We Found Love escrita por Ana Elisa Renault


Capítulo 1
Capítulo 1 - Partida Inesperada


Notas iniciais do capítulo

Pessoal, eu realmente espero que gostem da fanfic! Deixem uma review! Isso é muito importante para mim!



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POV. Bella

As coisas estavam se ajeitando quando minha mãe veio com a ideia de me mandar para Califórnia para passar o verão ao lado do meu pai. Não o via há 4 anos, desde a época em que meus pais se separam. Eu detestei a ideia, é claro. Não queria ver meu pai, nem trazer todas aquelas memórias de novo. E o pior, meu irmão mais novo, Jacob, também iria.

Eu não tinha outra opção, a não ser ir. Por mais que minha mente e meu corpo não quisessem estar lá, eu não podia resistir a algo que fugia do meu alcance. Essa era a grande realidade. Então só me restava aceitá-la. Assim, comecei a arrumar as malas no dia seguinte.

E o dia da viajem chegou. Minha mãe nos levou de carro de Santa Barbara, Califórnia para uma cidadezinha pequena no interior da Califórnia chamada "Paradise Island".

Meu pai morava em uma casa na praia. Quando chegamos lá, meu irmão foi o primeiro a correr para dar um abraço enorme nele. Logo depois foi minha mãe. Os dois se abraçaram e conversaram um pouco. Depois, com os braços abertos na esperança de receber um abraço meu, meu pai olhou para mim e perguntou:

— Como vai Bella?

Dei de ombros, passando ao seu lado e ignorando seus braços abertos, e segui em direção à praia. Ele me entregou um olhar triste e caído, e logo em seguida depôs os braços, indagando minha mãe:

— Caramba. O que aconteceu com ela?

— Você não tem ideia. – respondeu ela.

— Como vai a escola dela?

— As notas dela estavam horríveis. E por incrível que pareça, ela conseguiu terminar o 2º grau. E ainda foi aceita na Julliard High School.

— Sem tocar piano?

— Sim. Mas ela recusou. Não quer ir para a Julliard.

— Na hora certa, ela irá tomar a decisão certa. Não se preocupe.

Comecei a andar um pouco pela praia, depois parei para comprar um Milk Shake. Como sempre, muito desajeitada, não parei para olhar para os lados e acabei atravessando uma quadra de vôlei cheia de jogadores. Eles pareciam estar participando de algum tipo de torneio. De repente o braço de um deles, acabou acertando meu Milk Shake. Os 500ml de leite batido com sorvete de creme, estavam agora inteirinhos na minha blusa. Todo envergonhado, o jogador hiper malhado, bonito e sensual, que se encontrava sem camisa e totalmente encharcado de suor, pediu suas sinceras desculpas:

— Nossa! Desculpa! Não era minha intenção! Eu compro outro para você. – Disse ele envergonhado.

— Eu preferia tomar meu Milk Shake agora, mas já que você confundiu ele com a bola, eu prefiro ficar sem ele. – resmunguei.

— Desculpa, não era minha intenção. Mas não fui eu quem atravessou uma quadra de vôlei no meio de um jogo. Se você não sabe, as pessoas atravessam pelo lado de fora. Se quiser, posso comprar um Milk Shake e uma blusa nova para você. - ele respondeu. 

— Não será necessário. Eu já estava saindo mesmo. – disse com dando de ombros e saindo bem nervosa.

Depois dessa, eu fiquei com tanta raiva, sai andando e o jogador idiota ficou me olhando com aquela cara de bobo. Ele deve ter se perguntado mil vezes, o que eu fui fazer no meio de uma quadra de vôlei. Mas agora já era tarde. Cheguei então em uma cabana na praia para comprar uma blusa nova. Estava segurando uma blusa com um unicórnio estampado e de repente apareceu uma garota:

— Leva essa daqui. É bem melhor do que essa.– a garota disse apontando para uma blusa laranja.

— Ok. Levo essa. Quanto custa? – perguntei à vendedora.

— 20 dólares- respondeu ela.

Paguei a blusa e logo em seguida a garota disse:

— Que grossa eu sou! Nem me apresentei! A proposito meu nome é Alice. – disse ela com um voz de empolgada.

— O meu é Bella.

— Então, o que faz aqui em Paradise Island? -perguntou ela.

— Vim passar o verão com o meu pai. - respondi.

— Então você não é daqui. Você é de onde?

— Sou de Atlanta, mas moro em Santa Barbara. Eu, minha mãe e meu irmão nos mudamos quando eu tinha 11 anos. Meu pai se mudou para cá há alguns anos. 

— Sem vocês?

— Diferenças irreconciliáveis. Acho que é essa a expressão... Ele nos abandonou... E... Ah... E você? - suspirei.

— Há algo errado? - perguntou ela.

— Não. Ah... Não. Só me lembrei de algumas coisas, mas está tudo bem. - disse pensativa. 

— Eu moro com meu namorado, Jasper. Ele está ali fora! Vamos! Você tem que conhecê-lo! - disse empolgada.

Alice, apressada e totalmente empolgada me puxou pelo braço, me levando para um local na praia, aonde várias pessoas estavam reunidas, numa espécie de círculo. Todos gritando e batendo palmas. Ela me levou até o centro do círculo e apontou para um garoto que estava dançando e fazendo malabarismos com 3 bolas de fogo, e disse:

— É ele. Jasper.

