Don't Ever Look Back escrita por Escritora Tay


Capítulo 2
Daniel? Denilson?




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Quando me levantei para poder ir embora, dei de cara com um garoto estranho, com uns cadernos na mão, que ficava me encarando em uma tentativa de me ameaçar. 

XxxX:  Oi Ana.               - Quem diabos chama a Carol de Ana? 

Carol: Oi Dê.                 - E quem diabos tem o apelido de Dê? O nome dele é Denilson por um acaso? 

XxxX: Vamos fazer o trabalho? 

Ele olhou pra mim querendo me expulsar, que moleque abusado. Passei por ele e, ‘sem querer’, esbarrei com o ombro nele. Tinha que fazer alguma coisa para abaixar a moral dele, foi a única coisa que pensei no calor do momento. 

Fui pro campo e comecei meu treinamento de sempre. Sou titular do time e nas férias vai ter o Campeonato Regional valendo vaga para o Estadual e depois pro Nacional, na nossa categoria. É a chance que muitos garotos tem de serem escalados para times profissionais.

Confesso que a história desse tal de Denilson vir cheio de marra para cima de mim na frente da Carol me incomodou um pouco, quem ele pensa que é? Me esforcei o máximo para me concentrar somente no treino, mas acho que não deu tão certo quanto esperado.

Técnico: Você ta bem Emanuel? Está distraído. 

Emanuel: To bem sim. 

Quando o treino terminou e eu estava a caminho do meu quarto, percebi que os dois não estavam mais la na mesa. Fazer trabalho na mesinha debaixo da árvore é foda também né. No meu quarto, larguei minhas coisas pelo chão e fui tomar um banho. Eu relaxo pra caramba tomando banho, é legal isso.. Não faço ideia de quanto tempo e quanta água gasto nos meus momentos de reflexão pessoal  banhos, mas também não estou nem ligando pra isso. 

Depois do banho eu fui pro computador, internet é um daqueles lugares que você faz tudo que quer, se diverte até a morte e mal vê a hora passar. Quando dei por conta, ja eram 7 horas da noite. Eu estava com fome e nada do Vinícius aparecer com aquelas comidas milagrosas. Resolvi ligar para as meninas. 

Marina: Oi 

Emanuel: Hey Mah, ta com fome?

Marina: Claro, por que? 

Emanuel: A gente pode pedir uma pizza e ver um filme. 

Marina: Legal, to indo ai.

Por mais sem noção que possa parecer, a escola não deixava a gente sair, mas deixava a gente trazer tudo de fora. Pedi duas pizzas grandes e refrigerante, peguei Ketchup no refeitório e arrumei o dormitório da forma mais rápida possível. Abri um espaço agradável na frente da TV, joguei umas almofadas e tirei tudo de cima da mesa para poder colocar a comida. 

A propósito, nem falei como é nosso dormitório. Tem meio que uma sala com mesa, tapete, um sofá macio, a TV e um Xbox que o Vine arrumou pra gente. Do lado era o quarto, uma cama do lado da outra e a escrivaninha no meio, tinha uma janela grande que sempre batia sol pela manhã. O meu lado do quarto era até.. arrumadinho kk Ou não. 

Chamei os meninos por sms no celular e só o Lucas apareceu. Ele me ajudou a receber as pizzas e deu uma última arrumada nas coisas, do jeito dele. 

Emanuel: Sabe onde estão o Vine e o Rafa?

Lucas: Deve estar comendo mulher.

Emanuel: A mesma? Tipo, os dois juntos?   kkkk

Bateram na porta, as meninas chegaram rápido. Todo aqueles sistema da escola para manter meninos e meninas separados era facilmente quebrado diariamente e a direção nunca ficava sabendo. Quando abri a porta eu vi a Marina, a Carol e … o Denilson? WTF?

Emanuel: O que você ta fazendo aqui?           - Eu não ia deixar ele entrar no meu quarto, meu reino, meu mundo, é meu! 

Carol: Eu chamei ele, não podia?

Emanuel: Nã….         - Pensa, você ta falando com a Carol, sem mancada com ela.-  Entrem. 

Tentei controlar a raiva que estava sentindo desse Denilson para não causar confusão. Comi em paz, estava faminto, não sobrou nada. Se o Vine e o Rafa aparecerem não vai ter nada para eles comerem, se fuderam.  

Quando todos terminaram de comer, eu fui jogar o lixo fora no fim do corredor. 

Quando voltei, o Denilson ja tinha colocado o filme e ja estava deitado com as meninas assistindo. Cadê o Lucas para impedir uma safadeza dessas? Puxei ele pro canto, puto.

Emanuel: Ow! Eu saio 2 minutos e tu deixa isso acontecer?

Lucas: Isso o que?

Emanuel: PORRA LUCAS!      

Lucas: A ta, entendi. Relaxa. 

Emanuel: Relaxa? Eu vou expulsar ele daqui.

Lucas: Não faz isso, não vai dar certo. As meninas não gostam de briga, mas vão fazer ele ficar. 

Acho que ele ta certo, mulher gosta de contrariar. Vou tentar não arrumar briga..

