Porque Ninguém Precisa De Um Namorado escrita por Amélie Poulain


Capítulo 10
Do outro lado da porta


Notas iniciais do capítulo

Atualização no mesmo dia, me amem. KK



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É hipocrisia, disso eu sabia. Pois anteriormente eu afirmava com todas as minhas forças que esse baile era uma droga, e agora estava eu sentada em minha penteadeira super ansiosa para aquele evento. Uma das partes mais critica para uma garota deve ser arrumar-se para um baile, uma vez que mulheres são mais neuróticas em relação à sua própria aparência. Por ventura eu não dava muito bola para minha aparência, desde muito cedo preferia o interior ao exterior.

Arrumava-me com lentidão, mas de maneira prática. Ao passo que olhava para meu reflexo no espelho colocava bobs nas minhas madeixas castanhas. Nada mais prático que fazer cachos nas pontas do cabelo, eu sorri vendo um bom resultado no meu cabelo. E assim na maior lentidão fiz cachos nas pontas do cabelo, sequei minha franja rebelde e me maquiei. Já conseguindo visualizar um Will sorrindo esperando-me na parque para irmos ao baile. Os minutos passavam-se com muita rapidez e lá estava eu já vestida, havia algo faltando. Olhei-me diversas vezes no espelho, até que percebi.

Eu corri atrás do colar que Will havia me dado e eu o coloquei no pescoço. Estava pronta. Pela última vez olhei para o espelho e ajeitei meu cabelo.

Desde quando você se importa com sua aparência, Marni? E esse tique nervoso? Isso é ansiedade? Por quê?

— Foda-se. — eu sussurrei para mim mesma balançando a cabeça tentando enxotar os pensamentos. Nada de expectativas e nada de ser pessimista. Eu iria continuar a ser um coração solitário, independentemente, do que acontecesse aquela noite.

Os rangidos da escada eram os únicos barulhos na casa, meus pais ainda estavam trabalhando na lanchonete. E eles tinham total ciência que estava indo ao baile, nada igual aos filmes americanos cujos pais tinham aquela frescura de tirar uma foto da filha indo para o baile. Pela pressa e o medo de está atrasada, eu corri contra o tempo e fechei a casa com rapidez. Sabia que a trajetória até o parque era um pouco comprida, mas não podia ir de bicicleta, lembrava que estava de saia. Não queria me envolver numa polêmica.

“Líder do LHC mostra calcinha.”, eu ri idealizando coisas medíocres. Nada de polêmicas. Eu andava pelas calçadas as casinhas com seus gramados verdes, imaginando a reação de Will quando me visse. Lembre-se nada de criar expectativas! Porém, era verdade. Sem expectativas, sem frustrações. Na tentativa de me entreter comecei a cantarolar A Day In The Life dos Beatles.

Dando algumas arrancadas ocasionais, cheguei ao parque sem conseguir achar nenhum vestígio de Will Bloom. Deveria está a caminho. Então preferi tomar assento em algum banquinho, ensaiando em minha cabeça o que eu falaria a Will quando ele chegasse.

XXX

Eu havia ensaiado tudo diversas vezes, e às vezes me encontrava olhando para o relógio em meu pulso diversas vezes.

— Ele deve está atrasado. — falei sozinha, já fazia dez minutos que marcavam-se dezessete horas.

Será que Will havia errado o lugar? Ele poderia está me esperando no baile, não? Assenti a cabeça de leve e levantei-me traçando uma saída para o parque dos bambus, atrás do parque das rosas; lugar onde anualmente ocorria o baile dos namorados. Sem rodeios, eu corria em direção ao parque das rosas.

Ainda nas proximidades do parque conseguia avistar uma grande aglomeração de adolescentes. Garotas sorrindo com seus vestidos impecáveis ou garotas que ajeitavam seus corsages antes de entrarem acompanhadas por seus parceiros. E eu aqui na busca do meu parceiro. Mas havia algo em minha cabeça latejando para não ficar à mercê da aparição de Will. Nada de delongas, eu adentrei no pequena salão do parque e eu surpreendida.

Lá estava ele.

Will acompanhado de outro alguém.

Era Danny.

Minha cabeça começou a girar, não estava entendendo mais nada. Ele não havia me chamado para ir ao baile com ele? Por que ele agora estava com Danny? Ele. Havia. Quebrado. Meu. Coração.

— Marni, venha pra cá. — alguém disse. Eu me virei. Era Lana tentando me socorrer daquela situação. Logo fugimos para o banheiro feminino. — Ele é um idiota. Mas não deixe isso acabar com sua noite. — disse ela tentando chamar minha atenção.

— Eu quero ir para casa. — eu disse simplesmente.

— Marni, lembre-se do Jeremy. Ele estava feito louco procurando-te. Vá atrás dele e mostre a Will o que perdeu. — ela sorriu e com sua mão enluvada enxugou uma lágrima que teimava para sair de meus olhos.

Olhei-me no grande espelho do banheiro, eu estava sem expressão. Garotos são idiotas. Todos. Sem exceção. E assim sem dizer nada, me retirei do banheiro e procurei Jeremy.

O que era para ter sido uma noite perfeita não foi. Mas não daria a Will esse luxo de aproveita-se da minha desgraça. Em um impulso arranquei o colar que usava e o joguei no chão. Eu odeio Will Bloom.

— Aí está desaparecida. — disse uma voz conhecida. Era Jeremy Brandshaw trajando um smoking todo preto. Nunca havia reparado muito em sua beleza, mas ele estava irresistível. Seu cabelo loiro estava bagunçado com uma aparência rebelde e sua pose era inquieta e superior. Não demorou muito para ele me tomar em seus braços.

— Não sou desaparecida, Jeremy. — eu falei em um sussurro ao passo que começávamos a dançar. — Você que não procurou por mim. — sussurrei em seu ouvido.

— Sem brincadeiras, Marni. — ele disse com a voz cortante. — Eu rodei esse parque inteiro e não havia resquício seu algum. — ele disse provocando-me arrepios. Pelo fato de Jeremy ter uma personalidade forte conseguia-me arrancar alguns suspiros. Apenas de não esquecer o que ele havia feito comigo anteriormente.

Havia me rejeitado pela minha aparência, isso fazia alguns anos, de um tempo pra cá, havia criado algum tipo de vaidade em mim. Mas aquilo ainda me assombrava.

— Quer saber, estou cansada de todos vocês. Pensando que tem algum poder sobre mim. Mas não tem! — eu disse soltando-me de Jeremy e correndo para a saída do local.

Eu deixava para trás um Jeremy confuso e algumas das minhas amigas olhavam-me com uma expressão confusa. Eu até havia chamado uma atenção indesejada, Will olhava-me de maneira intensa. Droga!

— Vamos, Marni. Você só terá que aguentar esse ano para formar-se e dar o fora dessa cidade. — sem querer falei o que vinha em mente e corri para fora do salão. Ainda um pouco abalada desfiz meu penteado, borrei meu batom e tirei meus sapatos. Nada tinha mais volta. E dessa forma, acabei sentando-me nas raízes salientes de uma grande árvore. Eu ri, antes minha aparência que era impecável estava horrível, meia calça rascada, saia suja, blusa amassada, descalça, maquiagem borrada e cabelos desgrenhados.

— Ás vezes sempre agir de forma revoltante não adianta, Marni. — ele havia me encontrado.


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Notas finais do capítulo

E quem será ''ele''? Tá quase óbvio, não é?



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