Enjoy the Silence escrita por Meggs B Haloway


Capítulo 15
XIV. Verdades difíceis.


Notas iniciais do capítulo

Animada pela aparição de Daario Naharis em Game of Thrones, aqui estou eu postando ♥ haha. Gente, a cada capítulo que eu posto, eu ganho 6/7 leitores que eu simplesmente não vejo comentando. Seria super legal se vocês, tipo, comentassem para eu ter uma ideia se vocês estão gostando ou não ♥ enfim, é isso. Semana que vem posto novamente dependendo de vocês e espero que gostem ♥



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Minha única reação entorpecida foi assentir, umedecendo meus lábios com a minha língua. Ele se foi sem sequer se despedir ou olhar para trás enquanto caminhava a passos largos para o carro novo que ele havia comprado alguns dias atrás. Um Volvo preto que eu achara a sua cara quando vi pela primeira vez. Edward não hesitou antes de dar partida, dirigindo para longe de mim.

Eu não chorei quando entrei em casa, as lágrimas secaram em meus olhos sem muito alarde e não voltaram por muito tempo. Não choraria por Edward, ninguém além de mim mesma merecia minhas lágrimas — pelo menos era aquilo que eu tentava me convencer com presunção. Eu poderia ser esnobe somente por aquele momento, era para o meu bem.

Tomei café-da-manhã como se nada tivesse acontecido e voltei para a cama, dormir fazia bem para deixar a mente distraída por algumas horas. E era daquilo que eu estava precisando pelos próximos dois dias ou pelos dias que eu ainda me lembrasse de Edward e ansiasse sua presença. Era claro o suficiente para que eu percebesse que de um jeito ou de outro eu não passaria o dia todo dormindo, havia momentos em que eu me lembraria dele.

Tudo bem, eu não sabia se o que ele me falara era um término definitivo de todo e qualquer relacionamento que tivemos um dia, mas eu não queria criar esperanças dentro de mim e tentar enxergar alguma prova que não era. Que ele voltaria, pediria desculpas e voltaríamos ao normal depois de todas aquelas palavras.

Eu sabia bem que não havia certezas no que eu tinha com ele e escutá-lo dizendo isso daquele jeito acabou comigo. Era mais do que uma simples suposição, era uma confirmação de que eu não passaria de uma mera e passageira amante para ele. Um abrigo quando sua noiva não estivesse carinhosa o bastante com ele. Nos termos disso também dizia que meus sentimentos deveriam ser ignorados.

Se ele conseguia evitar o que eu sentia por ele, eu era ao contrário. Eu estava sentindo, era em mim que a dor era presente toda vez que alguma memória dele alertava em minha mente. Por exemplo, Edward murmurando que eu não sabia sobre as implicações que haviam em fazer amor comigo. Fazer amor. Não sexo. Se ele se referiu daquele jeito ao que faríamos se fôssemos para cama, era por que ele tinha sentimentos por mim, não era?

Eram apenas palavras, eu sabia, mas havia também todo o cuidado que ele havia comigo, a preocupação e tudo aquilo. Eu tinha pleno conhecimento de que aquilo não havia sido apenas fantasia de minha mente, ele se preocupou comigo. Havia sentimentos no ato de se preocupar, não havia? Eu esperava de verdade que houvesse.

Tomei banho e escovei meus dentes com movimentos automáticos, não notando verdadeiramente o que eu estava pegando. Eu não estava pensando em nada em especial, estava na verdade desgastada demais para executar o ato de pensar em Edward e eu não queria sofrer muito mais que aquilo. Ser fraca era uma droga, se permitir era pior ainda. Nenhum tipo de dignidade era demonstrada.

Fui para a piscina e executei meu propósito com sucesso: esquecer um pouco das merdas que vinham acontecendo. Nadar funcionou naquele dia, finalmente, e eu esperava que continuasse. Só ousei cogitar parar com as minhas braçadas furiosas quando percebi que os músculos das minhas pernas estavam começando com a maldita câimbra que era obra do diabo para pessoas que amavam nadar.

Sentei-me na divisão que tinha da piscina infantil para a funda e suspirei, abaixando meus ombros. Fiquei até começar escurecer e depois, quando estava ventando tanto que meus dentes estavam batendo de frio, me encorajei o suficiente para sair da piscina. Assistir algo talvez fizesse bem, quem sabe ler? Não drama, queria algo que tudo acabasse bem no final e me mostrasse não era por causa de Edward que o mundo acabaria.

