Hostility escrita por wade


Capítulo 8
E por que nós gostamos tanto de nos machucar?


Notas iniciais do capítulo

minhaas gaaaaaaaaaaaaaaaatas *------*

obrigaaada pelos reviews >< vou responder todos u_u

enfim, boa leitura! espero que gostem



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Pov’s Alison

– Lys-fofo! – alguém bateu na porta. – O café tá pronto. Posso entrar?

– Pode sim, Rosa.

O cansaço não me deixava abrir os olhos, e eu tentava voltar a dormir. A porta se abriu.

– Eu e Leigh resolvemos te esperar para o café e... Oh! Lysandre?

– Bom dia, Rosa. – houve um longo silêncio. – Ah... Hum, é a Alison.

– M-mas vocês já... Já... ? – agora eu tinha um motivo para não abrir os olhos. A vergonha.

– Claro que não, Rosa! A gente dormiu junto... Quer dizer... Juntos, mas não juntos... Assim não aconteceu nada! – Rosalya deu um risinho.

– Mas você bem que queria que tivesse acontecido, não?

– R-Rosalya! – ela gargalhou. – Você vai acordá-la!

– Desculpe! Já estou indo.

– Espera... Será que você poderia emprestar uma roupa para ela?

– Claro.

Percebi que não conseguiria voltar a dormir, então “acordei” e encontrei Lysandre saindo do banheiro.

– Bom dia, Allie.

– Bom dia, Lys.

– Espero que Rosa não a tenha acordado.

– Ahn? Não... – me fiz de desentendida.

– Que bom. Ela foi pegar uma roup... – Rosa entrou no quarto.

– Voltei. Alison! Bom dia. – corei só de lembrar da conversa dela com Lysandre.

– Bom dia Rosa. Como vai?

– Ótima! Eu peguei uma roupa minha para você vestir. – ela colocou algumas peças em cima da cama. – Lys-fofo... Alison precisa se trocar.

– Ah... Claro. Desculpa. – ele sorriu e saiu do quarto.

– Obrigada pelas roupas.

– Tudo bem. – levantei e peguei a calça skinning azul e o suéter de cashmere preto. – Então... Você e o Lys...

– Não aconteceu nada. – ela sorriu.

– Ele me disse isso também, mas assim... Não teria uma chance de acontecer? – senti minhas bochechas queimarem. – Ah... Ficou vermelha! Isso seria um sim?

– Isso seria um não, Rosa. – fui para o banheiro e me vesti. Rosalya me deu uma escova de dente e fez uma trança no meu cabelo.

Procurei minha sapatilha prata que eu usei na noite anterior e a encontrei embaixo da cama.

– E a sua irmã? – perguntei.

– Ah... Foi só um mal estar. Ela já está bem.

Coloquei a camisa de Lysandre em cima da cama e ajudei Rosa a arrumar a cama. Depois fomos para a cozinha e encontramos Leigh e Lysandre.

– Alison! É muito bom te ver novamente.

– Eu que o diga, Leigh. – sorri.

Tomamos café e ficamos conversando. Leigh era bem parecido com Lysandre. Calado e quieto, mas muito gentil e divertido também. Rosalya era extrovertida e graciosa; a garota mais bonita que eu conhecia. E os dois juntos... Era visível a qualquer um – inclusive a um cego – que estavam apaixonados.

– Lys-fofo, eu e Leigh vamos ao parque hoje, e você e a Alison podiam ir também... O que acham?

Parque... Isso me lembra... Nathaniel! Acabei me esquecendo de ligar para ele.

– Infelizmente eu não posso ir hoje... – disse. – Meu pai... Ele deve estar me procurando.

– Que pena. – Leigh falou. – Podíamos deixar para outro dia, o que acha?

– Ia ser ótimo. – respondi. – Mas agora preciso ir, obrigada por tudo.

– Você é sempre bem vinda aqui, Allie.

– Obrigada Leigh.

– Vai ser bom ter uma companhia feminina aqui. Espero que venha mais vezes.

– Vou vir importunar vocês, Rosa. – sorri.

– Eu te acompanho, Allie. – Lysandre disse enquanto me entregava a sacola com meu vestido.

Acenei para Rosalya e Leigh e juntamente de Lysandre, saí de casa.

– Eu posso chamar um táxi.

– Não precisa, Lys. Já tenho uma carona.

– Como?

Apontei para o carro preto estacionado em frente a casa de Lysandre. É claro que meu pai sabia que estava ali.

– Seu... ?

– Meu pai. – eu ri.

– Até amanhã então.

