Relíquias Perdidas escrita por Jazper Targaryen


Capítulo 61
Capitulo 61 – Oh Crianças...


Notas iniciais do capítulo

Esse capitulo está emocionalmente bem forte, mas ao mesmo tempo está muito bonito.
Há um tempo venho virado um grande fã de música instrumental, pra mim, música instrumental se sente e não se ouve. E a música de hoje tocou a minha alma e queria que tocasse a sua também, apenas relaxe e escute-a na hora certa, isso deixará o capitulo muito melhor.
:::::::::::::::::::::::::::::::: MÚSICA ::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::
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Eles não iriam mais acampar, não iriam armar tendas nem fogueiras nem precisariam dos pegasus. Os Caçadores de Relíquias pegaram um barco na Baía dos deuses em Flyre, mas não tiveram tempo de visitar a família, porém os pegasus tinham que acompanha-los, pois quando eles terminassem essa missão, já iriam partir para a próxima.

O barco era de ultima geração, o mais rápido que já existira, era do mesmo tamanho do Peregrino da Alvorada. O convés era pequeno porém no barco haviam três grandes quartos que iriam substituir as três tendas. Eles também teriam um banheiro digno e uma cozinha farta.

Asafe que era o líder, ficou como capitão do navio e Zoë a tenente.

O navio era pintado de azul e era uma beleza de se ver de fora. Em uma semana e meia eles chegariam ao mar de monstros para achar o Tridente de Poseidon, a próxima relíquia perdida. Eles iriam para pelo Mar Estreito até o Triângulo das Bermudas, o lugar do qual nenhum navio conseguiu sair inteiro.

Susana estava entrou na cabine que dividia com Mimí, Lilliandil, Clove e Alícia, apenas Lilliandil estava lá trocando a fralda de Rillian.

– Será que você poderia me dar licença? – disse Susana rispidamente.

– Essa é minha cabine também! – disse Lilliandil.

– Olhe o seu tom de voz! Você está falando com a rainha! – disse Susana.

– Escute aqui, você pode ter arrancado de mim segredos, mas não irá conseguir chegar a lugar nenhum com eles, o que eu fiz permanecerá feito! Não pode ser alterado – disse Lilliandil.

– Quando eu desmascarar você Lilliandil... – ameaçou Susana.

– Você não vai – disse Lilliandil sorridente e confiante.

– Pode apostar que eu vou! – disse Susana.

Mimí entrou na cabine.

– Há algo errado aqui? – disse Mimí encarando Lilliandil.

Lilliandil deu um sorriso alegremente falso e disse:

– Nada.

Depois saiu com Rillian nos braços. Já com um ano e dois meses e o garoto não sabia andar, apenas sabia engatinhar, porém encantava a todos, pois já sabia falar muito bem.

Susana, Theo e Mimí aproveitaram que a cabine estava vazia para conversarem sobre o que Susana descobrira sobre o feitiço de Lilliandil. Todos os outros Caçadores de Relíquias estavam no convés.

– Isso é magia negra! – exclamou Theo.

– É mesmo! – disse Mimí. – Nenhum bruxo do sol conseguiu fazer isso.

– Mas temos que quebrar esse feitiço. A vagalume tem que pagar pelo que fez – disse Susana. – A Bianca está vindo pra cá, já fizemos o que ela disse, já descobrimos o que Lilliandil usou para esse feitiço.

Bianca bateu na porta da cabine e Susana abriu.

– Estamos apreciando o pôr do sol lá do convés – disse ela. – Vocês não vem?

– Depois – disse Susana. – Bianca, já descobrimos o que Lilliandil usou para o feitiço.

– E o que foi? – disse Bianca desconfiada.

– Ela aproveitou o alinhamento dos planetas, drenou poder da lua e usou a pulseira de Afrodite – disse Susana.

Bianca olhou para baixo como se as engrenagens de sua mente estivessem rodando rápido demais.

– Faz sentido, a pulseira é usada para trazer felicidade no amor – disse Bianca.

– E como podemos desfazer isso? – perguntou Mimí.

– Bom, vocês tem que usar elementos tão poderosos quanto esses. Os planetas só se alinharão daqui a quinze anos, mas a lua fica cheia todo mês, e já que ela usou uma das relíquias vocês têm que usar uma para canalizar o feitiço também, e é claro, precisariam de alguém mágico pra realizar o feitiço – disse Bianca.

– Camilla ou eu? – disse Theo.

– Pode ser, mas você e Camilla não tem tanta mana. Você tem certas quantidades, pois estudou um pouco de magia e Camilla possui poderes mágicos de prever o futuro, mas para realizar um feitiço é preciso de mais, principalmente um feitiço como este – disse Bianca.

Mana era a quantidade de magia que cada um tinha dentro de si, todos nesse mundo nascem com determinada quantidade de mana, os que tem maiores quantidades eram magos.

– E quem poderia ser então? – disse Susana aflita.

– Lúcia, ela tem grande potencial mágico, poderia se tornar uma ótima bruxa – respondeu Bianca. – Mas já que Lilliandil é sua rival quem deveria fazer o feitiço é você. Você pode drenar o poder de Camilla e Lúcia.

