Acordei com os fortes raios de sol em meus olhos. Abri-os lentamente, sem pressa alguma de levantar, como todos os dias sabia que teria todo o tempo para me divertir com meus pais.

Olhei ao redor de minha cama, maravilhada com a beleza do suposto quarto de visita da ilha Esme. Apesar de que minha família nunca dormia todos nós tínhamos um quarto. Eu amava esse em especial, a parede bege com todos os moveis bem decorados com o bom gosto de Esme me fazia sentir que estava em casa.

— Você está em casa, querida. — meu pai disse aparecendo na soleira da porta com meu sorriso preferido — Seu café-da-manhã esta quase pronto! Se vista, hoje será um grande dia.

— E qual seria a programação?! — eu perguntei com um leve brilho no olhar.

—Segredo, desça e talvez nos te contemos...

Em menos de meio segundo levantei e segui para o banheiro. Odiava quando meus pais ficavam de segredo de mim. Apesar de todos esses dias terem sido maravilhosos ainda tinha curiosidade, até porque criatividade não faltava quando o assunto era atividades.

Após vestir um short com uma regata e arrumar minha bolsa de praia, senti um cheiro de ovos mexidos com bacon no ar, como sempre minha mãe tinha adivinhado meus pensamentos. Era incrível como éramos próximas, até adivinhávamos o pensamento uma da outra.

Desci rapidamente e dei um beijo de bom dia em meus pais que estavam arrumando a mesa para mim. Às vezes me sentia culpada por fazê-los cozinharem sendo que nem podiam comer alimentos humanos. Depois de notar de relance um olhar feio de meu pai sentei e comecei a me deliciar com meu banquete.

— Obrigada mãe, você realmente está melhorando suas habilidades culinárias.

— Imagina filha, e eu sempre soube cozinhar! Esqueceu que era eu que sustentava seu avô Charlie?! —ela falou enquanto fazia carinho em meu cabelo.

—Então, vocês irão me contar o que iremos fazer hoje?! Essa curiosidade esta me matando!

— Se você prometer comer tudo eu te conto — minha mãe declarou antes que meu pai protestasse.

— Bom, nem preciso prometer nada porque estou morrendo de fome.

Quando terminei seguimos para o Jipe que nos esperava. Era ele que nos transportava para as extremidades da ilha, apesar de que podíamos ir correndo nós gostávamos do vento batendo no rosto e o barulho do motor, em especial eu e meu pai. Minha mãe como sempre era indiferente, ela ainda sentia falta da sua antiga caminhonete.

O carro, para minha surpresa, estava carregado de materiais para mergulho. Dei um sincero sorriso para meus pais. Apesar de eles assustarem os peixes por serem predadores, estes não se assustavam comigo o que fazia ser uma de minhas atividades favoritas na ilha.

Já tínhamos mergulhados antes desde que chegamos, mas agora era diferente, dentre de três dias iriamos voltar para casa. Meus pais há alguns meses decidiram viajar comigo antes que eu parasse de crescer de vez. Obviamente amei a ideia, entretanto iriamos passar dois meses fora e o resto de minha família não viria. E nem Jacob, o que me deixou mais irritada, ele era meu melhor amigo, era impossível ficar sem ele. Após alguns dias de acordos e conversas partimos para o Brasil e aqui estamos nós curtindo os últimos dias de nossa viagem.

— Eba, não acredito que vamos mergulhar! —disse sorrindo.

— Queríamos que você se despedisse dos corais. — meu pai falou dando uma piscadela.

O dia infelizmente passou rápido demais e quando chegamos a casa eu fui carregada pelo meu pai enquanto estava bastante sonolenta. Fui colocada na cama ao mesmo tempo em que o sono me vencia levando-me diretamente a um sonho.

Eu estava na mesma praia de hoje quando escutei um barulho e notei um farfalhar nas árvores, apesar de assustada, agachei na minha posição de defesa. De repente vi varias formas se deslocando até mim, enquanto eu soltava um rosnado. Quando me dei conta notei que eram meus tios e Jake. Relaxei e sorri percebendo como estava com saudades deles.

Os próximos dias se passaram rapidamente, fomos à praia, acampamos e também caçamos. Podia-se dizer que a viagem foi maravilhosa agora que estávamos no avião seguindo para Seattle. Enquanto eu olhava para fora da janela, meu pai estava de olhos fechados, provavelmente fingindo que estava dormindo e minha mãe lia um livro.

Durante esses dois meses fora eu havia crescido bastante, agora aparentava ser uma adolescente e quando havia saído parecia uma garota de doze anos. Eu estava bastante ansiosa para chegar em casa e ver a reação de meus tios quando me vissem assim. Provavelmente se assustariam com o fato de eu aparentar ter a mesma idade da maioria. Sorri e notei um leve sorriso nos lábios de meu pai.

Após desembarcar seguimos correndo para casa, ignorando a ideia de pegar um taxi o que provavemente deixaria motorista desconfortável com a presença de Edward e Bella. Durante todo o percurso tentei guardar em minha memória o cheiro familiar da floresta que me fazia sentir finalmente em casa.

No momento em que chegamos toda minha família estava nos esperando na varanda. Todos pareciam muito felizes em nos ver, entretanto a primeira pessoa que me dirigi foi Jacob, por alguma razão, ele era a pessoa que mais sentia falta. Abraçamos-nos por um instante, deixei seu cheiro familiar penetrar e só assim o soltei e vi que ele estava com um sorriso de ponta a ponta.

— Você fez falta, garota! — falou enquanto sorria.

— Sei... Aposto que você estava dando uma festa em comemoração que tinha se livrado de mim. — brinquei. — Também estava com saudade.

— Só do Jacob que sentiu falta? — Rose interrompeu quando o abracei novamente.

— Rose! Lógico que não! Senti falta da tia mais bajuladora! — falei sorrindo, minha família realmente fazia falta.

— Vejo que Nessie não está mais tão pequena, o que houve com você? — Vô Carlisle perguntou.

— Nessie cresceu o que seria cerca de quatro anos fisicamente. Ainda me surpreendo com sua capacidade de crescer rapidamente.

Só após esse comentário que notei que todos estavam me examinando, o que me fez ir para trás de minha mãe. O que não resolveu muito, já que agora estava do tamanho dela. Minhas bochechas estavam bem vermelhas.

Depois de alguns instantes, todos voltaram a conversar menos Jake, eu notei. Ele ainda me examinava como se não me conhecesse. Percebi em seu olhar algo novo que nunca tinha notado. O que estava acontecendo?! Quando percebeu que foi flagrado por mim desviou o olhar. Mas agora era minha vez de observá-lo, eu olhei de baixo pra cima. Desde quando Jake ficou tão musculoso e seu rosto tão atraente?!

Notei que meu pai me olhava com um olhar suspeito por causa de meus pensamentos, tentando mudar minha linha de raciocino comecei a prestar atenção no que minha família conversava, parece que todos estavam de acordo em ir caçar, o que me deixou um pouco enjoada. Apesar de gostar de sangue nunca me adaptei em caçar animais sabendo que mataria um ser vivo, desde então me empenho para comer apenas alimentos humanos.

Todos entraram na nossa imensa mansão, me deixando do lado de fora. Admirei cada detalhe de nossa casa. Eu estava muito feliz de estar perto de minha família novamente, nunca pensei que sentiria tanta falta deles. Olhando pela janela vi minha família conversando e fiquei bastante agradecida de estar novamente no meu lar.