Promise escrita por Jajabarnes


Capítulo 6
Cachoeira.


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo Suspian, bem especial!
Boa leitura!



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Fazia alguns dias que Caspian não via Susana e a ausência dela o estava deixando agoniado.

Deixe de drama, você passou anos longe dela, só se passaram alguns dias...

A ultima vez que ele a viu foi na clareira, quase cinco dias atrás. E era exatamente para lá que ele estava indo agora. Sabia que talvez Susana não estivesse lá, mas ele gostava daquele lugar. Ao chegar sua certeza se confirmara, ela não estava ali. Caspian, sem saber exatamente o que fora fazer ali, sentou ao pé daquela árvore que presenciara tantos momentos importantes. Depois de um tempo o som da cachoeira próxima chamou sua atenção.

Ele foi até lá mesmo não tendo certeza do caminho que tomava, mas ele percorrera a trilha encoberta que há anos não era usada. Ele reconheceu alguns pontos de referência, inclusive se achou um bobo porque riu ao rever o arbusto em forma de leão. Seguiu em frente e o barulho da queda d'água ficava mais forte, então ele saiu do bosque, passando pelos arbustos com flores e chegando a margem rochosa.

Para a sua agradável surpresa, ele não estava sozinho. Havia um vestido e um par de sapatilhas na beira, e ele podia ver o vulto de alguém submerso. Até que a pessoa surgiu na superfície, de costas para ele. Ela usava apenas uma camisa comprida e branca que estava molhada e grudava no corpo. Caspian a reconheceu no mesmo momento em que seu coração disparou. Assim que conseguiu respirar, resolveu fazer uma brincadeira.

- Buh! - falou e a moça virou para ele num susto. Ele riu e ela lhe jogou água.

- Há quanto tempo está aí? - perguntou Susana, ela dividiu o cabelo no meio, colocando uma metade por cima de cada ombro, o cabelo longo chegava até a cintura passando pelos seios, para o caso de a camisa molhada estar mostrando mais do que devia.

- Acabei de chegar. - disse ele, sentando a margem, ao lado das roupas dela, Susana se aproximou da margem e mesmo ali, a água ainda chegava até sua cintura.

- E o que o trouxe aqui?

- Nada. Eu só ia dar uma volta, não sabia que você estava aqui, mas confesso que foi uma surpresa boa... - ele tirava as botas.

- Vai entrar? - questionou Susana, um pouco nervosa.

- Er... Vou. Não tem problema, não é mesmo? Sempre tomávamos banho juntos aqui... - ele entrou na água.

- Mas éramos crianças. - Susana argumentou. Ele percebeu o nervosismo dela com a situação, deu um sorriso torto e recuou.

- Tudo bem, eu fico três metros longe de você. - Susana deu uma risada que Caspian já esperava que desse e se aproximou dele.

- Não é isso, Cas, é que... Ah, deixa para lá. - ela deu de ombros. Então ela se lembrou de algo. - Você já nadou naquela direção? - ela indicou a cachoeira e a parede rochosa atrás da mesma.

- Não. - respondeu ele, olhando o lugar.

- Atrás da cachoeira, o lago continua numa gruta. E mergulhando lá há galerias submersas bem iluminadas pela luz do dia e levam até uma caverna dentro da montanha... Se quiser, podemos ir lá...

- Claro. - Caspian concordou de imediato. Susana andou pela água para passar por Caspian, mas ele a impediu estendendo o braço esquerdo e segurando sua cintura. Susana sentiu seu coração disparar. Hesitante, ela olhou para Caspian.

- Você nem me disse oi... - choramingou ele.

- Oi. - ela sorriu sem entender, antes de tentar ir em frente outra vez, mas Caspian não a soltou, dessa vez a puxou para mais perto de si, suavemente, sua mão esquerda estava pousada sobre a camisa molhada que grudava no corpo de Susana, em suas costas, na altura da cintura dela.

- Não é assim... - Susana estremeceu quando Caspian sussurrou em seu ouvido. Ele percebeu e sorriu, dando um beijo próximo a orelha, em seguida na bochecha, depois no canto dos lábios. Ele, então, sem resistir mais, segurou o rosto de Susana delicadamente entre suas mãos e beijou os lábios dela de forma doce, como o primeiro beijo, singelo, porém mais longo.

Caspian interrompeu aquele, mas logo começou outro, singelo como o anterior. Ele sentiu as mãos de Susana pousarem em suas costas, um sinal claro de que ela não queria que aquele momento acabasse. Mas eles precisaram se separar depois de algum tempo. Susana fitou seu olhar no de Caspian enquanto ele afagava seu rosto.

- Está dado seu oi? - perguntou ela, sorrindo e torcendo secretamente para que a reposta dele fosse “não”.

- Está sim. - ele sorriu de volta.

- Então vamos. - ela deslizou pelos braços dele rumo a cachoeira. Assim que eles passaram pela cachoeira, adentraram a gruta iluminada pelos raios do sol. Eles andavam dentro d'água lentamente já que a profundidade aumentava. Quando Susana sentiu a água chegar ao seu busto, parou e voltou-se para Caspian. - Pronto? Vai precisar de muito fôlego... - alertou.