– Até, Lys. E mais uma vez, obrigada. – dei-lhe um beijo na bochecha e segui até o carro, encontrando Robert.

– Bom dia pai.

– Você me apronta cada uma, Allie. Entra logo, temos que ir... Henrique está te esperando.

Soltei um gemido de frustração. Eu havia enrolado o homem ontem, até que ele decidiu que conversaríamos hoje. O caminho até a casa de meu pai foi silencioso, já que ele estava lendo o jornal.

Assim que chegamos, meu pai me “empurrou” até seu escritório, de modo que eu não tinha escolha; eu iria falar com Vernet. Abri a porta e encontrei o homem tomando chá.

– Srta. Grenwood, hoje você não me escapa.

~

– Jason, precisamos sair daqui!

– Não, você precisa ficar. Por mim.

O homem loiro aproximou-se de nós; mesmo com o fogo e a fumaça, eu podia discernir seu corpo chegando cada vez mais perto.

– Você não pode me deixar. – eu disse com os olhos marejados.

– Sinto muito. – ele sussurrou e saiu correndo pela mata.

Virei e encarei o homem loiro que carregava um pedaço de madeira nas mãos. Antes que eu pudesse fazer qualquer coisa, a madeira acertou em cheio minha cabeça e eu senti meu corpo desfalecer.

~

– Srta. Grenwood, acorde. – abri os olhos e encontrei Ivone me sacudindo pelos ombros. – Você está bem?

– Só um pouco tonta. – respondi enquanto me levantava. – Será que você poderia me arrumar uma aspirina?

– Claro, volto num instante. Suas roupas já estão separadas.

– Ivone, traga meu café também, por favor.

– Claro, Srta.

Fui para o banheiro e tentei relaxar enquanto a água quente caía pelo meu corpo. Toquei a cicatriz no alto da minha cabeça. A única lembrança daquele dia.

Onde Jason estava?

Depois do que Vernet me contou, eu havia tomado quase uma cartela de aspirina, já que minha cabeça rodava; tão tonta que eu estava diante das informações que havia recebido.

Terminei o banho e voltei para quarto. Coloquei o uniforme, uma saia de brim preta, meia calça e minhas botas. Peguei um casaco e logo em seguida a porta do quarto se abriu, e Ivone entrou, trazendo meu café. Bebi o remédio e um pouco de café, não estava com fome.

– Hector está esperando a Srta.

Assenti, peguei minha mochila e saí.

– Bom dia, Srta Grenwood. – Hector disse e percebi que ele estava de mau humor. Meu pai deveria ter se irritado com ele mais uma vez por causa da minha “fuga”.

– Bom dia. – respondi e entrei no carro.

Durante o trajeto, tentei não pensar que nas próximas cinco horas eu ficaria entre quatro paredes, fingindo estar prestando atenção na aula. Ou então... Poderia ficar no pátio.

Pedi para Hector parar na esquina, não queria chegar à escola com um motorista. Agradeci e segui o resto a pé. Encontrei Ken, Iris e Violette na entrada.

– Hey garotas.

– Olá, Allie. – eles falaram.

– Allie, você está bem? Eu te liguei e...

– Ken, tá tudo bem, okay? – sorri e o abracei. – Desculpa não retornar suas ligações, mas meu fim de semana foi tão corrido.

– Ah fico feliz que você tenha me desculpado.

– Bom, agora eu preciso ir... Tenho algumas coisas para fazer.

Segui para a sala dos representantes, esperando que Nathaniel não estivesse bravo comigo, já que eu também não havia retornado as ligações dele. Bati na porta que logo foi aberta por uma garota de cabelos castanhos.

– O que você quer? – fiquei meio assustada pela forma como ela disse aquilo, eu nem conhecia ela.

– Melody, quem está aí?

– Ninguém. – ela respondeu, e Nathaniel se aproximou.

– Oh! Alison! Por favor, entre.

Ele me puxou pela mão e me deu um selinho longo. Melody saiu e bateu a porta com força. Decidi que não gostava dela.

– Não ligue para Melody. Ela está com ciúme. – ele sorriu e depois me beijou.

Eu havia refletido sobre o meu final de semana e decidido que conversaria com Nathaniel, mas não consegui resistir aos lábios dele e retribuí o beijo.

– Senti sua falta... – ele sussurrou.

– Eu também. – disse e não era mentira. Nathaniel me transmitia uma sensação boa; e eu gostava de ficar perto dele.

Ele colocou minha franja atrás da orelha e selou nossos lábios novamente. Nos separamos quando o sinal tocou.

– Tenho que ir falar com a diretora antes da aula. Vejo você na sala? – assenti e ele me deu um selinho.

