Promise escrita por Jajabarnes


Capítulo 9
Olhares.


Notas iniciais do capítulo

Capítulo dedicado à Barw, pela capa linda para a fanfic! Obrigada de coração!
Divirtam-se!



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O dia, para infelicidade, surgiu nublado e frio, ótimo para ficar na cama, mas Pedro chegava em poucas horas e todos tinham que estar a postos. Marcaram de se encontrar na praça, o antigo ponto de encontro, para de lá seguirem para o castelo.

Lúcia partiu imediatamente para lá assim que terminou o café da manhã, caminhando alegre pelas ruas, cumprimentando os vizinhos que retribuíam alegremente para aquele ser querido, com seu jeito doce e encantador. Por onde passava, mesmo que não notasse, Lúcia atraía olhares de rapazes embasbacados por sua beleza única. Ela tinha acabado de completar 14 anos e seu corpo não era mais de uma garotinha, mas de uma bela moça, o que começava a atrair interessados, porém Lúcia não prestava atenção a esse detalhe, sua mente era jovem e distinta demais para pensar em casamento, sem contar que está concentrada em esconder seus sentimentos de Edmundo.

Ela não sabe ao certo quando começou, simplesmente foi crescendo. Hoje em dia, conta os minutos para que Edmundo perceba, ou demonstre algum sentimento em relação a ela, só não tem obtido muito sucesso nesse ponto, mas é uma pessoa paciente e não vai desistir tão fácil.

Quando chegou à praça, ele já estava lá, sentado na beira do chafariz, acompanhado de Dash e Lilliandil que falava sem parar o que, aparentemente, estava torturando os rapazes. Lúcia apressou o passo atravessando a praça saindo da Rua Das Tabernas para o grande espaço aberto que era a praça. Muitas pessoas passavam a sua frente, cortando seu caminho, o que lhe fez reduzir a velocidade algumas vezes, mas chegou logo para completa felicidade de ambos os rapazes.

-Bom dia! - cumprimentou feliz.

-Ah, Bon dia, pequena! - cumprimentou Dash.

-Bom dia! - retribuiu Edmundo, feliz, o que a fez corar.

-Oi. - Lilliandil limitou-se a ser educada, já que nunca se dera bem com Lúcia por a mesma ser amiga de Susana.

-Achei que você vinha com Susana. - comentou Edmundo.

-Eu gostaria de ter vindo com ela, acredite, até pensei em passar na casa dela, mas há grandes chances de Caspian ter ido pegá-la, então, você sabe, não queria ficar no meio dos dois. - comentou ela, inocentemente, mas dando uma bela alfinetada em Lilliandil, propositalmente.

-Caspian foi pegá-la? - perguntou a loura, visivelmente incomodada.

-Bom, não sei, mas é bem provável. - disse ela, com seu jeito doce, mas sabendo muito bem o efeito que estava causando.

-Só esperro que non demore, estar quase na horra de ir. - comentou Dash.

-Só se eles não resolverem mudar o caminho para um lugar mais reservado. - Edmundo brincou, percebendo o incomodo de Lilliandil, e lançando um olhar cúmplice para Lúcia, os dois riram enquanto Dash unia as sobrancelhas.

-Non entendi. - disse ele.

-Você vai entender. - alfinetou Edmundo.

Eles mudaram de assunto após as risadas e, como presumiram, Susana e Caspian despontaram juntos na praça, vindos da Rua da Ladeira. Mesmo sem saber, e quando seu objetivo era apenas provocar Lilliandil, Edmundo e Lúcia acabaram adivinhando o que acontecera.

Caspian saiu cedo de sua casa, não tão cedo, quase ao mesmo tempo em que Lúcia, e seguiu direto para a casa de Susana acompanhado de seu pai que ficara de encontrar com Raphael. O mesmo permitiu que Caspian acompanhasse Susana até o ponto de encontro, mas não sem antes fazê-lo prometer que a traria de volta a tempo para o jantar.

Assim que deixaram a casa de Susana, ambos foram conversando animadamente e estavam quase chegando a Rua da Feira quando Caspian, de súbito, pegou Susana pela mão e a levou para o mesmo beco, pouco depois da esquina.

-O que está fazendo? - perguntou Susana, quando um frio repentino subiu por sua barriga.

-Estou com saudades suas. - disse ele, próximo. Susana sorriu.

-Vamos nos encontrar na cachoeira mais tarde, não vamos? - disse a mesma. - Não podemos parar agora, os outros estão nos esperando. - argumentou.

-Na cachoeira, tem certeza que não vai se esquecer?

