Don't Ever Look Back escrita por Escritora Tay


Capítulo 7
Spy!




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Fomos cada um para um canto, acabei almoçando um pouco tarde e sozinho… pensando na Carol. Odeio pensar em uma pessoa que eu tenho certeza que não está pensando em mim. 

Voltei para o quarto, coloquei o uniforme do time e fui para o treino. Quando estava descendo as escadas para sair do prédio dei de cara com a Carol sentada, ela estava lendo. It’s magic… Que sorte, isso sim. Cheguei e sentei do lado dela com cuidado para não assustá-la. 

Emanuel: A Última Música? Legal….             - Nunca tinha lido o livro, mas tinha que puxar um assunto do interesse dela e por ela estar com o livro na mão foi a primeira coisa que me veio a cabeça D: 

Carol: Pois é, é lindo esse livro.

Emanuel: Não estou atrapalhando né?               - Como manipular uma pergunta para ter a resposta desejada

Carol: Não

Emanuel: O que foi? Você não está bem

Carol: Nada

Emanuel: Carolina, eu te conheço.          - Abaixei um pouco a cabeça para manter contato visual com ela.

Carol: Foi aquele negócio de manhã, aquela voz. 

Eu realmente não sei me controlar, certeza que o meu nervosismo afetou ela.

Emanuel: Er, não pensa nisso.

Carol: Mas é verdade? 

Emanuel: Não, que isso.          - Sei la, não quero assumir sentimentos que nem eu entendo direito.  Ela colocou a mão na manga da minha camisa e subiu, doeu muito quando o tecido passou no machucado e eu reagi na hora. Obviamente eu também não sei fazer curativo e tava ali esperando dar uma de Wolverine e me regenerar. 

Carol: Como você se machucou?           - Ela sabia, a Babi deve ter falado alguma coisa, então.. por que ela te perguntando? 

Emanuel: Ah, nem eu sei. 

Carol: Vem, vou fazer um curativo antes de você ir no treino. 

Sério, ela tava muito puta só que não queria me contar. Subimos pro quarto dela e eu sentei na cama esperando para ser tratado. Ela espirrou aqueles sprays antiséptico no meu ombro e ardeu pra caralho.

Emanuel: AAAH! Cuidado.

Carol: Cuidado? A Babi me contou, admite logo.

Emanuel: Contou o que? 

Carol: Que você conseguiu esse machucadinho enquanto ficava com ela.          - Ela meteu mais spray, só de sacanagem comigo. 

Emanuel: Como assim? Eu nunca fiquei com ela.        - Tentar explicar que ela tinha me agarrado não daria nada certo, tipo aquelas desculpas clichês de novela mexicana onde o marido trai a mulher e inventa uma história mirabolante. 

Emanuel: Nunca rolou nada entre a Babi e eu.

Carol: Hm

Emanuel: É sério, não gosto dela como gosto de outra.        - Essas indiretinhas nunca dão certo. 

Carol: Sei. 

Emanuel: Eu vou ter que te provar? 

Eu era muito ruim com as palavras, queria dizer tanta coisa mas não fazia ideia de como. Poxa Carol, se você não existisse, iria te inventar.. Me aproximei dela, não tinha muita certeza do que ia fazer e se isso era considerado uma prova de alguma coisa mas foda-se, eu queria tentar. Ela nem me deu chance, levantou e abriu a porta sem sequer olhar na minha cara. 

Carol: Você tem que ir agora.

Toma um fora que é de graça, Emanuel :) Sai do quarto incrivelmente puto e descontei toda minha raiva treinando. Garota adora fazer uma gracinha e depois reclama porque foi trocada, fico muito bravo com isso. O campeonato regional ia começar logo e eu tinha minha vaga quase garantida entre os titulares, não posso deixar meu rendimento dentro do campo cair por causa dessas distrações extras. 

Narrado por Carolina:

OMFG! O que foi isso? Meu coração ta disparado até agora, não to acreditando. Ele gosta de mim? Que negócio é esse de provar? Ele ia me BEIJAR? Bem que eu queria kkkk Brincadeira, eu namoro, não pode. Fiquei ali nas nuvens até a realidade me puxar de volta. O Dê me ligou, nem atendi, as meninas entraram no quarto e começamos a conversar sobre a festa. Eu tava meio ‘assim’ com a Babi depois dela me contar esse tanto de coisa que supostamente anda fazendo com o Mano só que também estava super afim de gritar pro mundo inteiro ouvir o que tinha acabado de acontecer. Não sou infantil, não queria ficar de briguinha com a minha irmã por causa de garoto.. Puxei a Marina pro banheiro e contei tudo pra ela, ela ficou tão boba quanto eu e até disse pra eu namorar o Mano. 

