Os Caçadores de Relíquias estavam mais aflitos do que nunca quando chegaram á Ilha Perdida. Eles mal falaram um com outro durante a viagem de três dias, pois todos estavam angustiados. Agora seria a vez na qual a profecia se realizaria, um dos Caçadores de Relíquias iria morrer após eles acharem a 12ª Relíquia, mas podia ser que essa linha da profecia fosse falsa.

A Ilha parecia mais um pântano nublado e estranho. Eles armaram suas barracas e ascenderam uma fogueira como de costume, todos os casais sentaram ao redor da fogueira com um manto porque estava muito frio.

Zoë e Zay não estavam percebendo, mas eles estavam quase se entregando um ao outro, nesse exato momento eles estavam bem abraçados debaixo de um cobertor bem quente. Isabelle estava abraçada com seus dois namorados num cobertor grande o bastante para os três, ela continuava tendo enjoos, mas Theo a examinou, aquilo podia ser a ansiedade, ela iria escolher um dos dois logo após acharem a 12ª Relíquia.

Apolo que estava abraçado com Camilla começou a tocar com sua lira, o que animou um pouco todo mundo.

– Gente, vamos lutar bravamente. Dessa vez não será diferente, permaneceremos juntos até o fim, iremos resgatar Aslam e vamos derrotar Ravenna! – disse Asafe.

A intenção fora boa, mas não animou muita gente. Os Caçadores de Relíquias tornaram-se melhores amigos uns dos outros, saber que alguém podia morrer no momento mais importante da jornada deles os aterrorizava.

– O.k. Mas o que acontece depois de acharmos o raio de Zeus? Mandaram-nos achar essas Relíquias, mas não sabemos o que fazer com eles, qual será o nosso próximo passo? – perguntou Zay.

– Vamos até papai, ele saberá o que devemos fazer – disse Zoë.

– Não podemos – disse Caspian. – Nárnia precisa de nós, nosso povo está em grande perigo e dificuldade.

– Papai me disse o que faríamos quando terminássemos essa jornada, nós devemos ir para Nárnia, Ravenna irá atacar – disse Asafe. – Ele disse que temos que seguir com nossas vidas e sermos felizes, ela está aumentando suas forças para poder dar o primeiro tiro.

– E quanto a Aslam? O que devemos fazer? – perguntou Susana.

– Ele está enfraquecendo a cada segundo, isso é verdade, mas uma nova era chegará, nós estaremos mais do que preparados quando Ravenna chegar, todos nós vamos amadurecer. Camilla saberá controlar perfeitamente suas visões, todos estaremos fortes!

– Bom, acho que devemos ir dormir – disse Susana a Caspian.

Aos poucos os casais foram para suas tendas. Lilliandil era única que não estava namorando ninguém. Só restaram Zoë e Zay, mas eles não eram realmente um casal. Logo depois Zoë foi para a tenda das garotas.

Bianca estava lendo um livro, Lúcia estava deitada presa em seus devaneios, Isabelle estava escovando seus cabelos. Carly estava costurando e Camilla escrevendo em seu diário, Alícia desenhava também. Zoë sentia falta das animadas noites que elas tinham, das guerras de travesseiro e das conversar excitantes.

Ela pegou seus vistos novos e os empilhou bem dobrados.

– Aqui – disse Zoë.

Alícia não parecia muito surpresa com a devolução.

– Desistiu de ser bonita?

– Foi bom enquanto durou, mas essa não sou eu – sorriu Zoë.

Ultimamente ela não tem usado nenhuma maquiagem e voltou a usar seus vestidos simples, porém seu cabelo continuava impecável.

– Gente, e se uma de nós morrer? – perguntou Carly assustada.

– Vamos tentar não pensar nisso baixinha, vamos aproveitar o tempo que temos juntas, mas além disso, eu quero saber sobre a decisão de Isabelle – disse Zoë animada.

Isabelle vomitou no chão da tenda.

