Acordei cedo. Como sempre antes de todos. E fiz o café da manhã para todos. Me servi e fui ver televisão.

-Oi. – tirei meus olhos da televisão e vi Damon com as roupas de ontem.

-Oi. – eu disse após terminar de mastigar.

Ele se serviu. Ficamos sentados juntos comendo.

-Você não tinha que trabalhar hoje? – perguntei quando vi ele se levantando.

-Meu Deus! – ele deixou o prato e o copo na cozinha rapidamente.

-Ei me empresta dinheiro?

-Não quer que eu o leve?

-Não vai ser muito incomodo?

-Não tudo bem estou te devendo muitas caronas.

Me levantei e deixei minhas coisas, troquei de roupa e peguei as chaves e fomos.

-Que tal um encontro em grupo? – Ele perguntou.

-O que? – perguntei confusa.

-Eu ia sair com o Russeu hoje de noite, mas que tal mudarmos para eu, você, Russeu e Vanessa?

-Tudo bem, mas eles terão que concordar.

-Tudo bem, te ligo de noite... – o telefone dele começou a tocar e ele o atendeu. – Já estou indo, Cristina... Eu sei que estou atrasado... Faça-os esperar, diga que estou preso no transito.

-O que não é mentira... – eu disse e nós rimos.

-Cristina minha vida pessoal não é da sua conta... Eu sei os riscos e ela com certeza não é espiã... – aproveitei que o carro estava parado e peguei o celular.

-Cristina entendo que se preocupe com o seu trabalho, mas se continuar assim vou te processar.

-Pelo que?

-Falsa acusação e talvez por bullying, pois você parece uma mulher com ciúmes.

-Como ousa...

-Eu só disse o que penso e eu posso não ser sua chefa, mas posso pelo menos processar se continuar assim. – ele pegou o telefone.

Voltei a dirigir.

-Cristina deixa ela em paz... Não vou impedir ela de fazer a acusação e não se esqueça não quero escândalo então sabe o que irá acontecer com você. – Demissão. Completei mentalmente. Ele desligou.

-Espiã?

-Desculpe é que já aconteceu uma vez.

-É eu estive no exterior então estou fora dessa hipótese.

-Na verdade não, mas confio em você.

-Como assim não?

-Qualquer um pode ser um espião não importa de onde veio.

-É mais se eu fosse não seria melhor que eu trabalhasse na sua empresa.

-É verdade, mas você já fez sexo?

-O que isso tem haver com a conversa? – eu disse sentindo meu rosto ficar vermelho.

-Apenas responda.

-Já fiz. – ele pareceu um pouco decepcionado pelo canto dos olhos.

-E quantas besteiras já ouvi?

-Muitas.

-Bem é isso que se baseia. Uma vez falei algo muito importante.

-Foi eu te amo? – eu disse sem querer e com a voz tremula.

-Não. Eu falei uma coisa muito importante sobre a empresa.

-Hum...

(...)

-Tchau. – ele disse e me deu um selinho.

-Damon eu falei serio, sobre a Cristina.

-Elena.

-Não gosto do jeito que ela me tratou e falou de mim pelo telefone. – ele suspirou.

-Tudo bem, vem comigo e dai você vai lá e fala com ela. – revirei os olhos – Por Favor.

Tirei o cinto, sai do carro e bati a porta meio forte e a tranquei. Entrei no local dessa vez acompanhada por ele e muitas pessoas nos cumprimentaram no meio do caminho. Quando chegamos no andar dele encontramos aquela ruiva a... Charlotte conversando com aquela jovem loira secretaria.

-Damon e...

-Charlotte essa é a Elena. Agora vamos. – eles saíram e vi que os dois discutiam.

-Quero um pedido de desculpas. – eu disse encarando Cristina.

-E se eu não pedir? – ela disse batendo as unhas na mesa.

-Bem sei que Damon não quer problemas e eu gosto dele, mas não gosto que me maltratem então vou lhe esclarecer uma coisa eu resolvo as coisas de dois modos. Primeiro eu processo você e no mínimo você pede o seu emprego ou – eu disse me apoiando na mesa – eu posso bater em você e se quer saber já afugentei garotos mais velhos que eu e uma garota é mais fácil ainda.

Não era mentira na primeira serie eu batera num garoto que estava na segunda o cara era mais velho e antes que pensem que sou ruim eu fiz isso por causa da Bonnie ele zombara dela e quando eu falei para ele parar os amigos dele foram bater na gente, no fim das contas sobrou um garoto para mim e eu bati nele, eu estava com muitas amigas e só uma ficou e se eu não me engano o amigo dele bateu nela.

E ainda eu aprendera karate. Apesar que karate só servia para me defender, por isso que eu lutava de qualquer modo quando era mais jovem. Só usava karate quando alguém batia em mim o que era muito raro.

Olhei ela e vi certo medo.