Eu e ela assistimos Jasper fazendo malabarismo com bolas de fogo. Fui me distraindo e noiteceu rapidamente. Fiquei pensando que naquela hora meu irmão e meu pai deveriam estar jantando e é claro, que meu pai deveria ter notado minha falta. Terminado o show de malabarismos de Jasper, resolvemos ir para um local isolado da praia. Alice, eu e Jasper estávamos indo para uma parte teoricamente mais "quieta" da praia, para montar uma fogueira, conversar e comer algo, quando então no caminho, encontrei o jogador de vôlei que tinha derramado meu milk shake hoje mais cedo. Ele não parava de me olhar. Dei uma olhada leve, tentei ignorar e passei direto. Montamos a fogueira, nos sentamos envolta dela, e então começamos a conversar um pouco. Depois de um tempo, Jasper já estava bêbado, levantou-se do lugar onde estava e sentou-se do meu lado. Me agarrou e tentou me beijar, enquanto Alice, foi pegar uma outra bebida para ele. Assustada, eu disse:

— Não me toque. Não me toque nunca mais. – disse com tom de raiva, tentando desgrudar as mãos perversas dele da minha perna.

— Ok. Se é assim... Então eu a deixo, mas já digo que é um baita desperdício! – ele disse soltando um sorriso sarcástico enquanto me soltava.

— Você é nojento. - disse quanto me levantava incrédula no que tinha acabado de ouvir. 

Terminei de me levantar e fui embora para casa sem sequer me me despedir de ninguém.

Quando cheguei em casa, meu pai estava tocando no piano a velha música que havia me ensinado quando pequena, e compondo uma nova música também. Aquele piano era antigo. Tocava nele desde que tinha 5 anos de idade. Depois, quando meus pais se separaram por causa de mim, eu quebrei aquele piano todo com a ajuda de um taco de Baiseball. Meu pai parecia ter concertado ele.

Quando escutou meus passos leves adentrando a casa, sem ele ter dito nada eu disse:

— Vou para a cama.

Fui em direção ao quarto enquanto ele continuou tocando o piano. Quando entrei no quarto estava tudo escuro. Comecei a me trocar, quando de repente meu irmão solta:

— Antes de você se trocar, saiba que eu estou aqui. – disse ele.

— O que você faz aqui? Saia do meu quarto! – gritei.

— Vamos ter que dormir no mesmo quarto. Esse é o nosso quarto. Se quiser dormir no quarto do papai, tudo bem. – disse ele deitado na cama que estava do outro lado do quarto.

— Ei Bella? – ele me chamou.

— O que foi? – respondi.

— Não fique brava, ok? Poderia ser um pouco mais legal com o papai? Não quero perdê-lo de novo. – pediu ele.

Fui em direção a cama aonde ele estava deitado, sentei na beirada dela e disse:

— Você viu a cara dele quando ele te viu? Tão animado! Você nunca perdeu o papai, ok? Nunca o perdeu e nem vai, eu prometo. - disse o abraçando bem forte. 

Terminei de me preparar para dormir, então sai do quarto para pegar um copo de água, quando de repente meu pai disparou:

— Bella, por onde esteve? – perguntou ele com a voz doce.

— Na praia. Por quê? – retruquei.

— Fiquei preocupado com você. Se você não sabe, o velho pai aqui ainda a ama.

— Por favor, pai, eu tenho 17 anos. Não sou mais um bebê, do qual você precisa ficar atrás 24 horas por dia.

— Se quiser ficar aqui terá que...- eu o interrompi.

— Eu não quero ficar aqui, pai. Eu não quero. Nunca quis. Eu não escolhi isso. É só isso.- disse.

Ele então voltou a tocar o piano. Eu então perguntei:

— Vai tocar? Por quê se você for, eu vou dormir lá fora. - disse. 

Ele então me deu um olhar triste e cabisbaixo, recolheu as partituras de música, fechou a tampa do piano e disse:

— Parabéns por Julliard.

— Por quê? Eu não vou.

— Isso será um erro. – retrucou ele.

— Bem. Você e a mamãe sabem bem sobre isso. Afinal de contas, aprendi com os melhores não é mesmo? - disse ironicamente. 

— Droga, já chega! Já chega Bella! Se está com raiva de mim e quer me magoar, tudo bem, mas por favor, não pare de tocar. É idiotice, Bella. Você é muito talentosa. Está jogando tudo fora, e por quê? Por nada!

— Terminamos? – perguntei.

Ele só fez um sinal leve negativo com a cabeça, cabisbaixo e sem entender nada. Ele estava tentando se aproximar, mas eu não queria nada daquilo. Eu não estava preparada para aquilo. Eu apenas não queria. Queria evitar qualquer contato, qualquer coisa que pudesse me trazer todas aquelas memórias de volta. 

Caminhei até a porta do quarto, que ficava ao lado da sala, onde ele estava tocando o piano, abri a porta e entrei dentro do quarto.

Me senti meio culpada naquele dia. Não queria deixar meu pai triste. Mas era difícil para mim. Não queria estar ali, não queria aquelas velhas memórias, apenas não queria nada daquilo. Então encostei a cabeça no travesseiro e ali adormeci. 


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