Dei mais uma olhada no relógio.

–Acalme-se, Elena. – disse Damon que segurou minhas mãos.

Virei-me para ele. Encarei aqueles lindos olhos e senti sua mão apertar a minha um pouco mais forte.

–Logo isso vai começar você verá.

–Acorde-me quando isso começar. – disse apoiando a minha cabeça no ombro dele.

–Irei te acordar. – ele disse dando um beijo na minha cabeça.

Fechei meus olhos.

Normalmente quando eu fechava meus olhos eu tinha algo para pensar, para me distrair dessa realidade e que me fizesse dormir, mas não havia outra coisa que eu não conseguia pensar desde o dia anterior.

Eu não dormi e nem o Damon dormiu na noite antes do primeiro julgamento, eu estava nervosa e o nervosismo nunca me ajudou para que eu conseguisse dormir e apesar de não ter dormido eu não sentia nenhum resquício que fosse de que eu estava com sono.

–Elena. – Damon me cutucou.

Acordei meio atordoada.

–Vamos senhorita Gilbert? – pisquei algumas vezes e vi um guarda.

–Para onde?

–Você irá depor contra elas.

Levantei-me e contei tudo que eu passei naqueles fatídicos dias com elas. Depois foi a vez de elas contarem e a primeira a falar foi a Juliet e as outras saíram do tribunal por portas diferentes.

–Como eu disse anterior ela está mentindo sobre alguns detalhes. E agora vocês saberão onde ela mentiu. Para começar nós a salvamos, ela estava bêbada e estava passando mal, essa ingrata podia ter morrido ou alguém podia ter abusado dela, mas nós...

–Nós quem? Senhorita? – perguntou o juiz.

–Eu e a Cristina.

–Diga o verdadeiro nome dela. – disse o juiz.

–Mas eu disse, eu já disse nossos nomes não são esses aos quais eles dizem que são. – disse Juliet com raiva e apontando na minha direção e do Damon.

–Tudo bem, só continue com o seu depoimento.

–Bem como eu ia dizendo eu e a Cristina a levamos e a deixamos com um medico que era nosso amigo o único problema é que ela não voltou e quando ela não voltou nós tentamos falar com esse amigo só que ele desapareceu. Por sorte depois de um tempo contamos o que aconteceu para a Morgana e ela disse que sabia onde ele morava e então fomos na casa dele e quando chegamos lá de carro ele estava indo para algum lugar, nós o seguimos e foi quando finalmente a encontramos, sabe eu tive que lutar com aquele troglodita e no meio da luta sem querer o matamos e foi isso.

–Então como você explica os ferimentos e as coisas que a Srª Gilbert disse sobre vocês e é claro o modo como foram encontradas quando o FBI chegou?

–Olha quando a encontramos ela estava drogada, não sei bem o que ele deu para ela, mas sei que a drogou. E sobre isso nós só estávamos tentando leva-la de volta para casa e isso aconteceu logo quando o FBI nos prendeu. Sabe nos somos inocentes... – ela começou a chorar e eu revirei os olhos - e temos que sofrer todo dia na prisão. – ela disse entre soluços e um choro que ate parecia real.

–Tudo bem. Pode ir Srª Watsford e meirinho traga a Senhora Morgana Schumer.

Levaram a Juliet em prantos e assim que ela saiu entrou a Beth. A Beth deu um depoimento igual ao da Juliet só que ela contava as coisas com muito mais detalhes. Ela descreveu ate melhor que eu o lugar onde eu estava. Em seguida foi a vez da Irina. Fiquei me perguntando se ela contaria o que realmente aconteceu naquele dia ou seria uma mentirosa como sua mãe e sua irmã.

–Bem o que aconteceu naquele dia foi que eu e Dimitri tentamos matar a Elena para que a Charlotte ficasse com o Damon. E bem o plano deu certo ate que um dia elas seguiram o Dimitri e encontraram o nosso esconderijo e entram numa briga com ele e o mataram cheguei quando eles estavam brigando – ela começou a chorar e eu sabia que não era mentira, pois eu sabia como ela tinha sofrido pela morte dele – e foi nesse momento que o FBI chegou.

Ela saiu e por fim e o juiz deu fim aquele dia de julgamento e que logo haveria uma próximo.

–Damon vamos para a prisão onde está a Irina quero falar com ela.

–Por quê?

–Quero saber o porquê de ela ter jogado toda a culpa nela e no Dimitri.

–Ok.

(...)

–Elena? – Ela parecia bem surpresa ao me ver. – O que você quer? – ela disse irritada.

–Por que mentiu? Quer dizer elas mataram o cara que você gostava. – ela fechou os olhos e por um momento parecia que se lembrava de algo e vi uma lagrima escorrer.

–Apesar de tudo são minha família e elas fizeram isso por mim, por mais que eu odeie admitir ele não me amava como eu o amava, ele só queria você. E francamente não tenho mais nada a perder e não quero que elas fiquem presas então se for para que alguém fique presa que seja eu. Esse é o meu castigo por escolher o mesmo caminho que a minha família. Não estou destinada ao amor como a minha mãe. Agora posso ir? Não gosto de olhar para você me lembra ele. – ela soltou um suspiro e vi mais uma lagrima correr.

–Pode.

Admito que senti dó dela, ela podia ter me causado muito mal, mas mesmo assim que no máximo ela fosse presa, ela não precisava sofrer por amor... Na verdade ninguém merece sofrer por causa de que gostou da pessoa errada.

Levantei-me e fui para onde estava o Damon. Ele andava de um lado para o outro e quando me olhou vi o pânico em seus olhos.

–Elena. – ele foi correndo em minha direção e me abraçou.

–O que foi? – perguntei.

–A Juliet foi solta, um grupo de carros cercou o carro que levava ela e a levou.

–Ah! Meu Deus! – coloquei a mão na cabeça.

Na hora fiquei nervosa e comecei a chorar. Isso não era bom. Senti seu abraço ficar mais apertado.

–Calma eles vão acha-la você vai ver. Tudo vai dar certo. Você verá. – sabia que ele dizia aquelas palavras só para me confortar, pois eu podia sentir o temor em sua voz.

–Damon não minta para si mesmo nem para mim. – eu disse e ele suspirou.

–Acho melhor irmos para a casa de campo que tal, pelo menos ficarmos lá ate que acabe o fim de semana.

–É melhor.

–Então vamos hoje, ok?

–Vamos.