– Certo, mas como vamos conseguir que os planetas se alinhem? – disse Susana.

– Meu pai é o rei do sol. Ele pode ordenar que os planetas se alinhem, pelo menos por uma noite, eu posso enviar uma mensagem á ele – disse Lilliandil.

– A lua estará cheia na próxima semana, mas qual relíquia eu deveria usar para canalizar o feitiço? – disse Susana.

– O diadema de Hera. Hera é a deusa do casamento e da família, e pelo que sabemos as duas coisas foram tiradas de você, o diadema é a relíquia certa – disse Bianca.

– Eu nem acredito que vamos conseguir! – comemorou Susana com o coração cheio de esperança. – Em uma semana eu terei me marido e minha filha de volta!

Bianca pareceu séria e pensativa.

– Algo errado Bianca? – perguntou Susana.

– É... Eu ainda acho que não é suficiente. Acho que é preciso mais poder, mas tudo bem, Lúcia pode canalizar o poder do Arco de Ártemis e Camilla o poder do Cálice de Dionisio – disse Bianca.

– Eu sei que você está com o pé atrás com a gente Bianca. Eu sei que você pensa que sou maluca, e eu não te julgo por isso. Mas você verá quando tudo isso acabar, você terá minha benção para casar com Edmundo, seremos cunhadas, mais do que isso... Seremos irmãs, mesmo que apenas por lei, nossos filhos vão crescer juntos, seremos melhores amigas – disse Susana.

Bianca animou-se ao pensar que um dia estaria casada com Edmundo e cheia de filhos.

– Você tem razão Susana – disse Bianca. – Estarei cruzando os dedos por você.

As duas se abraçaram.

– Obrigada pessoal. Eu realmente agradeço. Vocês são os melhores amigos que alguém poderia ter.

***

Os Caçadores de Relíquias assistiram o belo por do sol do convés, e aproveitaram para jantar lá também. Susana fizera uma deliciosa macarronada, pois estava de bom humor, há semanas sua comida perdera o tempero especial e estava ficando ruim, mas seu coração estava sarando aos poucos e se enchendo de esperança.

– Você parece feliz hoje Susana – disse Caspian.

Susana sentiu uma flechada no coração e corou dos pés a cabeça. Ela sabia que o amor entre ela e Caspian nunca tinha existido, mas pode ser que viesse a existir... Mas era praticamente impossível, ela sabia que Caspian era um homem honrado e de palavra e honraria sua fidelidade á Lilliandil até a morte. E mesmo se ela se envolvesse com ele novamente, voltaria á posição de Lilliandil.

– Isso é porque tive um bom sonho Caspian – disse Susana meiga.

Lilliandil ardeu de ciúmes e Susana adorou aquilo.

– Então... Meu amor, eu também tive um belo sonho – disse Lilliandil agarrando o braço de Caspian.

Caspian deu um sorriso apaixonado para ela e agora Susana ardeu de ciúmes.

– E com o quê você sonhou minha rainha? – disse Caspian.

Era pra ele estar chamando a mim de rainha! Pensou Susana com ódio fervendo nas veias.

– Sonhei com a coroação do nosso filho, ele era o rapaz mais bonito que já existiu, sonhei que ele era um rei bondoso e cheio de compaixão, e ele governava o reino sempre ouvindo os conselhos de outros príncipes e princesas – disse Lilliandil.

– Outros príncipes e princesas... – questionou Caspian.

Lilliandil sorriu de orelha a orelha e alisou sua barriga num gesto circular.

– Estou grávida – disse Lilliandil e Caspian retribuiu o sorriso e logo em seguida a beijou com todo o fogo de uma paixão verdadeira.

Fora exatamente o que ele fizera quando descobrira que Susana estava grávida pela segunda vez. Susana sentiu como se uma pedra de dez toneladas tivesse atingido ela com força máxima, de repente, Susana não sentia mais o chão ou o que a segurava, mesmo estando sentada.

Todos na mesa de jantar aplaudiram e deram os parabéns ao casal, até o bebê Rillian que estava sentado numa cadeira de bebê ao lado de sua babá Carly que antigamente era babá de Alêx. Todos pareciam realmente felizes, menos Theo, Bianca, Mimí e Susana que agora estavam decepcionados.

Susana segurou o seu choro o máximo que podia e saiu andando devagar enquanto todos estavam distraídos fazendo perguntas como: “Há quanto tempo está grávida?” “Estão torcendo por menino ou menina?” “Tomara que seja uma menina para vocês formarem um casal!”.

PLAY >>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>

Susana foi para o porão do navio, onde toda a comida e água estavam estocadas. Ela sentou no chão e escorou-se numa caixa de batatas e chorou como nunca chorara na vida, mas estava segurando os gritos para que ninguém soubesse que ela era apaixonada por Caspian, ela já tinha ficado com fama de louca quando havia surtado pensando que os dois já tinham se casado e tinham uma filha.

Alex... Tudo o que ela conseguia pensar era em sua família, Caspian poderia apenas ser visto como um romance que não dera certo, o que pode acontecer muitas vezes, mas Alex era sua filha, sua garotinha.

