Enjoy the Silence escrita por Meggs B Haloway


Capítulo 22
XXI. Ruína. (Parte I)




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Eu cresci pensando que Carlisle era uma presença negativa, não importava em que parte de minha vida ele estivesse exercendo alguma coisa. Eu cresci pensando também que nunca mais o veria em toda a minha vida, que ele ficaria para sempre na cadeia — um pensamento bem infantil, eu sabia. Mas a esperança vinha de onde menos esperávamos, ou seja, dos lugares mais idiotas.

Quando eu o vi em minha porta. Ou melhor, quando eu abri minha porta para ele, tudo que eu queria era sair correndo e abandonar tudo que eu deixaria para trás. Não me importava a casa ou nada que tivesse dentro dela. O importante era ficar longe dele e tudo que ele sabia sobre mim. Todas as coisas podres, eu quero dizer. No entanto, na cegueira que o meu medo me infligiu, eu não percebi que talvez sua presença ali significasse algo bom.

Não para mim. Para mamãe.

Tudo bem que eu não pensei naquilo quando eu fechei minha expressão ao lhe olhar, mas era o que eu pensava agora e era o que valia. Tudo bem que eu não quis escutar nada do que ele me dissera nos primeiros segundos, mas agora eu queria. Ele sabia sobre coisas que eu nunca sequer cogitei imaginar. Eram erradas demais.

— Eu lhe explico se você quiser escutar. — Ele propôs.

Eu inclinei meu rosto nada convencido para o lado e me coloquei um pouco para a esquerda, não querendo que ele esbarrasse em mim. Talvez se ele batesse em um de meus braços eu não conseguisse reprimir a careta de dor… Era irônico pensar desse jeito, porém as mãos de Edward machucaram no mesmo lugar que o pai dele outrora fizera ao tentar me parar de cometer a maior loucura de toda a minha vida. Em vão, infelizmente.

— Edward sente a sua falta. — Carlisle murmurou casualmente enquanto avaliava a minha sala com os olhos.

— Bom, não é o que me parece. — Tentei fazer com que minha voz não demonstrasse a dor qual eu sentia toda vez cujo eu me dava conta de que fazia uma semana inteira que ele não me procurava. — Ele nem veio aqui…

— O aceitaria? — Ele indagou.

Eu ergui minhas sobrancelhas, cruzando meus braços.

Ele me aceitaria? Essa é a verdadeira questão, Carlisle.

Ele deu de ombros e eu suspirei, abaixando meu rosto para que ele não visse meus olhos cheios das lágrimas que nunca me deixaram descansar em paz. Eu sentia falta dele e a falta de informação sobre se ele também sentia a minha estava me matando sem muito esforço. Sim, Carlisle falara que ele sentia a minha falta, mas cadê ele aqui? Se ele sentisse a minha falta, viria aqui.

Eu deveria ir lá ao apartamento dele, mas ao contrário do que parecia, eu prezava por minha vida e não duvidava nada de que Alice pirasse e pulasse no meu pescoço sem pensar duas vezes. E também tinha Tanya… eu não sabia se ela continuava morando lá, mas de qualquer jeito, mesmo se ela já tivesse se mudado, sua presença estaria em cada parte daquele cômodo e eu não tinha certeza de querer sentir aquilo.

— Isabella, eu sinto muito por não ter sido mais pacifico no restaurante. Talvez as coisas não fossem desse jeito…

— Já se passou e a besteira já está feita. — Falei, entediada.

— Você nunca deixou de ser orgulhosa, não é?

— Você fala como se já me conhecesse há muito tempo. — Murmurei, monótona.

Eu esperei que ele respondesse alguma coisa, algum desaforo como estava acostumada a escutá-lo falar. Para a minha surpresa e raiva, ele assentiu e concordou comigo. Realmente não me conhecia há muito tempo, porém o pouco tempo que me conheceu, conheceu o pior que eu poderia oferecer para uma pessoa. Sentia muito por isso e queria dizer isso a ele — demonstrar pelo menos um pouco de compaixão —, mas se passara um bom tempo para que ele escutasse aquilo vindo de mim.

Carlisle estava certo, eu era orgulhosa. Mais até do que eu desejava.

— Eu ainda não entendo o motivo de sua vinda aqui.

— Sua mãe e eu queremos jantar com você. Hoje à noite.

— Por que a mamãe não veio?

