Relíquias Perdidas escrita por Jazper Targaryen


Capítulo 45
Capitulo 45 – Garotos Brincam Com Brinquedos, Garotas Brincam Com Garotos


Notas iniciais do capítulo

Esse capitulo está bem grandinho, mas é um dos meus preferidos, está divertido e instigante. E tinha que ter um titulo que combinasse com o capítulo, então escolhi um ditado da minha personagem preferida de PLL "Boys play with toys, and girls play with boys". E é uma frase de como as garotas podem ser perigosas e como os garotos podem ceder a elas, eu acho isso muito divertido, então... Bom capitulo!
E não se esqueçam da MÚSICA!!!
:::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::... MÚSICA ...::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::
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À noite, os empregados invisíveis de Calipso fizeram uma mesa com vinte cadeiras de dar água na boca, arroz de forno, lasanha, frango, e outros pratos deliciosos, e inclusive mousse de morango de sobremesa.

Todos viram como Zoë estava bela com aquela maquiagem e aquela roupa, Zay ficava desviando o olhar dela toda hora e ela estava adorando aquilo, Zay ficar a admirando sendo que nunca a terá. Zoë sentou perto de Pedro, e os dois ficaram conversando fingindo interesse um no outro, ficou bem convincente para Zay que parecia arder de ciúmes.

Isabelle estava fingindo não estar com ciúmes e focar na sua próxima etapa do seu plano que ela estava chamando de “Passagem Para O Elísio”. Depois do exame de consciência que ela fez hoje, ela viu que fez muita coisa ruim, e mesmo que o seu ditado preferido fosse “Garotas boas vão ao céu, as más vão aonde quiserem” aquilo não era verdade, garoas más ficam nos campos de asfódelos ou nos campos de punição, e as boas vão para o Elísio, quando você está em Flyre você tem que ser muito puro para ir ao paraíso (País de Aslam), normalmente você vai para o mundo inferior.

Ela pôs Bianca e Edmundo um do lado do outro e instruiu Edmundo a conversar com ela, Bianca ficou encantada, e apareceu um brilho nos olhos de Edmundo enquanto ela conversava com ele e Isabelle ficou feliz. Um tempo sem namorado não ia fazer mal a ela.

Depois do jantar todos foram fazer o que sempre fazem, contar histórias em volta da fogueira, bater um papo furado, mas Isabelle tinha uma ideia melhor.

Ela pegou uma garrafa de vidro de uísque e uma colher e começou a bater os dois para chamar atenção.

– Ei gente – cumprimentou ela falando em alto e bom som. – Eu queria fazer alguma coisa pra agitar, então que tal o jogo da garrafa?

Todos se animaram, porque era um jogo intrigante e delicioso, mas alguns não concordaram, basicamente os que tinham namorados.

– As regras são essas: Sem ciúmes, sem se importar, sem recusar o.k.? – disse Isabelle.

Alícia comemorou, queria ir também, e só os que iam participar eram: Zoë, Pedro, Edmundo, Bianca, Carly, Zay, Apolo, Alícia, Nico e Calipso, a pedido de Zay.

Afrodite ensinara o truque a Isabelle, tudo que tem haver com amor, beijo, abraço, carinho e etc. tudo isso ela tem poder, e também os filhos de Afrodite possui uma qualidade especial para ser cupido, por isso ela podia girar a garrafa pra onde ela quisesse mentalmente, sem ninguém perceber, e ela sabia o que ela iria fazer, não iria fazer todas as vezes pois isso faria o jogo ficar sem graça.

Ela foi a primeira, e cuidou para a garrafa parar em Nico, ela não queria que caísse em Pedro e Edmundo, isso fazia parte do plano, ela então beijou Nico que pareceu o homem mais feliz do mundo, e ela sorriu, Alícia olhou com olhar de desaprovação. Nico girou a garrafa e dessa vez Isabelle não fez nada.

A garrafa apontou para Alícia. Alícia hesitou, ela nunca tinha beijado Nico na vida, ele era só amigo dela, e os dois brigavam o tempo todo. Ele era tipo um irmão pra ela, aquilo era muito estranho, mas como eram as regras do jogo, e eles estavam jogando. Foi estranho, mas ela sentiu alguma coisa e logo terminou o beijo.

