Pokémon - The Awakening escrita por Elphaba


Capítulo 5
Um pouco de calmaria


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo ficou tããão parado, mas foi meio que necessário ele ser parado. e_e A gente tá basicamente no começo, ainda, não dá pra ter agitação toda hora. T_T Por mais que eu queira.



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Já era o terceiro dia, desde a morte de Arcanine, que Jade estava trancada no quarto. Ela ignorava qualquer pessoa que batesse na porta, e não saía nem mesmo para comer, e pedia para que sua Emolga fizesse o favor de lhe buscar um copo d’água vez ou outra. O clima em toda a região de Kanto começava a ficar quente, com um calor quase insuportável ao Norte, e nenhum meteorologista conseguindo explicar o que estava acontecendo. No laboratório, Gary e seu avô analisavam algumas informações no computador sobre as massas de ar.


- Estranho... As duas massas de ar surgiram exatamente no mesmo local, e não foi no mar. - Samuel lia cuidadosamente o mapa. Tanto a parte pintada de azul, mostrando a massa de ar frio, quanto a pintada de vermelho, mostrando a de ar quente, surgiam num pedaço de floresta entre o Mt. Moon e Celadon. - ... Será que construíram uma máquina para controlar o clima e a posicionaram ali? Seria a única explicação plausível.


- ... Eu vou ligar para o Bill. - O moreno imediatamente levantou-se e foi em direção ao videofone.


- Você acha que ele tem algo a ver com essa história?


- Vô, nós estamos falando do Bill. - Gotas oceânicas surgiram na testa de ambos, e o professor concordou lentamente com o comentário.


- E... cadê a Sara? - O pesquisador estava estranhando o fato da namorada de seu neto não estar presente no cômodo. Ela vivia grudada nele. O garoto apenas deu de ombros antes de responder:


- Sei lá... Ela falou que ia sair pra fazer sei lá o quê. Eu não prestei muita atenção.


A campainha tocou, e Tracey gritou do segundo andar que ele atenderia. Desceu rapidamente as escadas e abriu a porta, dando de cara com Claire. Ela tinha uma expressão de preocupação e segurava um prato cheio de cookies.


- E a Jade? Já saiu do quarto? - Ele apenas respondeu balançando negativamente a cabeça. - Bom... Então isso é um trabalho para mim mesma! - E, como um relâmpago, subiu as escadas correndo. O moreno apenas arregalou os olhos e fechou lentamente a porta.


- JAAAADE! - A garota bateu três vezes, mas não obteve resposta. - Jaaade, sou eu, a Claire. Não me ignore.


Jade estava jogada em sua cama com um travesseiro em cima da cabeça. Por mais que gostasse da amiga, ela realmente não gostaria de conversar naquele momento. Ao mesmo tempo, ela sabia que Claire Moore não desistiria tão facilmente assim. Então, ainda com seu pijama verde-água e seus cabelos soltos, abriu a porta e puxou a garota para dentro do quarto o mais rápido que pôde.


- Aaah, então você tá viva, afinal. Olha, eu fiz cookies pra você! - E estendeu o pratinho enquanto sorria, fazendo a morena arquear uma das sobrancelhas.


- Você cozinhou esses cookies sozinha...?


- Sim! - A treinadora lentamente tirou o prato das mãos da amiga e, como se estivesse numa tortura chinesa, levou um dos cookies à boca com a velocidade de um Torkoal manco. Assim que mordeu o primeiro pedaço, sentiu um gosto tão azedo que não pensou duas vezes antes de cuspí-lo. - ... Ops.


- O que você colocou aí?! - Ela começou a rir com o desastre culinário ambulante que era Claire.


- Ahm... - A loira imitou o ato de morder o cookie e cuspi-lo logo em seguida. - Acho que exagerei na quantidade de limão.


- ... Você colocou limão num cookie de gotas de chocolate? - A treinadora continuou a rir levemente. - Só você, mesmo. - Claire riu sem graça e levou uma das mãos à nuca.


- Como que você tá? - Pela primeira vez, a garota reparou as olheiras e os olhos inchados de sua amiga. Provavelmente causados pelas horas e horas de choro. A morena apenas deu de ombros e encarou o chão.


