Live my life

Sempre fui o tipo de garota inteligente, aquela que sempre foi a melhor da turma e que os professores amam pelo fato de não falar em suas aulas. Me chamo Madison Smith, tenho 16 anos e comecei o ensino médio. Ninguém imagina o quanto estou ansiosa para que acabe logo a escola e comece a faculdade. Quero me formar em medicinia, por causa da minha mãe, que morreu quando eu tinha 12 anos, mas que deixou sua marca como médica, foi ela que me inspirou em tudo. Moro com meu pai em Atlanta, uma cidade digamos assim, que dá pro gasto...

– Mad, anda logo, você vai perder o almoço se continuar sentada no chão escrevendo - Julie, minha melhor amiga, anda um pouco estressada desde o tempo que comecei meu diário. Ela não entende pra que escrever se eu simplismente posso contar tudo pra ela - Hoje tem batata frita!

– Já vou, me deixe acabar essa página - Olho pra ela que me olha incrédula. Deve estar pensando como posso ter trocado-a tão rápido, mas não é bem assim - Ok, to indo.

O refeitório sempre foi a mesma coisa, todos em seus grupinhos, esnobando os novatos. Eu sento em uma mesa com Julie, Ryan e outros amigos meus. Sempre falamos de escola, nossa maior preocupação é a faculdade, mas se bem que esse assunto anda me deixando assustada dos últimos dias. Não me imagino largando meus sonhos como o pai de Santiago, que deixou tudo por uma mulher. Tento abstrair olhando para o meu bolo de carne, depois pra batata, e quando vejo, perdi a fome. Apenos tomo meu suco e Julie pega o resto de minhas batatas.

Como ainda não tirei carta, tenho que ir pra casa de ônibus, mas eu não entendo aquele cara que me atendeu na auto-escola, eu só passei por um sinal vermelho e ele me negou. Deixo de pensar nisso por um instante, quando o ônibus para em uma placa e eu desvio meu olhar para um casal sentado em um dos bancos que ficam na beira da estrada. Eles parecem estar discutindo sobre alguma coisa que eu tento adivinhar em leitura labial. Sem sucesso fico apenas observando. Ela parece zangada e ele com medo. Nunca vi uma expressão daquele jeito. A grande lata amarela solta seu freio e continua o trajeto de volta para casa. Penso no tanto de coisas que eu tenho que fazer, começando pela janta.

– Filha, tirei o frango do congelador, mas se você quiser compramos uma pizza - Esse meu pai, sempre o mesmo e nunca vai mudar. Ele anda muito ocupado nos últimos dias com sua fábrica de remédios.

– Comemos pizza ontem pai, deixa que eu faço o frango - Desde que a mamãe morreu eu virei cozinheira, espero que ela esteja orgulhosa pelo jeito que cuido do papai - Vai tomar um banho.

– Preciso resolver uma coisas no escritório, quando terminar me chama - correu pelo corredor e chegou na sua mesa, já falando com alguém no telefone.

– Claro - eu disse, mas ele não me escutou. Comemos frango, legumes e arroz, uma janta digna de uma experiência de 16 anos.

Lavei a louça quando meu pai colocou na boca o último pedaço de tomate, e depois tomei um banho. Deito na minha cama com a companhia do meu livro, que eu deixo de lado, assim que meus olhos se fecham.