– Lillian? – indagou Caspian olhando para a moça com uma capa de chuva e um bebê nos braços, Lilliandill parecia chorosa e estava em sua forma humana, e tinha uma mala grande, os Pevensie a acolheram, e mandaram trazer toalhas e chocolates quentes.

– Como você chegou aqui? – perguntou Susana.

– É uma longa história, – disse Lillian dando uma mamadeira de leite ao bebê.

– E de quem é esse fofo? – disse Lúcia olhando para o bebê.

– Ele é meu filho, meu e seu Caspian – disse Lillian olhando para Caspian.

Todos ficaram boquiabertos, principalmente Caspian que não conseguia acreditar, mas tinha um grau de 98 por cento de certeza.

– Como? – indagou Susana.

– Nos deitamos uma semana antes de vocês chegarem, lembra Caspian? – perguntou Lillian, seu rosto era tão inocente que todos conseguiam entende-la.

– Gestações de estrelas duram pouco, depois de dois meses, nasceu Rillian, eu tive trabalho para escondê-lo de papai, durante a noite eu o deixava com as ninfas do bosque, mas uma vez, de manhã precisei sair, e o deixei perto de uma ninfa dorminhoca que protegia os bosques de maçãs, Rillian acabou comendo uma, papai ficou furioso porque eu tive um filho sem pai, me expulsou de casa ontem, Rillian e eu não temos para onde ir – disse Lillian.

Todos a olharam com extremo lamento e pena, e estavam todos, quase, odiando Caspian, pois aquilo era inaceitável, os Nárnianos aceitaram o fato de Susana e Caspian terem uma filha antes de se casarem, até porque Alêx nasceu muito rápido, e a gravidez de Susana foi violenta e os dois se casaram.

Mas esta situação estava muito bagunçada, o fato era que era inaceitável pros nárnianos, Caspian ter um filho fora do casamento. Mesmo Rillian sendo o bebê mais fofo, depois de Alêx. Caspian podia até ser depostos do trono ou coisa pior, o fato era que Lilliandill não poderia ir embora, pois não tinha para onde ir, Rillian não teria direito nenhum ao trono, e ele e sua mãe viveriam escondidos em Nárnia, mesmo se Susana e Caspian fizessem de Rillian filho legítimo deles, Lilliandill teria de viver com eles, pois seria crueldade e covardia abandoná-la.

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Susana saiu da biblioteca aos prantos, porque o reino todo acharia que ela era um péssimo exemplo de esposa, mesmo que ela não tivesse nada a ver com isso nem tivesse nenhuma culpa. Mas o que mais a atormentava era que Lillian entraria em sua vida com Caspian pelo resto da vida.

Durante esses dez meses após o nascimento de Alêx, Susana e Caspian estavam muito mais que felizes, brincavam com Alêx a tarde toda, tudo estava perfeito, e eles até planejavam ter mais filhos, faziam piquiniques ao sol da tarde, passeavam pela praia... Era tudo perfeito de mais pra ser verdade.

Susana correu para seu antigo quarto, com o carrinho de bebê de Tukin, pousou Alêx sobre o carrinho, e chorou de prantos em sua antiga cama, isso poderia até prejudicar Alêx no futuro, ela estava destinada a ser a rainha mãe, como Susana, e para isso teria que se casar, mas Rillian como primogênito homem poderia tomar o lugar de Alêx. Isso poderia dar um duelo até a morte.

Ela também não suportaria ver Lillian pelos corredores do castelo, e nem Caspian brincando com Rillian com Lillian por perto. Caspiana partir de agora teria duas famílias, mesmo que uma ficasse na sombra e na vergonha da família real, Susana não suportaria isso. Tudo que queria era viver feliz com Caspian e Alêx, mas agora, para os dois, era impossível. E chorando em sua cama, adormeceu pesadamente.

