30 Dias Com Alec Volturi escrita por Drama Queen


Capítulo 4
three


Notas iniciais do capítulo

Demorei apenas quatro dias, OU SEJA: me matei pra atualizar TODAS as fanfics. Ainda sim, desculpem-me pela demora, eu sei que estava ansiosos. Esse capítulo vai pra Vivian Potter, que admiro muito por ler todas minhas histórias, e me deixou uma recomendação perfeita, mesmo com a fanfic estando apenas no começo.



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Era uma noite fria. Tão fria que minha pele se arrepiava por baixo do fino tecido de minha blusa. Olhei pela janela, vendo a neve se prender ao solo, caindo em pequenos flocos, tornando a paisagem pálida. Inspirei lentamente o ar gélido, fazendo minhas narinas arderem. Virei-me, notando então que estava em meu quarto. Mas ele estava diferente. Lembrava o castelo Volturi. Era acolhedor.


Um calor tomou o lugar. Sufocante. Jake estava lá. Mas não parecia o meu Jacob. Tinha um olhar assassino. Mesmo assim, movi meus pés até ele. O lobisomem puxou-me e me tomou em um beijo ainda mais sufocante que o calor que pairava no ar. Eu não queria, mas não conseguia me afastar. Foi quando o beijo se tornou mais lento.



















O calor havia partido, deixando-me envolta pela temperatura amena, confortável. Eu me sentia livre, mas não queria partir. Sentia cócegas em meu estômago. Prendi meus dedos em seus cabelos, sentindo seus braços se fecharem em minha cintura. Seus lábios carnudos beijavam meu pescoço.



















Mas Jacob possuía lábios finos. Abri os olhos, me afastando. O garoto tinha os olhos vermelhos, e o cabelo negro caía na pele pálida.







– Alec.

– Pode falar.

Abri os olhos. Em parte, aliviada por tudo não ter passado de um sonho. Em parte, xingando-me mentalmente por ter falado o nome dele em voz alta. O moreno sentava-se no chão, apoiando-se na minha cama improvisada. Ocupava-se com um dos videogames, mas me encarava. Eu não sabia como ele era capaz de matar todos os zumbis sem nem ao menos olhar pra eles.

– Quanto tempo eu dormi? - o céu estava escuro do lado de fora.

– Três horas. - ele pausou o jogo - Estava sonhando comigo, eu sei.

– Por favor, tenho coisas melhores em mente. - revirei os olhos, agarrando-me à coberta. Mas eu não havia pegado coberta. - Você me cobriu? - perguntei, confusa.

– Você tremia. - ele soltou o ar, quase como uma risada - Caso não saiba, também sou o responsável caso pegue uma pneumonia ou algo do tipo...

– Que otimista você. Normalmente as pessoas usam o termo "resfriado" ao invés de "pneumonia".

– Normalmente as pessoas sonham comigo. - ele riu e se virou, voltando para seu jogo.

– Lento demais. Não atualizou o disco? Tem um lugar no console que acelera o jogo em vinte vezes.

– Mentira - mais uma vez, pausou o jogo e se virou pra mim. - Como?

– Vem cá, te mostro. - estendi minhas mãos pra ele, mas ainda estava longe.

O moreno subiu na cama, sentando-se ao meu lado. Levantei-me, cobrindo minhas pernas com o edredom. Aproximei minhas mãos de seu rosto, tirando os fios de cabelo dos seus olhos. Então lhe mostrei. A cena na qual eu ajudava tio Emmett a ajustar o videogame novo. Já fazia três ou quatro anos desde então. Eu havia dominado minha habilidade. Agora, não precisava mais me lembrar para mostrar.

Então simplesmente o observei. Seus olhos escarlates brilhavam, focados nos meus. Sua pele cor de mármore era fresca. Não fria. Apenas um ou dois graus a menos que a minha. Não era dura. Parecia veludo. Admirei seus traços, notando o quão bem meu subconsciente o representara. Os mesmos lábios carnudos, os mesmos traços finos e aristocráticos. Os cabelos macios. A expressão imponente. Seus lábios estavam entreabertos e sua respiração tranquila passava por eles. Era um cheiro doce. Bom. Muito bom.

