Investigation escrita por Fenix
Elenco: Felipe Machado, Carol Magalhães, Ana Beatriz, Joe Tatum, Narayani Martins e Leonardo Velasco.
Participação Especial: Michael Ribeiro
Episódio 10 – Distintivo Suspenso Pt.1
Sacramento - Califórnia
Sentada no sofá com uma xícara de café, Carol está de pernas cruzadas encarando Michael na poltrona, que estava em silêncio lhe observando.
Michael Ribeiro é um homem negro, de cabelo batido e terno cinza. Ele pega seu caderno na mesa ao lado e o abre. Carol da uma risada olhando para baixo e depois para Michael.
- Usamos isso como arma! – Comenta Carol.
- O que?
- O silêncio... Também usamos ele como arma! – Diz Carol – As pessoas ficam incomodadas e acabam falando.
- Eu sou pago com você falando ou não, Carol – Diz Michael.
Carol nega com a cabeça revirando os olhos impaciente.
- A CBI já te paga há 5 semanas, doutor – Diz Carol – Já era para ser uma rotina!
- Rotina como ter que me ver depois de atirar em alguém, sim... Mas não a rotina para eu te liberar!
- Só que não foi eu que atirei no Logan, foi o Felipe – Diz Carol – E você o liberou com uma só consulta!
- Ele tem uma boa saúde mental – Michael da um sorriso.
- Agora sim eu quero vê a sua licença – Diz Carol.
Michael da uma risada, Carol debocha, ela põe a xícara na mesa.
- Olha só, não tenho tempo pra isso, tenho 6 casos e testemunho em 2 – Diz Carol.
- Você não quer mesmo falar não é? – Michael pega um envelope e tira alguns papeis, começando a ler – Vejamos... 1 irmão mais novo... pai pedófilo e bêbado, já morto...
- Não... Ai não diz “pedófilo” – Carol o corrige.
- Mas ele era, não era?
Ela abaixa a cabeça com um sentimento de culpa, ela respira fundo e o encara.
- Esse café tem gosto de lixo, sabia? – Diz Carol.
Os dois ficam em silêncio por um minuto.
- Acabamos? – Ela pergunta.
- Não!... Vamos falar sobre o que você quer falar! – Diz Michael – Como você se diverte?
- Me divertir? – Diz Carol.
- É... Quando não está trabalhando...
- É... O que isso tem a haver? – Pergunta Carol.
Seu celular toca em seguida, ela o atende.
- Está bem... Já estou indo! – Logo desliga.
- O dever chama, eu entendo! – Diz Michael.
Carol levanta-se e caminha em direção à porta, ao abri-la, vira-se para Michael.
- Doutor Ribeiro, porque não me libera logo? – Ela pergunta.
- Porque tem algo que quer me falar primeiro – Ele responde – Te vejo na próxima semana!
Carol sai da sala irritada.
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Felipe, Leonardo e Carol caminham por um beco na rua, todos com a arma em mãos.
- Como pegamos esse caso? – Pergunta Carol.
- Recebemos uma ligação anônima – Responde Felipe – Falaram que havia um cadáver a dois quarteirões daqui!
Narayani se aproxima deles no sentido contrário.
- Só temos um problema! – Ela diz.
- Sem corpo? – Pergunta Leonardo.
- Sem corpo! – Afirma Narayani.
Eles retornam a caminhar.
- Latas de lixo não, por favor, latas de lixo não – Diz Leonardo.
- Procurem melhor, o corpo deve estar aqui em algum canto – Diz Felipe.
Eles chegam a um largo sem saída, as paredes eram finais de prédios enormes. Felipe e Carol ficam afastados perto da parede.
- Dia com psiquiatra, né? – Pergunta Felipe.
- Não! – Responde Carol.
- Sim... Quando fica nervosa cisma em olhar rápido para os lados, ele te irrita e além do mais, você está cheirando ao cigarro dele – Diz Felipe.
- Estou irritada porque esqueci meu celular – Ela responde.
Narayani procura por manchas de sangue na parede, Leonardo analisa os sacos pretos de lixo. Felipe leva sua visão para trás e avista uma fileira de formigas na parede, ele da um sorriso de canto.
- O tempo está seco – Comenta Felipe.
- É... Bom para fogueira! – Responde Carol.
- E por isso as formigas procuram umidade.
Carol olha para trás e observa as formigas, que passam por uma porta de ferro na parede.
- Porque não estão nas umidades das laxas de lixo? – Pergunta Carol.
- Exato – Diz Felipe, caminhando com Carol em direção a porta – Porque acharam outro lugar, que é mais...
Carol termina de por as luvas, da um sorriso de deboche para Felipe e puxa a pesada porta de ferro, o corpo pálido de um homem vira para o lado, deixando seu rosto a mostra, Carol arregala os olhos ao encará-lo. Narayani e Leonardo se aproximam correndo.