– Uau, se eu não te conhecesse diria que você está grávida – brincou Zoë.

Isabelle mal conseguia levantar a cabeça, estava explodindo, fora as cólicas terríveis, mas sua menstruação estava atrasada, mas ela estava inchada e dolorida.

– Isabelle, eu acho que devíamos chamar o Theo pra te examinar, você não está bem – disse Bianca.

– Eu estou bem sim, amanhã vou melhorar, vocês vão ver – disse Isabelle e dormiu.

***

O dia amanheceu claro e ensolarado, porém frio. Susana fez um café reforçado, mas Isabelle se recusou a comer. Ao invés de sua normal aparência feliz e saudável ela estava verde e com muitas olheiras e os cabelos esvoaçados, mal falou durante toda manhã e parecia estar segurando vômito dentro dela.

Lúcia, Theo e Camilla começaram a trabalhar na comera. Eles já tinham magia o suficiente, então só precisavam de dois ou três dias para termina-la.

***

Zay marcou um encontro com Zoë perto do rio. Há semanas eles viraram melhores amigos, e ela achou que eles iriam treinar como geralmente fazem, mas não.

– E aí cabeção, vamos treinar? – disse Zoë animada.

– Zoë... Eu quero te dizer algo – disse Zay.

Zoë revirou os olhos esperando mais uma declaração de amor.

– Seja rápido por favor, eu fiquei de lavar roupa hoje – mentiu.

– Eu... Queria que você soubesse que eu te amo muito, não só como amigo, você sabe que eu me arrependi de verdade pelo que fiz, e eu te amo tanto, mas tanto... – lágrimas saíram dos seus olhos. – Que eu quero ficar com você para o resto da minha vida, então... – ele pegou uma caixa do bolso, Zoë levou as duas mãos á boca.

Zay abriu a caixa e havia uma aliança de prata com a frase Seja minha gravada.

– Zoë de Flyre, aceitar ser minha esposa? – perguntou ele em meio a pesadas lágrimas.

– A-a-ceito! – disse Zoë em meio a lagrimas de felicidade.

Os dois se abraçaram e depois deram um beijo, mas não fora nada sensual, fora um beijo calmo e significativo para ambos.

***

– Então porque estou sentindo enjoos e minha menstruação está atrasada? – gritou Isabelle com Bianca.

– Isso deve ser ansiedade sua boba. Eu sempre tomei esse chá, e minhas amigas todas tomam! – disse Bianca.

– Espere aí... Você não tem amigas! – disse Isabelle pasma.

– Esqueceu-se de Jane e Emma? – disse Bianca.

– Aquelas virgens? Bianca, elas são do clube da castidade e são suas únicas amigas! – disse Isabelle. – Você também estava nesse clube!

– Eu sou experiente querida! Me poupe, e relaxe! – grasnou Bianca.

– Você está certa, isso é só ansiedade mesmo, mas mesmo assim pedi a Theo para vir me examinar, talvez ela saiba de alguma erva medicinal para eu melhorar – disse Isabelle.

Bianca pareceu um pouco nervosa. Alguns momentos depois, Theo chegou com sua maleta e ela explicou tudo que estava sentindo, só estavam os três na tenda.

– Há quanto tempo a sua menstruação está atrasada? – perguntou Theo.

– Sete dias – disse Isabelle seriamente.

– Costuma atrasar? – perguntou Theo.

– Essa é a primeira vez, na verdade – disse Isabelle.

– Isabelle... Você está grávida! – disse Theo com os olhos arregalados.

– Não – sorriu Isabelle aliviada. – Não posso estar grávida.

– Você é virgem? – perguntou Theo.

– Não! – disse Isabelle. Estava tudo bem ela dizer aquilo a Theo, ele não piraria e sairia gritando sermão com a irmã.

– Quando foi a ultima vez que você dormiu com um rapaz? – perguntou Theo preocupado.

– Há três semanas – respondeu Isabelle.

