O Retorno Dos Seis escrita por Mrs Pettyfer


Capítulo 37
Capítulo 35 - MATE-O


Notas iniciais do capítulo

hey hey!
Espero que gostem :D



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John fecha os olhos e sinto-o dormir lentamente. Sua respiração está normal, o que nos deixa tranquilos. Marina e Seis estão de pé, ao meu lado. Já Nove, está a nossa frente, encarando Setrákus. Ele se aproxima devagar, com sua cicatriz mais pulsante que nunca, seu sorriso gelado e sua pele cinza vibrante. O tecido preto que o cobre, arrasta na grama, fazendo o único barulho no local.

– Ora, ora, ora... – Setrákus Ra começa. – Parece que alguém adormeceu, não é mesmo? – Nove enrijece sua postura e tenciona seus músculos, se colocando mais perto de John e olhando fixamente para o vilão.

– Foi você, não foi? – Sete pergunta, de repente, fazendo Setrákus sorrir.

– Querida número Sete, o que você acha? Mas é claro que fui eu. Oito era um idiota que se gabava por ter poderes “incríveis”, mas na hora que a espada perfurou seu coração, seus legados não serviram para absolutamente nada. – Setrákus Ra gargalha, e Sete dá um passo à frente, sendo impedida de continuar por Seis, que coloca a mão em seu ombro.

Assim que tento levantar, John segura minha mão. Ele abre os olhos por um instante e depois aponta para Sete. Eu assinto e me levanto, cutucando o ombro de Marina que se coloca em meu lugar. Seis toma a frente e fica ao lado de Nove, esperando qualquer coisa de Setrákus.

– Ah, mas que lindo! – o Líder dos mogs grita. – Ela vai dar energia para o pequeno Quatro... – Ele diz, ironizando.

Marina se abaixa e encosta a ponta dos dedos em John, fazendo a energia azul vibrante percorrer todo seu corpo. John estremece, mas logo se levanta rapidamente. Ele passa por Nove e Seis e fica a frente dos dois, enquanto Sete fica atrás de Nove. Nós formamos uma pirâmide e ficamos pronto.

– Parece que seu plano não deu muito certo não é mesmo, Setrákus? – John grita. – Cadê o exército da sua raça nojenta para nos matar? Onde eles estão agora, hein?

Setrákus Ra cerra os punhos e antes que possa tomar alguma atitude, um objeto acerta sua cabeça. Olhamos para Malcolm, que está na porta de ferro da cozinha e ele corrige sua postura. Nesse exato momento, Seis parte para cima do vilão. Ela corre em sua direção, e tenta derrubá-lo, mas quando o faz, é pega pelos cabelos e jogada para trás com facilidade. Logo após é Nove que vai. Ele pega o bastão e pula, enfiando o mesmo no chão. A terra estremece e Setrákus cambaleia. Eu corro, passando por cima de Nove com um salto e derrubo o mogadoriano. Seguro seu pescoço e acerto alguns socos em seu rosto. A cicatriz roxa pulsa ainda mais, e de repente, sou jogado para cima de Seis, que rola para o lado, se livrando do peso que cairia em seu corpo.

Sarah é a próxima. Ela corre e pega uma espada com telecinesia. Quando está bem próxima de Setrákus, ela joga a espada para cima e se abaixa, passando pelo meio de suas pernas. Ele fica confuso e olha para trás.

E antes que possa olhar novamente para frente, Sete crava a arma no ombro do inimigo. Ela atravessa o ser e ele geme. Com telecinesia, dobro a lâmina e espeto a ponta em suas costas.

Sete continua parada na frente do mog, olhando-o tentar retirar a espada. Porém, tenta sem sucesso, já que a lâmina está em forma de anzol. Setrákus começa a se afastar aos poucos e de repente, ele “explode”. Suas cicatrizes se afastam do corpo, deixando-o sem formato. Cada linha cinza pairando no ar é um pedaço de sua pele. Ele retira a espada e a joga para cima de mim, mas paro-a no ar e depois a empunho. As cicatrizes voltam em direção ao vilão e traz sua fisionomia de volta.

Eu começo a me levantar, enquanto Sarah, Seis e Nove consolam Sete, que chora desesperadamente.

– Você não tem o direito de invadir um planeta só porque destruiu o seu! – Eu grito. E continuo – Você não tem direito nenhum de destruir vidas. Você estragou a minha família. Nossas famílias. Você envolveu pessoas que não precisavam sofrer por nós! Você já matou quatro de nós! Os ÚNICOS que restam de nossa espécie! Mas agora CHEGA! – Eu aponto a espada para ele, travando a batalha final. – Eu vou acabar com isso agora. Ou você me mata. Ou eu mato você.

Setrákus sorri gelado, mas não parece estar pronto para a luta. Eu caminho em sua direção, e ele na minha. Faço o primeiro ataque, tentando acertá-lo na região das pernas, mas ele em impede. Depois acerta meu rosto com um tapa, arranhando-o com as unhas. Eu cambaleio, mas não desisto. Volto para a briga e giro a espada no ar, tentando acertá-lo no peito. Inútil.