-Vamos, Cristina largue seu maldito orgulho. Sabe o quanto esse emprego é importante para você e ela tem jeito de quem sabe lutar mesmo. – me virei e vi a velha do primeiro dia que eu viera para cá.

Ela tinha cabelos brancos com luzes ruivas, olhos cinzas e no momento uma aparência durona. Ela usava roupas bonitas para uma senhora idosa, afinal nada contra velhos, mas tem alguns que tem um mau gosto...

Voltei a olhar Cristina e seus lábios se tornaram uma linha.

-Desculpa. – ela disse de má vontade.

-Bem senhorita Elena que tal me acompanhar e beber um café? Você parece que está com cede ou cansada. – ela errara, mas algo em sua mudança de voz de brava para calma me fez dizer...

-Claro.

-Sinto muito pelo que Cristina disse. – ela disse quando estávamos mais longe.

-Não sinta, não foi você que falou.

-Tenho que sentir, estava cuidando dela.

-Como assim cuidando?

-Se uma de nós fazemos uma coisa errada é como se ambas fizessem entende?

-Ah! Sim. – ambas eram responsáveis pelos atos delas. – E qual é o seu nome?

-Ah! – ela riu – desculpe esqueci de me apresentar sou Morgana.

Tomei café e conversei um pouco com a senhora.

-Você lê? Nossa adoraria que minha filha lesse algo por vontade. – ela dizia meio feliz.

-Ei Elena o que faz por aqui? – Vi Seth, ele foi em direção e me deu um beijo na bochecha.

-Tem que ser algo... – ouvi Damon.

Seth se afastou e vi que ambos se encaravam.

- Clearwater...

-Que foi? Vai me ameaçar de morte? E se não estou errado ela não é mais sua namorada.

-Na verdade eu e Damon voltamos. – eu disse e Seth pareceu meio triste. Vi um sorriso pequeno sorriso se formar na cara de Damon.

-E de preferência tome cuidado com ela Peralt, não a transforme em mais um troféu. – Seth disse.

-Você não tem direito de falar de mim. Afinal um dia já foi meu companheiro. – eu fiquei meio surpresa.

Quer dizer que Seth já fora igual a Damon e já fora amigo dele?

-É mais as minhas noites já acabaram. Ainda não sei se posso dizer o mesmo sobre você.

-Não ouse falar de mim. Verme. – os dois começaram a brigar.

Me levantei e fiquei no meio de ambos, quase que Seth não me da um soco na cara, mas tive tempo de me defender e fazer com que o soco fosse mais para cima, assim não atingindo ninguém e o empurrei.

-Vocês dois não vão brigar enquanto eu estiver por perto. – eu disse.

Puxei Damon ate a sala dele para ter certeza de que não ocorreria, mas nenhuma briga.

-Damon, pode ter certeza de uma coisa. As coisas não mudaram e apesar de eu ter mudado em muita coisa ainda sou durona. Isso quer dizer que se eu ver você ou Seth brigando eu vou entrar no meio e não me importo de me machucar.

-Se importa com ele? – mexi no cabelo.

-Já devia ter percebido que eu gosto de você, mas parece que ainda não reparou. – eu disse tentando esconder meu desapontamento.

Ele nunca reparou que eu realmente sentia algo por ele, por que ele repararia agora? Sai daquela sala. Senti sua mão em meu pulso.

-Te deixei ir uma vez não vou deixar você sair uma segunda vez daqui magoada. – sorri e fechei os olhos.

Ele não sabia, mas me deixara tantas vezes ir que eu já perdera as contas, mas essa era a primeira vez que não me deixava ir.

Senti seus lábios nós meus. Era bom senti-los, era bom ter aqueles macios lábios nós meus, me senti melhor. Era tudo tão calmo e silencioso. Coloquei minhas mãos ao redor de seu pescoço. Nós nos afastamos lentamente e tudo voltou a ser barulhento e agitado.

-Preciso ir para falar com a Vanessa.

-Ok, ate talvez mais tarde.

-Ate.

Sai com pouco fôlego. Aquilo não parecia ser um simples beijo pareceu muito mais. Aquele beijo foi diferente dos outros de algum modo, não que tenha sido ruim, fora bom, fora maravilhoso na verdade.

(...)

Cheguei em casa e como a Vanessa ainda não tinha acordado fui para o meu quarto e abri o texto que era quase meu diário. Escrevi algumas coisas sobre os últimos dias e principalmente sobre ele.

E escrevi algo que eu já devia ter escrito quando voltei a escrever sobre ele...

“Eu não sei exatamente quando comecei a realmente sentir algo por ele só sei que quando pousei meus olhos nele eu pensei que ele era bonito, pena que eu gosto de outro garoto. Admito que de certo modo queria não ter sentido algo mais que isso, mas eu prefiro ter passado por tudo isso, porque valeu apena sofrer para ter esses momentos com ele.”