*Pov Freddie*

- FREDDIE, VERIFICA SE PEGOU TUDO!!! - minha mãe gritava lá da sala. Era exatamente isso que estava fazendo naquele momento! Não queria deixar nada para trás, mas estava confuso! Não sabia se o que estava fazendo era o certo! Sentei na beirada da minha cama sem o colchão e fiquei por um bom tempo pensando.

- Fredalupe, o caminhão chegou! Freddie? Tá tudo bem? - a Sam entrava no meu quarto devagar, ela nem poderia imaginar o que estava acontecendo. Sentou-se do meu lado e pegou minha mão. - Freddie, o que foi? Não quer deixar sua casa?

- Mais que isso! Não quero ir para a faculdade! - respondi.

- O quê? Freddie, tá tudo bem? - ela me perguntava rapidamente.

- Olha, eu achei que biologia fosse meu ramo, mas eu não sei! Não sei se faculdade é meu ramo! - a Sam arregalou os olhos, estava se levantando, já percebi o que ela iria fazer! - Pelo amor de deus, não chama minha mãe!

- Você tá maluco? O que aconteceu? De repente você fala essas coisas e quer que eu fique quieta? Você tá delirando!

- Não! Olha Sam, é diferente! - Puxei ela para sentar na cama de novo. - Eu sempre achei que era isso que queria, mas não é!

- Então, o que é?

- Eu quero dar um tempo da vida! Viajar, curtir com você... Vamos falar agora mesmo para a minha mãe que...

- Você tá louco! Estou me sentindo mais pé no chão que você! Depois de tirar todas as coisas, você decide que vai ficar? Freddie, ainda dá tempo! Podemos pedir o telefone do psiquiatra da minha mãe e tudo vai ficar bem!

- Eu não preciso de psiquiatra, Sam. Nem queria fazer biologia mesmo, acho que sou mais para tecnologia! Podemos fazer o que você quiser! Viajar... Essas coisas!

- Mas, porque agora? Depois de ter passado com 100% de bolsa e ter tirado todos os movéis da casa, você decide que não é isso o que você quer?

- Eu precisei estar quase destruindo a minha vida, para perceber! Acho que estava pensando na Carly, mas agora não tem porque!

- O que você pretende dizer pra sua mãe?

- Sei lá!

- Fredddddieeee!!!

- Falando nela. - disse me virando para a porta, a espera da minha mãe. Já conseguia imaginar o caos que ela iria criar! Ela ficou parada na porta e disse:

- Então, não temos o dia inteiro! Vamos!

-Mãe, tem uma coisa que preciso te dizer...

- Eu acho melhor eu ir verificar o caminhão. - a Sam disse pausamente me interrompendo e saindo do quarto.

- Senta aqui. - precisava ganhar tempo, não sabia como dizer isso para ela. Desconfiada ela se sentou bem no lugar que a Sam estava. - Olha, eu não sei se é isso o que eu quero fazer. Estava tudo certo, mas as coisas mudaram nessas últimas semanas. Eu acho que sei o que quero, mas não é isso. - ela ainda não tinha entendido muito bem. Resolvi dizer de uma vez. - Mãe, eu não vou pra faculdade! - soltei de uma vez, o que não foi muito legal, porque ela começou a gritar, berrar, pular, estapear o ar, falava as mesmas coisas que a Sam disse (aquele lance do psiquiatra). Por um momento, achei que teria que levá-la para o hospital, pois estava quase tendo um ataque cardíaco. Até que ela sentou e disse:

- O que aconteceu com você? Foi a Sam, não foi? Foi ela que botou minhoca na sua cabeça, não é? - enquanto ela falava, ela rangia os dentes. Nunca tinha gostado da Sam, e o fato dela achar que a Sam tinha feito eu querer sair da faculdade a fazia querer estrangulá-la.

- Não, mãe. Acredite se quiser, mas a Sam teve a mesma reação.

- Então, por que isso agora? - a voz dela soava triste.