O filme que tava passando era ridículo, só quem ja viu Arraste-me para o Inferno sabe o que é terror que te faz rir. Cheguei na parte que a mocinha do banco derrubou a velha sinistra de joelhos no chão. Depois ela foi amaldiçoada pelo botão do casaco e … Ah, era muito engraçado. 

Sei que o filme acabou, a mocinha foi arrastada para o inferno. Espero que o Denilson também, ele foi embora e as garotas também. O treino acabou comigo, não estava afim de arrumar nada, então fui dormir. 

Acordei na manhã seguinte com o barulho do despertador o mais alto possível. Fiquei meio puto e desliguei ele. Meu corpo estava até doendo um pouco, como se eu tivesse dormido por 2 dias seguidos. Apesar de não estar afim, levantei, tomei banho e fui pra aula. Ainda não tive nenhum sinal do Vine e do Rafa, viados. 

Entrei na sala e sentei no meu lugar atrás do Lucas, mesmo sendo nerd ele não sentava na frente.

Emanuel: Hey, viu o Vine ou o Rafa?

Lucas: Eles estão…   - Nem deu tempo de ele responder, vi os dois entrando na sala. O Rafa tava acompanhado de uma gostosa que eu não fazia ideia de quem era e o Vine sozinho, com umas marcas pelo rosto e pescoço. Os dois estavam com uma puta cara de quem estava na balada enchendo a cara até agora. 

Eles sentaram do nosso lado enquanto o professor entrava na sala e arrumava as coisas dele. 

Emanuel: Onde vocês estavam?

Rafael: Viu aquela guria que entrou comigo?

Emanuel: Vi, o que tem ela?

Rafael: Filha do diretor, liberou nossa saída e a gente tava na Space até o sol nascer.  

A Space era a melhor boate, casa de festas, balada, casa noturna.. Chame do que quiser, era a melhor. Só os melhores podiam entrar la, precisava ter bons contatos para conseguir ir nas melhores festas da Space. 

Emanuel: Porra!               - Só percebi que falei alto demais quando o professor me ameaçou mandar para fora da sala. Professores são bem estressados, devem até receber auxílio para doenças psicológicas. 

Rafael: Foi foda, pena que a gente não te achou.

Emanuel: É, seu puto. Fiquei comendo pizza com as meninas e com o Lucas.

Rafael: KKKKKKKK Se fudeu. O Vine pegou geral.

Olhei em direção ao Vine para poder zuar ele e ele estava dormindo com a cara no livro de história. Conversei com o Rafa até o intervalo, fui passear por ae. O dia estava meio frio, com cara de que vai chover. Sentei em um banco, coloquei meus fones de ouvido e fiquei distraído pensando na vida.

XxxX: HEY!       - Senti um sacana puxar um dos meus fones.

Emanuel: Que foi?         - Olhei para o lado irritado, pronto pra meter o soco. 

Carol: Er…

Emanuel: Não, desculpa. Pensei que fosse outra pessoa. 

Carol: Tudo bem então. Preciso falar com você.

Se tem uma coisa para você se preocupar é quando uma pessoa chega para você e fala: ‘Preciso falar com você.’ ou ‘Posso te perguntar uma coisa?’. Essas frases sempre vêm seguidas de coisas nada agradáveis. 

Emanuel: Pode falar.

Carol: É sobre o Daniel

Emanuel: Quem? ‘-‘ 

Carol: O Dê.

Emanuel: Hm.            - Como assim? O nome dele não é Denilson? Ah não, que sem graça.

Carol: Então… eu queria que você soubesse que nossa amizade está acima de qualquer relacionamento. 

Emanuel: Legal. Que relacionamento?

Carol: Meu e do Dê.

Emanuel: Por que você ta com esse idiota?

Carol: Ele não é idiota, ta bom?

Ah, não fode Carol. Seria melhor que não tivesse vindo dar nenhuma explicação, não queria saber que ela estava em um ‘relacionamento’ com o maldito la. Ela simplesmente levantou e foi embora, como se tivesse vindo só pra me sacanear contando do lindo namoro dela, que sacanagem. Voltei pra sala e, como sempre, o Lucas tava sentado no lugar dele desenhando alguma coisa e escutando música.

Lucas: Ei, whazup?!

Emanuel: Oi.

Lucas: Fala ae.                 - Ele devia ter um sexto sentido para quando as coisas não estavam boas, contei pra ele o que tinha acontecido e ele me falou pra agir normal, como se nada tivesse acontecido. 

Tipo aquelas frases de malandro: “O que passou, passou e não volta nunca mais. Por isso que eu não vivo de passado.”  Acho que isso não da muito certo comigo, não sou muito de ignorar as coisas que me afetaram de alguma forma. Só sei que consegui me distrair e as últimas aulas passaram mais rápido que eu imaginava, sem nenhum professor me cobrando de fazer exercícios ou responder as coisas para a classe. 

Começou a chover, que droga. Quando tocou o sinal eu ja estava com tudo guardado na mochila, pronto pra sumir dali e ir dormir mas esperei as pessoas saírem da sala e vi que ficamos só nos …5!? Era pra ser só 4. 

Rafael: Mano, deixa eu te apresentar a Manuella.


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