Antes de eu voltar para ir dormir com o pessoal, ouvi um barulho de estalo vindo da mata. Nessa hora, olhei fixamente para o mato e antes de eu dar meu primeiro passo...

– O que está esperando para ir dormir? - Celina falou olhando para mim com cara de dúvida.

– Nada... nada... vamos dormir! - Falei olhando para ela e depois para o mato.

Deitei de volta, e fiquei novamente olhando para cima.

– Não precisa ser preocupar, eu tinha armado umas armadilhas antes de vocês dormirem. - Falou o assassino ainda deitado, mas não olhando para mim nem para a Celina.

– Você ainda está acordado? - Falou Celina olhando para ele.

– É um pouco difícil de dormir por aqui... - Falou ele como se tivesse avisando a gente.

– O que está querendo dizer? - Falei olhando para ele

– Não é fácil acreditar em... vampiros. - Falou ele se virando pra mim - e outros seres fantásticos.

– O que está acontecendo aqui? - falou o mago acordando

– Nada - Falei meio assustada - Não é Celina?

Celina olhou para mim e concordou.

– Então por que não estão dormindo? - Falou o mago se levantando

– Estava com vontade de ir para o banheiro... só isso. - Falei

– E os outros? - Falou o mago olhando para o Assassino e para Celina

– Celina estava com vontade também de ir, e o assassino... eu não sei. Por que você acordou?

– Apenas acordei no meio da noite, estou com o fuso horário desde a última viagem.- Falou o assassino

– Okay. Assassino, leve elas para um lugar onde possam... fazer as suas necessidades. - Falou o mago olhando para o assassino.

– Você conhece essa floresta mais tempo que eu, por que não vai você? - Falou o assassino

– Por isso mesmo, sou mais velho! Qualquer coisa, sei de uma magia para calar a sua boca. Agora deixe de sua arrogância e leve as meninas para um lugar o mais rápido possível.

O assassino se levantou e começou a ir em uma direção, Celina me puxou pelo braço e continuamos a andar. Celina estava do meu lado, o assassino puxou meu braço e ele começamos a conversar aos sussurros

– Não devia confiar em vampiros - falou ele

– Mas eu não confio...

– Eu vi o modo que você olhou para ele

– Então você também escutou aquele barulho na mata?!

– Lógico, foi uma das minhas armadilhas... e garanto que foi o seu amiguinho. Amanhã talvez você possa vê-lo novamente

– Por que amanhã? Não posso vê-lo hoje?

– Por que talvez, ele ainda esteja morrendo!

– Você quer mata-lo?

– A todos os vampiros, mas agora ele deve está ferido com a "boca de lobo"

– Deixa de ser besta! Vampiros não morrem assim, eles morrem com estacas no peito!

– Mas você não ouviu? Ele mal virou vampiro, e eu botei alguns alhos perto dele. E com o tempo, ele perderá o ar e acabará morrendo, ou você não conhece as histórias de vampiros?

Me afastei dele, e olhei para o mato. Quando eu ia procura-lo, o assassino me puxa no braço com um sorriso no rosto

– O que foi? Vai querer salva-lo? - Falou o assassino olhando para mim um pouco alto o tom de voz

– O que tá acontecendo? - Falou Celina se intrometendo na conversa e separando a gente.

– Eu já volto... e Celina, vem comigo! - Falei puxando ela pelo braço

– Você vai para onde? Você nem sabe onde ele está! - Falou o assassino olhando para nós duas

– Eu procuro! - Falei encarando

– O que você vai procurar? - Falou Celina olhando para mim

– Mas o mago saberá onde você está! - Falou o assassino

Encarei ele por um tempo e falei:

– Eu me escondo... e você não precisava fazer aquilo!

– Como você pode confiar em um vampiro?

– Ele é diferente!

– Nenhum vampiro é diferente! Todos só pensam em matar e sugar seu sangue.

– Olha só quem fala... o "garoto" que quase me matou no banheiro do colégio! - Falei fazendo gestos nas minhas mãos.

– Eu não tentei lhe matar, estava chamando sua atenção! E você estava com aquele troço na mão

Olhei para a cara de Celina como se estivesse pedindo ajuda para ela. Ela me olhou e entendeu a minha cara, mas a cara dela tava dizendo tipo, como vou te ajudar se não sei da história?