Felipe encara a reação de Carol e depois disfarça olhando o corpo. Narayani agacha ao lado do corpo.
- Três tiros no peito, a queima roupa – Diz Narayani.
- Em forma de triângulo perfeito – Comenta Leonardo.
As formigas passam pelo corpo do homem, algumas entravam e saiam de sua boca e nariz.
- Sem cartuchos... Parece que o atirador os levou com ele, profissional! – Relata Narayani, ela tateia os bolsos do cadáver – Sem documentos!
- Narayani, tire as digitais – Diz Felipe, em seguida levanta seu olhar até Carol – Quem é ele?
- Jeremy Tanner de São Francisco – Responde Carol, controlando a surpresa – Estuprador de crianças, ficou em Pelican Bay por 6 anos.
- E como sabe disso? – Pergunta Felipe.
- Porque eu o mandei pra lá! – Responde Carol.
Felipe levanta as sobrancelhas.
- Estamos perto de uma loja de rosquinhas, alguém ai vai querer? – Carol já pergunta afastando-se do pessoal.
Felipe a segue com o olhar suave, Narayani e Leonardo trocam olhares surpresos e depois retornam para Carol.
INVESTIGATION
Sacramento – Califórnia
Carol está sentada na cadeira atrás de mesa de ferro na sala de interrogatório, em sua frente está Felipe.
- Felipe, temos um caso, acha mesmo que da tempo para joguinhos? – Pergunta Carol.
- A vida é um jogo... E você tem tempo de sobra! – Responde Felipe, lhe encarando sem piscar.
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Joe está com Narayani e Leonardo em sua sala, os três observam as pesquisas sobre Carol que Joe fazia.
- Meu deus, olhem isso – Joe aponta para tela – Carol era como uma estrela do rock!
- Olha esse cabelo – Diz Leonardo.
Carol entra na sala exatamente em seguida.
- O que tem de errado com o meu cabelo? – Pergunta Carol.
- Nada! – Responde Leonardo, levantando-se da mesa rapidamente.
- Eu peguei Jeremy quando estava na sede de Las Vegas – Diz Carol, ela encosta na mesa.
- É uma super heroína com identidade secreta! – Comenta Joe.
- Querem saber de tudo? Okey – Diz Carol - Jeremy atacou Las Vegas por 18 meses, atacou 7 ou 8 garotas com idade de 6 à 9 anos, fui encarregada da polícia que o pegou! E agora, o que descobriram?
- Acharam a arma a 1 quarteirão na lata de lixo – Responde Leonardo – Procurem por digitais!
- Os resultados ainda não foram compatíveis – Diz Narayani – Mas estou trabalhando nisso!
George entra na sala parando alguns passos depois da porta.
- Soube de Jeremy! – Diz George.
- Estranho, né?! – Diz Carol.
- Falou com Carter? – Pergunta George.
- Seria meu primeiro – Responde Felipe – Katy, de 7 anos, o pai prometeu matá-lo quando ele saísse da prisão!
- Liguei para ele, já está vindo de Marin – Diz Carol.
- Tudo bem então, me avise se precisar de ajuda! – Diz George.
- Pode deixar senhor! – Diz Felipe.
George sai da sala fechando a porta.
- Tome o endereço de Tanner – Carol entrega um papel para Joe – O oficial da condicional disse que tinha uma namorada, fale com ela!
- Uma namorada? – Joe estranha.
- Eu irei investigar isso, Narayani você vem comigo – Diz Felipe.
- Joe, cheque os amigos de Tanner da pedofilia – Diz Carol – Especialmente os que mudaram de São Francisco para Sacramento... Leonardo e eu temos uma reunião com o agente de estado – Diz Carol.
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Folsom – Sacramento
Na casa de Dianna Derask, Narayani está sentada numa poltrona em frente a moça que aparentava ter trinta anos no máximo.
- Sra. Derask qual seu envolvimento com Jeremy Tanner? – Pergunta Narayani.
- Ele era meu noivo! – Responde Dianna.
- Noivo? – Narayani fica um pouco surpresa.
- Algum problema com isso? – Pergunta Dianna, um pouco tensa.
Felipe afasta-se da janela em direção a moça.
- Ela apenas não entende como uma mulher se apaixona por um pedófilo condenado – Diz Felipe – Não é o melhor tipo de marido!
- Jeremy era um bom homem, e me tratava como rainha! – Ela diz, com seu tom alterado – As acusações de São Francisco são equivocadas... Aquela polical vadia armou pra ele!
Felipe da um sorriso de canto observando as expressões de Dianna.
- Uma “vendetta”, era o que ele dizia! – Diz Dianna.
- Precisa aprender a como limpar Dianna... – Owen entra na sala distraído com um pano em mãos – É onde fica... – Owen nota a presença dos agentes na sala – Ei!
- Oi! – Retribui Felipe.
- É a polícia... Vieram falar sobre o Jeremy – Diz Dianna – Meu irmão veio consertar a pia pra mim!