Zoë beijou Pedro várias vezes. Nem um dos dois sentia nada de especial, aquilo tudo era pra irritar Zay, e estavam conseguindo, pois ele beijou Calipso quando chegou a sua vez, e chegou a vez de Zoë arder de ciúmes.

Isabelle também fez a garrafa apontar para Bianca e Edmundo. Os dois se beijaram lentamente, Bianca estava muito nervosa. Era a primeira vez que ela iria beijar Edmundo, e ela o amava tanto, às vezes, mesmo com Eros ela ainda pensava nele, seu coração estava batendo a mil por hora, ela estava tão nervosa. Até que seus lábios encostaram-se aos dele e ela ficou tão feliz, seu coração saltou em direção ás nuvens.

Alícia ficou feliz em perceber várias emoções nesse jogo, pela sua marca de nascença ela realmente sentiu que Edmundo estava intrigado e que sentiu algo muito forte por Bianca. Garrafa vai garrafa vem garrafa vai, beijo vai beijo vem, eles se cansaram de jogar, menos Isabelle é claro. Até que chegou a ultima rodada.

Isabelle beijou Zay e Apolo. Alícia conseguiu seu objetivo ao entrar na brincadeira, beijar Apolo.

– Ei vão com calma aí, isso não é peça de Romeu e Julieta – brincou Camilla que só estava olhando a brincadeira.

Apolo havia beijado Isabelle, Zoë e Bianca enquanto Camilla gargalhava. Aquilo era só uma brincadeira sem importância. A brincadeira terminou e Pedro chamou Zoë para uma conversa e Edmundo chamou Bianca para outra. Tudo como Isabelle queria. Mas o que ela não esperava era que Nico fosse procura-la, ela se divertiu porque Nico tinha se apaixonado por ela com aquele beijo. Ela adorava aquilo, ela adorava quando os garotos ficavam completamente apaixonados por ela quando ela piscava os olhos ou os beijava.

– Me desculpa você é tão fofo, mas não acontece – disse Isabelle apertando o queixo de Nico, ela usou o poder de charme pra se livrar dele, mas também pensou que se distrair com ele algumas vezes não seria uma má ideia.

De um lado da fogueira, Zoë conversava animadamente com Pedro e do outro lado da fogueira Zay estava conversando com Calipso, os dois haviam se beijado no jogo da garrafa.

Zoë estava com muitos ciúmes, quase não conseguia voltar os olhos para Pedro que parecia estar envolvido com ela. Ela estava odiando a maneira que Zay estava envolvido com Calipso, por mais incrível que pareça ela estava com mais ódio de Calipso. Zoë sentia uma raiva inacreditável, ela queria que Zay fosse dela e de mais ninguém. Ela precisava urgente falar com Alícia.

– Eu vou buscar uns sucos – disse Zoë á Pedro e foi atrás de Alícia.

Alícia e Camilla estavam saboreando diferentes pratos artesanais feitos pelos empregados invisíveis de Calipso. Zoë puxou Alícia para tenda das meninas, Alícia ainda segurava um prato que era um vulcão de panquecas sendo que no lugar da larva havia mel.

– Eu espero que seu chamado seja urgente porque eu tava me divertindo muito ali – disse Alícia.

– Esse plano do ciúmes não está funcionando – disse Zoë preocupada.

– Por que não? – perguntou Alícia mastigando panqueca.

– Por que o Zay não está com ciúmes, ele tá todo caído por aquela Calisto – disse Zoë emburrada.

– É Calipso – corrigiu Alícia.

– É bom você ter outro plano, porque este não está funcionando – disse Zoë emburrada.

Alícia passou um minuto saboreando seu vulcão de panqueca.

– E aí? – perguntou Zoë.

– Calma, eu preciso raciocinar tá! Não é fácil quando você é uma pessoa incrível, e eu estou com fome – protestou Alícia.

– Você acabou de jantar – disse Zoë.

– E? – perguntou Alícia.

– O.k. Me dá isso aqui – disse Zoë pegando o prato de panquecas das mãos de Alícia.

Alícia bufou. – O.k.

– Olha, o Zay está mortinho de ciúmes, e ele é esperto, ele vai querer se vingar ou fazer-se sentir o contrário do que ele está sentindo, por isso ele está dando encima de Calipso – disse Alícia.