Jogo-me em cima do líder e nós caímos na grama. Rolamos um ciam do outro, acertando socos e chutes. Até que ele me levita no ar. Não consigo respirar e sinto meu sangue paralisar.

– Você é muito ingênuo, pequeno Quatro. Acha mesmo que pode me vencer? De verdade? Sem legados, sem ajuda de ninguém? Vocês, TODOS reunidos, não conseguiram causar nenhum efeito contra mim na antiga batalha. Acha mesmo que SÓ você conseguiria? Porque sinceramente, eu não acho.

E essas foram suas últimas palavras, até ele me jogar por cima do telhado e eu, sem poder fazer absolutamente nada, cair na estrada, quebrando, provavelmente, cada osso de meu corpo.

Tento me levantar, mas não adianta. Estou paralisado. Ouço alguns raios e trovões no céu e imagino que a verdadeira guerra tenha começado. Não consigo olhar para qualquer outro lugar a não ser o chão, então me concentro nos sons que vem de trás da casa.

De repente, ouço passos se aproximarem. Eles chegam cada vez mais perto e eu tento me mover, mas sou incapaz de tal ação. Temo que sejam agentes que me levarão para outra base mogadoriana e o pânico me invade.

– John! John, consegue me ouvir? – Uma voz masculina amadurecida pergunta.

Eu não consigo me mexer, muito menos falar, mas tento responder com um gemido.

– Ele foi paralisado... – Ouço Malcolm falar. Graças a Deus são pessoas amigas e não inimigas. –Vamos, temos que pegar a arca dele.

Ouço os passos se afastarem e depois voltarem mais rapidamente. Eles viram minha barriga para cima e colocam a arca perto de minhas mãos, com o cadeado virado para a mão direita. Ouço um estalo e a arca é aberta. Malcolm pega a pedra de cura e pressiona contra meu peito.

Minha intenção era de gritar assim que o efeito começa a surgir, porém não consigo. Estremeço e depois gemo. Sinto minha respiração voltar ao normal assim que meu nariz “descongela”.

O processo demora, sendo que não chegou nem na metade do meu corpo. Mas a dor não diminui. Eu tremo e enrijeço meus músculos. Quando meu braço está finalmente livre, eu apoio-o na estrada com tanta força que faço um buraco no asfalto.

– Aguente John... – Malcolm balbucia.

A dor cessa assim que sinto todo meu corpo voltar à vida. Malcolm afasto a pedra de meu peito e eu me levanto, correndo atrás de Setrákus. Pulo o Camaro e continuo a correr. Vejo Seis e Sarah tentando distrair o mogadoriano enquanto Nove luta contra o mesmo. Setrákus segura o chicote e tenta acertar aquele que se aproxima mais, porém nenhum tenta fazê-lo.

Eu sinto a energia revigorante chegar à ponta de meus dedos e tento acender meu lúmen. Nada. Tento mais uma vez, porém é em vão. O idiota é tão covarde que precisa tirar nossos legados para conseguir vencer.

– VOCÊ É UM COVARDE, SABIA? – Eu grito, alto o suficiente para que todos parem de fazer o que estão fazendo e se virarem para mim. – PRECISA MESMO TIRAR NOSSOS LEGADOS PARA VENCER?

Sinto Setrákus ficar furioso e rígido, porém sua ideia de nos deixar sem legados permanece em sua mente.

Mas que diabos você está pensando Quatro? Você acha mesmo que ele iria devolver seus legados? Jura? CARA, ele destruiu seu planeta, matou sua família, matou todos os lorienos, e você foi um dos que conseguiram escapar. Acha mesmo que ele vai devolver seus legados sendo que você é um dos únicos que pode destruí-lo. MATE-O. Faça-o sentir medo de você.

Nove? Mas como...

CARA, só faz o que eu te mandei, mermão...

Ok...

Balanço a cabeça após a estranha sensação de que Nove estava em meus pensamentos. Mas não vou negar que foi um ótimo incentivo. Começo a andar até o Camaro de Jones bem devagar. Peço-o que abra o porta-malas e assim que ele o faz, pego duas metralhadoras e uma pistola. Ouço sirenes soarem ao longe e penso que temos que nos apressar. Ou é matar Setrákus agora, ou ter que se explicar para a polícia depois. E aposto que Setrákus Ra não vai conseguir fingir que sua roupa é para uma festa a fantasia.

Coloco a pistola por dentro da calça, e penduro as duas metralhadoras nos ombros, empunhando-as. Vou em direção à luta calmamente. E óbvio que estamos perdendo. Setrákus ataca com seu chicote, e eles somente desviam, às vezes jogando pedras e gravetos.

Estou a uns cinco metros do mog, e começo a atirar. Jones e Malcolm me acompanham, segurando uma metralhadora em cada mão.

– POR LORIEN! – Jones grita e parte para cima de Setrákus. Ele atira com as duas mãos e, quando para de atirar e recarrega, joga uma pistola para Nove, que atira para distrair o inimigo, que está arqueado, cobrindo o corpo com uma capa, não deixando as balas penetrarem em sua pele.

