– Desculpe Thalia, mas a conversa não requer a sua presença. Vamos Annabeth. – Percy me puxa rapidamente antes que eu faça qualquer tipo de protesto e sai correndo no momento em que o sinal toca. Prevejo uma Thalia muito furiosa mais tarde.

Percy continua correndo até o seu dormitório e entra comigo em seu quarto trancando a porta e fechando as janelas. Vai entender.

– O que você quer comigo? – digo entre um tom de furiosa e nervosismo. Fazia tempo que eu não ficava sozinha com algum garoto, ainda mais lindo como ele o que não posso negar mesmo não gostando muito dele.

– Uma proposta Annabeth. Vai fazer bem para nós dois. – sorri maliciosamente. Estou começando a ficar com medo disso. – Seja a minha namorada.

. . . O QUÊ?! Esse garoto é maluco, só pode. – Desculpa, eu ouvi direito? – digo irônica. Mas mesmo estando puta da vida eu coro. Por deuses, esse menino é um gato. – E por que isso faria bem para mim?!

– Não tire conclusões próprias. Não vai ser de verdade. – ri. – Bom, eu quero uma vingancinha sobre a Rachel. Ela ferrou com a vida de Nico, contando algumas coisas para a sua irmã Bianca. Então nós brigamos e eu terminei com ela. E eu e Nico apostamos para ferrar com ela e voc- mas antes que ele termine, eu o interrompo.

– E o que eu tenho a ver com isso?!

– Calminha aí sabidinha. Pensei que você odiasse a Rachel? – me olha confuso. – E também terá algumas recompensas. Você não vai namorar de verdade comigo, como eu já disse, mas terá que andar junto a mim um pouquinho pelos dias. Além da minha divina companhia, as pessoas irão te respeitar. Ninguém te chama mais de Annanerd, inclusive eu e meus amigos.

Que convencido, divina companhia? Mas é algo a se pensar. Eu realmente desejo o sofrimento da Rachel, depois de tudo que ela fez para todos ferrarem com a minha vida. E sem Annanerd, nunca mais esse apelido!

– Não sei... – Tento me fazer de difícil. Tenho que pensar também em algo a mais para me beneficiar. – Eu aceito. – Vejo o sorriso de vitória dele. – SE você pagar o meu almoço por um mês, e parar de chamar a Thalia de priminha ou cara de pinheiro. – Ótimo, sou uma boa beneficiadora. Thalia vai ficar satisfeita e não irá reclamar da nossa trégua/parceria do momento.

– Um mês? Uma semana, feito?

– Nada feito, é um mês ou nada! – agito os braços furiosamente, para mostrar que estou séria.

– Merda. Que se foda, trato feito! – Ele aperta as minhas mãos e me puxa para perto dele.

Tira o meu boné dos Yankees e fica olhando descaradamente para o meu rosto. Coro. – Sabe, até que você dá um caldinho. – Pisca para mim e coro furiosamente. Mas que abusado!

– Seu tarado.

– Mas falta algo para andar comigo. Vá ao encontro de Silena às 19h perto da lanchonete. Vou falar pra ela melhorar esse gosto de roupas, sua machona.

Protesto. Como assim mudar minhas roupas? O que isso tem a ver com o trato? – Não! Eu ando do jeito que eu quiser!

– Perto de mim, não! Você vai se vestir igual mulher e mostrar que é melhor que a Rachel, vai fazer mais efeito, pense comigo! – Segura o meu rosto indignado com suas mãos.

Droga. Eu amoleço toda, de repente o quarto fica tão quente. Por que ele tem que ter esse cheiro encantador de maresia? E esses olhos... Deuses. Acabo cedendo, sem pensar que com certeza irei me arrepender depois.

Por que, deuses, por que o meu ex inimigo, agora "namorado", tem que ser tão atraente. Me vejo entrando em uma cilada e nem ao menos tento sair.

Ficamos conversando – por incrível que pareça – normalmente sobre bandas e coisas do tipo, até que o sinal toca novamente e a primeira aula acaba. Vamos correndo até o prédio da aula e infelizmente não temos a mesma aula. Pera, infelizmente? Droga Annabeth o que você está pensando? A uma hora atrás ele era o seu segundo pior inimigo.

Saio de meus devaneios quando me vejo sentada ao lado de uma Thalia furiosa e curiosa olhando para mim esperando que eu fale.

Como era aula do Sr. Blofis, que era muito calmo, poderiamos conversar normalmente. Comecei a contar para ela sobre a proposta que o seu primo havia feito para mim e ela me olha confusa.

– Pera, e você aceitou?

– Claro! – ela me olha sugestivamente, provavelmente pensando algum tipo de cenário em que sou apaixonada por aquele idiota... Até que não seria tão estr- epa! Como assim? Pare de pensar merda Annabeth, penso. – Thalia olha só, ele vai comprar meu almoço por um mês! – ela me olha assustada. – Sim, e ninguém mais vai me chamar de Annanerd! Fora que ele também não vai te chamar de pinheiro ou priminha. – ela me olha agradecida.

– Obrigada Annie, você é demais! – dá um tapa na minha cabeça, sorrindo brincalhona. Preciso me acostumar com esse jeito bruto de Thalia, mesmo não sendo intencional.

– Ai. Sim, eu sou. – sorrio.

– E olha, você pode pedir o que quiser no almoço, mesmo que não coma tudo! – me olha com um sorriso maldoso.

Sim, podemos acabar com o dinheiro do Percy, ferrar com a Rachel e sem apelidos para mim e para Thalia! Até que esses dias serão interessantes...