-Tenho. - sorriu ela. - Não falta muito, Caspian, mas agora temos que ir.

Claro que o desejo de Susana era outro, mas a coisa certa a se fazer era não deixar os amigos esperando. Mal podia esperar para ir até a cachoeira novamente e foi pensando em sua última visita que, quando menos esperava, chegou a praça.

Os seis seguiram para o castelo junto com o crescente fluxo de pessoas que seguiam para lá, para ver a tão amada cavalaria que estava prestes a chegar e não demorou muito, por volta da metade da manhã, ouviu-se o som dos tambores e das cornetas. Pela cidade, viram os cavaleiros montados em seus cavalos, passando bem perto das casas, para o delírio das crianças (e de algumas moças também), todos abriam caminho para eles, montados naqueles cavalos colossais, dentro das armaduras reluzentes, trazendo elmos, espadas e escudos amedrontadores.

Das janelas, algumas moças jogavam pendas pouco antes de caírem aos suspiros, mesmo sem sequer ver os rostos dos soldados. Logo os que aguardavam no pátio do castelo ouviram o som dos cascos contra a pavimentação de pedra. Todos vibravam quando os cavalos passavam a trote até chegarem ao pátio do castelo, parando em fileira bem em frente ao camarote onde estava o rei e a corte.

Sincronizados, os doze cavaleiros desmontaram de seus cavalos, tiraram os elmos e curvaram-se perante o rei, ao som vibrante das pessoas. O rei ergueu a mão e todos fizeram silêncio ao mesmo tempo em que os cavaleiros ergueram as cabeças. Num discurso alegre e saudoso, o rei desejou boas vindas aos nobres cavaleiros, anunciando seus grandes feitos pelo reino e por fim, acompanhado de uma espada e pela rainha, nomeou-os oficialmente cavaleiros de Nárnia.

As pessoas vibraram e o rei liberou as comemorações, o que finalmente permitia o reencontro dos cavaleiros com suas famílias. Eles foram cercados pela multidão e Lúcia precisou esticar o pescoço para ver por cima da multidão. Susana sugeriu que eles saíssem do meio da multidão, para aguardar que o movimento aliviasse e assim eles fizeram, as pessoas começaram a voltar às suas casas e logo eles avistaram Pedro. Ele não estava muito diferente, mas o reconheceram principalmente por causa dos cabelos louros.

-Pedro! - Lilliandil chamou quase ao mesmo tempo em que ele os avistou. Ela correu em direção ao irmão e saltou em seus braços, Pedro, por sua vez, girou a irmã no ar enquanto os outros se aproximaram.

-Por Aslam, Lillian, como você mudou! - Susana pôde ouvi-lo dizer quando se aproximou. Ao colocar a irmã no chão, Pedro olhou para todos os outros.

-Ed! - sorriu, abrindo os braços em direção a ele.

-Ah, sem abraços, por favor. - disse Edmundo, mas não conseguiu escapar do abraço de urso de Pedro. - Pedro, Pedro! Ah, por favor, tem moças olhando!

Rindo, Pedro o soltou. Todos riram também.

-Também senti sua falta, Ed. - disse ele, brincalhão, seus olhos pousaram em Susana. - Vem logo me dar um abraço antes que eu vá até aí! - disse ele, brincando. Rindo, Susana deu dois passos em direção a ele. Pedro a abraçou bem forte, mergulhando o rosto nos cabelos da moça, sorrindo docemente. - Sem cheiro de lama. - observou, ao colocá-la de volta ao chão, mesmo sem soltá-la completamente. Susana riu, batendo-lhe no ombro.

-Assim eu fico com ciúmes! - protestou Lúcia, aproximando-se.

-Pela Juba do Leão! Susana me apoia. - ele fingiu cair para cima de Susana, passando um braço por cima dos ombros dela. - Por Aslam, Su, me diz que essa não é a Lúcia. - pediu. Susana riu.

-É ela, Pedro, por incrível que pareça. - disse Edmundo, como se sentisse orgulho da mesma, fazendo Lúcia corar.

-Como você cresceu, Lú, olha só para você! - Pedro soltou Susana e deu um abraço apertado em Lúcia, depois segurou a mão da mesma, alto, fazendo-a girar. - Está linda, Lú. - ela corou.

-Pedro, acho que você se lembra de Dash. - disse Edmundo, passando com o primo na frente de Caspian.

-Sim, me lembro. Como vai, Dash? - ele sorriu, parecendo alegre, mas Caspian sabia que ele estava sendo educado, como ele foi.

