Bem Vinda Ao Inferno, Alice escrita por neko


Capítulo 9
Celestial




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Mesmo com os olhos fechados a luz clara lhe passava para os olhos, Amy não queria acordar, mas seu corpo estava doendo muito para lhe dar alguma opção de continuar ou ficar ainda mais na cama. Seus olhos se abrem bem devagar, ainda reclamando por terem que abrir, e terem que abrir em um clarão tão grande. Seu braço esquerdo que estava enfaixado foi puxado para frente de seu rosto, em uma tentativa inútil de bloquear a lua que vos atingia. Amy finalmente termina de se acordar e resolve se levantar, ao perceber onde estava se assustou, era um lugar muito... claro, paredes brancas, cama branca, porta cinza claro, tudo ali lembrava um quarto de hospital. Quando se vira para observar o resto do quarto, vê uma janela pequena, a um metro do chão, e de uns cinquenta centímetros de largura e quarenta centímetros de altura. Amy levanta a janela para abri-la, mas fora dela só se via nuvens, confusa volta a fecha-la, e volta a se sentar na cama, quando se vira para olhar a porta, uma mulher de longos cabelos pretos estava segurando uma pequena vasilha de água com faixas limpas. -Hãa, quem é você? – No momento em que grita, uma dor agoniante a atinge e a obriga a cair na cama, seu braço esquerdo estava sangrando, a mulher que acabara de entrar deixa a tigela em uma pequena cômoda que se encontrava do lado de sua cama – Quem é você? A mulher nada diz, só se aproxima e com todo o cuidado tira a atadura que cobria todo seu braço, Amy o vê, ele estava completamente deformado, com queimaduras, e cortes muito feios. A morena começa a colocar a mão esquerda em seu braço, tentando segura-lo em uma tentativa muito bem sucedida, enquanto o outro braço se coloca no bolso em seu avental, nele se retira uma pequena ferramenta de cirurgia. Amy a olha assustada com medo de seu próximo ato, mas como se já se esperava, ela a posiciona a pequena ferramenta em seu braço, e a faz um corte, no inicio curto, mas logo se estendendo por toda sua extensão. Amy começa a gritar com todas as forças, chegando a ficar sem ar, e a ponto de desmaiar, e em seus últimos prantos, vê a mulher que finalmente larga sua pequena ferramenta, colocar seus dedos finos dentro de seu corte, e com já suas duas mãos posicionadas já dentro do braço, ela começa a puxa, em direções opostas, fazendo assim a pele se abrir. Amy não conseguia desmaiar, como também não conseguia gritar, a dor era grande o suficiente para lhe arrancar o ar de seus pulmões. Quando metade se sua pele já fora arrancada de seu braço, Amy tentava sair da cama, mas acabou caindo do lado oposto a que a morena se encontra, e tenta sair, mas suas pernas vacilam, e a faz desmoronar no chão, a dor se seu braço é muito grande, a ponto de fazê-la perder alguns sentidos e controles. Quando morena vai a seu encontro Amy tenta se afastar, a empurra, e corre em direção à porta. Quando sai, se depara com um homem de 1,90m. -Socorro... – Sussurra Amy para ele, já caindo. Ela olha para seu braço, e quando ele também vê o braço dela, passa a mão em seu rosto choroso e pálido, e para sua surpresa, a segura no colo, e a faz voltar para dentro do quarto. Seus gritos de piedade ecoam por todo hall, e quando finalmente a sessão de tortura acaba, Amy encara a mulher colocar a sua atadura novamente, seus olhos estão vidrados, completamente exaustos e quase mortos. Quando a mulher finalmente sai, Amy nota que o homem que a fez voltar pro quarto, continua lá, olha para ela, ele se aproxima dela com mãos tremulas, e se ajoelha para conseguir ficar cara a cara com ela, seu rosto está amedrontado, como se ele estivesse chorando por muito tempo, mas nenhuma lagrima derramada. Sem mais forças para continuar consciente, Amy dorme. O lugar está escuro, mas dessa vez, o medo a preenche, da ultima vez que abriu os olhos, a pele de seu braço foi arrancada, e agora está em carne viva, mas quando ela tenta mexer o braço, para sentir, ela não o sente, o que a faz levantar e olhar assustada para seu braço, com medo de terem tirado ele, mas ela o vê ali, mexendo direitinho, sem nenhum problema, como se nada tivesse acontecido. Ele ainda estava com as ataduras, mas elas estavam brancas, quase azuis. Amy olha pro outro lado e vê o homem que a carrega de volta em pé, vestindo calça de moletom preta e blusa branca, ele estava sentado numa cadeira que aparentava ser bem confortável, com os braços cruzados e parecia olhar para frente, mas seus olhos estavam fechados. Ela teve a sensação de já ter visto ele antes, antes mesmo de horas atrás ter sido carregada para dentro do quarto branco. Com suas forças quase todas restauradas, ela tenta se levantar, quando coloca o pé no chão, sente um arrepio muito grande, está frio, inacreditavelmente frio, como se tivesse nevado ali