O Feiticeiro Parte III - O Medalhão de Mu escrita por André Tornado


Capítulo 55
VII.2 Alternativas.




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- Bulma, o que foste tu fazer? – Gritou Goku em pânico.

Ela descalçou as luvas amarelas, tirou o boné da cabeça. Tinha vindo das oficinas, onde interrompera os trabalhos no segundo motor da máquina das dimensões para vir participar na pequena reunião que iria acontecer na Capsule Corporation. Soubera que Goku tinha chegado para falar com Vegeta e o assunto seria certamente o feiticeiro. Queria estar a par das novidades.

Vegeta olhava para Goku com um olhar vazio. Bulma disse:

- Não estou a perceber a tua reação, Son-kun. Lembro-te que Zephir não é apenas assunto vosso, é também assunto deste planeta e de todo o Universo. Tive uma ideia e tentei ajudar, só isso.

- Mas enviar Ubo atrás de Toynara! Isso era o pior que podias ter feito…

- Porquê?

Goku explicou:

- Dende avisou-me que Ubo não podia saber que Zephir existe, quanto mais contactar com um dos sacerdotes desse templo. Está bem, a culpa também é minha, nunca devia ter perdido Ubo de vista, mas tenho andado ocupado com outras coisas… Enfim. Ubo é a reencarnação de Majin Bu e Zephir serve-se da magia de Babidi.

Ela compreendeu.

- Ah!... Zephir poderá enfeitiçar Ubo e virá-lo contra nós.

- Pois…

- Isso seria terrível. A força de Majin Bu era imensa.

Goku concordou com um aceno, cruzou os braços imitando a postura de Vegeta.

- Não me agradava nada ter de combater contra Ubo.

- Uma das vantagens de Majin Bu era ser imortal – disse Vegeta. – Nós eliminámos Majin Bu várias vezes, só que ele conseguia reconstruir-se de cada vez que o fazíamos em pedaços. Ubo não tem essa capacidade, não é imortal. Poderemos derrotá-lo facilmente.

- Não quero eliminar Ubo – protestou Goku. – Ele é meu aluno. Seria como combater contra um dos meus filhos…

- Pfff… Estamos em guerra, não há lugar para esse tipo de sentimentalismos.

- Vegeta – avisou Goku sério. –, se Zephir chegar a enfeitiçar Ubo contra nós, terás de passar primeiro por cima de mim para lutar com ele.

- E passarei!... Sem qualquer problema.

Bulma intrometeu-se entre os dois.

- Rapazes! Vamos esquecer Ubo por um momento, está bem?

Goku acalmou-se, Vegeta voltou-lhe a cara.

- Mas onde é que ele está, Bulma? – Perguntou Goku preocupado. – Não o enviaste antes de ontem para o Palácio Celestial? Já tinha mais do que tempo para ir e voltar para cá com Toynara.

- Ora, não aconteceu nada – sossegou ela tentando acreditar nas suas próprias palavras. – Provavelmente, Toynara não quis vir com ele e Ubo deve estar escondido, cheio de vergonha, porque não conseguiu fazer o que lhe pedi. Ou talvez tenha voltado para a sua ilha. Afinal, não passa de um miúdo.

- Pois… – Goku, pensativo, apoiou o queixo numa mão. – Ou talvez Toynara já não estivesse no Palácio Celestial. Agora que me lembro, Toynara estava no templo, quando roubámos as bolas de dragão ao feiticeiro.

- Honto?

- Hum-hum.

- Estranho… E por que razão Dende deixou Toynara ir embora e logo para o Templo da Lua? E não nos disse nada?

Goku encolheu os ombros. Tentou mais uma vez, mas o ki de Ubo continuava invisível à sua perceção. Ou melhor, fugia-lhe elusivo, troçando das suas tentativas, esgueirando-se para as sombras fazendo-lhe uma careta. E depois desse curto exercício, ficava incomodado e não se demorava na busca.

- Kakaroto, não foi para falarmos sobre o teu aprendiz que vieste, pois não?

