Epílogo

“Você não precisa aceitar um destino que não quer”

(Uzumaki Naruto)

Estava parado na limusine há minutos esperando a mulher que eu amo, mas nem se compara aos anos de paciência que tive de ter até ela perceber o que realmente sentia por mim e se jogar em meus braços. Logo ela apareceu na porta e vi, mesmo de longe, que sorria.

Hinata era a garota mais bela que eu já conheci. Olhos de uma cor praticamente única envolvidos por um enorme cílios, cabelos azuis e longos, boca pequena e rosada e uma alva de porcelana. O corpo era divino, seios fartos, cintura fina, coxas grossas e nádegas de dar inveja a qualquer uma.

– Demorei? – questionou.

– Sim, mas valeu a pena. – sussurrei em seu ouvido de maneira maliciosa.

Então quando seus olhos se voltaram em minha direção, a face corada pela vergonha, não resisti. Selei sua boca com a minha de uma maneira desesperada por sentir falta desse contato. Chupei seu lábio inferior de forma bruta e a invadi com minha língua.

Quando nos afastamos percebi que ficou mais bonita assim, o que eu achava impossível. Estava com as bochechas rubras, o beiço inchado e vermelho. Estava trajando um vestido rosa fraco, com um tecido transparente na parte de cima de cor bege, rodado, e longo. Colocou uma tiara e um coque que aparecia de frente. O colar com o anel amarelo decorava seu pescoço.

– Tenho certeza de que será a mais linda da festa. – disse baixo e dei um beijo em sua bochecha de forma lenta.

– Qualquer uma se tornaria bela ao seu lado, meu amor. – devolveu.

Provavelmente ela disse no sentido de que seriamos o casal mais bonito da festa por minha causa. Até porque eu sei o que provoco nas mulheres por conta da minha beleza.

– Repete a última palavra de novo? – questionei.

– Amor?

– Essa mesmo.

– Meu amor. – agora foi a vez dela de sussurrar, a voz um pouco rouca.

– Fica tão bonitinha falando assim. – confessei.

Nos beijamos novamente e logo a porta se abriu e o motorista nos olhou de forma horrorizada ao ver o que fazíamos. Saímos e minha quase namorada, já que pretendo pedir hoje oficialmente, ficou se escondendo ao me abraçar forte por conta da vergonha.

Para ela deve ser difícil que nos vissem em um momento tão íntimo. Mas para mim não, eu queria mostrar a todos a quem a Hyuuga pertencia e dar a certeza disso. Segurei sua mão com leveza e caminhamos até a porta do baile. Já tínhamos nos formado e iriamos só aproveitar agora

– Não precisa ficar nervosa, estarei aqui contigo para o que precisar. – tentei a confortar, pois estava tremendo.

– Obrigada, é por gestos como esse que eu amo você. – o tom doce.

Escutar isso depois de doze anos é como o coro dos anjos. Eu cresci ouvindo dos meus pais sobre ela e o nosso amor, o que me fez não esquecê-la. E ao perceber o quanto era maravilhosa o sentimento aumentou. Adoeci por conta dessa menina mulher, fui rígido com a Hina e me tornei popular por conta disso também.

– Não me perdoaria se algo acontecesse contigo por um descuido meu. – a minha boca ficou seca.

– Pare de se preocupar, nada ocorrera. – tentou me acalmar.

E então sentamos na mesa mais próxima e o grupo se aproximou de nós. Tenten com Neji, Yamanaka com o Gaara, Temari com o Shikamaru e Naruto estava com a Sakura. E chegamos a brigar por conta disso, até porque eu não admitiria ela perto de nós de maneira alguma.

– Está muito linda, Hina-chan! – declarou a Ino.

– Quem me dera se eu fosse como você. – respondeu e deu um sorriso.

– Hey! Vamos dançar? – disse a morena, prima da minha amada.

Todos aceitaram. Hinata também iria, mas a peguei pelo braço e a levei para a sacada. Isso fazia parte de minha surpresa.

– Sasuke, eles estão nos esperando. – disse em um muxoxo.

Fez aquele biquinho que me deixava louco. E novamente não aguentei e dei um selinho nela.