– Era exatamente o seu período de maior fertilidade – disse Theo boquiaberto.

– Mas eu tomei um chá anticoncepcional! – sorriu Isabelle.

– Chá anticoncepcional? Isabelle, essas coisas são extremamente raras, onde você conseguiu? – disse Theo.

Bianca deu um olhar “CALA BOCA!” a Isabelle.

– Não é da sua conta Theo. Isso é porque estou ansiosa, vou tomar uma grande decisão em pouco tempo, você pode me dizer se tem algum remédio ou erva para eu tomar? Não aguento mais essas dores, cólicas e enjoos – disse Isabelle.

– Isabelle, você está grávida! – disse Theo.

Isabelle revirou os olhos.

– Eu pensava que você era um médico inteligente – resmungou.

– Theo, nos dê um minuto, por favor! – disse Bianca.

– O.k. Há uma pequena chance de ela não estar grávida, mas eu farei um mostrate tildren para provar que estou certo! – ele estava se referindo ao feitiço que mostra o feto dentro da barriga da mãe.

Theo pegou sua maleta e saiu da tenda.

– Você está grávida – disse Bianca.

Isabelle sentiu como se o seu mundo tivesse caído.

– O quê!? Bianca... Que brincadeira é essa?

– Aquilo não era chá anticoncepcional – disse Bianca.

Isabelle caiu sentada em sua cama e entrou em pânico! Não podia ser! Ela estava mesmo grávida? Sua respiração começou a ofegar. De repente ela tinha caído na real, Isabelle estava mesmo grávida.

Se ela estava mesmo grávida... AH MEU DEUS! QUEM SERÁ O PAI DESSA CRIANÇA? Isabelle começou a chorar de raiva e tristeza ao mesmo tempo, e não era só porque ia engordar nos próximos meses.

– VOCÊ. É. A VADIA. MAIS. CANALHA. QUE. EU. JÁ VI! – berrou Isabelle, seu cabelo estava esvoaçado e despenteado e seu rosto estava inchado e vermelho, ela estava completamente diferente do usual.

– Primeiro veja se sou eu quem está grávida e nem sei quem é o pai! SAFADA! – defendeu-se Bianca.

– Você me deu aquela porcaria dizendo que evitaria a gravidez! Você mesma disse que usava aquilo para não engravidar! – gritou Isabelle.

– Acontece que eu ainda sou virgem, eu não sou promiscua ou uma prostituta como você! – berrou Bianca.

– Então você me enganou? Esse tempo todo? E me deu aquela poção? Aquilo era água com açúcar não era? – perguntou Isabelle com raiva, as duas berravam uma com a outra.

– Aquilo era urina de lobo gigante, urina do Sammy, serve como fertilizante para engravidar! – disse Bianca com um sorriso maldoso.

Isabelle deu uma forte tapa na cara dela. Todos os caçadores de Relíquias entraram na tenda para ver a confusão.

– O que está acontecendo aqui? – perguntou Zoë ferozmente. – Isabelle sua desgraçada! Você me deve uma explicação de dois segundos!

– A má noticia é que Isabelle está grávida, e a boa notícia é que nós vamos ter um sobrinho! – disse Camilla dando pulinhos de alegria, ela abriu uma exceção e contou o que viu em sua visão.

Zoë chocou-se, embora não fosse a primeira vez que uma de suas irmãs “engravidava” como aconteceu com Camilla, mas com Isabelle havia um grande percentual de ser verdade, pois era mais que provável que ela estivesse grávida já que acha que “o amor é livre”.

– Isabelle isso é verdade? E quem é o pai? – perguntou Zoë eufórica e pasma.

Pedro e Edmundo se agitaram, eles sabiam que um deles era o pai do filho de Isabelle. Pedro estava confiante que ele era o pai, já Edmundo estava meio confuso pois ele sabia que Isabelle tinha tomado o chá.

