Relíquias Perdidas escrita por Jazper Targaryen


Capítulo 60
Capitulo 60 – Por Causa do Vinho


Notas iniciais do capítulo

Hey! Mais um capitulo novinho em folha para vocês devorarem.
Esse capitulo tem música, mas não se esqueçam de parar a música ao sinal, o.k.?
Spoilers a parte, esse capitulo está muito engraçado e revelador! Vocês não podem perder!
:::::::::::::::::::::::: MÚSICA :::::::::::::::::::::::::::::
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Era estranho para todos estarem rodeados pelo entulho do que um dia fora uma das cidades mais festeiras do mundo, há milhares de lendas e músicas sobre a bela cidade de Tafes. E Lúcia, Camilla e Theo passaram a maior parte da semana construindo o rastreador que os levaria até a próxima Relíquia Perdida.

Mas hoje era o dia em que todos iriam festejar, pois passaram a semana inteira planejando e organizando a festa. Costuraram toda a decoração com fitas e Apolo ajudou todos a comporem divertidas músicas temáticas especialmente para essa festa, pois seria uma festa regada ao vinho de Dionisio, dizem que é por causa disso que as festas em Tafes eram tão boas, porque seu fornecedor de bebidas era o deus da festa.

Enquanto uns passaram a maior parte do tempo preocupados com uma festa de arromba, Susana passou a semana inteira junto com Theo e Mimí vasculhando todos os livros de Bianca relacionados com magia. A dor de ver Lilliandil, Caspian e Rillian juntos como uma família feliz era insuportável, mas o mais insuportável era a saudade que ela tinha de Alêx, nem mesmo a esperança que mantinha Susana viva e sana não dava para superar essa dor.

Eles três estavam lendo sem parar sozinhos na tenda que Susana dividia com: Liliandil, Clove, Mimí e Alícia.

Theo que adora ler e estudar podia ter certeza de que seu cérebro estava derretendo. Ele nunca estudara tanto para algo. Desde os onze anos começou o treinamento para ser médico. Ele não era o filho mais velho, não iria herdar um trono, por isso podia fazer o que gostasse, mas ela não estava gostando daquele clube de leitura, e pelos olhares de sua amiga Mimí ela sentia o mesmo que ele.

Susana estava incrivelmente exausta de ler sem parar, ela não conseguia ler nem mais uma palavra, tudo que ela havia feito por uma semana era ler, ler e ler novamente.

Num impulso descontrolado jogou o livro Magia Contrária com violência na cama, até Theo e Mimí se assustaram.

– Su, acho que já é hora de uma pausa, não acha? – disse Theo.

Susana enterrou o rosto nas mãos e começou a chorar tudo que não tinha chorado essa semana porque estava lendo. Theo a abraçou fortemente, e Mimí sentiu uma flechada de ciúmes.

– Obrigado gente, vocês são as melhores pessoas do mundo, não posso confiar nem nos meus próprios irmãos agora, eu realmente agradeço, mas parte de mim me diz que eu vou viver nessa vida miserável pelo resto da minha vida – disse Susana soluçando de dor.

Theo pôs seu rosto bem próximo ao dela e colocou uma mecha de seu cabelo escuro atrás de sua orelha. Theo podia jurar que estava sentindo a mesma dor que Susana, ele deixou até escapar uma lágrima de seus olhos.

– Nós vamos consertar isso, nem que seja a ultima coisa que façamos – disse Theo com firmeza na voz.

Susana queria acreditar nas palavras de Theo, mas sua mente não deixava-as entrar.

– O pior de tudo é que isso tudo é minha culpa – disse com o rosto cheio de lágrimas.

– Su, porque não deixamos todas essas pesquisas de lado e vamos aproveitar um pouquinho a festa? Hoje tem muito vinho, vai te ajudar a relaxar – disse Mimí.

– Você tem razão, talvez ajude – disse Susana limpado as lágrimas. – Eu vou tomar banho e me arrumar, encontro vocês depois.

Susana foi para o rio buscar um balde de água para tomar banho. O banheiro do acampamento era uma casinha de madeira. Ela se banhou com a água gelada do rio e vestida com trajes de banho e enrolada por uma toalha foi para a sua tenda e encontrou Liliandil já arrumada e trocando a fralda de Rillian feliz como nunca. Susana estaria fazendo exatamente a mesma coisa se fosse casada com Caspian e eles tivessem uma filha.

– Olá Susana – cumprimentou Liliandil com falsidade.

– Pra você é majestade – disse Susana rispidamente enquanto vestia um de seus belos vestidos violeta.

– Como? – indagou Lilliandil aparentemente ofendida.