-Deve se lembrar de Caspian também. - disse Susana. Pedro passou a mão no cabelo.

-Não acredito...

Caspian sorriu, estendendo a mão.

-Como vai, Pedro? - mas Pedro o puxou para um abraço com direito a tapinhas nas costas um do outro. Era o reencontro de velhos melhores amigos.

-Quando você chegou?

-Não tem muito tempo, pouco mais de uma semana, para falar a verdade. - respondeu Caspian.

Pedro assentiu, sorrindo, mas pareceu pensar por alguns segundos, seus olhos correndo quase que despercebidamente para Susana, então, ele voltou a Caspian.

-Seja bem vindo de volta. - sorriu apertando a mão do mesmo.

-Obrigado.

-Bem, vamos, mamãe preparou um almoço para você, ela quase não conseguiu dormir de tão ansiosa. - disse Lilliandil passando o braço no do irmão.

-Vamos, eu estou morrendo de fome. - ele riu.

-Minha mãe está nos esperando para o almoço também – disse Edmundo. - Lúcia, quer vir conosco? Podemos deixar você em casa.

-Claro. Até mais, Pedro! - ela o abraçou mais uma vez e o mesmo a beijou no rosto. - Bem vindo de volta.

-Obrigado. - Ele sorriu.

-Qualquer hora nós podemos nos encontrar para falar coisas de homem, sabe como é... - Ed deu de ombros, fazendo as meninas rirem, antes de ir embora com Dash e Lúcia.

-Su, querida, deixe-me ir antes que mamãe apareça para me buscar. - Pedro beijou Susana no rosto antes de trocar um aperto de mãos com Caspian. - Foi bom ver você de novo, Caspian, a gente se fala depois, você tem que me contar dessa viagem!

-Pode deixar. - concordou o mesmo. Lilliandil acenou para Caspian e passou direto por Susana.

Os dois ficaram parados até verem os dois desaparecerem de vista. Era a oportunidade que queriam para partir imediatamente para a cachoeira. Percorreram o caminho para lá rápido, na margem rochosa, eles tiraram os sapatos; Caspian, descalço e sem a camisa, pulou na água enquanto Susana terminava de tirar o vestido, ficando apenas com a longa camisa bege, e pulou logo em seguida, surgindo na superfície quase ao mesmo tempo que Caspian.

Ele passou os braços pela cintura de Susana, puxando-a contra si, levando seus lábios aos dela. Ele estava ansioso por esse beijo, quase não se aguentava de saudade, e Susana também. Ambos mergulharam naquele beijo profundo, mas logo precisaram quebrar o beijo por falta de ar.

-Que tal irmos para a gruta? - Sugeriu Susana. Assim que Caspian assentiu, ela deslisou por seus braços, indo para o fundo, sendo seguida por ele.

Caspian a seguiu pelas galerias submersas, mas não pôde deixar de notar o nervosismo de Susana ao fim do beijo. Ele adorava deixá-la nervosa, fazê-la corar com seus elogios, beijos e carícias, isso o deixava mais convicto do quanto mexia com ela e do quando ela correspondia. Porém, ao vê-la tão graciosa nadando, ele percebeu que Susana era bela, mas não só para ele. Com certeza ela despertava o interesse de outros rapazes, mesmo inocentemente, e desde a ida para receber Pedro, algo estava lhe incomodando.

Ele notara o olhar de Pedro para ela. Caspian lembrava que, na infância, Pedro queria distância das garotas, achava-as nojentas, mas com certeza isso havia mudado. Ele era homem, no fim das contas, essa repulsa nunca duraria para sempre e certamente ele também não via Susana há alguns anos, deve ter ficado impressionando, aliás, ela mudou muito, o próprio Caspian ficara encantado ao vê-la, não?

A verdade é que Caspian sentiu ciúmes. E Pedro não foi o primeiro a causar esse sentimento, também havia Dash. Ele estava cada vez mais convicto do quanto era querido por Susana, ele lutaria por ela, seria fácil se livrar de Dash, mas Pedro? Pedro era seu amigo!

Talvez ele estivesse exagerando. Pedro não a via há anos, provavelmente devia estar surpreso, como ficou ao ver Lúcia, e se bobear Dash se encontrava na mesma situação de reencontro. De qualquer forma, era preciso comprovar suas suspeitas antes de agir, até por que, no momento, ele só pensava em Susana.


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Notas finais do capítulo

Viu, Helena? Eu disse que ia começar a surgir uma química entre o Pedro e a Su!
Reviews!
Beijokas!!



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