Eu encontraria alguém que eu gostasse assim como gostei dele e se não acontecesse, não havia problemas. Voltaria ao meu plano de ser autossuficiente e morar em uma casa com piscina e um cachorro. O aspecto perfeito de vida para mim.

Fiquei um tempão tomando banho, tirando pelo menos metade do cloro que tinha em meus cabelos longos. Meu ouvido estava entupido quando eu saí enrolada na toalha branca e felpuda. Para não piorar a situação, sequei meu cabelo com o secador e vesti uma blusa de manga com um short solto. Mesmo que não estivesse fazendo calor, eu precisava ficar melhor até de noite, eu precisava dormir assim que me deitasse.

Meus planos de assistir episódios de séries e comer chocolate de panela no jantar foram de água abaixo quando a minha campainha tocou. Esperei que fosse Edward que estivesse no lado de fora, pronto para pedir desculpas por suas atitudes estúpidas de mais cedo, mas o padrão que usávamos não tocou. Aquilo não foi o bastante para me desencorajar, afinal ele também não usara o padrão hoje.

Corri para a porta e tentei não demonstrar minha felicidade ao abri-la. Minha decepção foi quase palpável quando eu notei que não era Edward e toda sua estatura e sim minha mãe que era baixinha e ruiva, os ombros encolhidos ao notar quando minha expressão decaiu para uma desapontada.

— Como…? — Franzi meu cenho, aturdida.

— Bella, nós temos muito que conversar, eu sei. Você poderia apenas me deixar entrar, por favor? — Renée parecia quase desesperada ao olhar para os lados e apertar o cardigã escuro em seus ombros.

Eu assenti e abri mais a porta de modo que possibilitasse sua entrada em minha sala a qual ela avaliou assim que pôs os olhos. Demorei alguns segundos vendo se na rua não tinha alguém que tivesse a acompanhado até aqui e fechei a porta. Hesitei antes de me virar, não tendo a certeza se eu queria mesmo olhar para ela, conversar como ela parecia disposta a fazer.

Mas o fiz no final de tudo. Minha mãe parecia tão desgastada, como se houvesse dias que ela não dormia uma noite inteira e eu quase me achei culpada por aquilo. Seria eu quem tirava seu sono? Não gostava da ideia, odiava fazer alguém pensar tanto em mim que chegava a ser cansativo. Eu não era o tipo de pessoa que levava memórias boas para a mente dos outros em minha ausência.

Abaixei meu rosto para suas mãos, caídas ao lado de seu corpo. Estava tremendo e quando eu voltei meus olhos para cima de novo seus olhos estavam marejados e tão vermelhos quanto seus cabelos. Renée não hesitou antes de caminhar em passadas largas para mim e se jogar em meus braços. Eu também não hesitei, surpreendendo-me com o desejo que eu tinha de abraçá-la.

— Ah Bella! — Ela sussurrou. — Eu senti tanto a sua falta. Você não consegue imaginar como é aquela casa sem você, meu amor.

Eu assenti, o rosto pressionado contra seu ombro. Tentei não chorar também, eu não queria perder o controle que me custou a conseguir de meus olhos teimosos e marejados. Abraçá-la me fazia lembrar Forks, no tempo em que passávamos a maior parte do dia sorrindo e trocando abraços repentinos. Gostaria de poder voltar àqueles tempos onde tudo era tão fácil quanto piscar os olhos.

E feliz também. Ah! Não podemos esquecer a felicidade que rondava a nossa casa, quase não havia tempo ruim. Eu daria tudo para voltar e poder refazer e sentir mais uma vez aquela sensação maravilhosa que a rotina me dava, de segurança como se nada de ruim pudesse me acontecer. Nem a ninguém de minha família.

— Mãe… — Ciciei.

— Sim?                                                          

— Como sabia onde eu estava? — Indaguei.

— Perguntei àquele… como é o nome dele mesmo? Edward! Ele me disse. Faz uma ou duas semanas.

Eu precisei de um momento para me separar dela, segurando os ombros frágeis e lhe olhando com o cenho franzido. O que ela falava era quase como matemática: eu não conseguia entender nem mesmo que repetisse mil vezes o assunto em minha cabeça. Não consegui ligar as palavras e minha mente parecia um rebuliço quando escutei o nome dele, minha mãe o falando tão simplesmente.