– Sim Zoë – disse Isabelle começando a chorar de ódio. – Eu estou grávida graças a sua querida irmãzinha! Ela quem me incentivou a fazer isso!

– O quê? Como se pra fazer coisa errada você precisasse de influencia, me poupe! Eu quero saber quem é o pai! – berrou Zoë, ela estava furiosa.

– Assim eu e Theo podemos mata-lo! – disse Asafe ferozmente. Asafe e Zoë encaravam Pedro, Edmundo e Nico.

– Acontece Zoë, que sua santa irmãzinha Bianca disse-me um jeito de evitar a gravidez, ela me deu urina de lobo, e disse que já havia perdido a virgindade, então eu acreditei nela e agora estou grávida! – berrou Isabelle chorando ainda mais.

– Bianca... Isso é verdade? – perguntou Zoë.

– Sim – disse Bianca. – É verdade sim, eu queria me vingar dela e consegui.

Zoë pareceu profundamente desapontada com Bianca.

– Isso não vem ao caso, eu só quero saber quem é o pai! – berrou Asafe.

– Eu não sei – disse Isabelle chorando.

Pedro e Edmundo se entreolharam. O ódio puro atravessava os olhos de ambos e eles se empurraram com força ao mesmo tempo.

– Ei! – gritou Caspian ficando entre os dois. – Não é hora para brigar!

– Ah meu Deus! E agora? Como saberemos quem é o pai? – disse Susana quase desmaiando.

– Calma, Isabelle, isso pode ser resolvido com um feitiço – disse Theo. – Eu preciso da Lúcia e de um livro de feitiços, Bianca.

Bianca resmungando pegou um livro de feitiços onde havia a receita de um feitiço para descobrir quem é o pai do filho que a mulher carrega.

– Pedro! Edmundo! Como puderem se meter nessa situação? Vocês não têm juízo? – disse Susana rispidamente.

– De tantas vezes que eu te avisei Isabelle! – gritou Zoë chorando.

– Gente! O que foi feito está feito! Temos que pensar em como resolver essa situação – disse Alícia.

– Você não é a melhor pessoa pra dar sermão nesse caso Susana, já aconteceu com você! – retrucou Lúcia furiosa. – Foi algo que aconteceu e pronto.

Lúcia seguiu a receita do feitiço. Pegou uma taça e tirou sete gotas de sangue de Isabelle, estendeu um pergaminho em branco no chão e derramou o sangue no meio e começou a dizer:

Tue a gemalinha vurtaris nossis rivia

Tene cocis avurda aron du protis rivia

Tue a rivia bai rivia

Ela repetiu isso por sete vezes e o sangue se transformou na palavra: “Pedro”, não havia mais duvidas, a competição acabara, Pedro e Isabelle agora teriam um vinculo que os ligaria para sempre, um filho.

Pedro abraçou Isabelle enquanto ela chorava. Ela ainda não tinha se decidido sobre quem iria escolher, não tinha nem parado para pensar no assunto, e de repente não tinha mais escolha nenhuma, seu destino estava selado ao de Pedro.

Edmundo não aguentou a dor em seu peito e caiu no chão aos prantos.

– Está tudo bem – sussurrou Pedro no ouvido de Isabelle. – Nós vamos ser muito felizes...

Isabelle queria matar Bianca, mas o que aconteceu já era, não adiantava reclamar pelo leite derramado, eles tinham que apenas olhar para o futuro.

Edmundo correu para sua cabine e começou a arrumar suas coisas. Ele não passaria mais nenhum minuto perto do irmão e de sua amada, era incrível como de repente tudo mudara tão subitamente.

Isabelle pediu para todos saírem da tenda, pois queria um momento a sós com sua irmã caçula Carly.

– Carly... Eu senti o que você sente por ele – disse Isabelle.

Carly arregalou os olhos com medo.

– Não se preocupe, não estou zangada – disse Isabelle. – Sei que você teve uma queda por ele desde que o conheceu, mas teve medo de me falar isso, pois achou que eu iria ficar brava com você, foi justamente por isso que fiz vocês dançarem no Baile Letal.