– Mas agora que você disse isso eu pensei uma coisa, como ele podia estar com ciúmes de mim? Ele só se envolveu comigo por causa do meu arco, ele não sente nada por mim – disse Zoë.

– E como você explica aquela cara durante o jantar? Zoë eu conheço meu irmão, ele se apaixonou por você – disse Alícia lambendo os dedos sujos de mel. – E porque você está toda histérica com ele investindo em Calipso? – perguntou maliciosamente.

– Não seja estupida – mentiu Zoë.

A marca de nascença de Alícia estava dizendo para ela que Zoë ama tanto Zay quando ele ama ela. A sua marca de nascença era um sinal em forma de coração no qual a sua pele era dura e engilhada, ele ficava a uns sete centímetros a baixo do polegar, ela sempre cobria com maquiagem.

– Pode devolver minhas panquecas agora? – perguntou Alícia.

Zoë as devolveu e lembrou-se que tinha que pegar sucos para ela e Pedro. Ela pegou os sucos e quando voltou Pedro não estava mais esperando-a, ela gostou, pois era a oportunidade perfeita para causar um acidente.

Ela estava caminhando normalmente quando tropeça e derrama dois sucos em Zay e Calipso, perfeito, não? E foi o que ela fez. Zay e Calipso acabaram encharcados com suco de laranja e Zoë acabou gargalhando.

– Que droga foi essa? – reclamou Zay encarando Zoë enquanto Calipso saiu pra se limpar.

– Ah, mil desculpas – disse Zoë. – Quer ajuda?

– Não, obrigado! – resmungou Zay.

Zoë saiu satisfeita.

Isabelle e Pedro estavam se beijando escondidos na floresta. Isabelle prometeu ser a ultima vez em algum tempo, ela não resistia a boca de Pedro, beijar ele era um sentimento inexplicável, assim como também era beijar Edmundo, ela nunca esteve tão indecisa em sua vida.

– Como era mesmo aquele ditado? “Garotos brincam com brinquedos, garotas brincam com garotos” – disse Isabelle.

– Nunca ouvi esse – disse tentando beijar Isabelle novamente.

– Desculpe, mas não vamos poder fazer isso durante um bom tempo – disse Isabelle.

– Podemos ficar nos encontrando escondidos! – retrucou Pedro.

– Não seria justo com Edmundo, e eu dei minha palavra a Zoë – disse Isabelle.

Ela e Pedro tomaram caminhos diferentes e voltaram para a fogueira. Zoë continuou conversando com Pedro, mas a conversa não estava muito animada, porque os dois estavam se esforçando para fazer aquilo dar certo, mas Pedro não parava de pensar em Isabelle, e Zoë em Zay.

Zoë foi dormir pensando em Zay, em como o mistério através daqueles olhos verdes floresta que a faziam perder o folego a intrigava. Ela odiava mistérios, mentiras, a não ser que seja num bom livro, ela odeia Isabelle porque Isabelle é muito misteriosa, tudo o que ela diz tem um significado especial só para ela, e ela olha pros outros e sorri como se soubesse todos os segredos de todo mundo.

Zay é um mistério diferente. Zoë não sabe o que Zay quer, nem o que ele deseja, nem o que ele vai fazer, ele não transparece confiança nem ser verdadeiro e muito menos naturalidade, ela odeia pessoas assim, a única coisa verdadeira que ela viu em Zay foi os ciúmes dele ao ver ela com Pedro, a tentativa dos ciúmes deu certo por um momento, e depois ele jogou seu charme para Calipso, e isso é o que mais intrigou Zoë, num momento ele estava ciumento e depois estava dando encima de outra.

Zoë nem imaginava que parte do que ela sentia a Zay era ciúmes, ela pensou que essa raiva fosse normal já que faz pouco tempo que ela terminou com Zay, mas ela terminou a mais tempo do que ela passou namorando, e foi muito forte pra acabar tudo de uma hora pra outra. Ela não estava ferida nem magoada, ela odiava Zay, na mesma hora que cada vez que olhava pra ele e ficava gradativamente apaixonada.

De manhã teve a nova etapa da mesma maquiagem e a escolha da roupa do dia. Os vestidos de Alícias eram incríveis, ao mesmo tempo que se poderia usa-los de pijamas poderia usa-los em festas. Hoje ela vestiu um azul com renda irlandesa preta.