Enquanto Nathaniel seguia para encontrar a diretora, fui para o pátio na esperança de encontrar Castiel e Lysandre. Acabei encontrando Melody no caminho.

– Acho melhor você ficar longe do Nathaniel, ouviu?

– Não enche, Melody.

– Vai se arrepender se ficar no meu caminho.

– Nossa! Isso era para ser uma ameaça?

Sem esperar resposta, voltei ao meu objetivo de ir para o pátio.

– Alison, como está? – Lysandre estava sozinho no pátio, com seu bloco de notas.

– Lys. Estou... – péssima. – Bem e você?

– Tranquilo. Então... O que faz aqui? – sentei-me a seu lado.

– O mesmo que você. Com falta de animo para ir para aula. – ele sorriu.

– Então... Vejo que não sou o único preguiçoso. – a voz irônica do ruivo anunciou sua chegada.

– Certamente que não. – Lys falou.

Ele sentou no banco e deitou a cabeça no meu colo.

– Ah, claro. Fique à vontade. – ele riu.

Ficamos os três lá, em silêncio. Castiel pegou no sono e eu fiquei brincando com seu cabelo, enquanto Lysandre estava concentrado no seu bloco, fazendo anotações. Uns trinta minutos depois, os microfones da escola deram um aviso da diretora.

– Os alunos Alison Grenwood, Castiel Sanders e Lysandre Grigori, favor comparecer à sala da diretoria agora.

Olhei para Lysandre que me lançou um olhar de tédio.

– Não se preocupe. – ele disse.

Acordei Castiel e nós três seguimos para a diretoria.

– É inadmissível! Vocês três perderam quinze aulas em apenas uma semana! Isso é um absurdo. Ainda mais para você, Srta Grenwood! É seu primeiro ano aqui e...

Desliguei meus ouvidos depois disso. Não estava afim de ouvir um sermão àquela hora da manhã.

– Entendeu?! – Só então percebi que os três me encaravam. – Alison!

– Sim, claro. Entendi.

Ela me entregou um papel e nos mandou embora.

– Então... O que eu perdi? – perguntei.

– É só você trazer a lista assinada. Exceto Castiel, já que ele é emancipado.

Sem dar mais atenção ao que a diretora disse, voltamos para o pátio e ficamos lá até o intervalo. Como nós três estávamos com fome, fui até a cantina onde acabei encontrando Nathaniel.

– A diretora me falou.

– Sobre... ? – perguntei enquanto pegava três sanduíches.

– Sobre as suas faltas. É início de ano, mas você deveria tentar se dedicar mais... Está com tanta fome assim?

– Eu vou tentar, Nath. É só que eu ando com alguns problemas... E não são só para mim.

– Castiel e Lysandre, não é?

– Sim, por quê?

– Não são boas influências para você, Allie. – ele segurou meu braço. – Não devia ficar tanto tempo com eles. – o encarei incrédula e puxei meu braço.

– Não preciso de ninguém para avaliar meus amigos.

Saí da cantina, mas ele me seguiu.

– Okay. Peguei pesado, sinto muito.

– Nath, olha... A gente não tem nada ainda! Você não pode me tratar como sua namorada.

– Allie, eu sei. Por favor, não fique chateada comigo. É só que Castiel...

– Nathaniel! Eu... Bem. Sinto muito, mas acho que a gente... Você sabe, não é?

– Não. Não sei.

– Acho que deveríamos ser só amigos.

– Alison, eu gosto de você!

– Eu também gosto de você, Nath. Muito mesmo. Mas acho que será melhor assim, okay?

– É ele, não é?

– O que?

– Castiel! Vocês estavam juntos no sábado!

– Não percebe o absurdo que está dizendo?

– Alison, me escuta! Não troque o certo pelo duvidoso. O Castiel é...

– CHEGA! – gritei.

Como estávamos perto do pátio, Castiel e Lysandre ouviram o meu grito e vieram até nós.

– Alison? Algum problema? – Lysandre perguntou.

– Não. Está tudo bem. – Nathaniel falou.

– Ele não estava falando com você! – Castiel falou, irritado.

– Está tudo bem meninos.

– É. Está tudo bem, estávamos apenas conversando sobre nossa relação, Castiel. – o ruivo o encarou confuso. – Ah! Alison não te contou?

Castiel me encarou e ele estava vermelho de raiva. Fiquei com vergonha e irritada. Não queria que Castiel soubesse que eu havia ficado com Nathaniel.

– Olha, Castiel, eu posso...

– Você ficou com ele? – Lysandre perguntou e ele parecia quase irritado.

