Meredith

Já se passaram dois meses desde que eu terminei com o Jason, sinceramente, está tudo bem melhor, eu e ele voltamos a ser amigos.

Uma nova menina entrou no prédio, Andie, e eles dois se tornaram próximos rápido, até demais para o meu gosto. Ela é branquinha com sardas no rosto, magra, cabelos pretos que caem sobre os ombros, um rosto bem afilado, olhos castanhos, ela é realmente linda.

Cheguei a casa depois de uma tarde de meninas, claro que Andie estava conosco, ela é muito legal.  Vi um papel pregado na geladeira, era da minha mãe. Eu realmente acho que ela está se encontrando com alguém, nestes dois meses ela começou a andar mais sorridente, está mais calma, canta no chuveiro.

O bilhete dizia que ela tinha saído para passear  rapidinho, só para relaxar e tomar ar fresco... Imagino há quanto tempo  isso tinha sido colocado ali. Fiquei muito feliz com a minha mãe, ela tinha que achar alguém, já fazia cinco anos que meu pai havia falecido, eu não queria ela triste toda hora.

Fui para o meu quarto, tirei a roupa, tomei banho e vesti uma roupar normal, short Jeans velho e uma blusinha verde clara.

- Meredith!

Vir-me-ei, era o Andrew.

- Oi!

Ele me chamou para ir ao parque, conversar um pouco, disse que estava muito cansada e queria terminar de ler um livro. Ele pareceu meio desapontado, mas no fim disse que estava tudo bem.

Quando ele estava prestes a sair, lembrei – me de chamá-lo para ir comigo no meu grupo de jovens.

- Andrew! Toda quinta-feira, eu vou para o meu grupo de jovens, que ir?

- Meh... Eu não acredito muito em Deus. Eu já acreditei bastante, mas agora... Ele me abandonou.

 -Mais um motivo para ir! Crescer sua fé e você ficar de bem com ele. Por que você acha isso? Ele não abandona ninguém.

- Depois que a minha mãe morreu, eu parei de acreditar.

- Andrew... Vem aqui. Agora.

Ele pulou a árvore e entrou na janela, sentou do meu lado e esperou.

- Meu pai sofreu um acidente de avião há cinco anos, eu podia parar de acreditar, mas Deus precisava dele. O mesmo que a sua mãe. Vá comigo para o grupo de jovens, por favor.

- Eu vou tentar. Ainda não me convenci o suficiente.

Revoltei-me, sei que ele tem seus motivos, mas uma pessoa sem Deus é uma pessoa sem nada.

-  Andrew você usa drogas?

- Muito pouco, a diferença para esse mês e o começo do ano é enorme.

- É Deus iluminando seu caminho!

- O.k Meh... Eu vou ok?

O abracei forte, ele ia para o grupinho! Ficamos assim por um bom tempo, acho que até demais por que escuto um barulho vindo da porta, olhei rápido, era a minha mãe.

- Filha você sabe a regra, namorado só na sala!

Pulei da cama, não era o que parecia, a gente era só amigo, eu até seria a namorada dele, mas ele nunca me amaria então é impossível.

- Não mãe! O Andrew é só meu amigo. Não tem nada de namorado...

Senti um vermelho subindo no meu rosto.

- Eu só sou seu amigo, meu nome é Andrew, Andrew Ducan, muito prazer Senhora Parker, Meredith sempre fala que a senhora é uma ótima mãe.

- Pode me chamar de Amanda.

- Não conseguiria senhora. Seria uma falta de respeito.

Andrew estava com muita vergonha, ele ficou olhando pro chão enquanto falava com ela, era a coisa mais fofinha do mundo! Deu vontade de dizer: Não mãe, a verdade é que eu quebrei a regra, ele é meu namorado mesmo.

Mas eu só pedi licença para o Andrew e fui falar com ela.

- Mãe, com quem você tava? Escondendo esse namorado novo há um mês!

- Ele não é meu namorado... Ainda.

Minha mãe tem namorado e eu não! A situação fica cada vez mais difícil para mim, mas estou super feliz por ela, afinal, eu preciso de um padrasto, mas ele tem que ser muito legal. Não vou aceitar qualquer um! Ele tem que merecer uma mulher como a minha bela mãe.

- E quando eu vou conhecer esse quase namorado?

- Quando você admitir aquele quase que está no seu quarto!

Ela ri, eu faço o mesmo, ela sabe que eu gosto, na verdade, que eu amo o Andrew, mas o Andrew não gosta de meninas como eu. Ele é um príncipe, e eu uma plebéia. Ou seja, ele tem que se casar com, uma loira, magra, chamada Madison, que é totalmente perfeita e foi com ela que ele deu o primeiro beijo.

- Mãe! A gente é só amigo!

- Aham. E eu tenho três anos.

- Sério? Minha mãe tem três anos, que irado – falei brincando.

Voltei para o quarto, ele estava rindo e disse que escutou a nossa conversa, fiquei muito envergonhada, será que ele notou que eu gosto dele?

- Você ainda está cansada ou vai ler algum livro?

- Não... Mas não quero caminhar ou ir pro parque, vamos para a piscina?

- Não posso.

Ele olhou com vergonha para baixo, como se quisesse desaparecer naquele exato momento.

- Você pode ir pro sol?

- Posso, mas as manchas vão aparecer, e eu não quero...

- Pouco me importa as suas manchas. Vai ser só nos dois, se alguém aparecer... Você vai estar debaixo da água não vai dar para perceber.

Ele ficou pensando um pouco, se ia se arrepender ou não, no fim ele concordou.

Eu peguei um biquíni, e me direcionei ao banheiro. Troquei-me.

- Vamos?

Descemos, percebi o quão tenso ele estava, provavelmente ele nunca tirara a camisa para nenhuma menina, só naquele dia que eu tive que limpar seu sangue. E eu faria de novo.

Chegamos na mesa da piscina, tirei minha saída de banho, e estava soltando o cabelo quando vejo que ele estava encarando a piscina, imagino a quanto tempo ele não toma banho nela.

- Não tem problema, eu te aceito do jeito que você é.

Tirei sua camisa. Vi suas manchas brancas no seu tanquinho lindo. E o abracei.

- Juntos? – perguntei.

- Juntos.

Peguei sua mão, nos afastamos da piscina, corremos e pulamos na piscina, esta estava quente como sempre, olhei para Andrew, ele estava sorrindo.