Carol: Meu amor, eu namoro!         - Falei brincando kk

Marina: Eu sei, meu bem. Mas o meu irmão é bem melhor.         - Nós somos muito bobas, ok?  Ficamos uns 15 minutos la dentro conversando e quando saímos a Babi não estava mais no quarto. Uma parte de mim ficou preocupada e a outra ficou contente achando que ela ficou morrendo de inveja por ter escutado a conversa.

Narrado por Emanuel:

Tentei não pensar muito no que aconteceu, meu foco tem que ser outro durante os treinos. Beleza que agora a Carol me odeia e nunca mais vai querer olhar na minha cara, eu supero. Nem levando um fora eu consigo parar de pensar nela… 

Voltando pro quarto eu vi o Denilson em uma sala de aula com um grupo de amigos… Ficou no mínimo suspeito ver um bando de mlks do primeiro ano reunidos em uma sala com quase tudo fechado e conversando sobre algo sério. Fiquei tentando fazer leitura labial no que o Denilson falava para poder zuar ele depois mas sou péssimo nisso, não consegui entender nada.. A menos que ele realmente estivesse falando de macacos gregos D: Nem eu percebi o quão retardado era por ficar parado na porta encarando eles, o Denilson me viu e por algum motivo fiquei com medo do olhar dele. 

Isso tava bem mais sinistro do que seita de RBD igual o Rafa falou, sai dali o mais rápido que pude antes que eles viessem atrás de mim. Certeza que o que eles estavam conversando ali não era nada amigável ou inocente, tipo mafia italiana. 

A semana passou devagar e com todo aquele clima chato, tudo meio cinza. A Carol sem falar comigo, aquela pseudo mafia italiana dando uma de grupinho malvado em todo canto que eu ia, provas, etc

Mas esqueçam os problemas, é sexta feira! \o/ E o melhor de tudo, amanhã tem festinha de 15 anos open bar. Por questões lógicas de amizade e para garantir uma festa tranquila fui procurar a Carol no intervalo para a gente fazer as pazes. 

Emanuel: Hey Carol, posso falar com você?

Carol: Acho que não, sobre o que?

Emanuel: Por favor…               - Consegui tirar ela de perto das amigas e fui contornando a raiva dela aos poucos para poder falar tudo que precisava falar. 

Emanuel: Então, eu queria te pedir desculpas por toda essa semana. Tipo, minhas atitudes idiotas e coisas parecidas. 

Carol: Não se preocupa, ta tudo bem. 

Emanuel: Claro que não está tudo bem, você não falou comigo essa semana. 

Carol: Hm

Emanuel: Eu te trouxe um presente, coisa simples…       - Coloquei a mão no bolso e tirei uma daquelas caixinhas compridas de camurça de joalherias para entregar na mão dela. Ela pegou a caixinha na mão de um jeito meio despreocupado e nem ficou curiosa para abrir, me olhou torto.

Carol: Pra que isso, Mano?

Emanuel: É só um presente, deixa de graça vai. Tava passeando por ae e lembrei de você quando vi. 

Ela abriu a caixinha e pegou na mão a pulseira de prata com uns pingentes, nem falei nada e ja peguei para ajudá-la a colocar. Assim que tem que ser, aceitar numa boa o que eu faço por ela u_u Até que ficou bonito a pulseira no braço delicado dela, isso só prova que eu tenho bom gosto e sorte de encontrar vendedores com bom gosto de verdade.. kk

Carol: Era isso que você queria me falar?

Emanuel: Então… 

Na verdade eu não tinha nada pra dizer, achei que meu gesto bastaria. Coloquei as mãos no bolso e fiquei olhando pro chão, buscando palavras certas pra quebrar o silêncio. Não estava dando nada certo porque eu ficava cada vez mais nervoso e a Carol impaciente, querendo ir embora. 

Carol: Mano, vou ali com as minhas amigas ta?

Emanuel: Não, espera.                      - Segurei ela pela cintura como sempre fazíamos de brincadeira e ela riu.