- Parecia o certo quando namorava a Carly, mas agora não é mais.

- Falei que o problema era a Sam!

- Olha, o curso que eu queria não estava disponível. Aceitei biologia, porque eu queria ficar perto da Carly, mas agora eu quero esperar o curso que eu quero fazer! Quando tiver que me mudar de novo, eu vou sozinho, porque já vou ter idade. Não que eu não te queira lá, mãe, mas eu gosto daqui e sempre que puder, além de vir te visitar, quero visitar esse apartamento também. Não estou gostando da ideia de deixar esse lugar! Eu amo aqui! Se você continuar morando aqui, podemos ficar com o apartamento!

- Éééé, Freddie, o cara do caminhão está meio irritado, ele quer partir! - a Sam disse entrando dentro do quarto meio desconfortável. - O que eu falo para ele?

- Diz pra ele colocar todos os movéis de volta! Nós não vamos mais! - eu tinha aberto minha boca para falar, mas minha mãe falou primeiro. Eu e a Sam nos olhamos, os dois estavam paralisados. Depois de parecer que tínhamos ficado assim por anos, ela enfim disse:

- Oook. Tô indo. - ela saiu e me deixou sozinho com a minha mãe. Ninguém falava, de novo aquele silêncio que parecia durar séculos. Por fim, ela disse:

- Bom, melhor ajudarmos o cara a tirar tudo de lá de dentro. - ela saiu, mas eu ainda continuei sentado, pensando... Realmente não conseguia acreditar no que estava fazendo, mas era o melhor. Escutei uma briga vindo da sala. Resolvi dar uma olhada, deveria ser a Sam e minha mãe brigando de novo.

- Nós somos os donos da casa e das coisas, nós decidimos o que fazer com eles, não queremos mais que leve pra Chicago, entendeu? Você vai fazer o que a gente tá mandando e ponto final! Nós que estamos pagando! - era a voz da Sam, fui escutando conforme fui chegando mais perto!

- Eu entendo seu ponto, senhorita, mas não podemos aceitar! Tiramos tudo de sua casa e não colocaremos de volta. Queremos nosso pagamento e vamos embora! Deixaremos seus movéis lá embaixo e vocês que peguem depois! Boa tarde! - aí que eu percebi o que estava acontecendo! O cara do caminhão não queria levar as coisas de volta!

- Espera aí. Nós pagamos mais! Vai ser até mais fácil, porque você não vai precisar dirigir até Chicago! Qual o problema? - eu estava cara a cara com ele - É orgulho ou dignidade? Porque se esse for o problema, acho que podemos resolver de jeito tranquilo, porque senão, aí sim você perderá a dignidade! - minha mãe e a Sam ficaram impressionadas! Nunca imaginaram que eu faria alguma coisa assim, até eu estava surpreso! Valeu a pena, porque o cara aceitou e trouxe tudo de volta, exatamente no lugar que estavam antes.

Já era tarde quando terminaram, por isso eu levei a Sam de carro para casa! Ganhei um carro por entrar com 100% de bolsa em Harvard, agora minha mãe não poderia pegar o carro de volta! Chegamos e antes da Sam sair do carro, tivemos uma conversa:

- Vai embora sem nem me dar um beijo?

- Desculpa. Tava pensativa!
- Você tava nem aí pra faculdade e ficou desesperada quando eu disse que não iria e agora você tá pensado? O que tem de errado com você?

- Eu estou tentando colocar a minha cabeça no lugar!

- Eu gosto mais de você com a cabeça fora do pescoço.

- Freddie, tem certeza de que está fazendo a coisa certa?

- Aham! E amanhã mesmo partiremos!

- Para onde?

- Não sei ainda! E quando descobrir, vai ser surpresa para você! Arrume sua mala.

- Ok. Eu confio em você. Mas acho que está louco!

- Vai ver. - me estiquei e a beijei. Estava muito certo do que estava fazendo! Passei a minha vida inteira estudando, queria curtir agora e o melhor jeito, seria com a Sam!