– Quero dançar contigo a sós. – falei em seu ouvido.

Ficou corada e fez um meneio com a cabeça em concordância. Coloquei a mão em sua cintura e outro em seu ombro e começamos a nos mexer de forma lenta. Ela posicionou a cabeça em meu ombro e deu aquele sorriso meigo dela.

– Sabe que eu sempre te amei não é? – fiz uma pergunta.

– Sim, e fico muito feliz por ter conhecimento de que me esperou. – confirmou.

Neste instante ela me olhou e ficou me analisando, para depois tocar em minha franja, tentando arrumá-la, e por fim parar em minha nuca e a afagar.

– E ao ver você me olhando desta maneira tenho mais certeza de que é a mulher da minha vida. – disse ao tocar em meu anel pingente.

– Por que você está falando isso agora, meu amor? – curiosa.

– É que por estar tão certo disso que eu resolvi não esperar mais, pois não há mais dúvidas de que serei muito feliz contigo. Só que como a tradição manda, terei de ir por partes. Hinata Hyuuga, quer namorar comigo? – declarei.

Ela então ficou paralisada e branca como um papel. Toquei em sua face e rapidamente notei que sua bochecha ficou rubra. E sim, eu adoro provocar essa reação nela.

– Sim, sim, sim. – gritou em felicidade de repente.

Isso chegou a me assustar de tão repentino que foi. E já que ela aceitou eu me posicionei atrás dela para completar a outra fase.

– Posso? – disse em um suspirar.

Notei que ela se arrepiou, mas logo confirmou. Toquei em seu pescoço, que estava frio por conta do tempo e tirei seu colar com o anel. Peguei-o em minhas mãos e desconectei a joia de plástico dele.

– Sei que não pude fazer naquele tempo por falta de coragem, mas agora não desperdiçarei essa chance. Deixa eu colocá-lo em seu dedo como símbolo de nosso compromisso? – questionei e percebi que seus olhos ficaram marejados.

– Só se deixar eu botar no seu também. – revidou.

E então fizemos o que era de praxe. Peguei em sua delicada mão para realizar o que queria, e ela o mesmo. Como estavam um pouco pequenos, só coube em nossos mindinhos. Sei que não é um objeto valioso, de diamante ou de ouro branco, mas significava muito para mim. E achei muito melhor fazer o pedido desta maneira.

E com certeza os Senhores Uchihas vão amar saber de nossa situação atual, logo eles que sempre nos incentivaram a ficarmos juntos.

– Não quero ver a minha namorada chorando, por favor. – disse em um tom baixo e beijei seu lábio com leveza.

– Se continuar a ser tão carinhoso será impossível te obedecer. – devolveu.

Resolvi sair da varanda e ir até o meio da multidão, encontrando os outros amigos. Apenas fiz isso para não vê-la se debulhando em lágrimas. Dançamos rapidamente e quando notei Hinata não estava mais lá.

– Onde ela está? – questionei para o resto.

– Quem? – curiosos.

– A minha namorada. – praticamente berrei.

Após isso não perdi tempo e fui procura-la, estava com um pressentimento ruim. E eu sabia que algo de ruim havia acontecido com ela. Procurei no jardim, cantos, escadas, segundo andar, em quase tudo, e nada de encontrá-la.

– Sasuke, tem uma briga acontecendo no banheiro feminino. – sibilou o Naruto.

E então eu soube que era com a minha amada. Cheguei rapidamente no local e a vi já machucada com o resto a acudindo. Ela estava com o vestido um pouco rasgado e face com uns arranhões. Empurrei a multidão e fui correndo em sua direção. E ao ver que a situação era pior, mordi o lábio em uma tentativa de não chorar.

Quem foi o desgraçado que fez isso com alguém tão doce?

– O que aconteceu meu amor? – estava desesperado.

Ela não respondeu a abaixou a cabeça, e então notei que ela tinha derramado lágrimas e parecia envergonhada por eu ter de vê-la desta maneira.

– Saiam todos! – exclamei, e prontamente eles me atenderam.

Olhei de novo e toquei em sua face que estava ferida, o único lugar que saia sangue era em sua boca, que estava cortada.