— Edward? — Sussurrei.

— Sim, Bella, ele mesmo. — E então um sorriso malicioso nasceu em seu rosto. — Eu lhe vi com ele quando você ainda morava lá… o vi lhe beijando e vi que você não pareceu nem um pouco incomodada.

Meu rosto corou tanto que eu quase podia escutar em meu ouvido a pulsação oca de algum lugar. Eu não sabia pelo o quê exatamente eu estava me sentindo constrangida: Seria o fato de minha mãe ter me visto beijando Edward ou o fato de ele ter uma noiva? Ela certamente sabia disso, embora fosse discreta para não comentar alguma coisa daquelas.

— Deduzi então que ele sabia sobre o seu paradeiro. Pareceu muito íntimo o modo como vocês se beijaram, algo que não era passageiro… — Queria eu, pensei amargamente. — e confirmei isso quando ele me informou onde você estava. Não o culpe, por favor, ele só estava sendo gentil.

— Não vou. — Prometi. — Acabamos tudo hoje de qualquer jeito, então… — Dei de ombros, fingindo não me importar muito. Uma mentira enorme. Ninguém precisava saber do meu fingimento.

 — O quê? — Renée parecia horrorizada, segurando meus ombros sacudindo-os. — Como? Por quê?

— Mãe — Eu comecei, mordendo meus lábios. —, isso não importa agora. Por que não me conta o que está fazendo aqui? — Sugeri.

Ela assentiu suspirando, Renée me conhecia bem demais para saber que quando eu desviava o assunto era porque estava desconfortável e provavelmente não iria voltar a falar nele nem mesmo que ela se ajoelhasse aos meus pés e implorasse. Eu pude ver em seus olhos enquanto jantávamos lasanha de micro-ondas — que eu já estava começando a enjoar de tanto comer aquele troço vermelho — que ela queria mesmo saber o que havia acontecido. Mas não. Era complicado demais.

Ninguém nunca entenderia o quanto doía não ter Edward por perto, nem mesmo que eu explicasse o mais detalhadamente possível. Era uma dor… que minha mente definia como justa. Justa porque eu sabia desde o começo que iria sentir, porque já esperava por ela cada dia que se passava, cada sorriso que ele dava, cada noite cuja ele dormia me abraçando daquele jeito o qual sempre me fazia dormir mais cedo.

E eu sentia falta dele pra caramba. Mais do que eu senti de qualquer outra pessoa que já havia passado pela minha vida e ido embora. Típico. Por quem mesmo eu quebrei todos os meus valores sem pensar duas vezes ou hesitar? Eu não havia feito isso para ninguém senão Edward.

— Como era com o Carlisle? — Eu perguntei.

Ela virou os olhos arregalados para mim, a expressão horrorizada com o que eu acabara de perguntar. Não consegui detectar onde estava o problema. Tudo bem que de vez em nunca falávamos dele, mas eu considerei que era um caso passado e era livre para fazer perguntas. Certo?

— Bella. — Sua voz foi repreensora, seus olhos baixos por algum tipo de vergonha.

— Só estou perguntando como foi a sua relação com Carlisle. — Expliquei, abaixando meus ombros.

Ela olhou para o lado, e se encolheu.

— Foi bem, ele era maravilhoso e… — Respirou fundo e pressionou os lábios, abaixando seu rosto. — nunca poderia imaginar que ele faria algo com você.

— Mãe…

Todo o meu lado humanitário e de compaixão aflorou dentro de mim quando ela passou uma parte da mão contra a bochecha, limpando uma provável lágrima que escorreu por seu rosto que assumira uma palidez atípica. Engoli em seco, olhando para a mesa que parecia mais interessante que minha mãe chorando por uma coisa que sequer acontecera. Uma coisa a qual eu havia forjado por interesses próprios.

Quando nos mudamos para Los Angeles moramos de início em uma casa pequena e de vez em quando Renée ia para o meu quarto. Eu fingia que estava dormindo por indisposição, não queria conversar sobre nada, eu sempre lhes dizia que estava bem, que nada havia me acontecido. Fisicamente eu só estava com umas escoriações, mas tinha um buraco doloroso em minha mente que nunca sararia.

