POV Tom

Eu observava de longe, encostado em uma árvore com as mãos dentro do bolso, o dia estava ensolarado, apesar do clima triste, Pollyanna trajava um vestido negro e um véu sobre o rosto escondendo seus olhos chorosos. Teriamos evitado tudo isto se eu tivesse matado todos eles, eu senti a raiva queimar dentro de mim e evaporar tão rápido quanto veio quando Pollyanna tirou o véu do rosto e nossos olhos se encontraram. Ela depositou um buque de flores amarelas na lapide de Mary e veio em minha direção.

- Odeio enterros, me lembram de papai e mamãe. - ela disse, mas não chorava, estava muito bem na verdade, eu desviei os olhos e ela cruzou os braços. - Ainda estamos brigados? Sério?

- Por que você é tão irritante Pollyanna? - perguntei e ela sorriu encolhendo os ombros.

- Acho que sou seu carma.

- Teria sido muito mais fácil se eu tivesse exterminado todos eles antes de conhecê-los.

- Oh não diga algo tão terrível Tom.

Era incrível como Pollyanna fazia eu me tornar alguém melhor, era incrível como ela era boa e mesmo assim tantas coisas terríveis aconteciam com ela, num impulso eu a abracei, não sei por que fiz aquilo, com ela era diferente, mesmo que eu odiasse todos os sangues ruins, eu não conseguia odiá-la.

- Eu vou te proteger miss. - sussurrei em seu ouvido. - Eu te prometo.

Ela abriu um daqueles sorrisos radiantes.

- Então não vai mais fazer aquelas coisas horríveis?

- Não exagera Pollyanna. - eu disse rude. - Eu vou me tornar imortal e vou fazer minhas horcruxes, exterminarei os trouxas e aqueles que não forem dignos da magia, mas eu já te disse, você é a minha única exceção.

Ela sentou na grama e começou a arrancar as folhas, eu me sentei ao seu lado e ela encostou em meu ombro.

- Sabe que a gente não vai ficar junto quando você se tornar este tal lorde das trevas, não sabe? - eu assenti. - E que eu vou lutar contra você e que se fizer o que planeja, então futuramente teremos tempos muito difíceis, guerra, você sabe.

- Sim, eu sei miss. Até lá eu vou te convencer a ficar do meu lado. - eu disse com um sorrisinho de canto.

- Tenta Sr. Riddle, eu sou cabeça dura.

- Eu bem sei. - nós dois rimos.

Eu tirei algo das vestes e ela me olhou curiosa enquanto eu pegava sua mão e colocava o anel de morfino em seu dedo anelar.

- O que está...? Mas esse não é...? - ela perguntava surpresa.

- Sim e não vai te machucar, mas se outra pessoa o colocar não terá mais que um ano de vida.

- Isto parece terrívelmente romântico. - nós dois rimos.

- E não te quero perto do Lovegood. - ela me olhou indignada, abriu a boca e fechou-a procurando as palavras certas.

- Mas ele é meu amigo.

- Ah claro, vou levar Audrey Stone para o café da madame Puddifoot e chama-la de minha amiga. - ela fez uma careta.

- Está bem. - disse contrariada, eu a abracei possessivamente e ficamos ali o resto da tarde.

[...]

Eu fiquei feliz de voltar para Hogwarts, contava os dias para voltar para o castelo, à casa dos Riddle nunca fora mais desagradável. Cecília fazia visitas diárias trazendo sua filhinha desprezível junto e Pollyanna voltara para a casa de sua tia.

No Expresso Hogwarts, eu encontrei meus amigos, eles nada sabiam sobre Mary e os Riddle e ficaram preocupados quando tive que voltar para Londres antes das férias, eles me importunaram com perguntas estúpidas, mas não respondi a nenhuma, não era da conta deles.

Durante a viagem pensei aquele era meu ultimo ano, eu havia feito coisas extraordinárias em meus sete anos em Hogwarts, antes das férias conseguira descobrir o paradeiro do diadema de Rowena Ravenclaw e assim que me formasse, tentaria me tornar parte do corpo docente de Hogwarts como professor de Defesas Contra as Artes das Trevas, um ótimo meio de conseguir aliados dentro da escola, como faz Slughorn com seus alunos preferidos, eu poderia lhes ensinar magia das trevas e então conseguir mais servos para se juntar aos meus comensais.

Os dias se passaram sem mais novidades, faltavam poucos dias para o final do ano letivo quando fui procurar o diretor Dippet.