— Ela está ocupada em uma audiência por causa do divórcio… alguma coisa desse tipo. — Ele poderia não ser pai de sangue de Edward, porém eu pude jurar ver semelhança no modo como ele juntou as sobrancelhas, demonstrando que estava confuso. — Você vem?

Eu cocei nervosamente meu cabelo e suspirei, assentindo por fim. Não sabia bem o que tanto me incomodava sobre jantar com minha mãe e Carlisle, e tinha a sensação de que não queria saber de jeito nenhum. De qualquer jeito, tive de me conformar com a ideia de que não era eu quem escolhia aquilo. As piores coisas da vida vêm de graça.

— Você sente falta dele, Bella? — Carlisle indagou, franzindo o cenho.

Eu ri amargamente, desviando meus olhos para a cozinha. Novamente, eu não queria que ele visse as lágrimas que se acumularam nas bordas de meus olhos. Eu ainda não havia superado isso, sempre que eu falava ou pensava nele, meus olhos idiotas se enchiam de lágrimas que eram com muito esforço, paradas. Tudo que eu não desejava era ficar como uma morta-viva que chora pela perda de seu… sei-lá-o-quê.

— Se eu sinto falta dele? — Eu ri novamente, uma forma de defesa sarcástica. — Acho que já passou do estado de “sentir falta”.

Limpei discretamente com o lado exterior do dedo indicador uma lágrima que deslizou por minha bochecha e permaneci olhando para qualquer lugar onde o olhar compadecido de Carlisle não estivesse. Eu não queria vê-lo com pena de mim, não queria que ninguém sentisse isso por mim. Eu não precisava daquilo, já bastava tudo que eu já sentia por mim mesma. Os sentimentos de outras pessoas — com apenas uma ou duas exceções — não me importavam.

— Bella, eu sinto muito. — Ele disse mais uma vez. — O que eu posso fazer por vocês?

— Nada. Ninguém pode fazer nada senão nós mesmos. E eu não vou até onde ele está, então só Edward pode fazer algo quanto a isso. Obrigada mesmo assim por… — pigarreei — estar se oferecendo.

Por estar se sentindo culpado — era o que eu queria dizer.

Eu falei poucas coisas com ele depois daquilo e aproveitei para sair quando ele declarou que tinha que resolver alguns problemas. Eu até cheguei a perguntar se Carlisle queria uma carona, alguma coisa desse tipo para parecer gentil, mas ele negou, dizendo que o lugar aonde ele ia era perto demais para se preocupar em ir de carro. Somente assenti enquanto trancava a porta dianteira e ia para a garagem.

Não preciso dizer que quando eu fui para o aeroporto, tudo que eu queria era voltar para minha casa e ver Edward lá, arrependido e dizendo que me aceitava mesmo depois de tudo. Queria escutá-lo falando que me aceitava de volta, que sentira minha falta. Queria que ele mentisse um pouco para mim, dizendo que precisava de mim, que me amava. Mas, apesar disso tudo, eu precisava mesmo era colocar em prática tudo que eu havia dito a mim mesmo essa manhã.

Então, quase sem nenhuma hesitação, pedi a passagem que me levaria para Cambridge.

Eu não me arrependeria por estar realizando o sonho que eu tinha desde criança.

POV Edward.

A minha vida era uma inteira merda. Em todos os sentidos possíveis.

Ah, mas tem gente que está morrendo de fome… de sede… de frio…

Eu tinha certeza de que eu preferia estar morrendo de fome, sede e frio do que estar vivendo esse caos dos infernos que o apartamento virara. Ou talvez ele não tivesse sido transformado em momento nenhum, eu apenas estava passando mais tempo aqui e percebendo a grande merda que era viver com Alice e Tanya, ambas raivosas demais para falar uma palavra sem ser gritando no meu já machucado ouvido.

Deveria nunca ter contado a ela sobre Isabella, deveria ter deixado que ela fosse atrás de sua amiga por ela mesma. Era preferível a ter meu ouvido quase estourado no momento em que ela me escutou falando aquilo de modo muito alterado para ser normal. Eu somente a contara devido à raiva e me arrependia amargamente daquilo.

Normalmente, eu não era muito coerente quando estava em estado colérico e… isso só se aplicava a situação de Alice… ou era o que eu tentava me convencer — sem muito sucesso — toda vez que eu pensava em Isabella Swan e seu rosto cobertos de lágrimas. E, por fim e pior, sua voz chamando falhamente o meu nome em uma esperança quase falha para a minha mente possuída de raiva.