De manhã, quando a mesa linda e gostosa estava pronta feita pelos empregados de Calipso, todos foram tomar café. Teve toda aquela estória da fila do banheiro e Zay demorou mais de dez minutos, e deveria procurar água potável no lugar mais próximo para colocar no banheiro.

De manhã Zoë sentou ao lado de Pedro e ficou conversando, do mesmo jeito fez Zay com Calipso, e Edmundo com Bianca, os dois eram tão lindo juntos, um casal tão agradável e belo. Alícia e Carly discutiam pelo cargo de babá de Alêx. Não ia precisar, pois já que Susana não estava mais cozinhando (tarefa que agora se direcionava aos empregados invisíveis de Calipso), ela tinha todo o tempo para cuidar de Alêx.

Isabelle gostava de observar Nico, ele era tão atrapalhado e engraçadinho que ela achava fofo, enquanto ela ficava afastada de Pedro e Edmundo, não seria uma má ideia se distrair com Nico, ela não queria quebrar o coração dele, mas podia ser divertido já que falam que esse é um dom dos filhos de Afrodite, mas só tinha um problema, tinha Alícia que ficava encima de Nico e era noiva dele, ela sabe que eles não se amam, isso é um discernimento dos filhos de Afrodite, e se ela não o ama nem gosta dele, não é certo ficar com ele, ou é?

Assim que todos terminaram de comer a sobremesa, Isabelle sentiu uma terrível indigestão e dor nos ossos, tão grande que começou a gritar, ela estava amarela, seu nariz e sua boca estavam amarelos e parecia que ela estava fazendo careta, seus braços não queriam se curvar pra frente, suas unhas começaram a diminuir, ela começou a diminuir, e quando percebeu virou uma pomba loira e suas roupas ficaram para trás.

Todos ficaram chocados ao ver aquilo. Isabelle era uma pomba, que sentido havia naquilo? Ela começou a piar desesperadamente e Bianca pegou ela na mão. Pedro e Edmundo estavam assustados e preocupados. Ainda dava pra perceber seus lindos olhos castanhos e as penas tinham tomado a coloração dos cabelos.

– Ai meu Deus, o que vamos fazer agora? – perguntou Carly preocupada.

– Como foi que ela se transformou numa pomba? – perguntou Alícia interessada.

Bianca estava raciocinando para buscar uma solução, e a solução era obvia.

– A pomba é a marca de Afrodite – disse Bianca. – Ela é filha de Afrodite lembram?

Todos fizeram sinal de entendimento.

– Pensei que ela fosse a filha e não a marca de Afrodite – disse Zoë.

– Acho que isso pode ser revertido – disse Bianca. – Como foi que ela ativou isso?

Isabelle piava e chorava na mão de Bianca.

– Ela ficou com raiva ou coisa assim? – perguntou Alícia.

– Não, ela estava tranquila, estava ao meu lado – disse Carly.

– Camilla, você é o mais próximo de uma bruxa que temos aqui – disse Zoë.

– Eu não sabia que ela era uma animaga – disse Camilla pegando Isabelle na mão.

– E o que faremos então? Alguém tem algum feitiço que remova isso? – perguntou Zoë.

– Isso tem a ver com os deuses – disse Bianca.

Theo falou:

– Acho que é melhor esperarmos ela voltar...

– Voa passarinho! – disse Camilla sorridente como uma criança de dois anos jogando Isabelle pra cima.

Isabelle subiu piando e esperneando e estava prestes a cair e se espatifar no chão quando pegou impulso e voo. Ela adorou aquilo, era tão bom ficar tão alto, cortar o vento, ela se sentiu livre, leve, solta... Ela sentiu que não seria tão ruim ser um passarinho pro resto da vida, e quando ia pousar na mesa do café, caiu estatelada no cereal. Isabelle estava com ódio de Camilla e começou a bica-la e correr atrás dela, foi engraçado.

– Esperemos ela voltar ao normal em algumas horas, se não, a gente vê o que faz – disse Theo.

– Ela fica melhor como passarinho – disse Camilla alisando a cabeça de Isabelle com o indicador e Isabelle bicou a mão dela.

– Concordo – brincou Zoë.

– Vem passalinho, eu vou te dar semente de girassol – disse Camilla levando Isabelle pra caverna de Calipso.