– Eu... Confesso que estava com medo de você, sim, eu sei que você é como uma mãe para mim, mas mesmo assim... – disse Carly. – Eu ia te contar, mas depois vi a sua reação para com Bianca...

– Eu nunca gostei de Bianca, sempre odiei o fato de ela ser inteligente e eu não, mas veja o que o ódio me trouxe...

– Então, você está me dando a sua benção para ficar com Edmundo? – perguntou Carly.

– Eu acho que seremos irmãs-cunhadas – sorriu Isabelle.

Carly sorriu alegremente.

– Vá, fale com ele – disse Isabelle.

– Mas eu tenho que me arrumar!

Isabelle estalou os dedos e Carly estava com o cabelo brilhante e escovado, com um vestido branco pérola de renda irlandesa impecável.

– Obrigada Belle – sorriu Carly e saiu correndo até a tenda dos meninos.

Edmundo já havia empacotado sua mapa e estava saindo da tenda quando avistou Carly. A tenda dos meninos estava numa pequena colina, e era justamente o único lugar em que o sol estava iluminando no momento.

– Edmundo... Eu queria te dizer que... Que eu te amo!

Os dois ficaram se olhando por um mágico momento até que se beijaram. Carly teve que ficar de ponta de pé para alcançar os lábios do amado, mas os dois se envolveram num beijo quente e declarador.

Só pararam quando ouviram os aplausos do restante dos Caçadores de Relíquias.

***

– Você errou, mas o importante é que está arrependida – disse Dédalo tentando consolar sua amada enquanto alisava seus cabelos, a cabeça de Bianca descansava no colo de seu noivo.

– Eu sou uma pessoa horrível! Eu menti e traí minha própria irmã! – disse Bianca.

– Ela fez pior com você, mas tudo está bem agora, Isabelle precisava engravidar para amadurecer, tomar uma decisão certa ao menos uma vez na vida.

– Mesmo assim, Isabelle está sofrendo, e é por minha causa, sei que não deve ser fácil saber que está grávida, eu tenho que me desculpar com ela – disse Bianca.

– Eu também acho que você deveria fazer, afinal vocês são irmãs – aconselhou Dédalo.

***

A ideia de ser mãe ainda estava aterrorizando Isabelle. Ela não saberia como criar um filho, ela ainda não tinha maturidade o suficiente para isso. Por isso chamou Lúcia e Susana para conversar a sós com ela, já que elas iriam ser irmãs. Pedro já comemorava do lado de fora distribuindo charutos e se embebedando de vinho, enquanto ela tinha que ficar de repouso por causa dos enjoos e tonturas, a vida era injusta com as mulheres, afinal.

– Olá futura mamãe – sorriu Lúcia entrando na tenda junto com Susana.

– Olá futura irmã – cumprimentou Susana.

Nenhuma das duas gostava muito de Isabelle, mas já que ela seria cunhada delas era melhor elas se darem bem ainda mais porque iam morar no mesmo castelo para o resto da vida.

– Olá irmãs – cumprimentou Isabelle, já que elas seriam irmãs por lei. – Eu chamei vocês aqui principalmente porque quero ajuda.

– Ajuda para o quê? – perguntou Lúcia.

– Preciso de ajuda para criar esse bebê – chorou Isabelle. – Eu não estou pronta...

Lúcia abraçou a cunhada fortemente.

– Está tudo bem... Nós vamos ajuda-la... Mas Isabelle... Você está pronta – disse Susana.

– Não, eu não estou, eu não saberia ensinar uma criança o que é certo ou errado... Olhe para mim... – disse Isabelle debulhando-se em lágrimas.

– Você já uma mulher Isabelle – sorriu Susana tentando encorajá-la. – Você tem dezesseis anos, está mais do que pronta para criar um filho, desde o momento da sua primeira menstruação.

