111 escrita por Just be Happy


Capítulo 2
Capítulo 2 - O Orfanato.


Notas iniciais do capítulo

Não temos palavras para agradecer as nossas primeiras leitoras AnaPaulaS2 e jeh, vocês fizeram nossa alegria nessa noite. Esperamos que gostem desse capítulo. Um beijo, Lalá e Talita.



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A entrada do orfanato estava toda decorada, com flores, e pisca-piscas, crianças corriam pelo jardim, todas com roupas iguais, as meninas, usavam uma saia longa verde musgo com listras pretas e brancas, blusinha social e gravata verde, sapatinho preto, os meninos usavam uma calça verde e a blusa branca com a gravata do listrada da mesma cor que a saia das meninas.

Vou confessar que tinha medo daquele lugar, o orfanato parecia um castelo, mas um castelo feio. A pintura era verde, um verde desbotado e escuro, ao que parecia havia quatro andares e um grande sótão no último, que séria o quinto? Não sei, apenas entrando pra ver. As janelas eram de vidro, mas a estrutura de madeira amarela, não combinava com a cor do prédio. Elas eram arredondadas em cima e quadradas em baixo. Não havia grades. Será que é só eu, que quando criança queria pular da janela? Acho que por ter crianças tinha que ter mais segurança, será que era por falta de dinheiro? Vou anotar quem sabe, eu não faço uma boa doação?

O Senhor Edward Mccautaney Cullen Van der Woodsen, ou melhor, meu pai, sempre faz doações, para os hospitais de Nova Iorque, ele tem tanto dinheiro que alguns milhões a menos na sua gorda conta bancária não faria diferença.

Está tudo bem Bella, eles estão apenas eufóricos, não é sempre que tem festas assim, eles não vão te morder ou sujar suas sapatilhas Christian Louboutin. Eles são carinhosos.

– Alice segurou na minha mão e sorriu me tranqüilizando.

É, eu sei que sou um pouco neurótica, mas, por mais que eu amasse criança eu tinha medo, criança sempre anda suja, e melecada, e as vezes são birrentas outras são baguncentas, eu me lembro que uma vez, Alice me levou no orfanato de Seattle e tinha uma criança que começou a correr atrás de mim com a mão cheia de molho de tomate, eu fiquei apavorada, não quero nem lembrar.

– Eu sei Ali, só estou nervosa.

– Vai ficar tudo bem amiga, vamos antes que eles percebam que eu cheguei e vem quebrar meu carro. –ela ficou séria, e eu a olhei com cara de espanto, mas ela logo me tranqüilizou.

– Aliiiiiiiiiiiiiiice, que bom que você chegou, eles começaram a servir hot dog, e tem ketchup e quem é você? – o garotinho ruivo, que tinha aproximadamente sete anos meu perguntou.

– Ah, desculpa, eu me esqueci de apresentar, eu me chamo Bella e você?

– Sebastian. Você é amiga da Alice?

– Sou sim, e pelo visto você também, né?

– É sou, mas se você é amiga dela, é minha amiga também, né Alizoca?

Alice?Alice? Ela não estava mais conosco, mas de longe eu a avistei correndo entre as crianças.

– Eer Sebastian, porque você não me conta o que você mais gosta de fazer aqui? Ou como é a vida de vocês aqui, ou os dois? – passei a mão na cabeça dele, e sorri. Ele era uma criança fofa, eu ainda não entendia como uma mãe algum dia pode deixar uma criança inocente, assim, no mundo, sem ninguém. É se bem, que eles aqui no orfanato tem um monte de pessoas que os amam, mas não é a mesma coisa.

– Pode te chamar de B? – ele me perguntou sorrindo, e eu apenas acenei com a cabeça positivamente.

– Ah, eu adoro brincar com o meu amigo Anthony, mas ele está brigado comigo, e eu estou triste com isso, ele é como meu irmão, e eu não consigo ficar muito tempo longe dele, e o pior é que eu não sei o motivo. – ele passou a mão no cabelo e bufou fazendo uma cara engraçada, que me fez soltar uma leve risada, que eu logo disfarcei.

– Mas você já tentou falar com seu amigo?

– É, séria ótimo se ele pelo menos falasse oi pra mim, então impossível.

– Vamos ver...

– Ei vocês dois, corre vai começar o amigo secreto. – Alice gritou de longe, Sebastian nem esperou ela terminar de falar e já estava correndo á seu encontro, eu apressei meu passo.


– Alice, quem é Anthony, eu não sei descrevê-lo. – eu estava nervosa outra vez.