Carol: Ta bom bobo, eu fico aqui com você.         - Ficamos abraçados por um tempo, ela se empolgou e começou a falar da festa da irmã e tudo mais, fiquei só escutando até que uma coisa chamou minha atenção.

XxxX: ”Ouvistes que foi dito: Não adulterarás. Eu, porém, vos digo que todo aquele que olhar para uma mulher para a cobiçar, já em seu coração cometeu adultério com ela. (Mateus 5:27-28)” Não diga que não foi avisado, Emanuel. 

MORRE, DIABO! Larguei a Carol e pedi licença para sair correndo atrás do vagabundo que fez isso. Ta bom, eu só pedi licença e sai correndo sem falar nada mesmo. Antes de tudo fui atrás dos garotos, corri os corredores inteiros até achar eles e quando achei puxei o Lucas pelo braço.

Emanuel: Descobre quem é, AGORA!            - Ele tava com uma cara de assustado, coitado kk

Lucas: Ele não invade o sistema, só utiliza o computador da sala pra poder ter acesso livre aos auto falantes. Talvez não seja capaz de invadir o sistema com o material que tem..

Emanuel: Resumindo… ?

Lucas: Acho que ele está com um notebook…

Saímos cada um para um lado pra procurar o nosso suspeito. Na verdade eu tava com dó de achar o cara, porque, eu juro que ia quebrar ele se encontrasse. Combinamos de não correr, tínhamos que ser discretos e bastante controlados para não comprometer os outros. Andei o pátio inteiro e só me deparei com algumas meninas lendo blogs de moda ou navegando no Tumblr. Nem me preocupei muito, tinha certeza que quem eu estava procurando era um menino. Passaram uns 10 minutos e finalmente nos reunimos novamente. 

Emanuel: Alguma coisa?

Rafael: Só vi uns nerds e uns pervertidos. 

Vinícius: Também vi uns pervertidos kkk 

Emanuel: Eu só vi meninas…         - O Lucas tava de cabeça baixa, mexendo no celular. Porra, o que ele ta arrumando? Era pra estar ajudando. 

Lucas: Engraçado…

Rafael: O que? Pervertidos? 

Lucas: Não, toda vez que ele inicia ou termina o acesso remoto interfere na rede de todo mundo por alguns segundos. 

Emanuel: Ãh? 

Lucas: Como se fizesse a internet de todo mundo cair. 

Emanuel: Mas você falou que ele não invade o sistema. 

Lucas: Eu sei, isso que é curioso.            - Resolvi não perguntar mais nada, sei que poderia passar a tarde perguntando que mesmo assim não ia entender. 

Lucas: O sistema da escola tem controle sobre todos os IPs online, se eu pudesse invadir… 

Emanuel: Invade!

Lucas: Não da!

Emanuel: E como ele consegue?

Lucas: Ja disse que ele não invade o sistema, ele usa acesso…

Emanuel: Bls, mas você vai invadir.  

Lucas: Só da pra invadir manualmente

Emanuel: … ‘-‘

Lucas: Colocando um pendrive com hack em uns dos computadores que comandam o sistema. 

Rafa: Faz isso uai. 

Lucas: É errado.

Vine: Aaaah faz favor hein, a gente faz então é só dar o pendrive. 

Narrado por Carolina:

O que ta acontecendo? O Mano é idiota? E quem diabos fica dando uma de Jesus Cristo nesses auto falantes? Sério, muito sem noção isso. Fui atrás da Marina e encontrei ela conversando com aquela tal de Mano, hunf… Tenho ciúmes das minhas amigas sim, e dai? Me juntei a elas e ficamos conversando sobre coisas de garotas, nenhuma delas parecia se importar com o que estava acontecendo. Sei la, eu estou muito confusa com tudo isso, estava até desejando que o Dê sumisse por um tempo pra não piorar a minha situação comigo mesma. 

Manuella: Vocês viram? Estão invadindo os auto falantes da escola a distância, meu pai ta puto com isso kkk 

Carol: É, eu ouvi. Maior loucura religiosa.

Marina: Nossa gente, deixa o cara pregar a palavra de Deus em paz. 

Carol: Oh lerdinha, se você não percebeu esses negócios ae estão atacando o seu irmãozinho. 

Marina: Sério? Nem reparei. 

