Hostility escrita por wade


Capítulo 13
Quantos corações destinados a sofrer pt.2


Notas iniciais do capítulo

eeeeeeeeeeeeeeeeei -*
n demorei tanto dessa vez u.u
enfim, obrigada pelos comentários, e boa leitura :p



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Oi Henrique, aqui é a Alison... Acabei de falar com Jason. Estou assustada, ele está muito diferente! Vou para Londres conversar com você. Liga assim que puder.

Ouvi a mensagem de voz mais uma vez, quase desistindo do acordo que tinha feito com Jason, de não falar com Alison até ele me ligar, por causa de tanta aflição.

Como assim ele está diferente?

Sequei o suor da minha testa mais uma vez e disquei o número de Jason. Já estava desistindo quando ele atendeu.

– Vernet? – um suspiro de alívio escapou dos meus lábios.

– Até que enfim atendeu. Fiquei preocupado!

– Agradeço a preocupação. – consegui ouvir um risinho de deboche ao fundo.

– Estou preocupado com as garotas. Alison me ligou desesperada! O que aconteceu, Jason? E onde a Debrah está?

– Conversei com Alison e fui muito amigável.

– Ela volta para Londres com você, então?

– Infelizmente, ela preferiu ficar com o tal Castiel.

– Como assim? Alison não quer ficar com você?

Jason ficou calado por um longo instante e quando voltou a falar, seu tom de voz era despreocupado.

– A Debrah sumiu e não, eu não vou atrás dela.

– O que? – gritei, imaginando mil maneiras de torturar Jason. – Não pode deixá-la sozinha.

– Henrique, eu já te expliquei que a Debrah não significa nada pra gente. Lívia está interessada na Alison, assim como eu.

– Deixe as garotas em paz, principalmente a Alison! Ou eu mato você garoto. Ela não te quer, entenda!

– Quem vai ter de entender vai ser o Castiel, aquele tal de Lysandre e qualquer outro que se colocar no meu caminho. A Alison é minha, compreende?

– Ordeno que volte para Londres agora! Alguns dos meus homens estão com você e não hesitarão em te matar, se assim eu ordenar.

– Olha que coincidência, Henrique! Alguns dos meus homens também estão com você.

Fiquei imóvel antes de sentir a primeira bala perfurar minha coxa direita.

– Jason, por favor... – tentei falar, mas a dor era muito forte. – Não machuque as garotas...

– Prometo ser bonzinho... – ele riu e outra bala foi parar no meu estômago.

Tentei gritar, mas comecei a me engasgar com o sangue que saía pela minha boca.

– Errei quando resolvi te poupar. – disse com as últimas forças que consegui reunir.

– Seu maior erro foi confiar em mim.

Minha visão estava turva, mas consegui sentir a próxima bala chegando. A dor era tanta que eu não consegui saber direito onde ela havia ido parar.

– Acaba logo com isso. – ouvi alguém dizer, mas nunca senti a quarta bala. Apenas o frio...

Pov’s Alison

O olhar de Lysandre era tão frio que chegou a me assustar um pouco, mas não consegui desviar os olhos; muito pelo contrário, fiz minha melhor cara de desdém e o encarei fixamente. Não sei por quanto tempo ficamos assim, mas foi Castiel quem me trouxe de volta ao mundo.

– Lysandre? Tá fazendo o que aqui, cara?

– Nada. – ele respondeu ainda sem desviar o olhar.

– “Nada”? Sério que veio aqui pra nada? – Castiel arqueou a sobrancelha e me encarou fixamente, fazendo com que eu desviasse o olhar de Lysandre.

– Ele deve ter vindo falar com você. – dei um meio sorriso pra Castiel. – Vou deixar vocês à vontade.

Já estava de saída quando Castiel segurou minha mão.

– Não precisa... A casa é sua. – o ruivo disse.

– Vim falar com você, Alison.

– O que você quer com Allie essa hora? – percebi o tom de irritação que Castiel tentou esconder.

Respirei fundo tentando me controlar... O que Castiel faria se soubesse que eu havia ficado com Lysandre?

– Vim pedir desculpas... – encarei Lysandre surpresa. – Não queria que as coisas ficassem daquele jeito.

Senti uma dor no pulso, por causa da força com que Castiel o apertava; mas não tive coragem de encará-lo.

– Okay, já falou. Agora... Como pode ver estamos ocupados. – senti minhas bochechas arderem, mas não me importei. Só queria que ele fosse embora.

Afinal de contas, a quem o “ele” se referia?

– Castiel, posso falar com Allie a sós?

– Claro que não! – Castiel gritou. – Quero saber o que tá acontecendo aqui!

– Não quero falar com você, Lysandre. – falei tão baixo que pensei que ele não havia escutado.

– É essa sua escolha, então?

Não! Quis gritar, mas não consegui. Na verdade eu queria os dois. A quem eu estava tentando enganar? Era essa a verdade; eu não suportaria mandar nenhum deles embora.

Eu devia ter suspeitado que Castiel não era estúpido e que ele iria entender o que havia acontecido; mas eu era egoísta demais para pensar na dor dos outros.

– Seu filho da puta! – Castiel gritou antes de jogar Lysandre com toda a força contra a parede. Tentei segurá-lo, mas não foi de importância alguma, já que ele me empurrou e eu acabei caindo.

– Castiel, espera! – Lysandre tentou conter o amigo, mas Castiel parecia ensandecido. Ele fechou o punho e quando estava quase acertando Lysandre, desviou a mão e bateu na parede.

