de sua glória. Ele era um Feellan afinal de contas.

2006

David estava em pé olhando desolado ao caixão que descia devagar para a cova. Três homens revezavam o controle da manopla e as duas cordas que sustentavam o caixão. Dentro dele seu mentor, aquele que lhe ensinara como esculpir seu talento e como canalizar toda a criatividade para uma peça. Transmutando de uma carcaça para uma obra de arte. Dando vida estática e perpetua a algo que apodreceria e iria desvanecer com o tempo.

Seu pai, Donald Volk Feellan estava morto, vítima de suas criações, de suas paixões, cujo dedicara a vida a criar. Intoxicado e lentamente corroído por uma neoplasia maligna acarretada pelos componentes tóxicos da Taxidermia. David apenas observava despedindo se do maior homem que tivera oportunidade de um dia conversar. Um homem bom, de valores tradicionais. Morto.

O cheiro da terra quente, do suor das pessoas em sua volta, vestidas de preto, algumas protegidas por sombrinhas abertas, outras assim como ele tomando sol diretamente na face. Do outro lado estava sua mãe, chorando e fingindo-se de frágil. Ele sabia que era mentira, seu pai lhe contava as brigas que tinham, que sua mãe o traía com tudo quanto era homem, que ela o odiava. Quando David o questionou sobre porque continuava com ela, David ainda lembrando da expressão tristonha de seu pai, ouvira sair da boca daquele que achava ser um homem sem fraquezas dizer :

— Porque eu ainda a amo e ela me conhece demais. Ela sabe quem eu sou. Não conhece este nosso trabalho, mas mesmo assim reconhece o fato de ganharmos muito dinheiro com Taxidermia. — Seu pai estremeceu. — E isso, David, é suficiente para por os Feellan em perigo.

Olhou para cima para sua mãe, mergulhada em lágrimas de crocodilo e sentiu vontade de expulsá-la dali. E principalmente expulsar Richard, que havia voltado dos Estados Unidos para aparecer no velório do velho Feellan. Richard, que há muito tempo não ouvia sequer uma noticia.

Para David isso não parecia certo, de forma alguma. E o sol continuou a queimar forte até o fim do dia. Se a chuva deixava as coisas mais difusas em um drama melancólico, esse não foi um dia desses, seu pai ficaria orgulhoso.

Mais tarde, quando poucos ainda restavam um homem de camisa listrada e terno branco veio conversar com David, assim como muitos que vieram prestar suas condolências. Homens que vira algumas vezes passando pela loja. Homens que muitas vezes apareciam estampados em revistas de administração de negócios, jornais em escândalos milionários, nomes que eram mitos em Wall Street e alguns Nobel da paz. Gente influente, que queira acreditar ou não, comprava e encomendava de seus serviços.

— O mundo perdeu um de seus gênios hoje, mas deixou de legado um de seus filhos. Você vai continuar a obra de seu pai, meu jovem?

— Sim senhor Hausenkampf, de fato o senhor comprou duas obras minhas já.

O homem ponderou um momento e logo respondeu:

— Cíntia e Flora, certo?

— Não, Nathaniel e Dimitri. – David mantinha um caderno sobre cada compra e cada desejo do comprador. Nunca existira uma Cíntia e uma Flora. Apenas jovens exemplares machos para o senhor Hausenkampf. — Mas devo estar fazendo confusão.

— Oh, sim. Você está certo meu jovem. Você tem mãos muito hábeis. Queria ter te conhecido mais novo. — O homem lambeu os beiços. — Não o conheci até seus 19 anos, por onde esteve todo esse tempo?

— Preso no sótão de casa Sr. Hausenkampf. — David sorriu como se fosse a coisa mais normal a se dizer. O homem assobiou e deu dois tapas no ombro de David.

— Seu pai sempre foi um homem bom, jamais se esqueça disso não importa o que tenha acontecido.

— Eu sempre vou lembrar senhor. Devo tudo que tenho a ele. — O homem assobiou novamente e sorriu, seus olhos negros denunciavam a malícia que passava em sua alma.

— Fico feliz. Bem minhas condolências jovem Feellan, que um dia possamos fazer negócios novamente. — O homem virou-se e parou, voltando a fitar David. — Ouvi falar que seu irmão estará no controle das finanças da loja, é isso mesmo?

— Talvez Sr. Hausenkampf, Richard é formado em economia. Creio que minha mãe não será capaz de manter o controle das finanças mais.

— Eu não o aconselharia a isso Sr. Feellan. Seu irmão é um "quebrador”. Ele é conhecido pelos grandes por levar empresas a falência e vendê-las por muito pouco. E então sumia com o dinheiro. Com papeladas falsas, forja documentos com o mesmo pessoal que os grandes bancários forjam suas notas promissórias e os advogados suas documentações. No final ficava com a ficha limpa e a tendência a demonstrar que vendeu a empresa para evitar maiores dificuldades. Um ramo complicado, mas seu irmão é um jogador exímio devo dizer.