- Na mesma. Eu não imaginei que fosse passar por essa situação novamente depois do fim da Equipe Dreams. - Ela suspirou e voltou a olhar nos olhos azuis da amiga. - Mas aí veio o Larry na Liga, quase matando o Aggron sem mais nem menos, e agora isso... - Abaixou a cabeça novamente, e colocou o dedo indicador e polegar como uma pinça na ponte do nariz.


- Você viu? - Claire começou com um sorriso, tentando reanimar a amiga em pelo menos um dos problemas. - O Charles Goodshow anunciou que agora qualquer treinador que tente matar o Pokémon do adversário em qualquer batalha oficial, vai perder sua licença na hora. - A treinadora concordou lentamente com a cabeça. - E... O Larry não conseguiu chegar até o Lance no desafio da Elite 4.


- Não? - Aquilo atiçou sua curiosidade, a fazendo olhar novamente para a garota.


- Não. - Ela disse, sorrindo. - Ele venceu do Koga, da Lorelei, sofreu na mão do Bruno, e sua avó acabou com a raça dele! - Jade soltou uma leve risada ao imaginar o prazer que Agatha teve ao derrotar o treinador. - Todos os jornais estão dizendo que, se ele ganhou da neta por pouco, com certeza perderia da avó.


– A batalha contra a Agatha foi hoje de manhã, né? - A coordenadora assentiu com a cabeça, fazendo a amiga coçar a cabeça. - Droga... Eu não podia ter esquecido.


- Acontece. Olha, pelo menos--


Ela nunca descobriu o que a loira iria dizer, já que ela fora interrompida pelo barulho de algo pesado batendo na janela. Ambas olharam ao mesmo tempo, e deram de cara com o rosto de um homem moreno dos olhos castanhos e o bico de seu pobre Farfetch’d pressionados contra o vidro. Elas arregalaram os olhos enquanto os dois escorregavam lentamente até finalmente caírem no chão.


- O QUE FOI ISSO?! - Claire gritou com os olhos ainda arregalados.


- ... Eu prefiria não saber, mas... - Levantou-se e subiu o vidro da janela, colocando a cabeça para fora e olhando para baixo. Ele ainda estava estatelado no chão, e seu Pokémon, já em pé, parecia bem irritado com a própria falta de noção de pouso. - Bill...?


- ... Alguém me aajuudaa. Por favor. - O inventor disse numa voz chorosa. Uma gota oceânica formou-se na nuca de Jade.







Bill estava acomodado numa poltrona, sentindo dores pelo corpo inteiro mesmo depois de já ter tomado os remédios que Tracey lhe entregara. Gary o encarava com os braços cruzados, e não estava nem um pouco surpreso com o acontecimento da janela. Jade colocou uma roupa e desceu ao lado de Claire, e elas estavam sentadas no sofá apenas observando.


- Eu deveria ter tentado ligar no seu Pokégear... Bem que eu estranhei quando você não atendeu o videofone.


- Eu vim aqui justamente para mostrar pro Professor Oak o sistema que eu consegui desenvolver! - Esquecendo-se completamente das dores com a alegria de falar de sua mais nova conquista, ele praticamente pulou do sofá e pegou uma Pokédex que estava em cima da mesa, em mãos. - Antes, a Pokédex enviava um Pokémon diretamente ao professor responsável pelo treinador quando ele capturava um sétimo Pokémon, certo?


- Sim. - Samuel concordou.


- Pois agora... - Ele ficou posicionado ao lado do pesquisador de modo que ele conseguisse ver a tela. - Eu adicionei uma nova função que permite que o treinador troque Pokémons sem a necessidade de falar com você pelo videofone! O banco de dados com todos seus Pokémons fica dentro dessa função da Pokédex. - Ele pressionou um botão na tela, mostrando os Pokémons de um treinador qualquer. - Os Pokémons dele estão aparecendo aqui embaixo, certo?


- ... Sim. - O renomado professor apertou os olhos, tentando absorver todas aquelas informações novas ligadas à tecnologia.