Susana já sabia quem saberia o que fazer com Isabelle. Ela foi atrás de Liliandil.

– Porque não disse que podia fazer alguma coisa hoje com Isabelle? – perguntou em tom de desafio.

Liliandil primeiramente olhou “Não vê que eu estou ocupada?” e depois colocou um falso sorriso no rosto.

– Eu não estou entendendo.

– Ah, não era você que sabia fazer magia? Você não foi pra Ilha de Circe? – disse Susana.

– Eu nunca transformei ninguém num pombo – disse Liliandil com desdém.

– Mas você podia ajudar – disse Susana.

– Eu não sei – disse Liliandil. – Vou ver o que posso fazer, agora se você me deixar eu terminar meu tricô...

– Por que você está tricotando roupa de bebê? – perguntou Susana curiosa.

– Eu tive um sonho, e ainda tenho sonhos, sonhei que estava com um lindo menininho recém-nascido. Eu sonho em um dia me casar, ter filhos... – disse Liliandil sorrindo.

Aquilo era um jogo de advinha em palavras escondidas que Susana decodificava como girava a tampa de uma garrafa. Ela estava falando que pretendia ficar com Caspian e ter mais filhos para fazê-lo feliz, por isso que ela disse o “menininho” e o sonho de se casar, ninguém casaria com Liliandil sabendo que ela tem um filho, talvez, um homem cheio de compaixão, de preferencia Caspian que é pai do filho dela. Susana não pensou em nenhuma resposta para Liliandil, não conseguia, estava muito arrasada.

Zoë aproveitou o tempo livre para conversar com Pedro e fingir que estavam apaixonados, eles nunca se confessavam um para o outro, sempre pareciam estar envolvidos na brincadeira, até que era legal.

Mas ela queria saber qual era a de Zay, ela precisava descobrir quem ele é, pois um dia tem que estar preparada para salvar a vida dele, já que ele mais ou menos salvou sua vida em Quebec, e ela tem que retribuir, é uma necessidade dela, ela não consegue nem dormir pensando nisso, e só depois que ela devolver o favor (que não foi pedido) á Zay, ela não vai poder mata-lo.

Ela viu Zay indo com um balde para a floresta, certamente ia buscar água no rio, pois passou mais de dez minutos no banheiro. Zoë queria se divertir um pouco com ele, como foi mesmo que Isabelle disse á ela uma vez? “Garotos brincam com brinquedos, garotas brincam com garotos”, isso devia ser o novo lema dela nesse novo estágio de vida.

Ela sabia que Zay babava olhando para os lábios dela e para o rosto, porque ela estava mais bonita que nunca, e aquilo era divertido, mas não era divertido ela ter ciúmes dele, não era nada divertido, era chato, segundo Zoë, e não tinha graça, mas a verdade era que ela tremia as pernas quando Zay balançava o cabelo dele, e quando ela olhava para aqueles olhos verdes floresta, tão misteriosos, e a aquela pose de galã confiante a fazia desmaiar, fora a boca dele que a fazia perder o sono durante a noite.

Zay abriu alguns botões da camisa que fizeram Zoë fazer o coração bater a mil por hora, ela estava escondida atrás de um tronco no chão. Zay pegou o balde e o colocou no rio, Zoë achou incrível como uma pessoa podia ser tão sexy pegando água no rio. Mas agora era chance dela.

– Hey, passou muito tempo arrumando o cabelinho no banheiro? – disse Zoë sarcástica.

Cabelinho que você fica espionando – disse Zay com um sorriso maroto que por pouco não fez Zoë desmaiar, mas ela mantinha a pose sarcástica e confiante.

– Queria rir um pouco, as coisas estão chatas por aqui, queria ver como você se saía – disse Zoë.

– Você queria era ver se eu tirava a camisa – disse Zay marotamente.

Ele desabotoou mais um botão. Zoë estava fervendo de raiva e medo e desejo, é possível alguém sentir isso ao mesmo tempo? Ela queria dar um chute em Zay na medida que ele se aproximava, mas ela estava muito sem folego.

Zay estava se divertindo, ele sabia que Zoë gostava dele, e ele queria ficar com ela, e também queria brincar um pouco, Zoë ficava muito mais sexy irritada, e ele adorava ver ela irritada, pelo menos ela falava com ele, e ele se sentia melhor, mesmo se ela lhe dissesse um palavrão todo dia.