— Porque esta me dizendo isso Sr. Hausenkampf?

— Apenas um débito que tenho com seu velho pai. Ele me disse que seu filho não era genial nos negócios. Apenas não quero que algo aconteça com os Feellan. — O homem virou e começou a caminhar para seu Porsche Cayenne escoltado por dois homens grandes.

David suspirou e voltou para o túmulo e prestar suas últimas homenagens. Richard se aproximou, amistoso, dizia ele que a rixa por tempos havia acabado e indagou o sobre conhecer Hausenkampf. David respondeu pouco, dizia que era um cliente assíduo que adorava águias macho. As vezes trazia as espécies raras abatidas para ele taxidermizar. Coisa simples. Era mais como fazer um trabalho para um parente do que um cliente em si.

Os olhos de Richard brilharam quando este notou o rio de dinheiro que estaria pondo as mãos. Saiu dali devagar coçando as mãos e voltando a dissimular tristeza pós se a pensar. A venda da loja ficaria para mais tarde.

2008

— Richard como que infernos estamos indo a falência? Nunca pensei que iremos passar por tais dificuldades! — Gritou a mãe. A mulher estava desolada sentada em sua poltrona, suas mãos tremiam a ponto de não conseguir segurar um copo de água.

— Pois é mãe, papai nos deixou dívidas astronômicas e mesmo com os empréstimos que fizemos, os negócios não são os mesmos.

— Mentira, Richard! Nossas vendas continuam como sempre, até melhor. Papai ficaria orgulhoso de meu trabalho!

— Não ouse falar de meu falecido marido seu imprestável! Por sua culpa estamos quase falidos!

— Mãe! Você não vê que é culpa do Richard? Ele está desviando a verbas para uma conta sei lá aonde! Um paraíso fiscal assim como ele fez com outras empresas!

— Cale a boca seu lixo! — Richard empurrou David contra a parede — Você pode falar qualquer coisa! Qualquer coisa! Mas não venha difamar minhas atitudes perante este negócio sem ter provas de alguma coisa! Não venha tentar por a culpa onde você falhou!

— Ah, então é isso? Primeiramente você cortou a verba para a produção dos compostos, diminuiu a qualidade deles. Somente esse fato nos fez perder quase 20% de nossa clientela!

— Oh o rapaz fez pesquisa, que lindo! — Richard virou e foi ate a mesinha e colocou um pouco de uísque num copo e bebeu em apenas um gole, David respirava fundo bufando igual um touro. — O mais importante é que fiz isso para quitar a dívida que nosso pai deixou!

— Nunca existiu tal dívida Richard!

— Nunca? Eu mostrei a minha mãe as dívidas, todas as papeladas, ela sabe das merdas que o papai fazia e encobertava.

— Cale a boca Richard! — David dera um soco na face de seu irmão, um soco em cheio em seu arco zigomático, que estalou alto como os dedos de um cantor de Jazz fazendo a percussão ritmada de sua música. Richard perdeu o equilíbrio e cambaleou tropeçando em uma mesinha e estatelando no chão como um boneco.

— Nosso pai jamais teria feito algo do gênero! Ele era o homem mais honesto que conheci e...

— Que fazia bizarrices com a Taxidermia, assim como você faz, não é David? — David ficou calado. — Acho que no final das contas você tem algo a ver com isso, sabe acho que você sempre foi cúmplice do nosso pai.

Sra. Feellan levantou-se e gritou levando as mãos a cabeça:

— Calem-se os dois, Richard isso é o bastante. E David suma daqui, rápido seu traste.

David saiu da sala sem olhar para trás e desceu as escadas para seu workshop como um demônio enfurecido. Não percebeu, mas seu irmão seguia o com uma fúria semelhante, mas com piores intenções.

––––––––

David estava debruçado sobre uma pequena mesinha de ferramentas, segurava seu maxilar com força, tentando estancar o sangue que escorria e tingia sua camisa de um vermelho doente. Em sua frente, estatelado no chão estava o corpo de Richard. As pernas de David tremiam, o sangue bombeava adrenalina do confronto recente, a respiração ofegante.

Incrédulo com o resultado do confronto entre ele é seu irmão, David sentou-se no chão e começou a pensar nas repercussões. O ódio voltou a ferver sua alma e a distorção de sua sanidade pôs a trabalhar novamente, desta vez à arte seria somente sua. E de mais ninguém.

— Faça aquilo que você sempre faz David, faça-o pagar por tudo!


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