Ontem, Hoje E Para Sempre escrita por Jajabarnes
Notas iniciais do capítulo
Sei que demorei, mas finalmente aqui está o capítulo! Espero que gostem e não me abandonem!
No dia seguinte, falei rapidamente sobre o trabalho com Susana durante os horários de aula e marcamos de nos encontrarmos a tarde na biblioteca municipal, a maior e mais rica de toda Narnia. Após a aula, depois que Lillian aceitou dar-me beijos atrás da escola, eu fui para casa, almocei troquei de roupa e fui para a biblioteca. Cheguei pouco mais de duas da tarde e dei uma rápida olhada pelo salão e depois, como não a encontrei ali mesmo sabendo que ainda não estaria ali, fui para as prateleiras. Fui direto na seção de história antiga e lá estava ela, entre duas estantes altas, com dois livros grandes nos braços e uma lista na mão, ela procurava um livro ali e vê-la encheu-me de uma alegria singela e doce.
–Marcamos só as três. - falei rindo, me aproximando dela. Ela olhou para mim e sorriu.
–Você também chegou cedo. - acusou.
–É, mas eu pelo menos fui para casa. - disse. Sabia que ela também tinha ido à dela, já que estava com uma roupa diferente da de hoje de manhã. Ela estava vestida com uma calça jeans, os inseparáveis All Stars e uma blusa branca - Desde que horas você está aqui?
–Cheguei a pouco. - falou. - Já achei dois volumes, o terceiro livro está ali em cima mas eu não alcanço... - ela riu. Eu me aproximei e peguei o livro para ela. Era o segundo volume. - Obrigada. - disse. - Agora só falta o último, estou ansiosíssima para lê-lo!
Encarei-a boquiaberto.
–Vamos ter que ler tudo isso?!
–Er... Claro. - respondeu, sem me entender.
–Não podemos pesquisar um resumo bem resumido na internet? - questionei, preguiçoso.
Ela riu.
–E perder a magia de ler no livro? Não mesmo!
Eu suspirei. Kirke e seus trabalhos trabalhosos.
–Está tudo aí? - perguntei.
–Consegui o volume I, o volume II e o volume III; também peguei outros guias feitos por pessoas que dedicaram suas vidas a estudar essa coleção e comprovar seus fatos. Ah, e peguei um também com poesias daquela época, talvez tenha algo nelas que nos ajude e... Ah, claro, um livro com a biografia dos personagens mais importantes da Era de Ouro... Acho que só.. - sorriu. Eu a encarava boquiaberto.
–Esses livros extras é você quem vai ler! - avisei. Ela riu.
–Vamos procurar uma mesa.
Voltamos ao salão e sentamos em uma mesa próxima às prateleiras, lado a lado, mas Anna pareceu se lembrar de algo e pôs-se de pé.
–Vá lendo, vou ver uma coisa com a bibliotecária.
Eu a vi caminhar graciosamente até o balcão e debruçar-se levemente sobre ele, falando com a mulher gorda e de óculos que procurou rapidamente em seu computador. Ela voltou a olhar para Anna e balançou a cabeça negativamente dizendo mais alguma coisa. Anna fez mais umas perguntas, agradeceu e voltou até nossa mesa; sentando ao meu lado.
–O volume IV está indisponível por tempo indeterminado. - lamentou. - É uma pena, além de ser importantíssimo para o trabalho, eu estava ansiosa para lê-lo. Mas já o reservei. - sorriu por fim.
–Esse pode fica por conta sua, faço questão. - brinquei. Ela sorriu e começamos a trabalhar. Tirei um caderno e uma caneta da mochila para anotar alguma coisa e quando o coloquei sobe a mesa, parei. Nós paramos. Foi estranho, pois estávamos fazendo a mesma coisa, ao mesmo tempo. Meus olhos pararam sobre o caderno dela, e os dela sobre o meu, então olhamos um para o outro tentando entender aquela sensação estranha. Não dissemos nada, fingimos que nada aconteceu e voltamos nossas atenções para os livros e anotações.
Confesso que, por um tempo, consegui me concentrar na leitura e fazer anotações plausíveis, no mínimo relevantes, mas isso não deteve minha concentração por muito mais tempo. Surpreendi-me várias vezes olhando de esguelha para Anna, encantado com o modo que seu rosto demonstrava sua concentração, absolutamente fascinada com que lia. Mas logo eu tratava de disfarçar, voltando a ler duas ou mais linhas ou anotar duas ou mais palavras, porém, logo em seguida apanhava-me olhando-a novamente.
Para a minha completa sorte, em um desses olhares, ela me pegou.
–O que foi? - perguntou ela, baixinho.