Eu senti a necessidade de beijá-lo. Precisava saber se teria o mesmo gosto, a mesma suavidade. Se me causava a mesma sensação. Aproximei meu rosto do dele, mas logo me afastei. Eu não teria coragem. Seus olhos saíram do transe.

– Já volto - ele sorriu e desapareceu. Provavelmente, procurando a bendita peça outro videogame.


Eu definitivamente estava louca. Apesar de tudo, aquele ainda era o insuportável Alec Volturi. O idiota intrometido que praticamente implorara pra não ser responsável por mim. Peguei mais um livro na prateleira. Romeu e Julieta. Abri e comecei a ler. Eu lia duzentas páginas por hora, a essa altura.





Mas é claro que não conseguiria ler o segundo livro, sem ser interrompida.







– Vem jogar comigo - Alec havia pausado o jogo, e indicava para o lugar vazio a seu lado.





– Por quê? Não está dando conta? - peguei o segundo controle e me sentei.


– Coitada. - ele riu e voltamos a jogar - Vamos ver quem mata mais.

E assim foi. Felizmente, eu já jogara tanto Resident Evil que não era mais surpreendida. E sempre acertava. Mas Alec era rápido. Muito rápido. Na pontuação final, ele havia matado seis a mais. Levantei-me e caminhei em direção ao banho.

As bolhas de hidromassagem tiravam a tensão de meus músculos. Saí do banho e, ainda no banheiro, me arrumei. Voltei ao quarto, e o moreno ainda estava com os olhos grudados na tela.

– Já está pronta, perdedora? - ele riu, e senti vontade de socar aquele rostinho bonito.

– Eu perdi porque estou com a mão quebrada, caso tenha se esquecido. - peguei novamente o livro, jogando-me na cama.

– Falando nisso - ele se aproximou - acho que já está boa.

– Será? Mas não ia levar, sei lá... Dez dias?

– Você se cura rápido. Os pontos caíram e nem percebeu.

Levei os dedos à boca. Realmente. Nada de pontos. Comecei a desfazer a tala, ansiosa pra me livrar daquela coisa.

– Ei, ei... Deixa que eu faça isso. - suas mãos afastaram a minha, retirando as ataduras. - Parece boa. Você quase poderia me socar. E eu sei que você quer.

– Está ótima – sorri, esticando os dedos. – Obrigada. – olhei em seus olhos, mas Alec se levantou e correu até o banheiro.

Voltei a atenção para meu livro, só então notando que o sol nascia. Seria um longo dia, disso tinha certeza.

“O que há num simples nome? O que chamamos rosa com outro nome não teria igual perfume?”.

Pobre Julieta. Tão apaixonada, mas destinada a algo que nunca pode lhe pertencer. Fim trágico, a morte. Se soubessem, poderiam ter virado vampiros e fugido, simples. Comecei a chamar-me de idiota pelo pensamento. Shakespeare não sabia sobre vampiros. Levantei-me, desamassando a blusa. Apesar de gostar daqui, era realmente tedioso, na maioria das vezes.

Sentei-me no piano de Alec e comecei a tocar Greensleeves. Era, sem dúvidas, uma de minhas músicas preferidas. Era difícil de tocar, mas eu a amava. Soava tão lindo, porém tão trágico. Era como Romeu e Julieta. A porta do banheiro se abriu e Alec saiu de lá, usando apenas uma calça preta. Era estranho vê-lo sem que o manto o cobrisse todo. Instintivamente, parei.

– Continue – ele sorriu – Está indo bem.

Eu não conseguia tirar os olhos de seu corpo, mas quando o fiz, corei. Seu peito era forte, seus ombros, largos. Parecia mais um nadador que um vampiro. E – sem dúvidas – fazia meu tipo. Fiquei fula com isso. Os motivos para odiá-lo não eram lá tão bons quanto esse corpo. Para minha surpresa, ele se sentou ao meu lado, tocando o baixo e o acompanhamento. Restaram-me as duas vozes agudas.

Calmamente, retomei a música em seu ritmo lento, e ele me acompanhava, tranquilamente. O ritmo foi aumentando cada vez mais, e meus dedos já voavam nas teclas. Mas o fim se aproximava, e tivemos que tocar mais devagar. Quando acabamos, o moreno me encarou.