- Pois então eu vou arrastar seis para a parte de cima da tela... E pronto, eu tenho um time definido! Aperto “ok”, e a Pokédex vai enviar os dados para essa tela aqui. - Ele apontou para uma das telas no laboratório. O monitor mostrava perfeitamente a imagem e sexo dos Pokémons escolhidos. - Vamos supor que ele queira trocar apenas um Pokémon. O novo dispositivo no topo da Pokédex vai transferir a Poké Bola para aquele dispositivo ali. - Ele novamente apontou. - Aí é só você pegar a o Pokémon desejado, colocar sua Poké Bola no dispositivo, e enviar ao treinador! E o melhor: Ele tem uma trava que pode ser ativada em competições para nenhum espertinho decidir mudar o time no meio da batalha!


- ... Isso é... Genial, Bill! - O Oak mais velho sorria. - Isso realmente vai ajudar muito os treinadores! - Todos os outros presentes também concordaram.


- Há quanto tempo você tá trabalhando nisso? - Gary perguntou.


- Hm... Alguns meses. - Ele começou a guardar todos os equipamentos de demonstração.


- Então imagino que você não tenha trabalhado em nenhuma máquina para alterar o clima recentemente?


Bill arqueou uma das sobrancelhas e encarou o adolescente nos olhos por alguns segundos. Aquela ideia não era das mais geniais, qualquer alteração no clima provocaria confusão no ciclo de vida dos Pokémons, e no próprio ciclo do planeta. Ele lembrou da neve que caíra três dias antes, e olhou pela janela o calor que fazia, derretendo todo o gelo acumulado. Sem contar que seria uma tecnologia quase impossível, já que precisaria de níveis absurdos de energia para conseguir atingir uma região inteira.


- ... Não, isso seria um desastre. Vocês acham que é isso que tá causando as alterações de clima? Porque se for, podem descartar.


- Eu até tenho outra teoria, mas preferia acreditar nessa da máquina que altera o clima. - Samuel confessou após um suspiro. Seu neto lhe encarou, surpreso, nem fazia ideia do que poderia ser.


- E qual é essa teoria? - Os dois Oak imediatamente viraram na direção de Jade, ouvindo sua voz pela primeira vez em três dias.


- Eu não estou confortável ainda para falar sobre isso agora. As pessoas que você encontrou, pareciam ser de um tipo de organização criminosa, não pareciam? - A morena imediatamente abaixou o olhar e segurou o choro. O homem aproximou-se, colocando uma mão sobre seu ombro esquerdo. - Eu sei que isso tudo ainda tá muito recente, me desculpe. Mas eu preciso da resposta, Jade. - Ela apenas concordou com a cabeça. Claire a abraçou assim que Samuel olhou para o neto.


- Você acha que eles tão por trás disso? - Gary tinha uma expressão preocupada e engoliu em seco. Não queria que aquela situação evoluísse para o inferno causado pela Equipe Dreams há seis anos atrás.


- Ou eles, ou a Equipe Rocket.


A treinadora repentinamente arregalou os olhos verdes. O nome da Equipe Rocket praticamente fez uma lâmpada acender sobre sua cabeça. Ela mandou um olhar para amiga para que saíssem dali. E com a desculpa de que iriam checar seus Pokémons, foram para o imenso quintal enquanto eles continuavam a discutir sobre a situação. A morena tirou o Pokégear de seu bolso e começou a olhar a agenda de contatos.


- O que você vai fazer? - Claire a encarava, piscando com mais frequência que o normal.


- Tentar uma troca de informações. - Um ponto de interrogação surgiu sobre a cabeça da coordenadora, a deixando mais perdida ainda. A morena finalmente encontrou o número que procurava, e ligou. - Alô?


- Nós estamos ocupados no momento, você não pode ligar daqui a pouco?!– Uma voz masculina falava do outro lado da linha. Ele soava nervoso o suficiente para convencer qualquer pessoa a ligar mais tarde. Seja lá o que ele estivesse fazendo.