Eu a escutava chorar quase toda noite e eu sabia bem que era por causa de Carlisle, sabia a dor que ela sentia por ter se enganado tanto. Naquela época eu sequer sentia pena, eu era infantil demais para pensar com clareza sobre o assunto. Foi pior a partir dos quinze anos que toda maldita noite eu pensava sobre ele, sobre suas mãos apertadas que tentavam me fazer parar.

E depois seu grito: — Isabella! Ele só queria que eu parasse, prestasse atenção nele e sentisse algum tipo de pena dele. Pena que só nasceu alguns anos depois junto com o nojo por mim mesma. Foi fácil se acostumar com a ideia de que eu era um monstro frio, calculista e impulsivo.

— Mãe… — Eu a chamei de novo, com os olhos marejados.

— Sim, querida? — Seu tom era carinhoso. O gesto era pequeno, mas reforçou a ideia de que Renée não merecera nada que eu a fizera passar.

— O que a senhora teria feito se Carlisle fosse inocente? Tentaria continuar com ele? Nunca teria ficado com o papai de novo?

— Bella, o Carlisle era melhor que Charlie em quase todos os aspectos. Então, sim, eu nunca teria me separado dele. Você tinha de perceber o quanto ele era bom e puro… quase não condiz com a atitude que ele teve.

Já estava na hora de acabar com tudo aquilo, eu decidi isso quando ela sorriu apaixonadamente. Eu poderia jurar que ainda tinha algum pingo de amor por ele encubado dentro dela, mesmo que fosse reprimido pelo amor e proteção que ela sentia por mim. Não era de hoje que eu vinha pensando em fazer aquilo, era desde os meus quinze anos e já estava mais que na hora de tomar coragem.

Era uma coisa difícil a se fazer e durante aqueles breves segundos que a olhei, pensei várias vezes em desistir, deixar para lá. Fazia tanto tempo, afinal, que as coisas haviam ficado como eram, as pessoas já haviam se acostumado com a ideia de que eu era a vítima de toda a história. Demorariam um tempo muito maior para vê-lo como vítima, alguns até duvidariam do que eu havia falando.

— Quer me falar algo, meu amor? — Ela estendeu a mão, driblando todos os pratos vazios que havia no caminho. Ela acariciou minha mão fechada em punho quando a alcançou.

— Sim… eu quero. — Minha mãe me olhou com expectativa, inclinando o tronco na minha direção. — Mãe, eu… eu menti… eu venho mentindo todos esses anos. — As lágrimas escorreram sem freio por minha face quando ela acariciou minha mão de novo. — O Carlisle ele… ele não… Mãe, o Carlisle é inocente. Eu forjei tudo, eu rasguei a minha blusa, as marcas em meus braços foram ele tentando me parar, meus lábios fui eu que machuquei.

— Bella. — Ela riu de nervoso, sua mão deslizando discretamente para longe da minha. — Não brinca com isso.

— Eu não estou brincando. Estou falando sério. — Insisti.

Minha grande vontade era começar a rir e dizer que era uma pegadinha, desmentir tudo isso com o máximo de astúcia que eu conseguisse. Queria desfazer aquela expressão horrorizada de Renée, queria voltar atrás de tudo que eu disse, mas já era tarde demais. Eu havia escolhido ser honesta, falar a verdade — pelo menos uma vez na vida — e tinha de lidar com as consequências.

Se eu tivesse sido boa logo no início, ser honesta não me pareceria um fardo, seria tão fácil como respirar.

— Isabella, você tem uma chance de negar e dizer que é tudo mentira.

— Lembre-se do Carlisle, mãe — Apelei, buscando suas mãos que fugiram —, lembre-se de como ele só queria o meu bem, de como ele era bom para a senhora. Ele tinha uma garota como filha, não era? Alice Cullen e tinha um filho também. Edward, e sim, o mesmo que trabalhava lá na casa de Charlie, o mesmo que a senhora me viu beijando.

Ela arfou e seus olhos ansiosos procuravam algum lugar para prender a atenção.

— É um mundo pequeno, eu sei. — Funguei e limpei com o meu braço as lágrimas que não paravam de vir, fazendo meus olhos arderem dolorosamente. — Eu me sentia péssima toda vez que olhava o quanto a senhora estava sofrendo, eu me senti péssima quando o Edward e a Alice me contaram alguma coisa de suas famílias. — A garanti como se aquilo fosse o bastante para excluir meus erros. — Céus, eu sinto tanto!

