Don't Ever Look Back escrita por Escritora Tay


Capítulo 4
Trollando




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/325027/chapter/4

Comi uma coisa rápida e fui dormir. Tive um sonho estranho, tinha Natal, neve, e festa na Space. Meu despertador tocou cedo, tenho muita coisa para fazer. Liguei pro Vine e ele ja tinha comprado tudo que íamos precisar, adoro esse cara kk O Lucas estava estudando, falou que a mãe dele ia trazer ele logo. Nem precisei ir atrás do Rafa, ele mandou sms dizendo que ja estava no caminho.  Dei uma checada na casa, todo mundo estava dormindo.

Recebi outra sms do Rafa, mandando eu abrir a porta porque ele não ia tocar a campainha. Assim que abri a porta tive uma visão maravilhosa… 

Emanuel: Oi Rafa, oi Manu…..              - Ela tem o dom de enganar e de provocar com essa falsa santidade. Sorri e cumprimentei ela. 

Rafael: E ae? Pronto para um pouquinho de zuação? 

Emanuel: Lógico, entrem e fiquem a vontade. 

Levei eles para o meu quarto, assim poderíamos conversar sem atrapalhar ou acordar a minha família. Dentro da mochila do Rafael tinha cola de contato, balas de paintball, bexigas e um monte de brinquedo daquela coleção spy gear.

Emanuel: Que isso? Roubou os brinquedos do seu irmão?

Rafael: Ele também não simpatiza com a família do Bruno. 

Depois de uns 10 minutos o Lucas chegou de carro com a mãe dele. A mãe do Lucas é bem legal, trata a gente super bem, como se fossemos bons meninos. Levei ele pro meu quarto. A única coisa que ele tinha trazido era o de sempre, o notebook dele.

Emanuel: Vai ficar na internet enquanto a gente zoa o cara?

Lucas: Não, eu vou ajudar. Sua casa tem câmeras né?

Emanuel: Tem sim. 

Lucas: Onde?

Emanuel: Na entrada, no corredor debaixo, na sala, no corredor se cima e no quintal.

Lucas: Eu posso roubar o sinal e transmitir aqui no seu quarto, vigiamos ele 24 horas por dia em qualquer canto da casa que ele estiver.

Enquanto ele fazia essas coisas de nerd, eu instalava os sensores de presença na escada e na porta do quarto da Marina e o Rafael coloca as escutas na sala. Quem diria que hoje em dia existem brinquedos que criança que mais parecem equipamentos de espião…

Assim que o Vine chegou o meu quarto se transformou na nossa base. Ele trouxe um controle universal muito foda. Com tudo no lugar e funcionando nós resolvemos fazer uma pausa para comer. Mara, a empregada aqui de casa que é minha amiga, nos serviu um belo café da manhã. 

Enquanto comíamos, eu não pude deixar de reparar na Manuella… Ela não trouxe nada, parece que veio pra ca de última hora e sem motivos para ficar. Será que ela tava com o Rafael? Ficamos conversando e brincando como sempre fazíamos até que a Marina acordou.

Emanuel: Bom dia Mah.

Marina: hm… Bom dia.

Emanuel: Que foi?

Marina: Eu esqueci meu celular la na escola. 

Emanuel: Hm

Marina: Vai la pegar?

Emanuel: É brincadeira né?

Marina: Não, vai la.. por favor. 

Eu iria perder uns 40 minutos só pra ir la! Mas fazer o que né? Troquei de roupa e fui. 

Não sei nem como consegui entrar, parece que a segurança some durante o fim de semana. Fui pegando os atalhos e cheguei na parte dos dormitórios femininos bem rápido, era tudo muito diferente do que do lado masculino. Tipo, mais bem cuidado e bonito. Quando cheguei no quarto e coloquei a chave na porta percebi que a mesma estava aberta, não achei estranho e entrei no quarto para começar a procurar o celular. Pela minha lógica, se ela esqueceu é porque não está em um lugar muito visível. Ouvi um barulho e encontrei a Carol sentada no chão, chorando.

Emanuel: Ei, o que foi?           - Ela tava do lado da cama, abaixei e me sentei ao lado dela. 

Emanuel: Se acalma.             - Por um momento lembrei do que o Rafa me disse, ninguém gosta de ser questionado ou ignorado enquanto chora, bom mesmo é ter alguém do lado que te conforte e te faça sentir melhor.