- Não, eu tenho algo que pode ajudar vocês. O que que vocês tão fazendo, afinal?! - Claire continuava a lhe encarar, o que a incomodou ao ponto de se sentir obrigada a virar de costas. Assim que o homem ia responder, um som de explosão ecoou por todo o local, e o telefone desligou. A treinadora suspirou ao checar a tela do aparelho.


- Você pode me falar o que tá acontecendo, Jade?!


Assim que ela abriu a boca para responder, ouviram um grito em uníssono que parecia ficar cada vez mais próximo. E então, um trio composto por dois humanos e um Pokémon caíram bem em frente à elas, criando quase que uma cratera no chão. A loira gritou e deu um pulo para trás de susto, enquanto Jade piscava várias vezes, chocada.


– Eu acho que se isso tivesse sido combinado, não teria saído tão perfeito. Pikachu do Ash?


– Pikachu do Ash. - Responderam juntos e completamente derrotados.







- E quem nos garante que você está dizendo a verdade, pirralha?! - Jessie a encarava com os braços cruzados, lançando-lhe um olhar mortal, enquanto seus outros dois companheiros de equipe pareciam bastante interessados na história da garota. Para não serem interrompidos, o quinteto se deslocou até uma parte afastada da cidade.


- Ei, eu não tenho porque tá mentindo! - Jade estava visivelmente ofendida, não tirando seus olhos dos da mulher de cabelo rosa. - Sem contar que vocês não tem nada a perder!


- Ela tem razão, Jessie! - O Pokémon falante finalmente entrou em cena, com seus olhos brilhando. - Imagine, se eles ainda não tiverem ideia do que está acontecendo, NÓS PODEREMOS GANHAR UMA PROMOÇÃO! E SEM PRECISAR PEGAR O PIKACHU!


- Hm... - Ela ficou pensativa por alguns segundos, com o dedo indicador tocando o queixo. De repente, seus olhos começaram a brilhar assim como os dos dois companheiros. - TEM RAZÃO! Mas... E se eles já souberem?


- Aí só vamos levar a boa e velha bronca de sempre. - James disse ao se levantar, dando de ombros. Ela concordou com a cabeça.


- O QUE ESTAMOS ESPERANDO, ENTÃO?! - Meowth deu um pulo, passando por cima da cabeça de Jessie e a deixando completamente despenteada. Antes que suas patas alcançassem o chão, Jessie pegou o pobre felino pela cauda e o levantou de maneira que seus olhos ficassem na mesma altura dos dele. - MEEEEOOOOW!


- Bagunce o meu cabelo mais uma vez e eu juro que você vira churrasquinho. - Ela falava por entre os dentes, e as pupilas de seus olhos pareciam ter se transformado em chamas. Jade e Claire entreolharam-se.


- Bom, assim que vocês tiverem alguma informação, me liguem. - A morena arqueou uma das sobrancelhas, e James sentiu-se obrigado a responder, já que seus dois companheiros se matavam.


- Claro, claro! - Ele estava com uma gota oceânica na nuca e um sorriso amarelo no rosto. - Pode deixar! Au revoir! - Acenou rapidamente, as dispensando logo, e empurrou Jessie e Meowth para longe numa velocidade acima do normal.


- Você tem certeza que isso é uma boa ideia?! - A coordenadora encarava sua amiga com os braços cruzados e as bochechas infladas.


- É a única ideia que eu tenho. E é a única maneira de conseguir mais informações. - Apesar de concordar em parte, sua amiga ainda assim bufou. A treinadora apenas passou a ignorá-la, sabia muito bem como a cabecinha de Claire funcionava.


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Notas finais do capítulo

Equipe Rocket, fazendo exatamente o que os pirralhos querem sem notar desde 1998. Nem sei se é desde 1998, mesmo, mas vocês entenderam. D:
E EU TENTEI FAZER UM CAPÍTULO MENOR, GENTE. Mas minha linha de raciocínio trava se eu tentar escrever menos de 2500 palavras. T_T

E gente, sou péssima pra dar nome a capítulos. Será que eu devo mudar pro sistema lindo de "Prólogo - Chapter 1/2/3..."? Porque olha...



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