Quando Bianca olhou para Caroline, ela estava desmaiada no chão. O murmurinho começou a aumentar cada vez mais, a mãe e o pai da noiva já estavam em volta do corpo da garota e Luke estava estático, com as mãos no bolso da calça, vendo tudo sem comentar nada. Bianca estava sentada, o que era bom, porque caso o contrario, já haveria caído no chão de nervosismo. Era bom que o casamento estava parado, afinal assim havia uma possibilidade, por menor de fosse, de que tudo mudasse.

Passaram-se vinte minutos e nada de Caroline acordar. Um paramedio enfim chegou e a levou para dentro da ambulância. O padre dispensou os convidados e em poucos minutos a igreja estava vazia; exceto por Luke e Bianca, que continuavam no mesmo lugar desde quando tudo começou.

– É um sinal? – Westerfield perguntou de repente, fazendo Bianca o olhar vagarosamente. Ele continuava com os olhos pregados no chão e as mãos, que estavam tremendo, nos bolsos.

– Duvido muito.

– E por quê duvida? – Ele a olhou e desceu um degrau. Mais um. Mais dois. Ele foi na direção dela e se sentou ao seu lado.

– Sei lá. O que será que ela tem? – Bianca perguntou, pegando na mão de Luke, e o fitando.

– Nervosismo? – Ele deu de ombros e Lisa chamou por ele, da entrada da igreja.

Luke levantou sem dizer mais nada e foi embora. Bianca continuou ali por mais uns minutos, sozinha, olhando para os detalhes das esculturas e se imaginando longe dali. O problema era que nenhum lugar a faria esquecer dos últimos meses; vendo o amigo beijando, abraçando, segurando a mão de uma garota que, mesmo que Bianca odiasse saber disso, era a namorada dele; e em pouco tempo, seria a esposa. Tudo só acontecia na frente de parentes, e quando Luke se virava, dava para vê-lo passar a mão na boca para limpar os resquícios de "amor" de Caroline, o que fazia Bianca dar uma risada abafada. Todo final de semana havia uma festa no jardim vizinho, o que era, segundo Teresa, a coisa mais falsa de se ver. O pai de Luke fazia o churrasco, alguns parentes de ambas famílias conversavam animadamente e Bianca se torturava, olhando tudo de longe, pela janela do quarto, e assim sucedeu durante todo o noivado até o dia infernal que estava sendo esse, do casamento.

Ela resolveu ir pra casa e como tudo fazia parecer a mente pesar, dormiu até a noite.