Um silêncio de causar arrepios predominou, mas ninguém ousou se mexer. Eu fiquei no chão, assustada e lerda demais para fazer qualquer coisa; enquanto Lysandre encarava o amigo, já que Castiel não falava nada, apenas continuava segurando a blusa de Lysandre pela gola.

O silêncio foi quebrado por uma risada falhada que escapou dos lábios de Castiel. Aquele som quase me cortou ao meio... A culpa era minha!

– Eu fico fora por alguns dias e meu melhor amigo fica com minha namorada... – ele respirou fundo e retomou em um tom ainda mais baixo. – Não sei por que isso não me surpreende.

Ele soltou Lysandre e me encarou. Eu preferia que ele brigasse comigo, me batesse, falasse mal ou qualquer outra coisa; mas ele apenas me encarou com os olhos cinza que naquele momento pareciam muito com uma tempestade. Ele não chorava, mas eu conseguia ver a mágoa escondida atrás da pose de durão.

Castiel começou a ir embora e uma força tomou conta de mim, me fazendo correr atrás dele, Lysandre segurou minha mão.

– É melhor deixá-lo ir.

Não dei ouvidos, não me perdoaria se não fosse atrás dele. Cheguei à rua e o frio quase me fez desistir de perseguir o ruivo. Castiel estava sem camisa, mas parecia ter um calor próprio, já que não deu importância ao vento.

– Castiel! – gritei. – Preciso falar com você.

– Falar o que? Acha que eu ainda não entendi?!

– Só quero explicar o que exatamente aconteceu... – tentei continuar a frase, mas o frio era tanto que parecia congelar meu cérebro.

– Explique.

Abracei meus braços, tentando conter o frio; mas Castiel parecia nem se importar.

– Não significou nada pra mim! – a maneira que eu disse isso, quase me fez acreditar em mim mesma. Eu era uma boa mentirosa.

Castiel se aproximou e mais uma vez me imprensou na parede.

– Alison... – eu não conseguia ver sua feição muito bem, já que estava escuro, mas eu sabia que ele me encarava. – Por quê? Eu te dei algum motivo?

– Não! Você sempre fez bem para mim.

– Então porque ficou com ele?! – Castiel gritou e levantou o rosto, de forma que eu pude ver as lágrimas que rolavam pela sua face.

Nunca me imaginei ligada tanto a uma pessoa; eu conseguia sentir toda a dor que o ruivo sentia. Tentei acariciar seu rosto, mas ele estava segurando minhas mãos.

– Me dá arrepios lembrar que eu achava que te amava. – prendi a respiração.

– Castiel...

– Você é ridícula, Alison.

Então ele se virou, entrou no carro e foi embora. Enquanto eu fiquei lá, parada, tentando absorver as últimas palavras dele.

“Me dá arrepios lembrar que eu achava que te amava.”

O frio me encorajou a voltar para dentro, mas a coragem foi passageira.

– Então não significou nada para você? – Lysandre estava encostado na parede, e me encarava curiosamente.

– Vai à merda, Lysandre.

– Eu te fiz uma pergunta. – ele arqueou a sobrancelha.

– E eu não estou a fim de respondê-la. – Lysandre segurou meu braço. Ao contrário de Castiel, seu toque era gentil e carinhoso.

– Allie, eu só quero saber... – o interrompi.

– A culpa é sua! – gritei e ele me encarou perplexo.

– Minha culpa? Ah claro, porque você não queria me beijar... Muito pelo contrário, eu te agarrei à força.

– Eu estava feliz com Castiel.

– Tão feliz que me beijou, e sabe disso. Jamais obrigaria alguém a fazer algo que não queira.

– Lysandre, por favor, vai embora.

– Só quero que me responda, Alison. Realmente, não significou nada para você?

Eu poderia falar “não”, mas estaria mentindo. Não que eu me importasse em mentir, só que Lysandre ficaria chateado. E com isso eu me importava.

– Quer saber se você significa algo para mim? Eu te faço a mesma pergunta, então! Isso nunca aconteceu.”... Não foi isso que você disse?!

Consegui ver que ele havia ficado incomodado.

– Isso foi diferente.

– Diferente?! Diferente por quê? Acha que eu não me senti mal com aquilo? – respirei fundo, tentando pensar antes de falar qualquer merda. – Eu havia acabado de te beijar... E você simplesmente queria ignorar isso. Eu concordei, e o que você fez? Veio aqui pedir desculpa e me julgar por ter ficado do lado do meu namorado!

Lysandre ficou assustado e depois me encarou por um longo tempo. Por fim, falou tão baixo que eu mal o escutei.

– Você está certa, Alison. Fui um tolo, agi muito mal mesmo. Espero que me perdoe algum dia.

O silencio reinou mais uma vez, só conseguia ouvir minha própria respiração e encarar os olhos desiguais do garoto que eu tanto admirava. Lysandre conseguia assumir seus erros e pedir perdão de uma forma que pessoas como eu e Castiel nunca conseguiríamos.

– Não, tá tudo bem, Lysandre... Não devia ter falado desse jeito.

Ele sorriu.

– Muito pelo contrário, você está certa, Allie. Agora, acho melhor você entrar antes que fique doente. – ele tocou meu braço de leve e eu senti um arrepio.

Estava tão exaltada que o frio havia até passado.

– Você vai ficar bem? – perguntei.

– Algum dia, talvez.


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Notas finais do capítulo

pfvrrr não esqueçam dos comentários, são importantes para mim ♥



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