- A caverna fica muito longe daqui? - perguntou Caspian.

- Alguns metros. É só me seguir, ok? - Susana deu de ombros. - Vamos?

- Vamos.

Caspian viu Susana mergulhar e foi logo atrás dela. As águas eram cristalinas e a visão bem nítida. Caspian viu Susana nadando para mais fundo e a seguiu admirando-a como sempre. Os cabelos longos e escuros espalhando-se pela água de acordo com os movimentos dela, a camisa modelava seu corpo e suas pernas estavam expostas desde o meio das coxas bem torneadas. Quando parou de se distrair com Susana, ele se deu conta de onde estavam. Eram galerias submersas, como ela havia dito; rochas de vários formatos e peixinhos coloridos. Ele viu Susana dobrar para a direita e torceu para que não faltasse muito.

Caspian a seguiu nadando por mais alguns metros e então a viu indo em direção a superfície de forma graciosa. Assim ele foi e logo surgiu na superfície ao lado de Susana, respirando profundamente.

- Chegamos. - disse ela. Caspian olhou para onde estavam. Era como uma caverna, ou melhor, como as galerias por onde tinham acabado de passar, só que não estavam submersas. Havia uma luz que iluminava o chão de pedra lisa e essa luz vinha de cima, como se um túnel fosse de onde estavam até o topo da montanha e deixasse a luz do dia entrar, e era exatamente isso que acontecia.

- Estramos dentro. - Susana disse, saindo da água e sentando no chão, na pedra lisa, deixando as pernas para dentro d'água. Caspian a imitou.

- É incrível. - disse, olhando para cima. - Como você descobriu esse lugar?

Susana deu um sorriso culpado.

- Foi pouco antes de você viajar. Eu havia me perdido entre as galerias e estava quase sem ar quando vim parar aqui. - ela riu. - Eu achei o caminho de volta, mas nunca esqueci o caminho para cá. Lá atrás há mais uma entrada para galerias submersas, e algumas galerias que não estão submersas... Eu utilizei algumas divisões como cômodos... Usava esse lugar como minha “casinha”. - ela riu de novo, fazendo aspas no ar. - Trouxe um bocado de coisas para equipar “meu quarto” e “minha cozinha”. - Caspian riu.

- Você me leva para conhecer sua casa? - perguntou.

- Claro. - Susana se pôs de pé. - Esta é a sala de estar. - gesticulou divertidamente para a pequena área com chão de pedra lisa onde estavam. - Ali é a cozinha. - indicou o outro lado do mesmo lugar onde havia uma pequena mesa baixa. - Não acredito que ela ainda está aqui! - disse Susana, impressionada. - Achei que depois de tanto tempo ela nem existiria mais... - ela tocou o pequeno móvel empoeirado.

Eles logo adentraram um espaço circular e bem iluminado pela luz que entrava pelo primeiro cômodo, ali havia esticado no chão uma esteira grande com um cobertor velho por cima e diversas almofadas.

- Este é meu quarto. - disse Susana indicando o cômodo. - Olha o que temos aqui! - ela achou três bastões pequenos no chão.

- O que é isso? - perguntou Caspian se aproximando de Susana.

- São velas. - respondeu, pegando uma pedrinha pontiaguda e cortando a ponta de um dos bastões, revelando o pavio.

- Poderíamos morar aqui. - comentou ele. Fazendo Susana rir.

- Bom, os cômodos acabaram, no próximo está a outra entrada para as galerias submersas... Acho que já podemos voltar, está quase na hora do almoço, mamãe deve estar me procurando...

- É impressão minha, ou você está fugindo de mim? - questionou Caspian, ele havia descoberto que adorava deixar Susana nervosa.

- Não estou fugindo de você, Caspian, que ideia... - ela tentou continuar andando, mas ele não a deixou.

- Então por que você sempre arruma uma desculpa quando está sozinha comigo? - provocou. Ele estava adorando aquilo. Susana pareceu mais nervosa.

- Não estou inventando desculpas, só estou dizendo que é melhor irmos porque mamãe vai me procurar... - ela tentou ir de novo, mas Caspian segurou seu braço delicadamente.

- Tudo bem, nós vamos... Mas só se você me der mais um beijo. - disse ele calmamente, como quem comenta o clima.

- Caspian... - ela tentou escapar, mas foi inútil, Caspian a olhou com olhos doces que fascinaram Susana, deixando-a incapacitada de fugir dele. Não que Susana não gostasse dessa intimidade com Caspian, muito pelo contrário, ela apreciara imensamente os beijos mágicos, embora poucos, que trocaram, mas Caspian parecia ter o dom de deixá-la nervosa e esse nervosismo junto com as lembranças dos beijos fragilizava sua capacidade de se controlar; e ela tinha medo que algo mais acontecesse entre eles.