– Aquele ali de cabeça para baixo, na primeira fila, ao lado da menina que esta com o dedo no nariz. – ela disse, e eu não precisei de muito para achá-lo. Anthony, era a criança mais linda que eu já vi em toda minha vida, ele parecia um anjo sentado daquela forma com as bochechas coradas e cabelos castanhos chocolate, que combinava perfeitamente com seus olhos da mesma cor. Ele parecia ter cinco anos, e algo o estava incomodando, eu tinha certeza, sua carinha era triste.

–Bella, que tal você começar? – eu juro que eu te mato quando eu te pegar Alice, será que você não percebe que eu não conheço ninguém daqui? Ou que eu estou quase tendo um enfarte?

– Uhm... eer.... ééé.... aaaa, eu.. – eu não encontrava palavras, e odiava completamente quando isso acontecia.

– Pare de gaguejar e anda de pressa! -ela me puxou de onde estava sentada.

–Olá pessoal, é muito bom conhecer vocês, eu me chamo Isabella, mas todos me chamam de Bella. É... vamos ao que interessa. Eu não sei bem o que falar do meu amigo, porque eu nunca conversei com ele, mas eu já o vi andando por aí hoje, ele é super bonito, acho que tem cinco anos, tem cabelos castanhos e olhos castanhos também, meu amigo gosta de música eu acho, é...

– Seu amigo é o Ryan? – Uma menina de cabelos pretos perguntou?

– Sua tapada, o Ryan, tem sete anos, e odeia música, o amigo dela é o Anthony. – Um menino moreno respondeu.

– É, você acertou, meu amigo é o Anthony, mas não fale assim com a sua amiga garotão.

Anthony, foi até a mim e me deu um abraço agradecendo pelo presente fez seu discurso e foi se sentar em um balanço, mas não demorou muito até entrar para dentro da casa.


– Me desculpe senhora, será que eu posso conhecer a casa? – perguntei para uma senhora, que vestia avental, lembrava-me Dorota.

– Claro, fique a vontade, quer que eu lhe acompanhe ou quer descobrir o caminho sozinha?

– Eu me viro, obrigada.

– Disponha, eu me chamo Jess, se precisar de algo é só me gritar, já estou acostumada.

Como ela agüenta todas essas crianças falando na sua cabeça vinte e quatro horas ao dia, 100 crianças, eu não quero dizer 10, e sim 100, é muita gente, ela precisa de férias, da para perceber, pelas grandes olheiras em seus olhos azuis.

– Me desculpa a falta de educação, eu me chamo Bella.

– Prazer, mas eu não te acho estranha, acho que te conheço de algum lugar, mas não me lembro.

– É deve ser! – dei meu sorriso torto, não ia jogar na cara da mulher que era rica e que provavelmente ela já tenha me visto, nas milhares de revistas que saio toda semana.


O primeiro andar do orfanato, tinha uma grande sala de TV, com sofás grande e velho, desiguais. Vários pufes coloridos, estavam espalhados pelo chão, e cortinas feitas de retalhos de panos coloridos alegravam a sala. O refeitório tinha várias mesas, como aquelas de piquenique, todas iguais, e ao que parecia eram novas. Pinturas eram espalhadas pela parede, o que me fez lembrar que quando eu ganhei meu primeiro kit de lápis de cor e giz de cera, eu não achava papel e pintei a parede da sala principal lá de casa, minha mãe queria morrer, ela surtou quase me bateu. Mas criança é criança. O segundo andar era o dos meninos, que tinha vários quartos com banheiros e sala com computadores, e o terceiro era o das meninas, era mais organizado, e cheirava rosas.

Era um orfanato bom, quer dizer, estava em condições boas, já fazia tempo que eu estava lá dentro olhando, então desci as escadas, mas quando cheguei perto do segundo andar um som alto chamou minha atenção. Era um choro estridente, que vinha do quarto que tinha o número quatro pregado na porta.

Sentado em uma cama e com os olhos vermelhos e lágrimas escorrendo desesperadamente pelo o rosto estava o menino anjo, que me impressionou com a sua beleza mais cedo. Anthony.

– Posso me sentar com você pequeno? – bati na porta e esperei pela sua resposta, mas ela não veio, apenas recebi um aceno com a cabeça.

– Porque você não está lá fora com seus amigos?

– Amigos? Eu não tenho amigos.

– Como não? Todo mundo tem amigos. – me aproximei mais dele e passei a mão em sua cabeça.

– Eu não sou todo mundo, eu costumava ter amigos, mas agora não, meu melhor amigo não quer mais saber de mim, ele me deixou aqui, ele vai embora... –soluços – todo mundo que eu amo vai embora, agora eu não quero mais ter ninguém, porque quando eu me apego, elas vão embora, o defeito, o problema sou eu... todo mundo é adotado menos eu.