– Foi o que você ouviu – insistiu Susana.

– Acontece que eu também sou rainha de Nárnia, e não existe uma lei que diga que uma rainha deva chamar outros reis e rainhas do mesmo país pelos títulos – retrucou Lilliandil.

– Acontece Lilliandil, que você é apenas rainha consorte de Nárnia, você não lutou batalhas nem cuidou do reino como eu ou Lúcia, então refira-se a nós como majestades – disse Susana.

– Eu sou esposa do rei e mãe do futuro rei de Nárnia – disse Lilliandil.

– Tudo que você fez foi se casar com Caspian, casamento não faz uma rainha consorte ser mais privilegiada do que uma rainha que reinou e reina por mérito de verdade – disse Susana.

– Eu posso ser rainha consorte, mas quando você e Lúcia se casarem eu serei a única rainha de Nárnia, e vocês apenas rainhas consortes – disse Lilliandil.

Susana nunca havia pensado naquilo. Ela sabia que um dia Lúcia iria se casar e ser rainha consorte de algum lugar, mas Susana sempre seria a rainha de Nárnia. Ela decidiu simplesmente ignorar Lilliandil e por um fim naquela discussão antes que ela se descontrolasse. Ela nunca achou que poderia sentir tanto nojo de Lilliandil, ela fica enjoada só de vê-la ou escutar sua voz, mas ela também sente ódio só de olhar para Rillian, sempre sentiu, toda vez que ela o olha ela lembra de que Caspian e Lilliandil já dormiram juntos e se amaram, mesmo que tenha sido só por uma noite, seu sangue fervia só de pensar nisso. Hoje ela só queria beber bons vinhos e relaxar.

PLAY >>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>

A decoração era feita com panos e símbolos dos brasões de cada família dos Caçadores de Relíquias, todas as artes foram obras de Alícia. Um leão para os Pevensie, um coração com asas e uma faca no meio para os Flyre’s e uma árvore com um arco e flecha para os Shamat’s.

Apolo, Theo e Edmundo começaram a tocar e Camilla a cantar. Era a canção que eles tinham composto para celebrar os quatro meses que haviam passado juntos desde que embarcaram nessa jornada.

Havia três reis e três rainhas de Nárnia

Dois príncipes e cinco princesas de Flyre, mais a princesa prometida

Embarcaram em uma longa jornada

E nessa jornada, doze relíquias procuravam

A lâmina de suas espadas eram tortuosas

Tão quanto as princesas e rainhas eram calorosas

Todos eles eram amigos

Sofreram, felicitaram e receberem castigos

Mas se choraram ou sorriram, o importante é que aventuras viveram

Todos os Caçadores de Relíquias aplaudiram e elogiaram a música. A banda começou a cantar mais músicas animadas e todos provavam avidamente dos vinhos, até mesmo Bianca, na verdade ela só resolvera provar por influencia de Edmundo, mas acabou entrando na onda.

Em duas horas se divertindo e bebendo, todos já estavam embriagados o suficiente para dizer os mais profundos segredos. Todos estavam rindo e dançando histericamente.

Isabelle saiu contando a todos que se ela pudesse namoraria com todos os homens do mundo ao mesmo tempo. Zoë disse a Zay que ela o amava e ele disse o mesmo e eles passaram a noite inteira dando amassos. Isabelle também passou a noite inteira beijando Nico. Alícia passou a noite inteira dançando e beijando Pedro. Edmundo dançava e pulava em cima da mesa com Bianca. Caspian dançava animadamente com Lilliandil e Clove dançava com Asafe ao mesmo tempo que beijava em sua boca. Apolo e Camilla começaram a tocar músicas meio desinibidas e a noite foi assim.

Susana estava dando altas risadas com Theo e Mimí, ambos estavam contando várias histórias engraçadas. Theo contou a história da senhora de sessenta anos que foi sua paciente e que tentou paquera-lo. Mimí contou do dia em que foi em uma festa no planeta Vênus e acordou num galinheiro. Mas acabaram contando segredos profundos como o fato de Theo já ter namorado uma mulher casada e Mimí já ter armado pra cima de uma garota no reino do Solaris só porque tinha inveja dela.

– Ela era muito gostosa a Senhora Moster – disse Theo.

– E aquela patricinha de merda se achava melhor do que todos – disse Mimí.

– Eu já pensei em matar aquele maldito bastardo do Rillian – disse Susana. – Eu odeio olhar para aqueles olhos, sabe. Aquele olhar me lembra muito o de Caspian, ele se parece muito com Caspian, se parecia com minha Alex também.