Se ela tivesse me chamado mais uma vez, eu com certeza desistiria daquela minha posição arrogante e falsa e me viraria para ela. Claro que eu não estaria calmo — não tanto quanto eu gostaria —, mas pelo menos escutaria o que ela tivesse a dizer. A me dizer. Porque eu odiava vê-la chorando daquele modo arrasado e saber que fui eu quem causara aquilo a ela. A minha garota — ou que costumava ser minha.

Tinha certeza de que se ela soubesse do meu terror por suas lágrimas, teria usado aquilo a seu favor. E de certo modo eu esperava que ela fizesse aquilo, que me chamasse de novo e quisesse me explicar direito o que havia acontecido. Tudo que eu não esperava era ficar longe dela por todos os dias que fiquei, em meu orgulho doentio que só serviu para alimentar a raiva meramente infundada de Alice.

Então, a minha situação com Bella foi piorando gradativamente. Como que para esfregar na minha cara que era eu quem estava deixando as rédeas soltas. Eu deixei que o desastre acontecesse e sequer me impedisse disso. Deixei que a raiva crescesse dentro de mim — ainda no primeiro dia — a ponto de eu sequer pensar nela sem trincar meus dentes. Com o tempo, há mais tempo para refletir e refletir nem sempre era a melhor escolha… para eu que não sabia como era viver um dia sequer sem a minha Isabella.

Teria piorado, na verdade, se não fosse por Carlisle que apareceu no sétimo dia cujo eu estava longe dela, pronto para explicar tudo que havia acontecido juntamente com as motivações que ela teve. Eu não sabia como ele sabia, nem muito menos me preocupei com aquilo naquele momento, meu estado de quase desespero por notícias me deixou alheio a essas perguntas sem muita importância.

Tudo que eu sabia sobre Bella era em que cômodo da casa ela estava todo fim de noite. Era o quarto. Toda vez, depois do trabalho — no qual eu estava fazendo turnos extras somente para ficar longe da histeria de Tanya — eu passava de frente a casa dela porque eu era um maldito infantil que precisava agir feito um doente. Eu me achava tão hipócrita! Falava da infantilidade — a qual não existia — em Bella e acabava do mesmo jeito. Um infantil que não pode seguir em frente como prometeu que faria!

Enfim, eu passava de frente a casa dela porque precisava saber se ela estava em casa e em que cômodo exatamente. Toda vez eu sentia vontade de invadir a casa, mas junto com essa vontade, vinha a outra que era de culpá-la e gritar na cara dela que ela era uma destruidora de famílias. E eu não apreciaria se isso acontecesse, se ela acabasse com o rosto molhado de lágrimas novamente e por minha culpa nessa merda.

E era por isso que eu não me achava ainda capaz de olhar para ela normalmente, sem que meu rosto se contorcesse de desaprovação ao mesmo tempo em que minha mente registrava a felicidade a qual eu sentiria de vê-la olhando para mim. E, contudo, isso não valeria de nada se seus olhos estivessem cheios de lágrimas que eu formara.

Eu estava procurando algo na geladeira à noite quando Carlisle, que já tinha a chave, entrara no apartamento, seus olhos varrendo a sala a procura de alguém. Ele logo se deparou comigo e sorriu contidamente, erguendo os ombros ao caminhar a minha direção.

— Edward? — Ele me chamou.

Apenas levantei meu rosto lívido para ele, esperando que continuasse. Carlisle, ao contrário de Alice, já havia se acostumado com o meu silêncio quase constante e sempre murmurava um “Eu entendo, filho” enquanto dava batidinhas em minhas costas. Ah claro que ele entendia! — eu pensava sarcasticamente. Ele, afinal, passou pela mesma situação que eu e namorou uma garota que era uns cinco anos mais nova e depois descobriu que fora ela quem colocara seu pai na cadeira.

Quem nunca passou por isso? Essas bostas eram sempre muitos normais.

O que mais me irritava em tudo isso era que logo com tantas pessoas para escolher ficar, eu escolhi logo ela. Às vezes eu achava que essa maldita vida tirava uma com a minha cara sempre que tinha a oportunidade. E o pior de tudo isso é que Isabella era uma pessoa que eu tinha a necessidade de estar perto, de saber como ela está. Simplesmente não conseguia cogitar a ideia de ficar sem ela por perto muito mais tempo do que eu passei.