Renée negou com o rosto, fungando e pressionando os lábios em uma linha reta e fina avermelhada pelo seu batom que resistiu mesmo até depois do jantar. Ela se levantou da mesa e tateou até encontrar sua bolsa que não estava muito longe de mim. Era como se minha mãe não quisesse olhar para mim.

— Sentir muito, Isabella, não desfaz nada.

E foi assim que se passou uma semana inteira, eu remoendo os momentos dolorosos com Edward e Renée várias vezes em minha mente e tendo a companhia somente de Alice que sempre comentava sobre o quanto eu estava deprimida. Assim como seu irmão. As coisas com a noiva, dizia ela, estava a mesma coisa, estavam brigando como dois animais quase toda noite e ela já não aguentava mais aquilo.

Eu pensei que as coisas entre eles estivessem andando bem já que ele não negou o fato de ter se atrasado por estar ocupado demais com Tanya. Talvez as coisas tivessem piorado depois daquela noite ou sei lá o quê, eu estava cansada de tentar adivinhar o que tinha acontecido com ele. Se ele estava bem, se estavam cuidando bem dele. Estava cansada de pensar em Edward e não poder ir atrás dele.

Foi depois que Alice comentou sobre seu pai estar esperando um tipo de documento que o colocaria fora da prisão. Ela não sabia o nome, esquecera, já eu tinha-o na ponta da língua: Habeas Corpus. Ela falou também que Edward e Tanya — que era a advogada de Carlisle — estavam, tipo, se esforçando demais para conseguir, mas ela desconfiava que Tanya não estava se empenhando tanto em conseguir.

Ela estava cansada toda hora, mesmo depois de se acordar.

Alice dormiu no quarto seguinte ao florido naquele dia, ela pediu encarecidamente asilo contra aquele hospício que era o apartamento que ela dividia com Edward e sua noiva dos infernos. Não hesitei antes de dizer com alegria que ela poderia ficar quanto tempo ela quisesse, era bom ter companhia de vez em quando. A solidão era uma coisa que não dava para se acostumar com o passar do tempo e como Edward passava a maioria de seu tempo comigo, eu meio que me desacostumei com a minha rotina solitária.

Alice ficou até a tarde do outro dia comigo, falando e me ajudando a comer todas as besteiras que tinham no armário. Eu gostei de ter companhia pelo menos até metade do dia já que eu tinha certeza que mamãe nunca mais atenderia minhas ligações nem muito menos desejaria ver minha cara por muito tempo. Pois é, essas eram as consequências da verdade em um passado sujo por mentiras.

E depois a baixinha teve de ir embora com um sorriso largo ao dizer que tinha um encontro com o Sr. Withlock que só depois de pensar muito eu descobri ser Jasper. Ela não me explicou como havia conseguido falar com ele nem muito menos o encantar tanto a ponto de fazê-lo chamá-la para um encontro. De qualquer jeito, eu estava feliz que Alice tivesse encontrado alguém decente e livre somente para ela.

Ser a única na vida de algum homem deve causar uma sensação boa. Sensação da qual eu nunca provei.

Eu estava observando as pontas dos meus cabelos atentamente quando alguém tocou na minha campainha, inúmeras vezes aquele troço gritando para que eu fosse atender a maldita porta. Resmunguei palavrões enquanto corria escada abaixo, parando na porta, esforçando-me nas pontas dos pés para conseguir ver no olho-mágico. Não vi muita coisa, no entanto. Só cabelos cor-de-bronze que eu conheceria em todo o lugar que eu fosse preenchendo a visão limitada.

Mal abri e seus braços já estavam me esmagando contra ele, o cheiro de álcool se misturando com o cheiro de seu perfume. Juro que tentei me afastar, gritar e perguntar o que ele estava fazendo na minha casa já que sua mensagem anterior foi clara como água para mim. Seus braços estavam apertados demais para pensar em fugir, então somente fiquei parada, as mãos pousadas em suas costas.

Edward não falou nada ao pegar meu rosto quase grosseiramente em suas mãos e me beijar com aquele gosto de álcool que estava me enjoando. Não importava que gosto tivesse o beijo dele, o importante era que o beijo de Edward era sempre tão envolvente que eu me rendi em apenas segundos. Não havia motivos para se lutar quando a batalha estava perdida. 


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Notas finais do capítulo

Comentem, sim? ♥ beijos.