– Às vezes ainda não chegou sua hora Anthony, olha em sua volta, o tanto de pessoas que te adoram e estão pertinho de você. Eu te conheci hoje e você já é meu amigo, eu te acho uma criança fofa, e me importo com você. – limpei suas lágrimas.

– Todo mundo só fala isso, que se importa, mas não é verdade, o Sebastian dizia o mesmo, e agora está indo morar em outra casa.

– E você não queria que o Sebastian fosse embora? Você não quer que ele tenha uma família também? – o perguntei, sei que era difícil ver todos os seus amigos indo embora e ver você ficando para trás, a cada dia mais eu sinto mais ódio das pessoas que abandonam seus filhos em orfanatos.

– Não eu não queria, na verdade eu queria, mas se ele for eu vou ficar sozinho aqui, sem ninguém, eu não sou muito sociável. –ele sorriu tristemente.

– E se você for passar à tarde lá em casa hoje? E você dorme lá, e amanhã eu te trago, é bom que nos conhecemos melhor, o que você acha? – levantei seu rostinho a tempo de vê-lo se iluminar com o meu convite. Eu nunca passei tanto tempo com uma criança, como eu iria passar agora com Anthony, mas seria bom, tirar um tempo pra mim, com algo diferente. E passar um tempo com Anthony seria perfeito.

– Não sei se séria uma boa idéia Bella.

– Porque não?

Será que ele não gostou de mim? Mas parecia que ele tinha gostado. E eu queria ser amiga dele, eu sentia que ele precisava de mim

– Eu gostei de você Bella e não daria certo, eu passar à tarde com você, porque somos diferentes, como alguém como você, gostaria de passar à tarde comigo? – seus olhos estavam cheio de lágrimas. – Nem minha própria mãe me quis.

Partiu meu coração, o ouvir falando aquilo.

– Como assim alguém como eu?

– Você ué, eu sei quem você é, assistimos TV aqui, e temos revistas também, você sempre aparece neles, os paparazzi vivem te seguindo, todos sonham em ser você, eu sei. Filha única dos Van der Woodsen. E eu nem sobrenome tenho. – ele se levantou e foi desenhar em uma lousa pequena que ficava perto da janela.

– Hey amigo, nada disso importa, um dia você também terá um sobrenome e eu não ligo se você tenha ou não um. Eu não ligo se você tem amigos ou não, eu não ligo se você tem vinte anos ou não. Eu juro, eu não ligo! – e não ligava mesmo, eu só queria passar um tempo com ele, como nunca quis passar com uma criança, eu queria lhe dar carinho e amor, porque fazia tempo que ele não tinha, na verdade não sei se ele já sentiu isso. – Mas Anthony, eu ligo se você não for comigo, eu vou ficar muito triste, e vou chorar a noite inteira. – Eu dei uma risada, e tomei a coragem de ir até ele, que no mesmo instante riu, e acenou com a cabeça.

– Você chorar, eu vou é tirar uma foto e por na internet, vou ficar rico. – Ele riu e saiu correndo.

– Você vai ou não pra minha casa eim? – O puxei para perto de mim.

– Só se for agora. – Ele segurou na minha mão e sorriu o que me fez sorriu involuntariamente.

– Ótimo, pega tudo que você precisa, e que eu vou lá falar com a diretora.


A senhora McQueen, não viu nada demais em Anthony passar o resto da tarde e o dia de amanhã comigo, combinamos que eu o deixaria de volta as 19:00 do próximo dia.

Ela me deu algumas dicas sobre como cuidar de crianças, pois ela mesma disse que pela minha cara eu não sabia nem colocar comida no prato. Aquela velha rabugenta, que parecia viver de mal humor, não sabia nada sobre mim ou sabia o que todos achavam que sabiam, aposto que ela nem sabe o que as próprias crianças que vivem naquele orfanato sentem ou sabem. Idiota.

Pedi um taxi, para eu e Anthony irmos para casa, não queria atormentar Alice outra vez, ela estava distraída brincando com as outras crianças no pula-pula que foi montado no jardim da frente. Não percebi que ficará tanto tempo lá dentro, pois no jardim já havia milhares de adultos, creio que seja pessoas querendo achar a criança certa para adotar. Bem distante de mim, vi a criança que foi nos receber quando chegamos, Sebastian, ele me parecia ser um garoto legal, e estava acompanhado, pelo que pareciam eram seus novos pais. Anthony ao perceber onde estava olhando, bufou do meu lado e acelerou seus pequenos passos, eu sabia que aquilo o estava magoando.


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Notas finais do capítulo

De sua opinião, o que acharam, se gostaram ou não gostaram.
Beijos, Lalá.