Depois da reunião, voltei para casa um pouco atordoada. O que tinha acontecido foi uma grande surpresa até mesmo para L, que não esperava que eu fosse capaz de desafia-lo, sinceramente, eu não esperava ter que desafiar alguém, ainda mais em minhas condições, não sou um rio de sinceridades porem não queria continuar daquele jeito.

Passei a noite inteira pensando em como sair dessa, com certeza isso não será passado em branco. Ninguém nunca ousou desafiar ele, então eu não sei o que esta por vir.

No outro dia fui bem cedo para o trabalho, e me tranquei dentro da minha sala, e comecei a organizar umas coisas, para tomar meu tempo e então eu poder esquecer o fato ocorrido.

Meu celular tocou, e quando fui atender aquela mesma voz que L utilizava para as reuniões antes disse:

–Então senhorita Mitsuko Sakurai, estaria apta a começar a investigar pelo perímetro escolar na próxima segunda-feira?-diz àquela voz que eu já sabia ser dele.

Parei por um instante e me lembrei de que as aulas recomeçavam realmente na próxima segunda-feira. Então brevemente respondi:

–Claro, afinal eu terei de ir de qualquer jeito. Porem, Ryuuzaki, amanhã todos iram fazer vestibular, inclusive eu!

–E?-diz ele

–E que você não vai poder fazer nada. Vão estar todos dentro da sala fazendo o teste. -eu disse

–Eu também vou estar lá. Então está tudo nos conformes. - Ele disse e desligou o telefone

– Tchau para você também!

Eu realmente nunca vou entender o que se passa na cabeça dele, ele vai fazer um vestibular somente para investigar? Realmente ele não quer perder, nem eu. É difícil admitir, porem somos iguais neste ponto.

Então, eu passei a tarde trabalhando, e meu celular toca:

–Alô?- disse

–Nee-chan!!!!!Tudo bom???

–Hannah?? É você?

–É claro que sou eu!!! Então como está ai seu trabalho hein?

–Está ótimo. Porque você me ligou?

–Que isso nee-chan! Você ficou muito durona, eu te liguei porque estou indo para o Japão.

–Hein??? Como assim? Quando?

–Eu vou pegar o voo daqui a uma meia hora mais ou menos. Então eu já tenho o endereço de onde você trabalha assim não te atrapalho.

–Não...não imagina! Eu te pego no aeroporto. Tem umas coisas que eu tenho que te contar.

–O que foi nee-chan? Aconteceu algo?

–Amanhã eu te explico...Então...é...boa viagem !

–Tá bom então..beijo nee-chan!!!

–Tchau, um abraço.

Quando desliguei o telefone não consegui acreditar. Porque ela? Porque agora? Ela não é a minha irmã de sangue, porem é como se fosse da família, desde que eu me entendo por gente nos brincávamos e vivíamos juntas, então ela pegou essa mania de me chamar de nee-chan. Mas, será que eu devo explicar para ela? Bom uma grande parte tenho que contar pois ela tem que saber do que vem acontecendo.

Passei o resto do dia pensando em como resolver isso. Não é tão simples quando além do caso eu tenho aquele...segredo. Que ninguém neste mundo sabe só ela.

No outro dia corri o mais rápido que pude para chegar a tempo, quando cheguei ela disse:

–Mi......

–Shiii! Vem comigo.

Peguei a mão dela e corri para o taxi mais próximo, então comecei a falar:

–Olha, eu sei que parece confuso e estranho mais você vai ter que passar a me chamar de Mitsuko Sakurai ok?

–Mas porque nee-chan?

–Eu prometo que te explico quando chegarmos em casa. Só me prometa uma coisa, se algo acontecer comigo, fuja.

–Nee-chan você está me assustando...O que aconteceu? Eu não deveria ter deixado você sair dos...

–Hannah, por favor!!! Sem detalhes! Alguém pode escutar algo!

–Mas porque tudo isso?

–Hannah, por favor, acredite em mim! Eu não posso te dar detalhes, e você sabe muito bem o meu proposito por estar aqui, certo? Então tem outro pedido que eu queira lhe fazer.

–O que é desta vez?

–Não forneça nenhuma informação tanto minha quanto sua até você ir embora, e...nunca me visite no meu local de trabalho.

–Foram dois pedidos! E porque não posso te visitar?

–Só posso dizer que estou trabalhando em um caso muito perigoso, onde qualquer passo em falso, pode resultar na minha morte.