De repente Susana não estava rindo mais histericamente. Ela começou a ficar triste.

– Sabe o que você devia fazer Su? – disse Theo em meio a risadas.

– Deixar de largar do seu pé pra você vir namorar comigo – falou Mimí seriamente. Theo a encarou e depois os dois deram gargalhadas, estavam claramente chapados.

– Eu acho que você deveria ir até aquela vadia e perguntar por que ela é tão mau amada, vá lá – disse Theo.

– Quer saber? Eu vou sim! – disse Susana, ela não estava tão chapada quanto Theo e Mimí, mas ela ia perguntar outra coisa á Lilliandil.

Lilliandil estava dançando alegremente com Caspian e os dois davam altas risadas.

– Ei vadia, vem cá – disse Susana e puxou Lilliandil em meio a risadas das duas.

– O que foi sua prostituta chata? – disse Lilliandil gargalhando.

Se Susana estivesse cem por cento sóbria iria mandar cortar a língua de Lilliandil.

– Eu queria saber que tipo de magia você fez pra tirar meu marido de mim e matar minha filha sua cadela imunda! – disse Susana com ódio na voz.

Lilliandil gargalhou alto e descontroladamente.

– Eu aproveitei que os planetas estavam alinhados, drenei magia da lua, tudo isso com uma das Relíquias, adivinha qual foi? – disse Lilliandil com um sorriso de orelha a orelha.

Susan pensou e disse: – A pulseira de Afrodite...

– Exatamente! Eu vou ser alegre e feliz por toda a minha vida e você vai ser miseravelmente infeliz! A vida é assim mesmo, uns nascem pra ser felizes e outros não! – disse Lilliandil e voltou a dançar com Caspian.

Susana queria afogar suas mágoas no mais seco vinho daquela festa, era tudo que ela precisava, mas ela já tinha avançado um passo, ela já sabia tudo o que Lilliandil usara para fazer esse feitiço, ela só precisava descobrir como revertê-lo. Ela queria beber mais vinho, mas lembrou-se de escrever tudo o que Lilliandil disse para não esquecer no outro dia. Ela pegou o Magia contrária e antes de começar o livro havia uma página em branco onde estava escrito:

Pertence á princesa Bianca de Flyre

Ele escreveu acima: Lilliandil usou planetas a lua e a pulseira para fazer o feitiço. Enfiou o livro debaixo de seu travesseiro e voltou para a festa. Se embriagou, dançou e contou todos os seus segredos para todos como todo mundo fez o mesmo. Todos beberam, riram e contaram seus segredos, mas quase antes de o sol nascer eles não aguentavam mais e foram dormir, quase ao mesmo tempo.

STOP

***

No outro dia todos acordaram ao meio dia com muita dor de cabeça e lembrando pouquíssimo do que fizeram ontem á noite. Tudo que eles lembravam é de que falaram seus segredos e ficaram muito animados, era só.

Susana lembrara de que ela descobrira algo muito importante sobre o Lilliandil, mas ela não conseguia lembrar de absolutamente nada e já estava começando a ficar desesperada e começou a chorar como um bebê.

– Su, você está pior que Rillian – disse Alícia.

Mimí abraçou-a.

– Eu descobri Mimí... Eu descobri... Mas eu não me lembro… DEUS! EU ME ODEIO! – disse Susana.

– Aposto que ninguém nesse acampamento se lembra de nada de ontem à noite, majestade – disse Lilliandil com desdém. Mas Lilliandil também estava muito preocupada, ela sabia que tinha contado um segredo muito importante, mas ela não lembrava para quem ou o que foi.

– Que coisa ridícula. Você é a rainha Susana de Nárnia, lutou em lendárias batalhas, e agora está chorando como um bebê? – disse Clove menosprezando-a.

– Vem, vamos tomar um café, quem sabe você não se lembra... – disse Mimí e foi com Susana até a cozinha.

Lilliandil viu que um livro estava escondido debaixo do travesseiro de Susana, achou muito estranho e tirou o livro de lá, ela o olhou e leu o que estava escrito. Na mesma hora assustou-se e rasgou a página do livro e escondeu-o.

– Por que está mexendo nas coisas de Susana? – perguntou Alícia.

– Ah... E-estou apenas... er... eu queria essa receita de bolo – disse Lilliandil.

– Você está mentindo! – sorriu Alícia, sua marca de nascença que lia emoções tinha certeza disso.

– Não, não estou mentindo! – retrucou Lilliandil ofendida.

– Esse livro nem é de receitas, e só é preciso ver a sua expressão quando o olhou e quando mentiu – disse Alícia.

