Ichi escrita por Spaild


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Para os que acompanham boa leitura!
E feliz dia da mulher para as gurias que andam lendo! ;3



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As coisas na Soul Society estavam muito atribuladas, aconteciam tantas coisas ao mesmo tempo que as pessoas estavam sempre na defensiva, postos a retirarem suas zampakutous da bainha a qualquer momento. Menos ela, tentava manter a calma porque era isso que ela esperava da Ichi em momentos difíceis, e eles eram agora a Ichi.

Ergueu os olhos suspirando cansada, estava há muitas horas curvada sobre uma pilha de documentos. Arrumou suas costas sentindo-as reclamarem o jeito como a vinha tratando. Sentou-se mais relaxada, as mãos ao longo de seu corpo. Os olhos estavam fechados e a respiração compassada. Quem a visse acharia que estava dormindo, mas todos que a conheciam sabiam que Ise Nanao nunca dorme em serviço.

E quando já ia voltar a seus afazeres sentiu uma mão pesada sobre seu ombro e logo a lhe tocar o rosto. Lutou contra o acelerar de seu coração, não podia dar esta grande dica a ele.

– Pobre Nanao-chan. – o ouviu dizer. – Sempre fazendo muito por mim.

Shunsui que era um homem de voz forte e presença marcante falava em um tom ameno, muito abaixo do seu barítono normal. Ele realmente havia pensado que ela estava dormindo. Claro que ela podia simplesmente abrir seus olhos e lhe revelar que estava mais acordada que nunca, mas algo lhe dizia para deixar estar. E assim ela continuou na inércia.

Percebeu a movimentação dele, pois podia tanto sentir cada partícula de reiatsu de seu capitão quanto podia ouvir o arrastar do waraji no chão. E a mão pesada percorreu de seu ombro direito para a escapula esquerda, a outra com a mesma delicadeza percorriam as curvas de seu joelho. E como se ela fosse uma pluma ele a ergueu.

Encontrou o ritmo do coração dele quando a aninhou em seu peito e quase se denunciou quando suspirou, mas Kyouraku por vezes era inocente demais, e isso era quase irreal.

– Dava tudo para saber o que te faz suspirar em sonhos Nanao-chan.

E ele era realmente inocente, porque quando ela, por pura falta dela se aconchegou mais ao peito, ele sorriu fazendo o peito largo vibrar e lhe depositou um beijo na testa. Caminhou consigo no colo, e ali ela sentira-se muito protegida, mais do que quando ele de fato o fazia.

– Sabe Nanao-chan. – ele tornou a falar sozinho. – Eu não conseguiria estar aqui sem você, não é que eu nunca tivesse lhe dito isso, mas parece que você não acredita em mim.

Seu coração bateu com força. Ela acreditava em cada uma das palavras dele e considerava isso o seu maior erro. Porque ele tendia a machucá-la com as mesmas palavras de afeto quando estas eram direcionadas a outra.

– Eu sou um bobo mesmo, bobo e egoísta. Não quero que ninguém tenha a Nanao-chan por perto, porque eu não posso sequer imaginar outro homem sorrindo pra você.

Aquilo estava indo longe demais, era hora de fingir despertar e obrigá-lo a descê-la e passar um sermão sobre abuso no trabalho. Mas ele retornou a falar e ela queria ouvir um pouco mais.

– Eu sou o único, ouviu Nanao-chan, o único capaz de te amar em todas as circunstâncias do mundo. Pois conheço bem você. – ele disse. – Conheço tão bem, que sei que nunca esteve dormindo de fato. – ele a viu corar bruscamente assumindo um tom intenso de vermelho vivo. – Mas agradeço por ter me permitido ser sincero.

Ela abriu os olhos azuis e o encontrou sorrindo. Ele estivera dando voltas e voltas dentro da sala, aproveitando o corpo pequeno entre seus braços e a respiração contra seu peito. Sem que ela pudesse reagir beijou-lhe o canto dos lábios.

– Me ponha no chão. – ela pediu com a voz firme.

– Ah Nanao-chan, você estava gostando! – disse fazendo um grande bico e a puxando mais para seu peito.

– Me solta Taichou! – ela falou estrangulada e abafada por todos aqueles músculos e pelos do peito quente de Shunsui. – Me solta agora!

E ele assim o fez, já havia abusado demais de Nanao, e ficou a lhe encarar sorrindo feito um bobo, e quase perdeu o pequeno sorriso dela. Talvez ela tenha pensado que tinha evitado com sucesso sorrir, mas Nanao as vezes era muito ingênua.

É os dias na Ichi não iriam ser muito diferentes dos dias na Hachi, afinal Shunsui ainda era seu capitão e ela podia esperar tudo vindo dele. Ergueu a mão e deu-lhe um leve tapa no braço, virando de costas e rindo do choramingo dele. Suspirou, por mais que tudo estivesse difícil ele sempre estaria ali para aliviar as tensões com um sorriso ou com alguma palavra que ela vetaria.

“Eu gostei sim.” Ela se permitiu assumir, ao menos para si mesma.


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