A impaciência de Vegeta cortava a direito, mais uma vez, dividindo o espaço e fazendo pender o campo para o seu lado. Bulma suspirou, sempre incorrigível aquele saiya-jin.

- Não. Vim para saber o que pensas fazer agora – disse Goku. – Qual é a tua ideia?

- Bem, estamos em vantagem sobre Zephir. Temos a intrometida e a segunda metade do Medalhão de Mu.

- Por que é que não a chamas pelo nome? – Perguntou Bulma.

Vegeta olhou-a espantado, a observação fora totalmente descabida. Prosseguiu, a olhar para ela de cenho franzido, indicando que não toleraria outra interrupção daquele calibre:

- O feiticeiro vai empregar-se a fundo para recuperar a intrometida – vincou a palavra de propósito – e o medalhão.

- Também penso o mesmo. O que significa que vai enviar os seus guerreiros atrás da rapariga. Sabe que somos nós que a protegemos, o ataque será em força para ter alguma hipótese de vitória. Vai ficar sozinho no templo e confia que nós vamos estar tão ocupados que não vamos ter a oportunidade de o atacar. Aí é que ele se vai enganar… Nós vamos atacá-lo. Eliminamos o feiticeiro e os guerreiros, que foram feitos com a magia dele, desaparecem com o feiticeiro.

Viu o desagrado na expressão de Vegeta.

- O que foi?

- A tua ideia é uma mer…

- Vegeta! – Cortou Bulma com um grito.

- O que foi?!

- Porque é que não gostas da minha ideia?

- Estás com medo de te enfrentar aos guerreiros do feiticeiro, Kakaroto?

- Não, mas o que eu disse vai acontecer. Zephir vai querer raptar a rapariga e levar o medalhão e poderemos ter aí uma oportunidade.

Vegeta rangeu os dentes.

- Nunca farei algo tão cobarde, Kakaroto. Atacar o feiticeiro e esquivar-me aos seus guerreiros… Sou um saiya-jin, raios!

- Eu também sou um saiya-jin e prefiro, tanto como tu, um confronto direto. Mas sempre que temos enfrentado os guerreiros de Zephir têm uma surpresa reservada para nós. Os demónios são imortais, Keilo atinge o nível três dos super saiya-jin e sabe-se lá que mais níveis…

- E depois? – Vegeta forçou um sorriso. – Quando estivemos na Dimensão Real aproveitámos para nos treinarmos com aqueles corpos estranhos, o que nos ajudou a melhorar as nossas capacidades. Também nós temos uma surpresa reservada para aqueles malditos.

Goku concordou com um ligeiro aceno:

- Hai. Realmente, este último combate contra Keilo foi diferente do primeiro… O saiya-jin lendário já não me pareceu tão terrível.

- Então, cobarde! – Vegeta cuspiu subitamente irado. – Enfrenta-te ao saiya-jin do feiticeiro que eu lido com os demónios. Poderão ser imortais, mas devem ter algum ponto fraco.

- O que quer dizer que enquanto vocês enfrentam os guerreiros, poderemos enviar Trunks ou Goten, com o apoio de Piccolo, para eliminarem Zephir no templo.

Olharam os dois para Bulma.

Um apito agudo estilhaçou a cena, fazendo-a estremecer. Acabava de ser contactada. Levou a mão ao bolso, onde guardava o intercomunicador portátil que utilizava para receber as mensagens comunicadas pelo computador central que geria a Capsule Corporation. Era uma forma de controlar o vasto complexo, desde simples informações sobre refeições até lembretes sobre reuniões de negócio importantes.

- Nani? – Vegeta parecia ainda mais irado.

- A ideia de Son-kun parece-me boa – defendeu-se ela, tocando no intercomunicador portátil –, não a devemos desperdiçar. Quando Zephir se atrever a atacar-nos para levar a Ana e o medalhão, vocês defendem-na, desafiando os guerreiros que ele enviar para fazer esse trabalho. Entretanto, temos uma equipa preparada para o assalto ao templo, procurar o feiticeiro e eliminá-lo. 

