Parte ll

—Como assim “até você”?! –ela sorriu

—É que todo mundo diz isso...

—É porque todo mundo sabe disso, só você que não percebe - ela riu, e eu involuntariamente peguei um travesseiro e joguei nela, sabe o quanto foi constrangedor? O travesseiro passou reto, ela zombou de mim em meio de um sorriso, e ainda meu tio me viu jogando o travesseiro na “parede”.

—Yla? Está revoltada?- ele riu

—Tio?!? N-não é que, na verdade estou, mas é por causa das provas de amanha, nada de mais. - tentei inventar uma desculpa, acho que deu certo.

—Ah entendo, ei o que é esse risco no seu rosto? –ele perguntou, eu teria que dar mais desculpas?! Eu não sou boa nisso! Pensei um pouco, passando a mão na unhada que a alma me deu.

—Tio qual sua cor favorita? –Bem, eu pensei se não pode inventar uma desculpa, mude de assunto, então ele sorriu.

—Tudo bem não precisa me dizer, ah e o seu caso é mais grave que o meu...

—Que caso?!?- Será que ele sabia das almas?

—O de falar sozinha –ele riu bem isso estava sendo complicado- E a propósito quem é Mylla? –Porque o meu tio me espionava tanto? E agora, o que eu falo?

—Tio é meio constrangedor, mas eu ainda tenho amigos imaginários – Serio que eu disse aquilo? Mylla começou a ter um deliro de tanto que ria. E meu tio não fazia o contrario, acho que ele ria mais que a Mylla.

—Nesse caso vou rindo, ops, nesse caso vou indo- então ele ele desceu para a sala depois eu o ouvi gritar – Azul, eu gosto de azul.

Eu encarei My e fechei a porta.

—Eu vou te matar Mylla Skalori - Eu disse sem pensar, que constrangedor.

—Sério? Mate-me então! – ela zombou. – Bem vamos continuar a nossa conversa, onde estávamos, ah sim. Eu realmente queria entender o que passa na sua cabeça por achar Ty apenas um amigo.

—Não quero perder a amizade- disse logo

—Será que eu preciso te convencer? –Ela levantou as mãos como um gesto de “que coisa mais absurda”.

—Aham- disse num tom desafiador, cruzei os braços e sentei na minha cama.

—Ótimo- ela abriu um sorriso, algo me disse que já estava esperando por isso- Por que Ty não tem namorada, se ele é o menino dos sonhos de toda garota?

—Pergunte pra ele não pra mim- Eu disse, já havia me perguntado isso antes

—Por que ele ignora Jenna, Alex, Mize, Caroline, Amy... Em fim essas garotas que dão em cima dele?

—Por que... – fiquei sem reposta, mas continuei- Elas são as popularizinhas, elas não prestam.

—Hum, mas se ele fosse qualquer outro não perderia chance.

—Mas ele não é qualquer outro garoto. – disse.

—Bom saber-ela abriu um sorriso.

—Por que ele é mais carinhoso com você do que com a Lea, já que vocês todos são melhores amigos?- Bem tenho que admitir, eu mesma me perguntava isso, bem Lea já não era tão próxima como antes, mas ela era legal, era tipo a Mylla, eu gostava de Lea apesar de tudo.

—My, eu preciso dormir- tentei mudar de assunto, mesmo que eu precisasse realmente dormir.

—Tudo bem, mas, encare os fatos, espere ter aberto a sua mente. - Ela disse, e eu mostrei a língua, assim ela tremulou, e desapareceu, como em filmes.

Eu pensei um pouco no que My me disse, será? Não, tire essa ideia de sua cabeça Kayla, disse a mim mesma. E no meio de todos esses pensamentos confusos, peguei no sono.

Meu despertador (também conhecido como meu celular) tocou, bem, era hora de acordar. Levantei-me da cama e a arrumei-a. Percebi que estava com as mesmas roupas de ontem, eca! Então tomei um banho, me vesti para o colégio, prendi o cabelo em um rabo, eu geralmente o deixava solto, mas não sei, fiquei afim. Desci para tomar café, e quando vi meu tio estava dormindo no sofá, segurei para não rir, ele tinha pegado no sono em quanto assistia TV, peguei o controle e a desliguei, depois do café subi escovei os dentes... E quando vi já estava no horário de sair. No meio do caminho não vi ninguém (Se lê Tyler), então Mylla apareceu.

—Parabéns!!!!- Gritou ela.

—Obrigada- sorri, tinha me dado conta hoje era meu aniversário, 17 anos, meu primeiro aniversário que eu não passaria com a minha mãe, que ela não me livraria de lavar a louça, ou faria um bolo de morango com chocolate, e que não poderia me dar um abraço e dizer “parabéns filha”. Uma lagrima caiu, eu ainda me sentia triste, sim, eu ainda queria minha mãe de volta.

—Eu queria poder te dar um abraço- disse My seu tom de voz era um pouco triste, mas, imagina não poder abraçar alguém?

—Sinta-se abraçada- disse sorrindo, mas já estávamos perto do colégio, e ela desapareceu.

No colégio Lea veio me dar parabéns, ela me deu uma pulseirinha com um pingente brilhante.

—La você sabe que você é muito importante pra mim não é? Você é uma das melhores amigas que alguém pode ter- ela disse em meio de um sorriso

—Você também Lea- sorri e coloquei a pulseira, nos conversamos um pouco, como ela já sabia das almas eu contei a ela sobre o ataque de ontem e ela não disse nada, o sinal tocou me despedi e fui para a sala de aula, estranho não tinha visto o Tyler, quando entrei ele não estava lá havia faltado. Isso me deu medo, Tyler nunca faltava, faltou 7 dias até hoje, em seis anos,  quando pegou catapora (foi engraçado), e uma quando ele tinha perdido o horário, bem preferir pensar que esse foi o motivo de hoje. As aulas se passaram mais lentas, parecia isso quando Ty não estava lá, mas consegui suportar, porém estava realmente preocupada, então mandei uma mensagem.

“Oi Ty. O que aconteceu? Eu estou preocupada. Por favor, responda assim que puder. Beijos Kayla”

Acabaram as aulas, e nenhum sinal dele, liguei uma vez para a casa, mas ninguém atendeu quem sabe ele não foi levar sua mãe no aeroporto, ele dirigia, apesar de não gostar.

Eu não voltei para casa, acabei almoçando no colégio, já que de tarde teria que fazer as provas uma atrás da outra. Bateu o sinal das pessoas da tarde, a escola era grande e ia desde o maternal até o 3° ano do ensino médio. As provas começaram, fiquei das 13h até as 16h fazendo prova. Foi chato, mas o resultado só saia amanhã, no geral acho que fui bem, até na prova de física, “obrigada Ty” pensei.

Ao caminho de volta a minha casa, passei na frente da de Ty, toquei a campainha, mas, nada. Isso estava estranho, fui até a minha casa, meu tio não estava lá, acho que teve que trabalhar, ele ganhava bem, e o trabalho era legal, queria ter uma sorte dessas. Então, preocupada, procurei na sala, eu sabia dívida estar ali o caderninho. Há sim, estava, peguei o caderno da lista telefônica, ainda escrito pelas palavras de minha mãe, achei o numero que estava procurando, a mãe de Ty. Por minha sorte ela atendeu.

—Alô? – disse ela sua voz estava fraca.

—Oi Sr. Owen, por acaso você sabe onde está Ty?

—Sei- Eu estava com medo da voz dela- Esta no hospital comigo, uma, uma alma feriu ele essa noite.

(...) To be continued