Cuore Immortale escrita por Cherryuki


Capítulo 12
Capitolo 11 - Memoria - Amore


Notas iniciais do capítulo

Tradução do título: Memória - Amor



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Eu havia jurado a mim mesma que jamais me apaixonaria por alguém. Nunca.

Só que a vida nunca acontece da forma como planejamos…

Sempre soube muito bem qual era minha posição social. Eu era uma nobre, logo minha vida já era predeterminada desde o meu nascimento. Deveria crescer para ser uma dama e nunca desonrar o nome de minha família, receberia educação suficiente para gerir minha casa e suas finanças e aprenderia tudo o que fosse necessário para poder me tornar uma perfeita esposa para o marido escolhido por meus pais.

O problema é que a vida sempre nos surpreende e nunca acontece da maneira como exatamente planejamos.

Aos 8 anos meu irmão mais velho - que herdaria o nome da família - veio a falecer devido a um acidente e desde então eu comecei a receber toda a criação destinada a ele - desde esgrima, política e magia à assuntos domésticos.

Com maestria dominei essas áreas em pouco tempo e com 15 anos, prestes a debutar na sociedade, descobri um grande segredo em minha família.

Recordo-me nitidamente do dia em que sem querer presenciei meus pais em meio a uma discussão.

“Se não fosse esse maldito casamento, eu estaria em uma relacionamento feliz. Tudo isso é culpa sua!”

“Não me culpe como se você fosse inocente, não bastou você ter um filho com aquele seu amante e eu o criar…”

“Criar? ELE MORREU! Eu tenho certeza que você o matou! Você é o culpado! Você sabia disso esse tempo todo e esperou meu menino crescer para assassiná-lo!”

“Cale sua boca! Ele foi criado com tudo o que havia de melhor! Se estivesse com aquele seu amante, você sabe muito bem que jamais teria tido uma vida digna!”

“Ele teria vivido pelo menos! Agora você está feliz? Por que não me liberta? Você já tem um filho do seu sangue e ela está prestes a debutar, já cumpri com minhas obrigações”

“HÁ! Não me venha com essa, você foi tão imprestável que nem ao menos conseguiu me dar um filho homem! Onde já se viu uma mulher ocupar a posição de chefe? Tudo que você me fez foi trazer mais dor de cabeça!”

 

Então eu decidi nesse dia fugir de casa. Iria conquistar as coisas do meu jeito e provar a todos que eu era capaz de herdar o posto de chefe da família. E não me casaria. Não para ser infeliz dessa forma como meus pais eram…

Só que eu me apaixonei. 

Erknard Sieghart.

Onde eu errei? Ah… Por que as lágrimas não param? Eu nem consigo mais enxergar o caminho com tantas lágrimas… Por que dói tanto? Isso dói muito mais do que quando eu me machuquei com a espada. Estou me afogando…

Caí de joelhos no chão sem saber por quanto tempo corri ou quanto eu havia me distanciado. Eu queria tanto poder arrancar meu coração do meu peito.

Gritei. Eu gritei com toda a força e todo o fôlego que havia em meus pulmões. Seria tudo isso uma sina? Primeiro minha mãe e agora eu…

Apaixonar-me por alguém, mas ter um casamento já arranjado pelas famílias e pra piorar, ele resolve passar a noite com outra mulher.

Fiquei olhando o céu por um tempo passando logo atrás das copas das árvores e a luz do Sol que se refletia nas folhas… Por que tudo isso está acontecendo…?

— Louise…

Eu reconhecia essa voz… E como eu amava ouvir meu nome saindo por seus lábios… Mas nesse momento, eu queria ficar sozinha.

— Louise, me ouça, por favor… – falou Sieghart em um tom baixo se aproximando lentamente.

— Me deixa em paz, Sieghart. Eu não quero falar com você. - falei sem mudar meu foco do céu.

— Você precisa me ouvir…

— Eu não preciso ouvir nada que venha de você – interrompi-o — Nós não temos relação alguma. Você é livre pra fazer o que quiser, até mesmo dormir com a cantora do bar. Não me deve nenhuma satisfação, assim como não lhe devo nada de minha vida.

Por um momento, o silêncio reinou no local e tudo o que eu podia ouvir era o som do farfalhar das folhas e minha respiração.

— Você me deixa confuso. Sempre – ouvi-o respirando fundo – Eu deveria sim ter sido mais claro contigo sobre meus sentimentos mais cedo… Eu também errei em ter dormido com Eloisa, mas…

Bufei.

— Então ela tem nome, Eloisa. – ri, mas logo fui interrompida por Sieghart

— Me deixe terminar – ele falou em tom sério – Você também tem culpa nisso. Por que me falou que gostava de Klaus? Se tivesse sido mais clara…

— Gostar de Klaus? É claro que gosto, porque ele é meu amigo, Erknard Sieghart! Meu amigo! – gritei para ele olhando-o nos olhos.

Em silêncio, ele se aproximou de mim e desabou ao meu lado. Repentinamente segurou minhas mãos, as quais tentei com toda a vontade soltá-las, o que foi em vão.

— Você é uma idiota, Louise. – olhei para ele cheia de raiva e prestes a retrucá-lo, porém este encontrava-se com os olhos marejados, o que me deixou calada – Eu te amo, Louise.

Nesse momento, lutei com todas as minhas forças para me soltar de suas mãos.

— Você acha mesmo que me falar isso agora resolve toda a situação?! Acha que isso apaga o fato de você ter dormido com a tal da Eloisa? O idiota aqui é você! Eu te amava! Mas agora é tarde demais! Já era!

Tentei me levantar, mas Sieghart havia sido mais ágil e me abraçou.

— Não é tarde Louise. Nós dois sentimos o mesmo. Por que você está sendo tão resistente a isso?

Sem mais forças para lutar e sem mais lágrimas para derramar, fiquei imóvel e em silêncio. Eu estava cansada. Realmente, era minha sina.

— Meu casamento com Klaus já foi marcado, não há mais nada que se possa ser feito – foi tudo o que saiu de minha boca.

Ele me afastou e olhou nos meus olhos.

— Você está mentindo.

— Não estou – retruquei – Recebi uma carta de minha família e acredito que Klaus também está ciente disso. Você perdeu essa batalha.

Dito isso, seu aperto sobre mim se afrouxou e finalmente encontrei uma oportunidade de me afastar. Levantei-me rapidamente e me retirei do local, deixando-o sozinho.

Eu tinha tomado minha decisão. Por mais que eu amasse Erknard Sieghart, depois que me casasse com Klaus, jamais eu o trairia. E então Sieghart se tornaria apenas uma lembrança amarga de meu passado.


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