Carol: Ai ai, é loira mesmo.. kkk 

Nós rimos muito, tadinha da Marina lerdinha kk NOSSA, sabe o que eu lembrei? Amanhã é a festa da linda da Babi! Eu não tive festa de 15 anos, preferi viajar, então agora eu vou aproveitar a festa da minha irmã. Vai ser tudo tão lindo porque eu ajudei a organizar com muito carinho, como se fosse pra mim. Matamos o resto das aulas que tinham depois do intervalo, ficamos no quarto da Manu jogando Uno. Claro que eu ganhei todas, sou boa demais kkkkk Ou não. O celular deu alerta e vi que tinham 3 sms não lidas…. Dê não, por favor. 

Ah que droga, não precisava lembrar dele ‘-‘ 

Carol: O que tem ele?

Babi: Ele tava te procurando ae falei que a gente tava aqui na piscina.       - Senti que a Babi fez de propósito, ela percebeu que eu estava tentando me afastar e foi la fazer de tudo pra ajudar o Dê a me encontrar. Nem deu tempo de fugir, ele apareceu com aqueles amigos estranhos e acenou de longe, respondi apenas com o olhar. 

Daniel: Onde você tava? Fiquei te procurando o dia todo.

Carol: Ainda são 2:30 da tarde.

Daniel: Nossa Ana, modo de falar…           - Ana é o caralho, me chama de Carol!!! 

Carol: Ta bom.

Daniel: ….

Carol: Tava por ae com as meninas

Daniel: Eu senti sua falta.

Carol: Sério?

Daniel: Claro

Carol: Awn.. eu também.                  - OK, eu não resisto quando dizem que sentem minha falta. 

Narrado por Emanuel:

Treino difícil, cansativo. Ja temos jogo próxima semana, nada melhor pra moral de um time do que começar o campeonato com vitória. Tirei a camisa do time e tomei uma ducha na lateral do campo, tava um calor maldito. Resolvi ir dar um mergulho na piscina junto com os mlks, fomos igual uns idiotas até eu perceber que a Carol tava la.. E o pior de tudo, ela tava com o Denilson. É tão ruim saber que a pessoa que você ama pode ser feliz ao lado de outra. Sei la, ela é minha amiga, não precisa me trocar por namoradinho nenhum. A minha amizade é capaz de suprir todas as carências dela, até as afetivas, pois amigos também abraçam uns aos outros. Amigos são pra tudo. Por mais que isso me incomodasse eu não poderia deixar incomodar ela, sai da piscina e subi pingando pro meu quarto pra ouvir música… eu não tinha toalha u_u 

Narrado por Carolina:

Babi: Você vai na minha festa hoje não é, Dê? 

Daniel: Vou sim, não poderia te deixar na mão.

Carol: Ai ai.                - Não, eu não estou com ciúmes! Mas beleza, se ele prefere ficar de gracinha com a Babi, vai la com ela. Fiquei assistindo a linda conversa deles até que o Dê me pegou pela mão falando que queria me mostrar uma coisa la dentro. Ah, eu acompanhei ele né.. D: Fui maior inocentemente com ele até o corredor dos dormitórios masculinos onde ele me agarrou pela cintura e me encostou na parede para poder me beijar. Até ai tudo bem, mas ele começou a sussurrar coisas no meu ouvido, tipo como eu ficava linda de biquíni e o quanto ele ficou reparando nas minhas coxas. Se tem uma coisa que me tira do sério é menino pervertido. Fiquei irritada demais e tentei sair de perto dele, ele era forte demais e me prendia de uma forma ameaçadora contra a parede. Isso não era brincadeira, eu tava ali presa e o Dê podia fazer o que bem quiser comigo… sei la, algo me dizia que ele realmente ia fazer. 

Carol: Não Dê, parou. Me solta, é sério.           - Ele não respondia, não falava nada. Essa porra de corredor vazio, como diabos vou sair daqui? Estou começando a ficar com medo. 

Carol: ME SOLTA!        - Acho que gritei, perdi o controle. 

Você não tem noção da minha felicidade quando ouvi passos subindo as escadas, fiquei mais feliz ainda ao ver que era o Rafa. Ele chegou empurrando o Daniel de cima de mim e deu um soco nele. O Dê, que não era bobo nem nada, fugiu correndo. Me enrolei na toalha e sai puxando o Rafa pra longe dali.

Rafa: O que aconteceu ali?

Carol: Eu não sei, ele me trouxe até aqui e começou a me agarrar. Cara, ele é muito forte!

Rafa: Calma, por que você não chamou o Emanuel?

Carol: Sei la! 


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