Ele estava bem perto dela, e ela ficou mais nervosa ainda, então disse a si mesma: Vamos lá Zoë... Pense!

– Afaste-se, eu tenho namorado – disse Zoë. Zay ficou irritado.

– E ele sabe que você anda me espionando? – provocou Zay.

– Nós fizemos uma aposta, até o fim do dia ele me conta uma coisa engraçada e eu conto uma coisa engraçada pra ele, eu queria contar que vi um babaca todo idiota tirando água do rio – disse Zoë com um sorriso sarcástico.

Zay pareceu mesmo irritado.

– E você é muito próxima dele? – perguntou ele enciumado.

– Sim, na verdade, a gente vem se conhecendo melhor desde que ele brigou com minha irmã, então nesses dias ela terminou com ele, e nós começamos – disse Zoë fingindo um sorriso apaixonado. – Nós estamos tão felizes, na verdade, eu tenho que contar pra ele o que eu acabei de ver, então se me dá licença...

– Eu estou muito... – disse ele puxando-a mais pra perto e dando um beijo grande na bochecha dela. – Feliz por vocês, tipo, aquela nossa coisa em Shamat... E agora nós estamos seguindo em frente, eu com Calipso e você com Pedro...

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Zoë ficou atordoada, sua bochecha estava ardendo de adrenalina, aquele beijo foi uma ótima sensação, mesmo que só fosse na bochecha, ela queria outro e outro e outro e outro, mas o foco interrompeu, ela nunca queria lavar a bochecha de novo, mas queria dar um chute nas bolas de Zay, estava com muito ódio, e fingiu nojo ao limpar a bochecha que nem estava suja.

– Escute aqui. Nunca. Me. Toque. Outra. Vez – disse Zoë furiosa. – Eu quebro tudo de osso que você tiver!

– Eu pago pra ver – disse Zay com raiva e a puxou para os braços dele. Zoë cedeu, ela se lembrou de como era a sensação de estar com ele, de beijá-lo e era mil vezes melhor quando ela estava o odiando. Parte dela queria mata-lo, mas parte queria beijá-lo, e por um segundo de descuido ela desligou-se do ódio e o desejo venceu.

Ela estava pronta para que Zay a beijasse e ele o fez. Ela colocou uma mão no pescoço dele e a outra o abraçou, ele a abraçou forte, e o beijo continuou, intenso e saboroso, com toneladas de emoção e adrenalina. Droga, droga, droga, pensou Zoë, não era pra ela estar beijando Zay, isso não fazia parte do plano, mas era uma vontade... E era tão bom... O ódio ultrapassou o amor novamente e ela precisava fazer alguma coisa, mas tinha que ser épico, e ela já sabia o que faria...

Há um minuto ela pensou em chutar as bolas dele, isso seria épico, e porque não agora? Num forte impulso ela acertou seu joelho bem no meio da virilha dele, e o beijo teve que cessar, Zay caiu de dor, e Zoë gargalharia se não estivesse ardendo de ódio.

Ela colocou a sapatilha na maçã do rosto de Zay.

– Você me escutou? – disse Zoë apertando o pé contra a cabeça dele enquanto ele gemia de dor. – Nunca. Me. Toque. De novo. Homens não tocam em mim! Só o meu namorado.

Zay parou de gemer e sorriu como se estivesse tramando alguma coisa. E estava, ele puxou a perna que Zoë estava pisando na sua cara e ela caiu encima dele e começou a espernear, e os dois começaram a rolar na terra e caíram no rio de roupa e tudo. A água estava gelada do jeito que Zoë gostava, seria uma bela oportunidade e um cenário épico para afoga-lo ali.

– Idiota, filho da mãe, seu bosta! – bradou Zoë dando tapas em Zay enquanto ele sorria de felicidade. Ela parou e os dois ficaram se encarando e Zay riu.

– Você é linda – disse Zay com um sorriso radiante.

– Eu sei – disse Zoë.

