Meredith

Eu estava de pijama falando com a Andie pelo computador, quando o Andrew apareceu no meu quarto, ele estava de cabeça baixa e explicando a sua constrangedora situação, deu vontade de rir, pois era muito irônico. Porém eu só concordei em dormir logo. Despedi-me da Andie, quando eu ia me deitar eu o perguntei qual lado ele preferia, como a sua resposta foi que o Andrew não tinha preferência, eu escolhi o esquerdo, então. 

Quando eu já estava a dormir, eu o escuto me falando que me amava, eu fiquei bastante vermelha, mais do que eu me encontrava antes. Mas eu tomo coragem e falo que eu o amo mais.

Eu acordei vendo ele ainda em um sono profundo. Decidi não acordá-lo, aprendi com o Dumbledore que: “nos sonhos entramos num mundo inteiramente nosso. Deixe que mergulhe no mais profundo oceano, ou flutue na mais alta nuvem.”

Então o deixei mergulhando no oceano ou flutuando em uma nuvem e desci para tomar café da manhã, o único problema é que quando você passa de um apartamento pequeno para uma mansão de quatro andares que você mal conhece, a pessoa se perde no primeiro momento. Esqueci que era no primeiro anda, junto com o jardim, piscina, churrasqueira e a garagem. 

Tomei um café gostoso, feito pela a moça que trabalhava na casa do Andrew e agora seria minha “funcionária” e eu achei muito estranho, sempre eu ajudava a minha mãe a cozinhar, mas agora a Jane não iria me deixar fazer o mesmo!

Passou duas semanas e o clima com a minha mãe só melhorava, mas eu não posso dizer o mesmo do meu clima com o Andrew, nós mal conversamos, como se a gente nunca tivesse conversando. Se nunca tivesse namorado o Andrew. Eu e ele estaríamos “super-amigos”, mas agora ele mal olha na minha cara.

Mas hoje é o dia que minha mãe vai se casar, por isso eu sei que devemos parecer bem felizes, tendo esse conhecimento, vou perguntar se ele quer conversar comigo para esclarecemos nossa atual situação.

Bati na porta do seu quarto, agora mobiliado. Ele teve que dormir no meu quarto. Duas noites e foi bastante constrangedor. Era para ter sido só uma noite, mas a cama não tivera sido montada no outro dia.

- Andrew, está tudo bem?

Ele estava com o smoking amassado e com uma cara terrível, me perguntei se ele não tinha voltado a fumar.

- Você acha que eu estou bem?

- Andrew você fumou?!

- Não, eu não voltaria para aquele inferno novamente, mas eu passei a noite em claro.

- O que aconteceu?

Ele explodiu, sua cara ficou contraída. Ele não ia poder ir para o casamento daquele jeito, eu e ele íamos entrar na igreja, tínhamos que estar apresentáveis, mas a sua cara estava longe disso. Olhei no relógio, o carro vai  chegar em 30 minutos.

- Você acha que eu estou bem?! É difícil ser forte o tempo todo! Eu perdi você! Nunca mais vamos ficar juntos!

Ele tornara a chorar. Eu fiquei sem reação, nunca tinha o visto daquele jeito! Mas de algum jeito eu sabia que o garoto estava sendo egoísta. Era o casamento do seu pai, sei que foi com a pior pessoa, não pela a minha mãe ser uma pessoa má, mas com o casório, o nosso relacionamento seria chamado: incesto.

- Andrew! Eu sei o que você sente, mas você tem que estar feliz pelos seus pai.

Eu o levantei e o abracei. Ficamos daquele jeito por mais dez minutos, fiz força para não chorar, eu já estava de maquiagem. Depois o arrumei e o penteie, como se ele fosse um menino pequeno.

- Agora vamos ficar felizes, e olhe pelo lado bom. Somos irmãos!

- Mas nós nunca iremos nos casar!

- A gente pense nisso depois. Agora me dê aquele sorriso que eu mais amo.

Ele deu o sorriso apaixonante dele, estávamos dificultando e melhorando a situação ao mesmo tempo. Queríamos ficar juntos. Não era crime quando aconteceu. Mas incesto não era uma opção.

Sorri para ele e disse:

- Eu te amo, irmãozinho!

- Eu sou mais velho! E mais alto. Baixinha!

Ele me pegou e colocou nos ombros e saiu correndo, mas logo o parei, eu estava com um vestido de dama de honra longo, qualquer coisa poderia fazê-lo rasgar. E ele precisava ajeitar o que eu tinha ajeitado, seu smoking amassou.

Saí de seus braços, endireitei a saia e fiz o mesmo com o seu smoking. Fui até o quarto para chamar minha mãe. Íamos ao mesmo carro que ela. O meu futuro pai já estava na igreja e precisávamos correr, pois a carona atrasou.

Todos os meus amigos estavam lá. E o Stan também, ele estava com uma cara ótima! E acompanhado dele a sua namorada que eu nunca perguntara o nome.

A festa foi de fato linda, mas eu sabia que dali em diante estava declarado civilmente e religiosamente que  Andrew era meu meio-irmão. Afinal, os dois eram viúvos. A igreja deixa bem claro que viúvos podem voltar a casar diante do Pai.

Voltamos para casa ao amanhecer, estávamos carregados de presentes, coloquei todos no devido lugar. Retirei a maquiagem e o vestido e comecei a ler. Não consegui dormir naquela manhã.