– Por favor, me fala. – implorei.

– Sa-Sakura. – gaguejou.

E então eu entendi. Aquela rosada, magricela e maldita ousou encostar nela? Ainda pior fui eu por não ter a salvado. E foi neste instante que eu desabei. Abracei-a com força e deixei que as lágrimas pela minha face.

– Desculpe-me, por não ter te protegido e só vir agora. – declarei.

– Não se preocupe meu amor, o importante é que estamos bem. – consolou.

Como ela pode fazer isso? É ela que precisa de ajuda, não eu. E mesmo depois de sofrer tanto ainda arranja forças para ser positiva.

– Preciso fazer algo. – esbravejei.

E então a peguei no colo com delicadeza e sai do local, percebendo que havia uma multidão no meio do salão e que Tenten estava brigando com a Haruno. E eu não ia fazer nada, pois aquela garota merecia. Tanto por pensar que sou sua propriedade e, principalmente, por fazer mal a minha garota.

– Ela roubou o meu Sasuke. – berrou a de cabelos rosados.

– Pare de ser tão venenosa, ele sempre foi da minha amiga. – rebateu a outra enquanto puxava o cabelo dela.

– Deixe eu terminar de acabar com ela. – disse e tentou sair.

Entretanto a namorada do Neji pegou o braço dela e torceu, para depois jogá-la no chão. Não foi tão forte ao ponto de quebrar algo, mas machucou. Todos começaram a caçoar dela, dando breja para que saísse da roda.

A primeira coisa que fez foi correr em direção a Hyuuga, que ficou assustada e encolhida. Por sorte eu estava lá, escondendo-a atrás de mim.

– Você não vai encostar mais um dedo na minha namorada! – gritei de maneira irritada.

Se eu pudesse a mataria agora.

– Na-namorada? – ficou nervosa de repente.

– Sim, o que nunca você será minha, e nem foi. – devolveu.

– Eu não... acredito. Não vê que apenas eu te amo e posso te fazer feliz? – disse e começou a chorar.

Ela se afastou um pouco e eu fui acalmar a Hinata, todavia a Haruno tentou novamente dar um tapa nela. E eu, já sem paciência, a empurrei.

– Pare com isso garota. Você é um nada, irritante e além do mais é odiosa. Eu nunca vou ficar contigo. Ouviu? Nunca! Vê se me esquece e vá se tratar porque você está doente. Isso que você diz sentir por mim não é amor, mas sim obsessão. – esbravejei e levei rapidamente a minha amada para o jardim.

Ficamos sentados por um tempo no banco em silencio enquanto víamos a lua e as estrelas. Olhei para ela e senti orgulho por perceber que mesmo estando machucada sorria.

– Noite linda não? – sussurrou.

– Sabe que fazia tempo que eu não olhava mais para céu? – confessei.

– Bom é que ainda podemos apreciar essa paisagem.

– Toda a vez que eu olhava para o alto lembrava de seus olhos, que são parecidos com a lua, tão lindos quanto ela. – declarei em vergonha.

– Não fique constrangido, foi muito belo o que disse. – declarou e me deu um beijo.

Primeira vez que ela tinha essa iniciativa de dar um selo de verdade e começar algo mais íntimo entre a gente. Já que antes ela ficava vermelha só de me aproximar. Mesmo machucada, fazendo-me sentir o sangue seco de seu beiço.

– Eu amo você. – sussurrou quando paramos.

– Também. Sabes o quanto eu admiro seu jeito e espero passar mais tempo ao seu lado, vendo sua face linda corando por algo que digo. E mais para frente poder acordar com você ao meu lado. É o que eu sempre quis. – disse novamente.

Hoje eu estou meio romântico. Meio não, totalmente.

– Apesar de todas nossas brigas e por eu te odiar por um tempo, é muito melhor estar ao seu lado como namorada. – confessou.

E então novamente nos deixamos levar e nos beijamos com urgência. Ouvimos berros da Haruno e sons de socos, pontapés e chutes. Acho que estavam dando um jeito nela. Já eu estava aproveitando o meu resto da noite com a minha garota. Só minha.