– Susana, eu errei com todos os meus irmãos, só fiz burrada a minha vida toda... Como poderia ensinar algo de certo a meu filho? – suspirou Isabelle de tanto chorar.

– Maternidade muda as pessoas. Acredite ou não, eu também estava assustada quando fiquei grávida e até um pouco arrependida – disse Susana.

– Mas você é incrível Susana, você é: gentil, inteligente, bondosa e elegante, eu não sou nada disso, sou uma pessoa horrível! – disse Isabelle.

– Acredite Isabelle, só em admitir isso você já está mudando. A antiga Isabelle nunca admitiria o que fez, você será uma mãe maravilhosa, e quando seu filho nascer você vai aprender junto com ele, eu também aprendi – disse Susana.

Pela primeira vez na vida Isabelle estava confiante de que iria ser uma boa mãe.

– Obrigada – sorriu Isabelle.

Depois que Lúcia e Susana saíram da tenda, Bianca entrou logo em seguida com uma rosa cor de rosa, a preferida de Isabelle.

– Ainda quer me matar? – perguntou Bianca tristemente.

– Não – sorriu Isabelle.

– Isabelle... Mil desculpas por ter te enganado, sei como essa situação deve estar sendo difícil para você... – disse Bianca.

– Eu que tenho que te agradecer Bianca. Eu estava perdida na vida, mas agora estou disposta a mudar, se uma pessoa melhor, uma alguém responsável, e estou feliz por estar grávida também, um filho é uma benção na vida de qualquer um – disse Isabelle.

Bianca abraçou fortemente a irmã.

– Você será uma ótima mãe, eu tenho certeza disso!

***

Assim que Lúcia e Susana saíram da tenda foram para a cozinha conversar a pedido de Susana.

– Lúcia... Eu queria te pedir perdão, por tudo que disse e fiz, por favor... me perdoa! – disse Susana se debulhando em lágrimas.

Lúcia começou a chorar também.

– Ah Su, eu senti tanta falta de nós sermos amigas... Mas você estava meio certa afinal, eu me envolvi com um homem comprometido...

– Eu não deveria ter sido tão rude com você...

As duas se abraçaram fortemente.

– Eu te amo – disseram uma para a outra.

***

Hoje era o dia mais feliz da vida de Pedro. Ele iria se casar com a mulher de seus sonhos e ainda por cima recebeu a noticia de que vai ser pai. Mas algo o estava machucando. Ele mal falava com seu irmão desde que os dois brigaram na Ilha Paco, e ele gostava muito de Edmundo para deixar aquela amizade de lado por causa de Isabelle. E os dois teriam que se dar bem já que iriam governar um reino pelo resto da vida.

– Ei Ed – disse Pedro.

Edmundo estava sentado sozinho numa pedra olhando para um ponto fixo distante.

– Oi Pedro, parabéns você vai ser pai! – disse Edmundo forçando animação com um sorriso amarelo.

– E você ficou com Carly, acha que ela vocês serão felizes? – perguntou Pedro, ele estava sendo mais delicado do que de costume.

– Sim, a Carly é muito divertida – disse Edmundo.

– Fico feliz. Escute, Ed... Quero que voltemos a ser amigos, não quero que fique um clima estranho entre a gente, nós vamos governar um país juntos, e é bom esquecermos essa estória de triangulo amoroso, o que nossos filhos vão pensar de nós se souberem disso?

– É claro, também sinto falta de você... Irmão – disse Edmundo, quando ele percebeu, lágrimas caíam de seus olhos.

– Eu te amo Ed! – disse Pedro e abraçou o irmão fortemente, como nunca fizera antes na vida.

– Eu também!

Mal repararam eles que Lúcia e Susana admiravam a cena de longe e quando eles notaram elas começaram rir, os quatro se abraçaram.

– Que bom que estamos todos quites! – comemorou Susana.

– Nossa família estará unida, venha o que vier ou custe o que custar! – disse Pedro.