Os dois se encararam por mais um momento e Zay beijou Zoë novamente, e os dois afundaram dentro d’água, Zoë nunca imaginou que beijar dentro da água era dez mil vezes melhor do que em terra firme, e ela queria tanto beijar Zay, e aquela duvida a torturava tanto que ela resolveu se entregar ao beijo. Foi um erro. Mas já estava decidido, aquilo era bom demais pra ela recusar, era surreal.

Se dependesse de Zoë o beijo duraria sete minutos, que foi seu recorde máximo embaixo d’água, mas Zay não era tão bom nadador assim, e o beijo durou exatamente dois minutos e quarenta e cinco segundos. E no momento que voltaram á superfície, o ódio e o arrependimento preencheram Zoë.

– Gata, acho que seu namorado não vai gostar de ficar sabendo disso – disse Zay.

Zoë pulou encima dele, mas dessa vez não aconteceu nenhum beijo, ela estava tentando afoga-lo, mas não conseguiu, Zay tinha mais força que ela e a pegava de um jeito que a fazia se arrepiar. Ela acabou saindo da água com as roupas pesadas de encharcadas, e Zay atrás dela, ela correu, mas Zay a alcançou e a puxou pela mão.

– Amanhã aqui, mesma hora o.k.? – disse ele, Zoë odiava como ele parecia mil vezes mais sexy molhado. Aquilo não era um convite para Zoë, era uma intimação para o seu coração que estava prestes a obedecer.

Ela soltou sua mão da dele e foi embora, com raiva. Ela tinha que falar seriamente com Alícia. Pra variar ela estava comendo junto com Camilla, e Zoë a puxou para a tenda das meninas.

– Posso saber por que não me chamou pra ir tomar banho no rio também? – reclamou Alícia.

– Depois falamos disso, o que eu quero é uma solução, não está funcionando – disse Zoë.

– Essa conversa de novo? Eu já disse que tá funcionando você não vê a cara dele quando você tá com o Pe...

– Eu o beijei – interrompeu Zoë.

– O quê? – perguntou Alícia sorrindo de felicidade.

– Duas vezes, e nós rolamos na areia e fomos pra água e... – disse Zoë arrependida.

Alícia ficou boquiaberta.

– Vocês... Dormiram juntos? – perguntou Alícia baixinho.

– Não viaja cabeção! – disse Zoë.

– Que chato – disse Alícia desapontada.

– Preciso de um novo plano, um plano pra ele desistir – disse Zoë. – Você não tem nada?

– Eu sou sua maquina de planos agora? – reclamou Alícia.

– Sim – disse Zoë. – Tem ou não alguma coisa? Se não, pense!

– Tá, tá legal, tá, eu tenho um plano – disse Alícia. – Mas é pequeno.

– Fale – mandou Zoë.

– Você que abaixe o tom comigo o.k.? É muita bondade minha estar ajudando você, não abuse – disse Alícia.

– Anda logo!

– Tá! Eu queria tipo, que ele ficasse escondido espiando você e Pedro, pra que ele ficasse com mais ciúmes e tivesse certeza de que você o ama – disse Alícia.

– Ele marcou de se encontrar comigo amanhã na mesma hora... – disse Zoë.

– Perfeito! – disse Alícia. – Você vai antes com o Pedro e depois que ele chegar ele vai espionar vocês, perfeito!

– E se der errado, e se ele chegar antes e se ele disser ao Pedro o que houve no rio? – disse Zoë preocupada.

– Expectativas positivas, amada – disse Alícia. – Você é meu primeiro projeto de caçadora de Ártemis vadia, te amo muito, a gente pensa em outra coisa se der errado.

– Caçadora de Ártemis vadia? – disse Zoë.

– Cai entre nós, você é uma vadiazinha – riu Alícia.

– E você é uma vadiazona – riu Zoë.

– Você é nojenta – riu Alícia.

– Você é uma vadia nojenta – riu Zoë.

– O termo vadia foi inventado só para você – disse Alícia.

– Parou – disse Zoë cansada de trocar insultos.

– Vamos almoçar vadia – disse Alícia.

– Você acabou de comer vadia – disse Zoë.

E as duas saíram da tenda trocando “vadias”.


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Notas finais do capítulo

- Perguntas:

* O que achou dos momentos entre Zay e Zoë?
* O que acha dos conselhos e dos planos de Alícia?
* O que achou da Isabelle ter virado um pombo?

Próximo Capitulo: Cachorro, Pombo e Isabelle.



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