Parte lll

É oficial eu odeio a alma daquela senhora mais que tudo nessa vida, como ela pode, como? Eu juro se tivesse como me vingar dela, argh, que droga. Como se vingar de uma alma intocavel, que já até havia morrido? era tudo culpa minha se eu não tivesse envolvido Ty nessas coisas de almas... Ele estaria bem agora...

–É algo grave?- perguntei esperando um “que é isso, ele só veio fazer um curativo, relaxa”.

–Bem, é, mas nem tanto... -Menos mal, vamos enxergar pelo lado positivo não é?!- Mas será que você pode vir para o hospital? – a mãe dele perguntou, por mim nem precisaria pedir eu iria de qualquer maneira, mas como? Eu não dirigia meu tio não estava em casa, então eu pensei em alguém que poderia fazer isso por mim.

–Sim eu vou- Então ela me deu o endereço, e assim nos despedimos, eu não tava nem ai se era o meu aniversário ou não. Assim que encerrei a chamada logo liguei pra Lea.

–Alô? – ela atendeu

–Lea eu preciso de um favor seu- disse

–Diga

–Tyler esta no hospital, eu preciso ir lá,você pode me dar uma carona?- depois que eu disse ela pareceu assustada.

–No hospital?-ela pareceu surpresa. –Sim eu passo ai daqui a cinco minutos, daí vamos juntas- então ela desligou, pareceu preocupada também. Fiquei impaciente, andando de um lado para o outro da casa, esperando que ela chegasse. Então eu ouvi uma buzina, sai fora e sim era Lea. Entrei no carro, era um carro de luxo, o pai dele era dono de um restaurante famoso na cidade. Então lhe entreguei o endereço e fomos.

–O que aconteceu exatamente?- perguntou Lea

–Eu não sei muito bem, mas a mãe dele falou que uma alma o atacou- Lea me olhou e deu um suspiro, não disse mais nada ao longo da viajem. Quando chegamos fomos direcionadas ao quarto onde Ty ficava, batemos na porta e a mãe dele abriu a porta.

–Oi meninas!- May disse, a principio era uma mulher muito bonita, seus longos cabelos pretos assim como os de Ty, e os olhos eram verdes, se eu não me engano Ty falou que ela tinha 38 apesar de aparentar ser mais nova, mas ela estava com os olhos vermelhos parecia que havia chorado, eu estava entrando no quarto, só que May pediu para eu conversar um instante com ela, Lea foi até ele, e eu fiquei.

–Yla, eu fiz uma besteira ontem- então uma lagrima caiu no seu rosto.

-O que você fez?- perguntei.

–Eu tive uma briga com o padrasto de Ty nada de mais, mas então eu chamei meu marido, eu achava que já estava curada, mas eu insisti muito na presença da alma dele, mas uma alma maligna, um... -ela começou a chorar, eu sabia que era difícil para uma mãe ter um filho no hospital, então eu fiz o que eu fazia quando minha mãe chorava, eu a abracei. Tudo se esclareceu em minha mente, então a alma que atacou Ty, não foi a senhora, e sim um homem, um homem muito perigoso. Depois fui até Ty. Lea estava ao seu lado.

–Oi Yla- ele sorriu, mesmo no mal o sorriso era o mesmo.

–Oi- retribui o sorriso. Então Lea foi até o carro disse que tinha que fazer uma ligação.

–Minha mãe te contou o que aconteceu?- ele perguntou

–Em partes- respondi.

–Bem, eu já volto- Sua mãe saiu do quarto. Assenti.

–Minha mãe brigou com o meu padrasto por causa de você, e as coisas de almas, então ela chamou meu pai, só que não teve um bom resultado, apareceu uma alma que perseguia ela, no tempo dele a alma já era materializada, então ele foi atacar minha mãe, e eu me meti na frente, acabei um corte no braço, no caso dele ele consegue apanhar objetos, e então ele me empurrou da escada, quebrei a perna, ele começou a me bater, e bem, esse foi o resultado- ele disse, havia dor em suz voz.