Coloquei meu braço envolta do ombro dela, abraçando-a e acho que fiz certo pois ela correspondeu e deito a cabeça no meu peito. Ficamos assim um tempo e ela foi parando de chorar, secou os olhos e suspirou fundo.. coisa de quem está magoado com algo. 

Carol: Foi o Dê. 

Emanuel: O que ele fez? 

Carol: A gente brigou.

Eu realmente não sei confortar as pessoas, sei também que coisas do tipo ‘não fica assim’, ‘ele não te merece’ não ajudam em porra nenhuma pois qualquer um pode dizer, ela precisa de palavras ditas por um amigo de verdade.

Ficamos uns minutos ali sentados, com ela apoiada no meu peito procurando conforto emocional até que ela levantou e foi no banheiro limpar o rosto, eu imagino. Levantei e peguei meu celular para ligar para o da Marina, seria bem mais fácil de achar se ele fizesse algum barulho revelando onde se encontra. Escutei Fame, da Naturi Naughton vindo de algum lugar… Procurei um pouco e achei o celular debaixo do travesseiro. Guardei ele no bolso e reparei que as malas da Carol estavam arrumadas no canto do quarto.

Carol: O que você ta fazendo aqui? 

Emanuel: Vim por você.           - Fiz uma cara sedutora zuada só pra faze-la rir.

Carol: Opa!                 - E consegui, ela tinha parado de chorar e agora estava rindo por minha causa. 

Emanuel: Eu vim pegar o celular que a Mah esqueceu. 

Carol: Ata, eu ia levar pra ela. 

Emanuel: Você ia la em casa?

Carol: Eu pretendia…

Ela parecia apressada para ir embora, então resolvi ajudar levando as malas dela até a porta do prédio. 

Emanuel: Sabe o que eu estava pensando?

Carol: Não, o que?

Emanuel: Você podia ir la pra casa, vai te animar.

Carol: Melhor não Mano..

Emanuel: Mas você ja ia la, qual a diferença de eu te levar?

Carol: Er…

Emanuel: Por favor.

Carol: Ok, eu vou. 

Coloquei as malas dela dentro do carro e levei ela até minha casa. Fomos escutando música alto e cantando igual uns otários. O bom mesmo é que ela estava sorrindo e eu me sentia um ótimo amigo por deixar ela assim. Quando chegamos, entrei e todos pareciam suspeitos, assustados com alguma coisa.  

Emanuel: O que foi?        - Fiquei parado na porta com a Carol do lado.

Lucas: Nada.

Preferi deixar quieto e fui entrando em casa tranquilamente até que vejo o playboyzinho metido descendo as escadas. E, como sempre, ele estava de casaco. 

Emanuel: Que isso?

Bruno: Você por aqui..

Emanuel: Claro, estou na minha casa. Quem não deveria estar aqui é você. 

Marina: Para com isso Emanuel, você não é meu pai!

Emanuel: Pelo menos eu cuido mais de você do que ele. 

Todo mundo idolatra esse cara, ninguém percebe que ele não presta? Subi pro meu quarto puto da vida e comecei a planejar as coisas. 

Eu estava direcionando toda a minha raiva para o Bruno. Fiquei 1 hora escutando e observando eles na sala, o Bruno podia ser riquinho e metido a Justen mas tinha uma mente vazia. Não conseguia nem manter uma conversa sensata por 10 minutos, vivia se perdendo e falando coisas bobas. Do que adianta ser bonitinho e não ter nada na cabeça? Cansava muito prestar atenção em tudo que ele falava, como se alguma coisa fosse importante. Só sei que a única coisa que me chamou atenção foi quando o assunto caiu em alergias… o Bruno tinha alergia a canela e isso me abriu uma enorme brecha para atacá-lo. Desci e chamei os meninos na cozinha.

Emanuel: Vamos começar.

Vinícius: O que? 

Rafael: A ferar o Bruno?

Emanuel: Claro, esqueceram?

Vinícius: Não não, foi só distração.

Emanuel: Hm, ele é alérgico a canela. Seria divertido ver ele tendo uma pequena reação alérgica, né?

Lucas: Mas pode fazer mal…

Emanuel: Ah Lucas, faz favor. Não vamos matar ele sufocado com canela, é só uma brincadeira. 

Chamei a Mara e pedi pra ela fazer bolinhos de chuva com bastante canela para o nosso lanche da tarde, ela aceitou numa boa. 