— Você, hum, sabe a história que aconteceu entre eu e Renée, não é? — Carlisle perguntou, recebendo somente um balançar afirmativo de meu rosto. — Então… eu e ela nos conhecemos antes disso, algumas semanas antes que ela se casasse com Charlie Swan e essa é uma história que somente eu e ela sabemos.

Eu quase podia deduzir o que vinha a seguir.

— Sabe, quando se é jovem se faz muita besteira… sabe bem disso. Ainda é jovem, afinal. — Ele se encostou ao balcão que tinha ao meu lado e olhou para o chão, reprimindo um sorriso nos lábios. — Renée e eu nos conhecemos no final do ano… no ano novo, se bem me lembro. Não foi como se apaixonar, eu sei disso… foi somente uma coisa do momento e eu tenho a certeza de que você está entendendo o que eu quero dizer.

— Não. — Mas eu não estava negando para a sua última afirmativa e sim para a ideia concreta que se formou em minha mente assim que ele me olhou.

— Ela estava machucada e eu só quis ajudar como amigo. — Explicou. — Foi antes de Esme e você aparecerem, claro… eu nunca trairia a Esme desse jeito.

— Então o que você está dizendo é que…

— Renée acha que Bella é minha filha e faz sentido, os dias batem. Nós vamos fazer o exame de sangue semana que vem. — Disparou.

— O quê? — Eu perguntei, franzindo meu cenho. — Já marcaram? Você falou com…

— Sim, hoje. Acabei de voltar do jantar com Bella e Renée.

O fitei incrédulo por alguns segundos, até soltar a prova que entregava a minha verdadeira dúvida no momento:

— Como ela está?

— A Bella? — Ele perguntou e levantou os ombros. — Ah, Edward, eu realmente não sei. Ninguém tem certeza de nada quando se trata de Isabella Swan.

Eu assenti. Ele tinha completa razão.

Esperei que Tanya estivesse mais calma quando eu fui forçado — por mim mesmo, mas ainda sim era uma obrigação — a caminhar até o final do corredor, onde ficava o quarto onde ela se abrigava todas as horas dos dias, saindo somente para comer. Esperei que ela estivesse dormindo, assim não teria de lidar com o seu temperamento forte e conflituoso o qual estava sempre mudando.

Uma hora ela estava feliz e em outra estava gritando com todo mundo por besteiras como cortinas abertas. A doutora que a examinou falou que era normal por causa de sua gravidez, mas a ideia de que Tanya estava se aproveitando daquilo para ser rabugenta não saia de minha cabeça.

Infelizmente, quando coloquei meu rosto para dentro do quarto, notei que ela estava muito bem acordada, lendo um livro. Inspirei quase com violência, eu estava precisando pedir paciência a Deus porque em dias normais, não seria eu a lhe paparicar e levar um copo de água junto com o comprimido. Afinal, ela ainda não tinha as suas pálidas e magricelas pernas? Poderia muito bem marcar a hora em que ela tomava essa merda e ir até a cozinha. Sabe, andar um pouco fazia muito bem e receber luz solar também.

Essa, no entanto, não era uma situação normal. Ela estava grávida e tinha isso para argumentar quando eu lhe resmungasse algo. Tanya fazia questão de esfregar na minha cara que aquele bebê que ela carregava tinha o meu material genético e por isso eu tinha que assumir minhas responsabilidades. Ela citava exatamente a mesma frase que eu a havia falado algumas semanas atrás.

Eu me arrependia amargamente de tudo que eu lhe falei naquele dia.

— Edward. — Ela sussurrou. — Você vai trabalhar essa noite?

— Sim.

— Por que não fica um pouco aqui comigo? — Perguntou, baixando seus olhos claros para as mãos. — Comigo e com o nosso filho?

— Tanya…

Porque, ao contrário de Bella, ela sabia bem de minhas fraquezas e usar o “nosso filho” na frase contribuiu para que eu chegasse a cogitar a ideia. Até que não era má… um dia não faria mal mesmo.

— Você está fazendo extras, não é? Sendo assim, fique aqui comigo… por favor. Só hoje.

Eu tencionei o meu maxilar e olhei para o lado onde estava seu closet e a porta para a suíte que tinha em meu antigo quarto.

— Vem cá. — Chamou-me, estendendo a mão magricela em minha direção.