- Varinhas de alcaçuz. - disse a senha e a gárgula saltou para o lado, eu subi as escadas em espiral e bati na porta.

- Entre. Oh Sr. Riddle, algum problema?

- Não senhor, eu apenas gostaria de fazer um... Pedido.

- Pois diga.

- Estou me formando este ano e seria uma honra fazer parte do corpo docente de Hogwarts, tenho muito interesse na matéria Defesa Contra as Artes das Trevas.

- Ora Sr. Riddle isto seria ótimo, é muito raro alguém que tenha tirado Otimo em todos os N.O.M.s e N.I.E.M.s como o senhor, mas ainda é muito jovem, não?

- Tenho 17 anos senhor e como disse fui ótimo em todas as provas, não vejo motivo...

- Ora Tom, eu não estou lhe recusando, apenas pedindo que volte alguns anos mais tarde, seria um prazer ter-lhe como professor.

- Assim farei senhor. - cumprimentei o professor educadamente e me retirei da sala, ele deveria ter me dado o cargo, mas eu ainda tinha uma outra opção.

Eu estava indo para as masmorras quando uma coruja negra me alcançou deixando cair uma carta, eu a abri sabendo exatamente do que se tratava.

Não sei o que um garoto de 17 anos queira em uma loja como a minha, mas lhe darei uma chance, é bom que seja tão bom vendedor quanto é arrogante garoto, lhe darei uma vaga como balconista e terá de vender os objetos amaldiçoados por bons preços, começa assim que te formares em Hogwarts.

Sr. Burke

Lojas Borgin & Burkes.

Eu sorri satisfeito, naquela loja encontraria os mais valiosos objetos das trevas, seria um bom lugar para começar.

Pollyanna POV

Os últimos dias daquele ano em Hogwarts foram bem mais agradáveis do que estavam sendo nos últimos dias. A minha amizade com Tom parecia ainda mais sólida e como também eram os últimos dias de Charlus, nós dois aprontamos algumas com uns sonserinos, não que o monitor-chefe ajudasse, Tom não deixa passar nada e nos deixou de detenção umas duas vezes.

Sentei-me frente à lareira junto de meus amigos na nossa ultima noite antes de voltarmos para Londres.

- Eu vou sentir falta de vocês. - eu disse melancólica.

- Nós também Polly. - disse Minerva. - Vamos escrever todos os dias.

- Ganhamos a taça de quadribol. - festejou Charlus. - Vou sair de Hogwarts muito feliz.

- Meu lindo. - disse Dorea dando um beijo no rosto de Charlus.

- E eu tirei ótimas notas nos N.I.E.M.s, também estou muito feliz. - disse Minerva.

Jeremy se juntou a nós carregando doces até nos bolsos.

- Sobrou da viagem de Hogsmeade, alguém quer?

- Eu quero. - eu disse pegando muitos doces, Minerva pegou um e Charlus também pegou muitos, Dorea ficou pálida.

- Arrgh, sai daqui com esses doces, Lee. - reclamou levando a mão a boca. - Gente, eu não estou aguentando esse cheiro, eu vou deitar, boa noite.

Mandou beijinhos para nós e foi para o dormitório feminino, Minerva e eu nos entreolhamos preocupadas. Passamos o resto da noite nos divertindo, afinal era a ultima com todos juntos.

Na manhã seguinte no Expresso Hogwarts eu encontrei Minerva e Dorea andando juntas.

- Passei mal a noite toda, fui visitar madame Grey hoje de manhã na ala hospitalar e... Ela acha que eu... Que eu, eu estou grávida.

- NÃO ACREDITO! - gritou Minerva enquanto eu arregalava os olhos e abria um enorme sorriso.

- Isso é lindo. - eu disse.

- Isso é terrível, você tem 17 anos Dorea Black. - brigou Minerva.

- Já contou para o Charlus?

- Estou nervosa demais pra isso Polly, acredite, o que mamãe vai dizer? E os outros?

- Não ligue oras. - eu disse sorrindo animada. - A gente está com você, sempre.

- Obrigada Polly e você também Minnie, mas diga-me Polly, voltou a ser amiga do Riddle?

-Sim.

- Amiga? - perguntou uma incrédula Minerva reprimindo uma risada.

- Amiga. - eu disse rindo e batendo no braço da mesma. - Bom... Eu acho.

Nós três entramos na maria-fumaça e encontramos Jeremy e Charlus lá dentro em um dos compartimentos.