–Nee-chan...por favor tome cuidado!-ela disse com os olhos cheios de lágrimas- Não suportaria te perder!

Então a abracei e consolei, e quando vi já tínhamos chegado.

Paguei o taxi e peguei as malas dela, dispensando a ajuda do motorista. Então quando chegamos ela disse:

–Nossa! Que apartamento legal!

–Gostou? Bom eu ainda pensava em arrumar um pouquinho mais.

–Que nada! Ele é a sua cara! Olha quantos livros!

–E eu tenho cara de quê de biblioteca?- então começamos a rir uma da outra, até que percebi o quanto ela fazia falta, quanto tempo eu não falava daquele jeito, descontraído, sem precisar medir as palavras, e por um segundo, eu esqueci de todos os meus problemas, e fiquei vivendo este momento como se fosse o último

–Então –disse ela - O que você faz aqui para se divertir?

–Leio, assisto filmes...é isso.

–Você está morando em uma cidade totalmente nova e ainda não foi explorar?

–Sinceramente, eu acabo me envolvendo com o trabalho, então nem saio.

–Você trabalha demais!!!- disse ela e depois se jogou em meu sofá – Viva um pouco! Sai dessa rotina chata! Vamos – ela levantou e pegou o casaco dela e o meu

–Aonde?

–Sei lá! Vamos nos divertir!

Então ela me arrastou para fora de casa e eu tive que mostrar os poucos lugares que eu conhecia, ela disse que queria visitar um Museu, então lá fomos nós.

Ficamos conversando sobre tomas as coisas que vimos lá, e então depois fomos tomar um café em uma lanchonete. Meu celular tocou e quando atendi, me virei para ela e disse:

–Vamos voltar. Recebi uma ligação do trabalho. Marcaram uma reunião para ás 11.

–Meio tarde para uma reunião não acha? Relaxa ainda temos uns minutos...

–MINUTOS!?

Quando olhei o relógio já eram 10h45min então comecei a apressar as coisas paguei a conta e entramos do metrô onde passava na frente da minha casa e perto do hotel designado:

–Olha aqui está a chave da minha casa, ok? Então eu vou te deixar na frente do prédio e vou correndo para esta reunião.

–Mas, você tem certeza de que não pode faltar?

–Se eu faltar vai ser pior para mim. Eu preciso ir.

Não sei como consegui chegar só com 10 minutos de atraso, mas ainda levei uma bronca do chefe Yagami, só foram 10 minutos! Eu tenho certeza de que vocês estavam ou vendo o L comer gelatina ou vendo o Light ficar olhando para o nada como se tivesse alguma diversão nisso.

–Mitsuko, o que aconteceu?- L me perguntou – Você parece meio...cansada

–É que minha amiga chegou hoje de viagem e me pediu para acompanha-la hoje em alguns passeios, então quando vi já era um pouco tarde.

–Está tudo bem, vamos iniciar a reunião.

Mitsuko POV´S OFF

L POV´S ON

Eu não intendo porque estava me importando com ela e perguntando o que havia acontecido. Deixei esses pensamentos de lado e continuei a reunião:

–Ryuuzaki você está meio calado hoje.- Mitsuko realmente me surpreendeu com essa pergunta

–Não é nada, eu só estava pensando.

–Hum.- ela me respondeu

Ela é a única pessoa em que eu já vi, tendo coragem para me confrontar dentro desta delegacia, tirando aqueles idiotas que ficavam questionando se era bom me obedecer ou não por medo das próprias vidas, ela era... diferente. As atitudes dela são firmes, mas eu não acho que ela seja assim, ela me parece ser um pouco mais gentil.

–Ryuuzaki?- Ela agora estava na minha frente – Analisou algo interessante? Pode ser importante no caso?- disse ela com um meio-sorriso

–Hum, Watari, por favor, traga aquelas novas apostilas.

–Claro Ryuuzaki. Esperem um pouco

L POV´S OFF

Mitsuko POV´S ON

Depois da reunião voltei para casa e encontrei Hannah dormindo no sofá com um balde de pipocas sobre ela, então desliguei a TV, arrumei o sofá e posicionei-a direito para que não dormisse de mau jeito. Realmente ela precisa de mim, eu sou a nee-chan dela e isso nunca irá mudar mesmo não tendo laços de sangue eu sinto que ela é da minha família.

Naquele dia dormi tranquilamente, somente pensando em nossa tarde maravilhosa, e o quanto ela estava feliz, Mas não sei até quando irei me sentir assim.