Logo chegou a hora do almoço e a Marina gostava de me provocar fazendo algumas piadinhas sobre ela e o Bruno, eu tinha que aguentar pois não queria deixar na cara que ia zuar o amado dela. Todos sentamos para comer, meus pais sumiram de casa sem avisar nada… como sempre. 

Durante o almoço eu reparei que todos o Vine e o Rafa não paravam de trocar olhares comentando sobre a Manu, demorei um pouco mas logo percebi que era por causa do decote dela. Poderia passar despercebido pois com a carinha de santa dela ninguém ia julgar o tamanho do decote dela, mas vou confessar que era um belo decote hein… 

Carol: MANO!        - Ela me chutou por debaixo da mesa. Será que falei alguma coisa alto demais? A Carol ficou me olhando com uma cara feia e eu sem entender nada continuei almoçando normalmente. 

Os meninos não perdiam a chance de trollar, incomodar, dar tapinhas discretos e perturbar o Bruno. Era muito engraçado porque ninguém percebia e o Bruno ia ficando muito irritado.

Mara: Os bolinhos de chuva estão prontos, fiz no capricho.

Emanuel: Obrigado Mara, deixa que eu ajudo a servir.

Estava me segurando tanto para não ter uma crise de risos. Servi os bolinhos para todo mundo e até forcei uma simpatia com o Bruno para ficar mais engraçado ainda. Até comendo um bolinho de chuva a Manuella conseguia ser provocante… Além do decote, outra coisa que estava chamando atenção eram as pernas dela. 

Carol: Estão muito gostosos, Mara. 

Marina: Gostou Bruno? 

Bruno: Tava bom sim, o que tinha nesse bolinho? 

Emanuel: O de sempre não é Mara? Açúcar, farinha, canela, ovos. 

Mara: Isso.

Bruno: CANELA?

Emanuel: É, canela…  

Todo mundo ficou desesperado e eu com cara de quem não estava entendendo nada, os meninos são ótimos atores kkkkkkkk

Marina: Ele é ALÉRGICO.

Emanuel: Ué, mas bolinho de chuva sempre tem canela… ‘-‘

Marina: Por que você fez isso Emanuel?

Emanuel: Eu não fiz nada, eu gosto de canela. 

O Bruno nem tava sentindo nada mas ficou fingindo que tava maior mal só pra gente ficar com dó e isso deixava tudo muito mais engraçado. Ele implorou para ser levado ao hospital e a Marina me obrigou a levar ele. Chegando la o metido ja foi falando que a família dele mandava na porra toda e que ele tinha prioridade, maior vergonha alheia escutar ele falando uma coisa dessas na frente de gente que realmente precisava ser atendida. 

Levaram ele e deram antialérgico junto com soro, tivemos que passar a tarde inteira no hospital e o Bruno acabou dormindo. Me aproximei da Marina que estava sentada do lado da cama, esperando o soro acabar para acordar o Bruno. 

Emanuel: A Carol ta triste.

Marina: É, ela ficou um pouco abalada com a briga. 

Emanuel: Será que não tem nada que eu possa fazer pra animar ela um pouco?

Marina: Sei la, isso tem que ver com ela. 

Emanuel: Ah, para de graça. Eu sei que você sabe.

Marina: Não posso contar, é segredo.

Emanuel: Eu vou chutando e você me diz sim ou não, ok?

Marina: Ta bom.

Não precisei pensar muito, juntar adolescente e decepção amorosa na mesma frase só me fez chutar uma coisa.

Emanuel: Chocolate! Funciona com você.

Marina: Er…              - Ela começou a rir e tentou esconder os rosto com a mão. Eu sei ver quando ela tenta esconder alguma coisa.

Emanuel: Ok então, acorda o Bruninho sensível ae que eu vou comprar bombons pra Carol.

Sorte minha que tinha uma loja de chocolates bem ao lado do hospital e não tive que perder muito tempo com isso. Entrei com a certeza do que comprar: Uma caixa de bombons de cereja. O complicado é que bombom de cereja sempre vem em caixa de coração, coisas relacionadas a paixão e tudo mais. 

Acho melhor eu levar assim mesmo, depois explico pra Carol que não tem nada a ver. Voltei pro hospital e o Bruno tava me olhando com uma cara feia, bateu aquela vontade enorme de rir da cara dele.

Emanuel: Vamos? 

Marina: Aham

Entramos no carro, destino: casa. 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!