Tudo que fez Susana não surtar foi a sensação de abraçar sua filha novamente. Não havia mais coisa que ela quisesse no mundo do que ter sua família de volta.

Quando ouviu sons da Lira de Apolo sabia que todos estavam comemorando, assim como comemoraram a segunda gravidez de Susana, então ela começou a berrar em tom médio. Ela ainda sofria pensando em Caleb, mas já tinha aceitado sua perda, pois ele estava sendo criado por uma família feliz e decente, mas agora, nenhum de seus filhos existira, enquanto Lilliandil estava feliz com dois filhos do homem que ela ama!

Theo entrou aflito no porão e a abraçou fortemente e depois sentou do seu lado com sua mão direita entrelaçada na mão esquerda de Susana. As mãos de Theo eram quentes e confortáveis e passavam calma para Susana.

– Su, eu sinto muito – disse Theo.

– A culpa não é nossa – disse Susana. – Talvez eu seja mesmo muito azarada.

– O que você está dizendo? Nós vamos continuar com o plano! – disse Theo.

– Theo? Lilliandil está grávida! Se fizermos o feitiço para fazer tudo voltar ao que era antes essa criança não existirá mais – disse Susana.

– E daí Susana? Lilliandil é do mal, ela tirou o amor de sua vida e praticamente matou sua filha. E essa criança que está no ventre dela não deveria nem ter sido concebida! – disse Theo.

– Mas o fato é que ela foi concebida Theo. Por mais que eu odeie Lilliandil eu tenho compaixão por esse outro filho que ela está esperando, o pobrezinho não pediu para ser concebido, se eu fizer tudo voltar ao normal ele não existirá, foi exatamente o que Lilliandil fez com minha filha, eu não quero me igualar a essa monstra – disse Susana.

– E o que você vai fazer? – perguntou Theo preocupado.

– Vou ajudar a resgatar Aslam que está sequestrado. Vou lutar pelo meu reino, se eu sobreviver vou pedir a ele para voltar para o meu mundo, e lá vou recomeçar a minha vida – disse Susana com o rosto sujo de lágrimas.

Theo a abraçou fortemente e os dois ficaram daquele jeito por horas, até que resolveram sair, o convés já devia estar vazio.

Eles ficaram na margem do estibordo do navio e ficaram assistindo ao nascer do sol, ela com a cabeça deitada no ombro dele. O carinho de Theo era tão confortante...

– Ou eu podia ficar nesse barco com você, só nós dois. Velejando para sempre... Eu sempre adorei viagens de barco... – disse Susana.

– Seria a vida perfeita – sorriu Theo.

– A gente poderia mesmo ficar aqui... Ficar velhinhos... – disse Susana.

O sol já estava começando a nascer e Theo teve uma ideia.

Ele pegou a Lira de Apolo que estava em cima da mesa de jantar. A Lira de Apolo tocava sozinha a música que você desejasse. Theo passou os dedos pelas cordas e a Lira começou a tocar uma música em um belo tom romântico e estendeu a mão, convidado Susana para uma dança.

Susana realmente não estava com o mínimo animo para dançar, era realmente a ultima coisa que ela queria fazer, mas aceitou ir por causa de Theo, ele estava desesperado para fazê-la animar-se.

Eles começaram a se movimentar devagar, mas muito próximos um do outro. Susana não conseguia desfazer a carranca que estava, mas conforme Theo foi balançando-a e dançando com ela, a carranca foi se desfazendo e se transformou num leve vislumbre de um sorriso.

Theo sabia realmente dançar, diferente de Susana e Caspian que pareciam ter dois pés esquerdos.

Ao longo da música Susana foi se animando e conseguiu até soltar uma gargalhada. Pela primeira vez em horas ela esqueceu que sua vida estava arruinada. Tudo que ela conseguia pensar era na bela música que tocava. Os dois dançavam enquanto a cor do céu ia clareando cada vez mais conforme o sol nascia.

Quando o sol já tinha nascido, a música sessou e Susana lembrou que ia ser infeliz pelo resto de sua vida, mas pelo menos pensar nisso já era suportável.

– Deveríamos dormir um pouco – disse Susana, a carranca voltara para seu rosto.

– Você vai ficar bem? – disse Theo.

– Sim, eu vou – disse Susana e foi para sua cabine.

Da porta do dique para dentro do navio, Mimí observava tudo com profundos ciúmes.


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Notas finais do capítulo

Lembrando: Caleb ainda existe e está terminando de ser gerado no ventre de uma bondosa mulher que é matriarca de uma bela família no país de Aslam. Ele ainda existe, pois foi para outro mundo quando morreu, mas Alex não existe, pois a realidade do mundo real foi alterada e como o amor de Susana e Caspian nunca existiu, ela também nunca existiu.

Antes que vocês me massacrem nos comentários eu queria dizer para lerem o próximo capitulo (depois de comentarem esse) antes de abandonar essa fic.

Perguntas:

— O que achou da música e do momento de Susana e Theo?
— O que está achando da 'gravidez' de Lilliandil?