–Como conseguiu saber que tinha uma alma ali?- perguntei

–Digamos que quando se passa tempo com duas garotas que consegue ver almas, se tem um pouco mais de experiência- ele disse.

–Você vai ficar bem?- perguntei. Eu não sei ele não estava tão mal, mas o corte no braço era profundo, sabe essas coisas de hospital, minha mãe também parecia bem, mas então, morreu. Não queria que o mesmo acontecesse com ele, eu não suportaria.

–Bem, eu não sei, sabe que não posso te prometer nada, mas se acontecer o pior, quero que fique com isso- ele direcionou as mãos em sua corrente, era uma corrente fina com uma cruz, ele não a largava, era a proteção dele, seu falecido pai havia lhe dado e essa era uma das únicas lembranças que ele tem, será que isso era um sinal, será que era um modo de ele estar se despedindo ele a tirou do pescoço e colocou em minha mão.

–Tem certeza?-perguntei, eu sabia que aquilo era valioso demais para ele.

–Claro que eu tenho- ele sorriu então uma lágrima caiu de seu olho, talvez ele quisesse demonstrar que estava bem, mas não estava eu sentia isso, eu sentia dor no seu interior.

–Ty, e se algo acontecer? E se você morrer- Eu tentei parecer calma, mas não consegui.

–Com certeza eu vou te ver todos ou dias então-Eu entendi o que ele disse, me veria em forma de alma. Não eu não queria aquilo.

–Você é importante demais pra mim pra eu te perder- disse.

–Yla...Eu...- Ele ia dizer uma coisa importante, senti isso, mas então Lea entrou no quarto:

–Kay, eu preciso ir, você vem?

–Vou sim- disse então me despedi de Tyler com um beijo na bochecha, e olhei para ele, esperando que ele se recuperasse logo, descemos, não encontrei sua mãe.

Ao chegar em casa acabe convidando Lea para entrar, ela verificou o relógio, sabia que tinha algo para fazer, mas acabou aceitando e entrou:

–Ele vai ficar bem?- Perguntou ela, abrindo a minha geladeira e tirando uma água.

–Eu não sei – me sentei no balcão –Espero que sim.

–O que aconteceu exatamente?- Ela disse ando um longo gole na água. Então lhe contei a história e ela fez o mesmo olhar do que no carro.

–Olhe me conte a verdade- ela suspiro- pare com esses joguinhos de vocês.

–Joguinhos?!? Eu queria que fosse um joguinho, uma brincadeira, você não sabe o quanto é sério, você não sabe, você não entende.- Eu não resisti, estava nervosa de mais, ty no hospital, Lea dizendo essas coisas...

–Você é louca. E Tyler ainda cai na sua onda, eu não sei como, todos sabem que isso não existe!!!!! – Ela disse, o que ela estava fazendo? Eu achei que ela tinha acreditado no papo de almas, o que não ocorreu. Mas então um homem que era alma apareceu, ele estava “usando” uma armadura de cavalheiro... Parecia ter uns 30 anos, sua risada era perversa, o que dava sentido aos cabelos bagunçados, e o corpo musculoso. Era uma alma muito velha para estar vestido assim, será que ele era aquela alma que atacou Ty? Eu sai do balcão, Lea ainda estava lá, então disse a ela:

–Lea se quiser, conversamos depois, sai agora- Disse segurando sua mão e a puxando para porta.

–O que aconteceu? Pare com isso!! –Ela gritou.

–T-tem uma alma aqui.-Então ela se soltou e parou na minha frente:

–Mentirosa!!! Para de fingir. –Mas eu não pude responder a alma me empurrou me empurrou forte se dois tijolos tivessem acertado as minhas costas.

–O-o que você está fazendo?!?- Lea disse- Você é psicopata, fique longe de mim!!! - E então saiu correndo, deu marcha no carro, tenho certeza que não seria mais minha amiga depois disso, acho que minha amizade com ela acabou. Mas não podia ficar pensando nisso, eu tinha a alma perigosa em minha frente, quem sabe eu daqui a pouco eu não seria uma alma? se é que me entende. Precisava pensar logo, algo me dizia que ela podia ser pior que a velha senhora.