– Você está perdendo seu tempo de salva-lo... se eu fosse você, eu esqueceria ele e voltava agora para o velho. - Falou ele se virando e voltando para o mago

Puxei Celina e ouvi um pedido de socorro. Tinha certeza que era o Daniel, corri o mais rápido possível puxando o braço de Celina. Chegando lá, era ele mesmo com a perna presa na boca de lobo, e ao lado dele estava cheio de alho. O cheiro estava muito forte, pedi para Celina ajuda-lo comigo

– Você tira os alhos e eu tento tira-lo da boca de lobo!

Confirmei acenado. Daniel tentava gritar, mas ao mesmo tempo, estava perdendo o ar. E realmente, o cheiro estava bastante forte. Peguei os alhos e joguei o mais forte que pude, Celina estava tentando abrir a boca de lobo. Celina estava conseguindo tira-lo da boca de lobo. Percebi que o cheiro de alho estava indo para a minha roupa, e isso significa que eu não poderia chegar tão perto dele. Quando Celina conseguiu salva-lo, eles trocaram olhares por alguns segundos. Ele olhou depois para o chão meio encabulado. Celina fez a mesma coisa, e olhou para a perna dele.

– Você está bem? - Falou Celina olhando para ele

– Que merda de pergunta é essa Celina? Ele tá com a perna ferida! - Falei afastada deles

– Na verdade... minha perna não está doendo tanto assim... - Falou o vampiro, e quando ele terminava de falar uma estaca de madeira quase acertava a outra perna dele.

Ele rolou para o lado e o assassino pulou de uma árvore em direção a ele

– Não se aproxime delas! - Falou o assassino apontando uma estaca para Daniel

– Pelo visto, já deu para perceber que você me seguiu - Falei parada olhando para ele

– Por que você está tão afastada Benita? - Falou Celina olhando para mim

– Estou com cheiro de alho... não quero tirar o ar dele de novo, como certas pessoas fizeram! - Falei olhando para o assassino com um ar de ironia. Daniel conseguiu levantar e olhou para o assassino e levantou uma pedra grande apontando para o assassino e rapidamente jogou, antes da pedra acerta-lo, o assassino fez um tipo de parkour na árvore e depois foi parar na frente do vampiro. Quando ele ia enfiar a estaca no peito do vampiro, Celina puxou o assassino e empurrou ele para longe de Daniel. Antes do assassino cair no chão, ele deu um mortal para trás.

– Podem parar? - Falei olhando para todos - Assassino, o Daniel pode vir com a gente... não pode?

– NÃO!

– Sim! - falou o mago chegando no local

– NÃO - falou o assassino se virando e encarando o mago

– Entenda assassino, ele é apenas um aprendiz! E ele está perdido nessa floresta.

– Mas ele sabe se defender! - Falou o assassino - e muito bem para um aprendiz!

– Você também sabia se defender, e mesmo assim eu não deixei você sozinho por aí - Falou o mago olhando para o assassino

Todos ficamos olhando para o assassino e para o mago, o assassino se vira olhando para o Daniel e depois sai.

– Foi por uma boa causa, e será também uma boa causa deixa-lo aqui... Você sabe do que eu estou falando! - Falou o assassino enquanto saia.

– Não se preocupe, você pode vir conosco - falou o mago olhando para o vampiro

– Ele NÃO virá conosco! - Falou o assassino se virando

– Assassino, a gente precisa de o maior número de ajuda possível! E o passado não irá impedir de construir o futuro

Eu e Celina nos olhamos com uma cara que não estávamos entendendo nada do que eles falavam. Celina veio até mim e falou baixo no meu ouvido

– O que eles estão falando?

– Não sei... - Falei baixo para Celina - Enfim! Ele vai conosco ou não? - Falei alto me referindo aos outros

– Sim - Falou o mago se virando para mim e para Celina - Ele irá conosco, mas manterá uma certa distância

– Como assim? Por que uma certa distância? - Falou Celina para o mago - Ranew, por que ele deve manter uma certa distância?

– Ele nem deveria vir! - Falou o assassino

– Vamos e pronto, depois conto para vocês Srª Celina e Srª Benita - Falou o mago olhando para o assassino e começamos a andar de volta para a árvore...