Ela ficou vários segundos olhando para ele, tentando pensar em algo para dizer, mas Caspian tomou seus lábios de surpresa antes que ela tentasse fugir de novo. Dessa vez, o beijo não fora como os anteriores, fora mais intenso e profundo o que pegou Susana desprevenida, fazendo-a sentir as pernas bambas e julgou que só não caiu porque os braços de Caspian a prendia contra ele.

Susana agarrou-se delicadamente nos cabelos dele enquanto retribuía o beijo com a mesma intensidade com que Caspian a beijava. Ele a abraçava de forma firme e ao mesmo tempo delicado, deliciando-se com aquele momento. Até que ambos foram obrigados a interromper o beijo por falta de ar, estavam ofegantes, mas não desfizeram o abraço, apenas tentaram acalmar a respiração e o batuque dentro do peito.

- Que feitiço você usa? - perguntou Susana, baixinho.

- Feitiço? Para que? - questionou Caspian, num tom baixo como o dela, mas curioso.

-Para me deixar assim... - sussurrou ela, aproximando perigosamente seus lábios dos dele, mas não os tocando.

- Assim como? - Caspian estava amando aquilo, deixá-la encabulada, adorava vê-la corar... Ele esperou pela resposta.

- Assim. - respondeu ela, mas não era o suficiente, ele queria ouvi-la descrever o que ele a fazia sentir.

- Assim como? - voltou a perguntar calmamente. Susana riu.

- Não dá para explicar.

- Tem que haver uma explicação. - insistiu ele, divertido. Mais alguns segundos de silêncio enquanto Susana o encarava nos olhos. Certo momento, ela quebrou o silêncio, afundando mais os dedos nos cabelos de Caspian, trazendo-o mais para perto, colando seus corpos novamente.

- Talvez seja você a explicação. - sussurrou ela. Caspian não soube o que dizer exatamente, então sua iniciativa foi abraçá-la, envolvê-la num abraço quente, forte e que demonstrasse o quanto ele estava ligado a ela, o quanto que queria poder extravasar esse amor, mostrar que ele a protegeria, a faria feliz... Que ele a amava.

Então ele se lembrou de uma coisa.

- Sua mãe não iria procurá-la? - perguntou, brincalhão.

- Talvez ela não procure. - pelo tom de voz, ele sabia que ela estava sorrindo e não pode evitar de fazer o mesmo.

Depois de mais um tempo de pé, eles sentaram na esteira, onde permaneceram abraçados, trocando beijos (uns calmos e outros apaixonados), trocando afagos e conversando aos sussurros. Eles estavam tão absortos que nem se deram conta de que as horas correram, depois de muita conversa e beijos, já com as roupas e os cabelos secos, os dois adormeceram, deitados na esteira.

Susana cochilava levemente quando escutou Caspian chamá-la em seu ouvido, dizendo que era hora de levantar. Só então ela se deu conta que deveria voltar para casa. Caspian também parecia ter perdido a hora, já devia ter se passado metade da tarde, mas Susana não se importava com quantas horas haviam se passado, até então, ela nunca passara horas tão maravilhosas.

Ela estava mais do que convencida de que não poderia mais viver sem Caspian. Algumas pessoas poderiam achar que era cedo demais para um romance, mas para eles não era, muito pelo contrário, já havia se passado tempo demais e não havia sentido em adiar um sentimento que os acompanhava desde a infância. Seria tortura passar mais tempo sem um ao outro.

Logo os dois estavam nadando pelas galerias novamente, até saírem na gruta. Não demorou muito e eles já estavam na margem rochosa se vestindo e seguindo apressadamente pelo bosque rumo a suas casas. Eles se despediram com um beijo apaixonado antes de sair do bosque e cada um seguir para sua casa com a promessa de se encontrarem novamente.

Susana caminhou apressada, esbarrando nas pessoas até que chegou em casa atravessando a porta num rompante. Viu sua mãe respirar aliviada e seu pai parar de andar de um lado para o outro.

- Graças à Aslam! - sua mãe pôs a mão no peito.

- Onde você estava?! - questionou seu pai num misto de raiva e alívio.

- Desculpe. - começou ela num tom brando. - Eu fui dar uma volta no bosque e acabei me perdendo...

Ela não soube dizer se seus pais acreditaram ou não, mas para seu alívio, eles apenas concordaram. Ela pediu licença, passou na cozinha onde apanhou uma maçã e subiu para seu quarto, tomou um banho direito e vestiu roupas limpas. Deitou-se na cama com um largo sorriso no rosto e, comendo a maçã, pôs-se a lembrar as ultimas horas que passara na companhia de Caspian.

Lembrou de cada detalhe... Cada afago... Cada abraço... Cada toque... Cada sensação... Cada beijo...


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Notas finais do capítulo

Então?! No próximo capítulo aparecerá um novo/velho personagem!
Mas, são os reviews que movem as fanfics. Sei que é chato ficar falando isso, mas é mais chato ainda ter leitores fantasmas :/
Não esqueçam dos reviews, por favor!
Beijokas!!



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