– Está bem. Me prometa segredo. Eu arranquei essa página porque quero fazer um poema para Susana – disse Lilliandil.

– Eu imagino que um dia você soube mentir, mas acho que esse dia não é hoje – gargalhou Alícia. – Ou você me diz o que tem nessa página que arrancou ou eu conto para Susana.

– Olhe a língua pirralha! Você está falando com a rainha Lilliandil de Nárnia! – vociferou Lilliandil com raiva.

– Quem é você pra me chamar de pirralha? Eu já tenho quinze anos e você dezenove, você não é tão mais madura do que eu – disse Alícia. – Mas não se preocupe, se você me contar eu não conto pra Su, seu segredo estará a salvo comigo.

– Isso é um segredo muito importante que eu devo ter contado para Susana ontem a noite, ela foi esperta e escreveu pra não esquecer, mas parece que a retardada esqueceu disso – disse Lilliandil.

– E que segredo é esse? – perguntou Alícia.

– Você já sabe coisa demais – disse Lilliandil.

– Susana, eu acho que encontrei algo aqui! – gritou Alícia bem alto.

– Cala boca sua desgraçada! – gritou Lilliandil.

– É errado mexer nas coisas dos outros, sabia? – disse Alícia. – Você foi esperta em não me contar, eu iria contar á Su de todo jeito, pois ela é minha amiga.

Susana entrou eufórica na tenda, tinha bebido um café forte, mas não se lembrava de nada.

– Eu peguei essa vagalume mexendo nas suas coisas – disse Alícia.

Lilliandil estava com a página que arrancou em uma mão e o livro na outra mão.

– O que você está fazendo com meu livro? – vociferou Susana.

– E-e... Eu queria pedir emprestado – disse Lilliandil.

– E pra pedir emprestado é preciso arrancar uma página? – disse Susana.

Lilliandil estava num beco sem saída.

– Me dê essa página! – ordenou Susana.

– Não! – teimou Lilliandil.

– Alícia, pegue-a pra mim, por favor – pediu Susana.

Alícia estava mais perto de Lilliandil do que Susana. Susana sabia que Lilliandil não era rápida, pois Lilliandil nunca nem tocara num arco. Alícia rapidamente pulou a cama de Lilliandil e arrancou o livro e a página dela e deu a Susana.

Susana leu e sorriu sobriamente pela primeira vez desde que acordara o seu mundo desmoronara, ela já tinha andado o primeiro passo.

– Um conselho Lilliandil, nunca beba e conte seus segredos – sorriu Susana e fez um “bate aqui” com Alícia.

Todos retomaram ás suas atividades normais. Mas um cálice de ouro encrustado com diamantes cor de vinho apareceu no meio da mesa onde eles costumam fazer refeições, uma mesa que estava suja.

– Mas... Esse é o cálice de Dionísio? – perguntou Asafe.

– É sim, eu o vi hoje de manhã cedo e fui pesquisar. Eu acho que ele apareceu porque precisávamos passar pela perdição, e foi bem o que aconteceu ontem á noite – disse Bianca.

– Essa foi a missão mais fácil até agora – disse Theo pegando o cálice.

– Gente, vocês viram a Zoë? Ela não dormiu na nossa tenda – disse Bianca.

– Eu também não vi o Zay, ele não dormiu conosco – disse Edmundo. Aparentemente ele tinha acabado de acordar, mas mesmo assim beijou e abraçou Bianca.

Todos começaram a procurar por Zoë e Zay, mas Alícia os encontrou dormindo embaixo da mesa das refeições. Eles estavam com as roupas da festa, não poderia ter... Acontecido, ou poderia?

Alícia pegou seu caderno de desenhos e seu lápis e começou a desenhá-los, esse momento tinha que ficar registrado, ela pediu a todos para guardarem segredo sobre o desenho, pois Zoë o picaria em pedacinhos só de raiva.

Quando Zoë e Zay acordaram todo mundo já havia empacotado todo o acampamento e todos ficaram assistindo eles brigarem enquanto Alícia fazia piadas. Eles se lembrariam desse dia pelo resto de suas vidas. O mapa já mostrara todos os caminhos anteriores, eles já encontraram oito das doze Relíquias Perdidas, e a sua próxima aventura seria no mar de monstros em busca do tridente de Poseidon!


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Notas finais do capítulo

Perguntas:

— O que achou da festa de comemoração de quatro meses dos Caçadores de Relíquias?
— O que achou de Alícia defendendo a Su?
— O que achou da música?
— O que achou do segredo dos Caçadores de Relíquias?
— O que achou de Z|Z nesse capitulo?

Próximo Capitulo: