A Diabólica Vida De Eleonora Duncan escrita por Ikuno Emiru


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo! *u* Estou com muitas ideias para essa fic e espero poder escrever todas da melhor maneira possível ♥
Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/322038/chapter/3

Eu e Ken tivemos o resto das aulas iguais, ou seja, nós conseguimos conversar e “matar a saudade” após 10 anos sem ver um ao outro. Ele queria que eu fosse até sua casa hoje, após a aula, mas eu tive que negar... seria muito difícil ter que ver a minha antiga casa tão de perto, depois de tanto tempo. Se só de lembrar dói bem aqui, no meu peito, imagina estar lá...? Ken, que estudava em Sweet Amoris desde o início do ano (agora, estamos em maio), me mostrou onde era meu armário, ele se localizava no primeiro andar, perto da sala dos representantes. Guardei minhas coisas ali e Nathaniel acabou me encontrando.

– Olá novamente, Eleonora! Ouvi falar coisas boas sobre você! – Ele sorriu, achei gracioso como seus olhos se fechavam automaticamente quando ele sorria.

– Mas tão rápido assim? O que você ouviu sobre mim?

– Que você é doidona! – Demon sussurrou no meu ouvido, tive vontade de pega-lo pela orelha e o jogar longe, mas eu não queria assustar Nathaniel com esse gesto.

– Que você é uma excelente aluna em inglês e que a professora Suécia tem um grande carinho por você... O que é isso no seu ombro? – S-será que... que ele estava vendo Demon? Eu senti vontade de chorar, ele estava levantando a sua mão, mas para a minha infelicidade, ele expulsou algo do ombro em que Demon não estava. Suspirei, por um momento achei que eu havia encontrado a minha salvação.

– Ela... ela me conheceu no orfanato. Você ouviu isso também? – Perguntei, tentando disfarçar minha decepção.

– Oh, sim... as notícias por aqui espalham rápido. – Ele me deu um olhar triste, meio vago... – Até mais, Eleonora, minha irmã deve estar me esperando.

– Até ma... – Eu estava terminando de falar, quando sinto alguém me empurrar por trás, Demon voou longe com o impacto, tadinho! Uma garota muito bonita, com os cabelos longos e louros se colocou em minha frente, seguida por uma morena de cabelos lisos e outra com um rabo de cavalo, todas as três muito bonitas. Por um momento, me perguntei se não fosse um engano.

– Olha só, eu acho bom que você fique bem longe do Nathaniel e do Castiel! Não vá achando que por você ser adotada, que eu vou sentir pena de você. Agora vou sair de perto porque não quero ser vista falando com você. – Ela saiu, empinando o nariz, as outras duas meninas fizeram o mesmo. Fiquei sem entender, eu não deixaria de falar com os dois de jeito nenhum. Tentei encontrar Íris, talvez ela soubesse quem são aquelas meninas, ela poderia me explicar com mais detalhes que tipo de ataque foi aquele. Por mais que nos últimos dois anos eu tivesse estudado em um colégio só para garotas, eu não estava acostumada com esses tipos de confrontos. Geralmente eu recebia alguns insultos indiretamente, ou seja, por meio de cartinhas, por meio de meninas que eram más influenciadas pelas mais populares, mas aprendi a não ligar depois de um tempo.

A minha casa não ficava muito longe do colégio, então decidi que iria andando. Marin, provavelmente, estaria trabalhando no seu consultório, ela só voltaria mais tarde, então eu ficaria sozinha pelo resto do dia.

– Você não vai ver o Castiel? – Demon me perguntou.

– Por que eu veria o Castiel? – Perguntei de volta – E por que você quer tanto que eu fale com ele? Demon, você está com umas ideias muito estranhas hoje.

– Porque a cor do cabelo dele é igual ao seu. – Demon puxou uma mecha do meu cabelo para que eu visse.

– Isso não é verdade, os cabelos dele são mais vermelhos, mais brilhosos... – Falei com um sorriso no rosto. – Mas ainda não é um bom motivo.

– Você não gostou do Castiel, Nora?

– Não, não é isso, eu gostei do Castiel. Ele parece ser meio difícil, mas...

– Continue. – Castiel apareceu do meu lado, do nada, eu tomei um susto e ele começou a rir.

– Continuar o que?

– Não se finja de boba, você estava falando aí que gostou de mim.

– Estava? – Fingi – Eu acho que é você quem está ficando... louco. – Saí correndo, mas ele me acompanhou.

– Eu sou difícil mesmo? – Ele perguntou enquanto corria do meu lado, senti vontade de enterrar minha cabeça em algum lugar.

– Você está sendo difícil. – Falei, eu tentei acelerar, mas ele tinha mais resistência do que eu.

– Eu quero te levar a um lugar. – Essas palavras me fizeram parar de correr na hora, o que resultou em um bom tropeço de minha parte.

– Como um encontro. – Demon sussurrou, ele estava dançando em cima do meu ombro, se ele fosse uma menina, aposto que seria uma boa líder de torcida.

– Não é um encontro. – Sussurrei para Demon, torcendo para que Castiel não me ouvisse, mas não sei se tive sucesso, pois ele me olhava com um sorrisinho. – H-hoje?

– Hoje não, tenho um compromisso. Amanhã após a escola está bom para você?

– Claro, claro! – Eu estava com vontade de saltear, rodopiar, dar gritinhos e fazer dancinhas, mas tudo o que pude fazer naquele momento foi apertar meus punhos nervosamente. – Então nos vemos amanhã? – Castiel balançou a cabeça positivamente, nós seguimos em direções diferentes. Assim que eu estava bem longe de Sweet Amoris, abracei Demon como se ele fosse um bichinho de pelúcia.

– Nora, Nora, assim você me sufoca!

– Foi você que quis que eu falasse com ele! Agora aguente. – Apertei suas bochechas com uma força moderada. – Vamos para casa!

Fui correndo pelo resto do trajeto, sentindo o ar batendo em meu rosto e balançando meus rabos de cavalo. Aquilo não era um encontro, mas, de todo jeito, eu estava me encontrando com um garoto! Era estranho, pois eu apenas havia conhecido Castiel hoje, mas... mas eu não podia resistir! Eu contaria para Marin quando ela chegasse em casa, tenho certeza de que ela ficaria muito contente, assim como eu! Quando cheguei em casa, tomei um banho, pois eu havia suado durante minha corrida, vesti um vestido preto com golas estilo peter pan na cor branca. Depois, fiquei encarando o meu guarda-roupas, pensando no que eu usaria amanhã.

– O que você está fazendo, Nora?

– Coisa de menina, Demon!

– E por que eu não posso saber que coisa de menina é essa?

– Por que você tem uma boca muito grande! – Acariciei sua cabeça e dei uma risadinha, acho que ele ficou meio emburrado.

– Você me deprime, Eleonora Duncan, você me deprime. – Demon saltou do meu ombro e andou até a cabeceira da minha cama, escalou as gavetas e se deitou na almofadinha que eu havia feito para ele dormir, soltei uma risada e fechei as portas do guarda-roupas.

– Eu vou dar uma volta, Demon, se quiser vir, fique a vontade.

– Não, eu estou de mal com você. – Ele cruzou os braços e ficou deitado. Conhecendo aquele diabinho, ele não sairia dali mesmo.

Saí de casa e fui dar uma volta no parque que havia ali perto, era um lugar bom para sentar e pensar na vida, era o que eu costumava fazer. Mas dessa vez, acabei tendo um acidente: um garoto vinha em minha direção, jogando em seu PlayStation Portátil, mas eu só fui perceber isso quando dei de cara com ele. Para a minha sorte (e a dele), eu consegui segurar o PSP, evitando que ele não quebrasse.

– Ei! Olha para onde an... Wow, como você conseguiu fazer isso? – Ele olhou para o PSP em minhas mãos. – Achei que ele teria caído no chão e quebrado em mil pedacinhos.

– Desculpe-me. – Dei um sorriso de canto – Tenho bons reflexos! – Entreguei o jogo a ele.

– Ah, não se desculpe, eu não deveria andar tão desatento assim. Obrigada por salvar meu PSP!

– De nada! – Continuei a andar, mas ele me chamou a atenção.

– Ei, espera! – Ele veio até a mim – Como se chama?

– Eleonora e você?

– Sou Armin. – Agora que olhei com mais atenção, ele era bem alto, sua pele era branca, o que criava um contraste com seus cabelos eram pretos e os olhos azuis. – Espero esbarrar com você de novo. – Ele riu e então seguiu andando, ainda prestando atenção em seu jogo.

Me sentei no banco mais próximo e fiz o que eu vim fazer: pensar. Pensei em tudo o que havia acontecido hoje, desde meu atraso na escola até agora. Eu havia conhecido 5 boas pessoas hoje, Íris, Nathaniel, Castiel, Melody e agora o Armin, apesar de ele parecer ser meio desatento. Tive a oportunidade de reencontrar o Ken e saber como a minha “real” família estava passando. Na verdade, eu não tinha muita curiosidade em saber como eles estavam, eu deixei o apego a eles para trás há muito tempo. A noite estava caindo, decidi que voltar para casa seria a melhor coisa.

– Marin! – Gritei ao entrar em casa. – Você não vai acreditar!

– Oi, minha querida. Como foi o primeiro dia de aula?

– Foi ótimo, eu conheci várias pessoas... e um menino... ele disse que quer me mostrar um lugar. Demon disse que seria um encontro, mas eu tenho minhas dúvidas...

– Um encontro não deixa de ser. – Ela falou – Talvez não seja um encontro romântico... Mas como é esse menino?

– Ele é muito alto, meio moreno, os cabelos dele são lisos e vermelhos, na altura do queixo. Ele estava usando uma uma jaqueta preta e uma blusa da Winged Skull... No início ele foi meio complicado, acho que ele gostou de me envergonhar, mas ele parece ser legal...

– Ahhh, ele é bonitinho? Como é o nome dele?

– S-sim... É Castiel.

– Um menino com um nome de anjo e uma menina que possui luz. Isso sim é um bom par!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Diabólica Vida De Eleonora Duncan" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.