dentro do quarto, o que é completamente impossível, quando ela olha pra si, vê que está com uma roupa que não se lembrava de ter colocado: era um vestido de paciente de hospital, ia até a metade da coxa, quando ela consegue finalmente ir até a porta, ela tenta ao máximo sair do quarto sem acordar o homem que dormia tão calmamente. Quando ela estava finalmente a uns 10m de distancia de seu quarto, já que ela estava mancando um pouco, não se sabe o porquê, ela ouve alguém bater a porta, e instintivamente, olha para trás, e que é o homem que está olhando para os lados, como se estivesse procurando alguém, e quando a vê, começa a andar apressado em sua direção. Amy começa a ficar com medo e sai correndo em direção oposta a dele, e acaba entrando em um quarto qualquer, e quando olha quem está lá, é a mesma mulher morena fazendo o mesmo procedimento em um rapaz grande, e quando o vê melhor, percebe ser Ericles, desacordado, e tremendo. -PARE!!! A mulher se assusta com o grito, que até então não tinha notado sua presença. -O que você está fazendo aqui Amy? – Com uma voz fraca e embebedada, Ericles ainda estava consciente e a fitava. Amy não entende, sai do quarto, mas quando abre a porta, se depara com o homem de 1,90m do lado de fora do quarto, ela corre pro outro lado do quarto quando o homem entra. -Ericles... o que está acontecendo? Ericles? – Mas já era tarde para ele explicar qualquer coisa, ele tinha desmaiado, o homem lhe estende a mão, oferecendo ajuda para que ela levante. -Venha, vou lhe entregar seus novos pertences. -Novos? Por que? O que há de errado com meus velhos? E onde estou? Quem é você? E o que fizeram com Ericles? – Amy olha para Ericles, a única pessoa que ela realmente conhecia, ou pelo menos o único rosto familiar que ela via. -Uma pergunta de cada vez minha querida. – Sua voz era grossa, suave, mas mesmo assim muito dura. - Onde estou? – Quando ela fala, já está de pé, e a mão de homem, está em suas costas, mostrando a direção que deva ir. - A senhorita está em uma parada próximo ao mundo celestial. Os dois se dirigem até a porta, e Amy olha uma ultima vez para seu amigo que está deitado na cama imóvel. Os dois caminham pelo hall branco e mal iluminado, o que sugere que seja noite. Os dois não trocam olhares. O homem, não parece ter mais de 45 anos, mas já apresenta alguns fios de cabelo branco. Agora os dois estão de frente para um balcão, nele se encontra uma mulher que aparenta ter mais de 60 anos, e quando a olha, parece se assustar um pouco, mas logo apresenta um olhar alegre e a entrega um conjunto de roupas. -Minha filha, o banheiro é logo ali. – Dizia a moça sorrindo e indicando com o dedo o banheiro. -Obrigada. – E logo é devolvida com outro sorriso simpático. O homem a acompanha até a porta, o que a deixou meio apreensiva, achando que ele ia entrar no banheiro com ela. Lá dentro tem o necessário, um chuveiro simples, e um sanitário e uma pia, como todo o resto do hospital, todo branco, Amy tira sua roupa, mas hesita quando vai tirar a atadura, desiste e vai tomar banho com ela. A água é quente, e ela se senta no chão do box, imaginando como foi parar lá, e tudo que ela se lembra foi de Ericles a empurrando para fora da janela do segundo andar. Quando ela percebe que já de passou mais de uma hora que está lá dentro, ela termina o banho com pressa e coloca a roupa que foi separa. Ao todo era um vestido azul marinho com um short (do um pouco maior que uma calcinha box) preta, um casaco branco e luvas brancas, e os sapatos que estranhamente estavam dentro do banheiro, mesmo ela não se lembrar de ter trazido sapatos consigo. Quando ela sai do banheiro, o homem está sem pé de braços cruzados esperando ela, ainda, ou pelo menos dando essa impressão a ela. -Oi? – Amy olha para o homem que olha para seu braço molhado. -Seu braço está molhado... -Não é nada – Esconde o braço atrás de si -Deixa eu ver. Ele estende a mão em direção a seu braço esquerdo, e ela o entende em sua direção, ele a sobre o casado que parece ser um pouco grande, a atadura ainda está ali, ele olha para ela, e sorri, mas ela continua séria olhando para a atadura. Ele devagar tira, e ao terminar, seu braço parece novo, como se nada tivesse acontecido. -O-oque você fez? -Você só mudou de corpo, nada de mais aconteceu. Venha, vou mostrar seu quarto até amanhã de manhã, quando seu amigo também vai acordar. E o homem a levou para um quarto. Não era grande, nem luxuoso, era simples, mas confortável, com uma cama de solteiro, uma escrivaninha e um guarda roupa. Amy se sente tão cansada que apenas cai na cama e não quer mais levantar, o mundo começa a ficar escuro, escuro e mais escuro até que não consegue mais abrir os olhos e acaba dormindo.


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Notas finais do capítulo

Comentem, ou irei puxar seus pés quando estiverem dormindo U.U