Eu corro até o carro e pego mais armas, jogando-as para as meninas. Volto para a guerra e atiro na cabeça de Setrákus, porém ser surtir nenhum efeito. Mas, em um movimento rápido, ele se levanta e abre a capa, gritando. Um vento forte começa a nos jogar para trás, batendo nossos corpos nas árvores e machucando-nos. As sirenes começam a se aproximar e minha respiração fica ofegante.

Assim que caio de joelhos, me levanto e corro até Setrákus. Ele está parado, esperando que possamos contra-atacar. Pego um galho pontudo e parto para amedronta-lo. Ele espera que eu me jogue em cima de seu corpo, mas não vai ser bem assim dessa vez.

Pulo em cima de uma pedra e tomo impulso. Passo o galho em seu tórax, pressionando-o contra o pescoço. Chuto suas pernas e ele cai, um perfeito golpe para deixar sua cueca molhada.

– Não se preocupe Setrákus... Não será hoje que irá partir. – Cochicho, pressionando ainda mais o galho. Com suas mãos, ele tenta se retirar da chave de braço, mas eu não o deixo que faça isso. – Você poderá partir, pois daqui a pouco a polícia estará aqui. E não quero encrencas com os humanos. A briga é entre nós e você. Nós treinaremos mais, ficaremos melhores e mais fortes. E assim que estivermos prontos, iremos atrás de você. E você pode ter certeza, que da vez que te encontrarmos, nada, NADA poderá nos impedir. Nem mesmo esse seu truque de nos tirar nossos legados. Se prepare, pois seu dia chegará. E nesse dia, não haverá nenhum mog para te defender.

Ouço os carros pararem na grama e eu desfaço o golpe no mogadoriano. Começo a correr até o Camaro onde Jones e Malcolm já estão e entro no carro. Eles aceleram para a floresta, onde os outros nos esperam.

Assim que eles entram, partimos pela floresta, no caminho que os píkens fizeram a hora que me perseguiram. Olho para trás e vejo Setrákus se transformar em um borrão preto e cinza, e desaparecer.

– Jones! Há um vale logo após o final da floresta. O que vamos fazer? – Pergunto, agitada e sendo espremida contra Seis por Nove.

– John, seus legados já funcionam? – Ele pergunta a John, que acende o lúmen e aponta para baixo.

– Sim. Eles funcionam.

– Consegue levitar o carro até o final do vale? – Jones arrisca.

– Eu posso tentar... – John responde, nervoso.

– Não... Você vai conseguir. – Nove diz, apertando o joelho de John e sorrindo. Seis, que está ao meu lado, também olha para John e ele sorri, contente, porém aflito.

– Estou vendo o fim da floresta, Johnny... – Jones avisa. Os carros de polícia não nos seguem, o porquê eu não sei, pois o rastro que os píkens deixaram é enorme.

Vejo as árvores acabarem e Jones acelera. Sinto o contato das rodas com a terra cessarem e nós começamos a cair.

– JOHN! NOS LEVANTE, AGORA! – Nove grita, desesperado. John acorda do transe e fecha os olhos, mexendo as mãos e levantando devagar o carro. Ele nos deixa a poucos metros do chão, para não levantar suspeitas de que um carro, igual a um filme que não recordo o nome, está voando.

Depois de a tensão passar, encosto-me no banco e fecho os olhos. Sete, que está ao lado de Seis, choraminga. Abro os olhos para ver o que acontece, e ouço que ela conta a todos como recebeu a cicatriz.

– Foi horrível... Estava revistando a casa quando aconteceu. Sarah estava dormindo e eu a acordei. Ela veio até mim, me acalmou. Mas não adianta pedir que eu fique bem, pois eu não ficarei. Eu o amava tanto. Ele foi com quem dei meu primeiro beijo. Era com ele meu desejo de casar e ter filhos quando chegássemos a Lorien. Mas nada disso é possível agora... Nada. – Meu coração pesa. Em meus olhos brotam lágrimas e penso comigo mesma, se eu não tivesse sido ferida, provavelmente Marina poderia ter salvado a vida de Oito.

Seis a abraça e ela chora em seus braços. Penso em consolá-la, mas minha consciência está pesada demais para isso e eu possivelmente diria coisas que não são para ser ditas. John, agora de olhos abertos, aumenta a velocidade do carro. Em menos de dez minutos, estamos à beira de uma interestadual.

– Pessoal... – Nove começa. – É impressão minha ou está faltando alguém?

– Alguém não... Sam, Cinco, Ella nem Bernie apareceram desde que Sarah foi atingida. – John responde.

– O que fizeram com meu filho... ? – Malcolm deixa isso escapar, onde podemos sentir a tristeza do pobre homem ao saber que o filho pode estar na mão de agentes maldosos.

Até que escutamos um celular vibrar. Jones o pega e olha para o visor.

– Alô... Não é possível... VOCÊ AQUI DE NOVO?... Você sequestrou o filho dele!... Estaremos aí amanhã... Até.


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Notas finais do capítulo

*U*U*U*U*U*U*U* QUEM SERÁ QUE VOLTOU? *U*



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