– Sabe a história dessa música?

– Não tenho ideia. – dei de ombros, e novamente corei. Por que ele não colocava uma camiseta?

– Greensleeves foi composta pelo rei inglês Henrique VIII. Ele basicamente compôs a letra pra Ana Bolena, falando sobre uma espécie de amor “vazio”, mas ela não o quis. Depois que ele morreu, porém, fizeram uma melodia pra acompanhar. Quando teve aqueles enforcamentos e decepamentos em massa, porém, eles tocavam algumas notas dessa música, e ela se tornou a “tragédia inglesa”, porque, aparentemente, a música só trouxe azar.

– E nós dois aqui, tocando. É como gostar da seca e fazer uma dança da chuva. – sorri com minha comparação idiota. – Afinal, o que nós vamos fazer o dia todo?

– Aro não quer você no castelo. Sem ofensa. Mas ele tem coisas a fazer com a guarda, e me pediu pra te manter longe. E bem. Então acho que vou te levar pra comer alguma coisa em algum lugar onde não haja ninguém. – ele sorriu – Tem algum lugar que queira ir?

– Eu sonhei com um. Mas não sei se é aqui nem nada... – disse, lembrando-me do primeiro sonho, onde eu corria sem rumo.

– Mostre-me. – suas mãos pegaram as minhas, e as colocaram em seu rosto, segurando-as. – Por favor.

Sorri, corando mais ainda, mas o mostrei. Seus olhos novamente estavam vidrados e eu ri levemente. Lembrei-me do sonho de mais cedo. Essas lembranças me aterrorizariam para o resto da vida? Não sei. Mas por alguma razão, eu gostava delas. Por um milésimo de segundo, os olhos de Alec voltaram ao normal, mas depois retornaram às suas posições. Decidi olhar o que ele estava vendo. Era o sonho errado, droga! Interrompi a visão no momento que o beijo mudou. Com sorte, ele não havia visto nada.

– Desculpa, desculpa. Sonho errado – fiquei com certa raiva de mim mesma.

– Então era por isso que não sonhou comigo? Estava sonhando com o namorado. – ele revirou os olhos. – De qualquer forma, descobri onde é o lugar. Eu sempre vou lá.


Andamos por cerca de meia hora, no meio de um bosque que ficava atrás do castelo Volturi. Era, sem dúvidas, o lugar que eu havia sonhado. As árvores, as flores, até a brisa. Tropecei num tronco, mas o vampiro foi mais rápido, e me segurou antes que eu caísse. Não havíamos trocado uma palavra desde então.





– Ele não é meu namorado – tentei quebrar a tensão. – Nós terminamos. Na verdade, ele terminou comigo. – comecei meu monólogo. – Quando eu nasci... Bem, ele sofreu um imprinting comigo. É basicamente um mecanismo de reprodução entre os lobos, que simulam o “amor verdadeiro”. Mas agora, meu crescimento está se estabilizando... Então eu pararei de envelhecer, e não poderei ter filhos. – suspirei, olhando-o. Ele não demonstrava nenhuma reação – Então o imprinting cessou. E ele terminou comigo.







– Mas você ainda gosta dele. Tanto que sonhou com ele. É realmente uma pena. – ele estava seco comigo. Ótimo, era bipolar também.





– Não gosto. Eu não queria beijá-lo. E não quero. Nunca mais.


– Os sonhos revelam nossos desejos mais profundos e proibidos, Nessie.

Eu iria argumentar que ele não vira o sonho todo, mas achei melhor deixar quieto. Talvez ele quisesse realmente ver. E eu não permitiria.


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Notas finais do capítulo

Nem preciso dizer que quero comentários, certo? Bom, na maioria das vezes, Renesmee irá sonhar, e eu contarei os sonhos, normalmente, no começo do capítulo, como tem sido. Um dia por capítulo, logo, 30 capítulo, além do prólogo e epílogo. OU SEJA, tem fic pra caramba ainda. Estou terminando minhas outras três fics, que devem faltar três ou quatro capítulos cada, mas essa, sem dúvidas, será a maior.

NÃO SE ESQUEÇAM DE CONFERIR MINHAS OUTRAS HISTÓRIAS.

Até o próximo, xoxo.