Cheguei em casa com o almoço na mão, bem... vamos ver: Tinha galeto, arroz, feijão e um pote de farofa. Minha mãe estava no meu quarto, como ela disse: Estava arrumando ele.

– Mãe, cheguei! Já que você me acordou na hora do almoço, eu vou comer um pouco e depois vou para a casa da Celina. Nessa hora ela já deve ter acordado.

– Por quê você não chama ela para cá?

– Ué? Qual o problema?

– É que eu vou ter que sair! Tenho uma reunião de noite, e eu sei que quando você vai para a casa dela, parece até que tá morando lá.

– Okay mãe! Eu chamo ela para cá. - Falei fazendo uma careta para a minha mãe - Já que VOCÊ vai sair, pode comprar umas coisinhas para mim quando estiver voltando?

– Vou pensar na resposta.

Abaixo a cabeça e dou um riso.

– Tudo bem mãe! - Falo olhando para ela.

A gente foi comer, e depois eu chamei a Celina para cá. E a minha mãe estava saindo, era quase 18h. A campainha tinha tocado, era a Celina!

– Oi Celina! Entra.

– Oi Benita! Trouxe a Fionna comigo.

Eu e a Celina adorávamos gatos quando pequena, até acharmos a Fionna. Fionna é uma gata preta de rua, quando virmos pegamos ela e fomos adota-la, foi amor a primeira vista! Celina ficou com ela por que a minha mãe era alérgica a gatos.

– FIONNA, nossa que saudade de você! - Fiquei quase sufocado ela até a Celina nos separar

– EI! Eu ainda quero a minha gata.

– A sua?! Sei... - Celina deu língua para mim e pegou Fionna botando no seu colo. - Então... O que vamos fazer Celina?

– Sei lá! Você está com vontade de fazer o que?

– Mexer no seu celular.

– Ha...ha...ha

Eu comecei a rir. Já que o meu riso é contagiante, Celina não havia aguentado me ver rindo e começou a rir junto. Bem... Depois que conseguimos parar de rir uma da cara da outra, fomos assistir um filme, mas Celina como sempre vivia se incomodando, não parava quieta! Ficava botando o pé na minha cara, me chutava até parece que ela não queria assistir!

– Ok, já entendi o recado! Vou tirar o filme.

– An? Recado?

– Para de fingir, eu te conheço muito bem.

Celina fez uma cara de vitória, e começou a gargalhar loucamente.

– Fala aí genia! O que você quer fazer?

– Você tem algum livro?

– Você quer ler?

– Sim, por quê?

Fiz uma cara de nojo para Celina, e eu acho que ela tinha entendido. Ela foi até o meu quarto e pegou um livro, que eu nem sabia que existia.

– Como é esse livro?

– Você vai perguntar para mim? Sério? - Ela me olhou com um sorriso irônico. – Então vamos ler esse. Você vai me prometer que não vai ler ele sem mim, Promete?

– Você acha mesmo que eu vou conseguir ler um livro?

Celina revirou os olhos, e olhou para o livro. Estava muito empoeirado, e a gracinha da Celina assoprou bem na frente dos meus olhos!

– EITA PORRA! DESSE JEITO VOCÊ VAI ME DEIXAR CEGA! - Esfrego minha mão nos olhos para eu não ficar cega e Celina começa a rir da minha cara.

– Foi mal - Ela ainda estava rindo da minha cara- Eu não vi que você estava com os olhos para cima do livro.

Deixamos de papo e fomos abrir o livro. Quando a gente abriu tinha um papelzinho dobrado solto. Eu e Celina olhamos uma para a cara da outra e depois pegamos para ler o que tinha naquele papel. Celina desdobrou o papel e começou a ler na mente.

– Olha, é para você Benita.

Peguei o papel e comecei a ler

"Benita,

Espero que você ainda acredite nas minhas histórias, pois você vai descobrir coisas fantásticas nesse livro. E se você prestar bastante atenção, vai entender no que eu sempre tinha falado para você! Vamos, chame algum amigo confiável para descobrir esse livro com você. Mas é só para quem você acredita! Ah, e quando você perceber, não via mais precisar ler o livro.

Te adoro,

Papai"

– Foi o papai que tinha esse livro, acho que ele botou aqui no meu quarto antes que fosse embora.

– Mas, eaê? Vamos ler?

– Vamos! Claro. Se foi o papai que escreveu, é claro que eu iria ler.

– Mas você prometeu que não ia ler sem mim, ou você esqueceu?

– É claro que não! Vamos, eu tô curiosa para saber o que tem nesse livro.