– Seu idiota! – Castiel segurou na gola do casaco de Nathaniel e o imprensou na parede. Logo depois, deu um soco um pouco abaixo do olho do loiro.

– Castiel! – Lysandre tentou segurá-lo, mas ele conseguiu se soltar; mas não há tempo suficiente de conseguir se desviar do soco na boca.

Fiquei desesperada ao ver o sangue escorrendo da boca do ruivo e saltei no meio dos dois. O que não foi uma boa ideia, já que acabei levando um soco na bochecha.

– Caralho... – sussurrei e sentei no chão.

– Alison! Sua... Sua burra! Me desculpa. – Castiel se ajoelhou na minha frente. – Você está bem?

– Estou, seu burro.

– Inadmissível! – a voz rouca da diretora chegou aos meus ouvidos. – Os quatro para a diretoria agora!

Castiel se afastou de mim e saiu andando, assim como Nathaniel.

– Vem. – Lysandre me ajudou a levantar e me deixou usá-lo como apoio.

– Vocês três estão me dando muito trabalho! E Nathaniel, não esperava isso de você. Alison, Castiel e Lysandre, quero os responsáveis de vocês na escola amanhã. Nathaniel, você será perdoado, mas que isto não se repita. Castiel, ficarei feliz em receber sua governanta, já que seus pais estão trabalhando. – ele grunhiu e levou a mão à boca, já que o sangue ainda escorria do seu lábio inferior. – Agora vão para a enfermaria e depois embora!

Nathaniel e Castiel saíram.

– Lysandre, avise seu irmão. Alison, sua tia.

– Meu pai está na cidade.

– Melhor ainda. Agora vão também. – assentimos e saímos.

Segui para a enfermaria e procurei Nathaniel. O encontrei com uma bolsa de gelo no rosto.

– Você está bem? – perguntei com um pouco de dificuldade, já que minha bochecha doía muito.

– Ele está ótimo.

Melody apareceu e sentou-se do lado dele.

– Nathaniel... Eu só quero... – ele me interrompeu.

– Alison, não quero falar agora.

– Mas...

– Não quero ouvir suas desculpas. Castiel deve estar precisando de você, mas eu não.

– Você é um idiota.

Disse enquanto saía do quarto dele. Encontrei Lysandre no corredor.

– Vai lá falar com ele.

– Não posso. Ele... Ele deve estar com raiva. – abaixei a cabeça, tentando esconder meu rosto vermelho.

– Alison está com medo?

– Não! – ele deu um meio sorriso.

– Ele está mais calmo. Pode ir.

Respirei fundo, o que fez minha bochecha doer ainda mais, e entrei no quarto dele. O encontrei também com uma bolsa de gelo na boca. Não havia sangue no seu rosto mais, apenas no seu uniforme.

– Vai me bater de novo? – perguntei.

– Se você não me der motivo.

– Castiel, eu...

– Sente muito?

– Não. De forma alguma. – ele tentou sorrir, mas acho que sua boca doía e ele fez uma careta estranha.

– Porra! Isso tá doendo.

– Digo o mesmo. – ele se aproximou e tocou minha bochecha de leve.

– Está roxo. E inchado... Eu...

– Não sinta. – dei um meio sorriso, tentando não sentir muita dor. – Castiel... Porque fez isso?

– O que?

– Você arrumou uma briga e tanto.

– Não sei. Fiquei com raiva.

– De... ?

– Daquele representante idiota! Ele não devia ter te beijado. – me assustei com aquilo.

– E porque não? – perguntei.

– Porque deveria ser eu!

– C-como?

– Preciso ficar sozinho.

– Espera... Castiel!

– VOCÊ É SURDA? – ele gritou.

– Não! Mas você é um idiota como o Sr representante!

Saí do quarto e dei de cara com Lysandre.

– Alison, você... ?

– Estou bem. De verdade. - disse fazendo minha melhor cara de indiferença

Antes que ele falasse alguma coisa, Rosalya, Ken e Íris chegaram.

– Ah, Alison! – Rosa se aproximou tocando minha bochecha. – Vou pegar um pouco de gelo, okay?

– Não, não precisa, Rosa. Estou indo embora. Ken será que você me acompanha?

– Claro. Aqui está sua mochila.

– Obrigada... Mas como... ?

– A diretora. – ele sorriu.

Despedi-me dos três e segui com Ken para minha casa, enquanto contava o ocorrido para ele.

– Você ficou com o Nathaniel?

– Sim, Ken.

– Eu sabia que você gostava dele!

– Não Ken. Não gosto.

Não dele.


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Notas finais do capítulo

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