- Owen!
- Felipe! – Eles apertam as mãos – Essa é Narayani!
- Ei!
Narayani levanta a mão com um sorriso.
- Owen, conhece Jeremy Tanner? – Pergunta Narayani.
Owen da de ombros enquanto limpa as mãos no pano.
- Encontrei com ele umas duas ou três vezes – Ele diz – Tratava bem Dianna, então, sabe... – Owen leva seu olhar a sua irmã – Bom, foi difícil, mas já ta tudo certo... Prazer em conhecê-los!
- Você também – Diz Felipe.
- Sabe de alguém que iria querer machucar Jeremy? – Pergunta Narayani, atenta a Dianna.
- Bem... Pode não ser nada... Mas ele brigou com o chefe na semana passada! – Diz Dianna – Chegou em casa bravo... Disse que o cara queria pegá-lo!
- Quem é o chefe dele? – Pergunta Narayani, sempre séria.
- Algum idiota, eu não sei! – Responde Dianna.
Felipe caminha calmamente até a estante da sala e passa a analisar cada item.
- O lugar chama “XXXYD Incorporação”, eu acho – Diz Dianna – Em Winley, próximo da estrada.
Um tempo em silêncio e uma linda menina de cabelo loiro, olhos azuis iguais os de Dianna, cerca de sete ou oito anos, entra em casa com uma roupa clara e uma mochila rosa.
- Oi mamãe! – Diz Rose, com um tom feliz e abraçando Dianna.
No mesmo instante Felipe e Narayani trocam olhares, Narayani levanta uma sobrancelha.
- Oi querida, como foi a escola? – Pergunta Dianna.
- Aprendi a multiplicar por 6, quer ouvir?
- Talvez mais tarde, okey?
Narayani volta a olhar para Dianna, ela por sua vez leva seu olhar a Narayani.
- Jeremy não é o que pensa! – Diz Dianna.
- Ei Rose... Sou Felipe – Ele ajoelha ao seu lado e aperta sua mão – Como vai?
- Bem!
- Um bom dia, não é?
Ela afirma com a cabeça, sorrindo.
- Tabuada de seis?... Uau! – Felipe diz, sorrindo – Porque não vai na cozinha ajudar seu tio Owen?
Ela olha para sua mãe, que lhe permiti ir, então a menina se afasta saltitando. Felipe levanta em seguida.
- Não acredito que Tanner tocou em Rose – Diz Felipe.
- Viu? – Dianna olha para Narayani – Eu disse!
- Porque ainda cuidava dela! – Responde Narayani.
- Não sabe do que está falando!
- Você o conheceu num shopping, não foi? – Pergunta Felipe – Perto do cinema... Rose estava com você?
- Ele trabalhava lá na época! – Diz Dianna.
- Certo... Um cavalheiro... Não como os outros caras – Diz Felipe, ele a encara com uma expressão sarcástica – Nunca te pressionou para fazer sexo, não foi amor a primeira vista, mas ele era tão bom para Rose.
Dianna alisa os joelhos ficando nervosa, Narayani a encara e observa suas mãos.
- Ele a ouvia... Ninguém fazia isso quando você era criança – Diz Felipe.
- Jeremy queria ser pai... Minha menina não merece um pai?
Felipe põe as mãos no bolso da calça.
- Ultimamente vinha perguntando se podia viajar com Rose – Felipe diz enquanto caminha pela sala – Talvez para acampar... Criar laços entre pai e filha... Pressionava você para deixar, mas só um pouco...
Os olhos de Dianna se enchem de lágrimas, ela abre a boca respirando forte.
- Mas só o suficiente para começar a te incomodar – Diz Felipe, ele a encara por um segundo – Um pequeno incomodo!
Dianna evita olhar para Felipe, levando sua visão para cima.
- Talvez o que sentiu bem lá no fundo, estava certo – Diz Felipe, ele aponta para o porta retrado de Jeremy, Dianna e Rose – Jeremy Tanner... Era bom demais pra ser verdade!... Merece um bom homem Dianna... Se não pode acreditar nisso, ao menos finja!... Para o bem de Rose!
Todos ficam em silêncio, Dianna olha para o lado ignorando-o.
- Terminamos aqui, que tal irmos comer? Estou faminto! – Diz Felipe, afastando-se.
Narayani levanta surpresa logo em seguida.
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Carol e Joe estão com Ana Beatriz na sala.
- Isso aqui tem que ser averiguado e... – Diz Carol.
Leonardo entra agitado e nervoso na sala.
- Temos um enorme problema! – Diz Leonardo.
Carol e Joe viram-se para ele.
- Terminou o teste da arma que matou Tanner – Diz Leonardo.
- E isso é um problema? – Pergunta Joe.
- Sim! – Responde Leonardo – Carol... – Ele a encara – As digitais são suas!
- O que?! – Carol olha para Joe e Ana assustada.
Joe respira fundo encarando-a.
Continua...
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