A explosão me empurrou para trás. Eu senti algo molhado na minha blusa, levantei e vi que a minha pele estava em carne viva. Estava saindo muito sangue. Terei que voltar para aquele hospital. Que droga.

Quando sai do meu mundo de pensamentos, reparei que Gui estava conversando com alguém. Ou melhor, discutindo. Me aproximei e vi que ele conversava com meu melhor amigo, Leo. Eles estavam discutindo sobre alguma coisa de amor, e eu sei que eu ouvi meu nome no meio da conversa. Eu perguntei sobre o que eles estavam conversando, e eles me olharam assustados e tentaram mudar de assunto.

Eu olhei para eles e perguntei:

-Vocês vão ou não me dizer sobre o que vocês estavam conversando?

Leo abriu a boca para falar, mas Gui deu um soco nele. Assim eles começaram a brigar. Eu gritei para eles pararem, mas eles só me ignoraram e continuaram a se estapear.

Sai correndo dali.  Pulei o muro, queria sair dali logo. Entrei em um lugar cheio de cercas, a maioria de arame farpado e, mesmo com os arranhões nas minhas pernas e nos meus braços, continuei correndo. Eu cheguei até o final daquele percurso tortuoso, e pensei comigo mesmo.

Será que aquilo não é culpa minha? Será que eu não causei aquilo?Eu sabia que eu já deveria ter me matado, mas não sabia o porque dessa sensação de culpa. Decidi esquecer tudo e voltar para casa, mas enquanto eu caminhava de volta, desmaiei.