Como eu falei antes, o humor de Tanya mudava muito rapidamente e amanhã eu tinha a plena certeza de que ela estaria gritando até com a poeira que ousasse passar por perto dela. E então, sem escolhas, eu fechei a porta de seu — agora — quarto e caminhei até o centro do quarto que era onde ficava a sua cama. Deixei o copo com água em cima de seu criado-mudo e me sentei ao seu lado, sentindo-a, antes mesmo de eu olhá-la, se agarrar a mim como nunca fez.

Quem fazia aquilo era a minha Isabella, não ela. Tanya costumava dormir virada para o seu canto da cama e até a alguns meses atrás eu achava melhor dormir daquele jeito. E aí eu conheci Bella e o conforto que ela oferecia quando enrolava as pernas com as minhas e respirava perto de meu pescoço.

— Edward. — Ela sussurrou de novo e seus dedos sempre gélidos viraram meu queixo para a direção em que sua voz vinha. — Por que não ficamos juntos de novo? O nosso filho seria muito mais feliz vivendo em uma casa com pai e mãe, você sabe disso. — Ela acariciou a linha de meu maxilar e se sentou melhor na cama.

Tanya se levantou a ponto que seu rosto estava a mesma altura que o meu, em vez de abaixo.

— Você não ouse colocar o bebê nisso. — Murmurei, trincando mais uma vez meu maxilar de raiva. — Eu fui bem claro quando lhe falei que não há mais jeito para eu e você e que é somente pelo bebê que você espera.

— Mas eu pensei que você tivesse acabado com o caso que tinha com Isabella. — A sua voz já falhava, um aviso prévio para as lágrimas que viriam a seguir.

— Isso não significa que eu a tenha esquecido.

Ela me olhou com raiva e lentamente, tirou o braço de cima de mim, possibilitando a minha saída imediata do seu lado. Evitei olhar para os seus olhos, não queria ver aquelas lágrimas que estavam sempre caindo após cada tentativa falha que ela tinha de tentar reatar o noivado comigo. Eu confesso que até tentei voltar a sentir alguma coisa por Tanya, pelo menos uma fagulha do ardor que eu sentia antes, mas… nada.

Ficar com Tanya era mais certo do que ficar com Bella. Eu sabia disso, todo mundo sabia e, no entanto, dentro de mim não havia vontade alguma de colocar em prática — eu era permanentemente contra fazer aquilo. Ficar com Bella era mil vezes melhor do que ficar com Tanya, essa era uma verdade a qual só eu sabia.

E então, na segunda semana em que eu fiquei separado de Bella, Carlisle chegou ao meu apartamento e falou que havia feito o teste. O resultado era positivo e a minha garota estava arrasada — ou pelo menos foi isso que ele pôde entender ao escutar a conversa dela com sua mãe por trás da porta.

Eu não pensei duas vezes antes de pegar a minha chave do carro e sair do meu apartamento e rumar para a casa de Bella. Daquela vez eu entraria. Não fui racional e nem mesmo me perguntei se talvez ela estivesse em casa, tudo que eu fiz foi ser um afobado e fazer o que deu na telha.

Mas, sim, para a minha felicidade ela estava em casa. Quando eu a olhei, percebi que eu fui idiota ao pensar que eu poderia um dia sentir ódio por aquela garota que tinha os olhos inchados e vermelhos de lágrimas, o rosto pálido. Essas duas semanas longe dela, pensando sobre o que eu deveria fazer, se transformaram em pó assim que eu escutei sua fala rouca e sussurrada ao abrir a porta e se deparar comigo.

— Edward? — Sua voz era indecifrável.

Se ela estivesse com raiva e quisesse me dar um soco que me doeria pelo resto da semana, eu não me importaria. Valeria a pena.

— O que você está fazendo aqui? — Seus olhos se encheram de lágrimas.

Eu não tive reação nenhuma a não ser puxá-la para meus braços e abraçá-la ao mesmo tempo em que meus lábios ansiosos procuravam pelos seus. Isabella Swan era a minha ruína. Sempre seria.


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Notas finais do capítulo

Parabéns a quem sempre desconfiou haha ♥ enfim, eu sempre me pergunto qual é o problema de escrever um simples comentário dizendo que gostou ou sei lá o quê do capítulo. Isso tudo que eu vou falar. Posto quando eu achar adequado. Quem quiser spoiler é só dizer no review ou me mandar uma mp, tanto faz. Bom dia.