- Que ninguém se atreva a acabar com o feiticeiro enquanto eu estiver a lutar com os demónios, ou mesmo com Keilo!

- Vegeta, não podes ser assim tão egoísta! – Gritou Bulma. – É o nosso futuro e o futuro do Universo que está em jogo!

- Acho que devemos aproveitar todas as oportunidades – murmurou Goku cauteloso. Não pretendia irritar o príncipe ainda mais.

Mas Vegeta já estava irremediavelmente irritado.

- E depois?! Kuso! O futuro do Universo já esteve nas nossas mãos noutras ocasiões e conseguimos sempre salvar o maldito Universo. Tens medo de não estar à altura, Kakaroto?

- Não, Vegeta, não tenho medo. Mas quero muito que isto acabe em bem, para nós e para todos os que nos são queridos. Lembro-te que as bolas de dragão já não nos poderão ajudar se qualquer um de nós perder a vida.

- Não me importo de perder a vida a combater – replicou com arrogância.

- Sabes também que não me importo de sacrificar a minha vida para salvar o Universo – contrapôs Goku. – Já o fiz uma vez.

Vegeta rosnou, a corar violentamente. Recordava um episódio do passado deles que o incomodava acima do suportável, que ocorrera durante o Cell Games. Bulma retirou o intercomunicador portátil do bolso.

- Mas não podemos entregar a nossa vida sem pensar. E se morrermos demasiado cedo? O feiticeiro vencerá e o nosso sacrifício será em vão…

- Não deixarei o feiticeiro vencer! Ofendes-me ao fazer essa insinuação.

- Está bem… Gomen nasai, Vegeta, não te queria ofender. Mas pensa na minha ideia. Bulma concorda com ela!

Vegeta desviou o olhar, cruzou os braços. Ficara tenso.

- Então, diz-me: o que queres fazer… hoje?

Goku ficou sério, os sobrolhos uniram-se por cima dos olhos.

Bulma olhou para o minúsculo ecrã do intercomunicador portátil e começou a ler a mensagem que lhe tinha sido endereçada, enquanto continuava atenta à conversa.

- Vamos falar com a Ana… Ela tem de saber o papel que vai ter nesta história, daqui para a frente. Precisamos que o feiticeiro saiba onde é que ela se esconde para que venha atrás dela.

- Servirá de isco… Achas que conseguirá fazê-lo? Poderá ter medo.

- Ela confia em mim… Acho que a vou conseguir convencer, se falar com ela. Eh…

Estranhou a hesitação dele, Vegeta encarou-o. Notou uma gota de suor escorrer-lhe da testa, semicerrou os olhos desconfiado.

- O que é que se passa?

- Eh… A rapariga é engraçada! – Exclamou e coçou o cabelo com um dedo, a sorrir como um pateta. – Talvez porque vem de outra dimensão e porque nos conhece a todos… não é, Vegeta?

- Nani? – Soprou a tentar perceber o que raios tinha acontecido entre ele e a intrometida. Não tinham estado sozinhos o tempo suficiente para que pudesse ter acontecido alguma coisa, pensou. Mas a reação daquele idiota era mesmo muito estranha.

- Também podemos pedir a Trunks que fale com ela. Confia mais nele do que em mim, certo? Afinal, interagiu com ele.

- Kakaroto… O que é que a intrometida anda a inventar?

- Nada.

- Hum?

- Eh… nada, Vegeta. Ela e Trunks… Bem...

De repente, Bulma gritou agarrada ao intercomunicador portátil com as duas mãos. Goku suspirou de alívio com a interrupção, não gostava do rumo da conversa, não sabia o que explicar. O abraço da Ana na noite anterior, antes de utilizarem as bolas de dragão, tinha sido inédito e não conseguia muito bem lidar com isso. Mas também ficou preocupado com o grito da amiga. Bulma acrescentou, lívida:

- Vegeta… A Bra desapareceu!


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Notas finais do capítulo

Próximo capítulo:
As intrusas.



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