–Que tal um lanche quando acabarmos aqui? - perguntei, sem me dar conta do que estava falando. Apenas surpreendi-me buscando motivos para passar mais tempo em sua companhia.
–Pode ser... - concordou ela. - Agora se concentre. - ordenou, brincando. Nós rimos e voltamos ao silêncio.
[…]
–Realmente não estendo que você não esteja empolgado para esse trabalho, a história é fascinante! - disse ela. Já havíamos saído da biblioteca, era final da tarde, o sol já estava se pondo e nós sentados à mesa de uma cafeteria.
–Apenas não gosto de História. - respondi. - Não consigo me concentrar, me dá sono...
Ela riu.
–Sono?
–É! Deve ser a voz do Kirke, o jeito que ele fala, sei lá! Só sei que alguma coisa nessas aulas me dá um sono terrível! - falei.
–Talvez isso mude depois que você ler essa coleção. - optou ela.
–Talvez, com sorte. - sorri e ela sorriu de volta. Fizemos nossos pedidos. - Então, qual desses eu tenho que ler? - perguntei, indicando com o queixo a pilha de livros que tinha sobre a mesa.
–Já que você não quer ter muito trabalho e eu quero, você pode ficar com as poesias, eu fico com os livros extras e nós dois lemos os quatro volumes, que tal? - sugeriu.
–Pode ser. - concordei. Anna procurou na pilha os livros com as poesias e os entregou a mim, eram poucos e finos. - Só isso?
–Quer mais? - sorriu marota.
–Não, não! - nós rimos.
–Aposto que você vai acabar gostando. - desafiou ela.
–Tem algumas poucas chances de isso acontecer, mas vamos manter o otimismo. - brinquei. Nós rimos. Eram tão fácil rir com ela, era tão bom ouvir seu riso.
Nossos pedidos chegaram e começamos a comer. Depois de alguns segundos ela perguntou.
–Soube que você estava assistindo o treino de vôlei dia desses. - comentou, tomando um gole do refrigerante.
–Ah, sim. - respondi. - Meus amigos me chamaram para ver...
–Então você viu o mico que eu paguei. - ela riu um pouco. - A treinadora não entende que eu não sei jogar.
–Ah... Bom, micos acontecem com todo mundo. - tentei.
–Lilliandil parece ter ficado chateada comigo... - lamentou.
–Digamos que seja difícil conviver com ela, mas com o tempo você se acostuma.
–E pra completar ainda derramei meu almoço nela. Ela deve sim ter ficado uma fera. - Depois esbarrei com ela no corredor... Você viu tudo isso, eu tentei explicar que foram acidentes, mas ela não quis ouvir.
–Não ligue para isso. - dei de ombros.
–Ah, e eu queria pedir desculpas para você, acho que fui um pouco rude quando você me ajudou com os desenhos.
Eu sorri. Anna era tão doce.
–Não se preocupe. - sorri para ela, que retribuiu e logo voltamos a comer. - Falando nisso, você fez todos aqueles desenhos?
–Sim. - disse timidamente, encarando seu hambúrguer. - É como eu costumo passar o tempo. - sorriu.
–Não vi todos, nem vi direito, mas pelo que deu pra ver você tem muito talento. - me atrapalhei um pouco ao dizer, não sei por que, mas percebi que perto dela eu não me sentia aquele cara forte e valente, mas ao mesmo tempo, sentia que continuava sendo assim.
–Obrigada – ela sorriu um pouco, corando. Não pude segurar o sorriso. - É uma das coisas que eu mais gosto de fazer, depois de ler. - contou. - Desenho desde sempre e adoro isso.
–Você tem muito talento. Já pensou em investir nessa carreira?
–Sim, já, mas vejo isso apenas como um passa tempo, sabe?
–Sei. Mas o que pretende fazer quando terminar a escola?
–Eu pretendo ir para a Emperor University, quero estudar psicologia. - sorriu.
–Quanto a mim, sinceramente não sei o que faço da vida. - brinquei. Nós rimos.
–Ah, mas você deve gostar de alguma coisa mais do que as outras. - apoiou ela.
–Bem, sim, mas estou indeciso ainda. E falta tão pouco.
–Talvez escolha História. - provocou.
–Rá-Rá-Rá!
Nós rimos.
[…]
Depois de muito conversar e comer, nós decidimos que já estava na hora de ir. Seguimos caminhando, a casa de Anna era caminho da minha, então eu a acompanhei até lá. Quando nos despedimos em frente a casa dela, eu segui sozinho, poucos passos depois meu celular tocou.
–Então, como foi?
–Ótimo. - respondi. - Será mais fácil do que eu imaginei.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Que tal? Acho que não perdi a prática, né? Não se esqueçam dos reviews!
Beijokas!!