Ela estava num bosque claro e límpido, com uma piscina de pedras de águas puras, o vento cortava as risadas da família embaixo de um pé de Jambo, estavam rodeados de folhas cor de rosa.

Correu para ver quem eram, o pai e a mãe estavam se beijando, e o bebezinho brincando com os brinquedos de Alêx, mesmo sendo menina, Alêx gostava de bonecos e bolas, o pai e a mãe terminaram o beijo e Susana acordou gritando.

– Ninguém aguenta os pesadelos! – disse Lúcia abraçando Susana.

Todos os Pevensie e Caspian estavam no quarto de Susana, ninguém a aguentava em uma crise, ela costumava acordar a vizinhança inteira, ou todo o castelo.

Lúcia se ofereceu para dormir com Susana, as duas dividiam o quarto e estavam mais acostumadas.

Esse foi o mais leve dos pesadelos que Susana teve aquela noite, ficou horrorizada vendo a noite que Rillian foi concebido.

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É claro que a viajem de hoje foi cancelada, por causa dos ocorridos ontem, e ninguém conseguiu dormir a noite toda por causa de Susana, menos Caspian que não pregou o olho pensando no que fazer.

Susana acordou muito culpada, por ter acordado Alêx várias vezes, fazendo ela ter sustos.

Todos, até Mimí estavam esperando alguma fala de Caspian em relação a Liliandil e Rillian, ela trouxe o pequeno bebezinho para tomar café na mesa do salão principal, e ninguém a não ser Susana, conseguiam botar cara feia para os dois.

– Tomou alguma decisão? – cobrou Pedro.

– Sim – disse Caspian. – Eu não posso deixar meu filho nem sua mãe aqui, está muito perigoso, é minha obrigação proteger minha família.

Susana ficou boquiaberta, e todos na mesa olharam com desprezo para Caspian, lágrimas pesadas e sem barulho desceram do seu rosto, era como se ele estivesse colocando Liliandil e Rillian em primeiro plano, ou em primeira família.

– Levando em conta que Nárnia está perigosa; nós viajaremos amanhã; e Rillian terá direito ao trono, ele é meu primogênito homem, e tudo que eu quero é ser um bom pai, pois eu não tive um, então peço a todos descrição sobre Lilian e Rillian, por enquanto – completou Caspian.

Susana retirou Alêx e ela mesma da mesa. Pedro ficou com extremo ódio de Caspian, Edmundo não gostou, mas aceitou, Lúcia e Mimí demonstravam preocupação quanto a Susana.

– Isto é inaceitável – disse Pedro.

– Ele é meu filho, tem todo direito ao trono – disse Caspian.

– Mas não é legítimo – disse Pedro.

– Podemos recorrer a câmara...

– Alêx é sua filha legítima, e a mais velha da geração de herdeiros, deverá ser a rainha prudência de Nárnia, assim que se casar é assim que está no tratado – disse Pedro.

– Tecnicamente Rillian é mais velho alguns dias do que Alêx – disse Caspian.

– Está demonstrando favoritismo? – indagou Pedro furioso. – Nunca se iluda, Alêx será a rainha daqui a dezessete anos, nem que para isso tenha que haver um duelo – disse Pedro.

– Não! – protestaram Mimí e Lúcia.

– Nesses duelos sempre vencem os mais treinados, acredite, seria crueldade manda-los a vida toda para treinaram e no final duelarem até a morte pela coroa, eles perderiam a juventude toda por uma coisa fútil – disse Mimí.

– Nós temos dezessete anos para pensar, por enquanto manteremos a descrição, e só abriremos o assunto daqui a anos, vão haver brigas constantes entre vocês, e mais do que nunca precisamos ficar unidos, olhem para fora, então por Nárnia devemos prometer descrição em relação aos não legítimos, e devemos fazer as pazes, e conquistar amizades – disse Lúcia.

Pedro e Caspian se desculparam pela discussão. Caspian estava muito arrependido de ter falado aquilo na frente de Susana, e foi para o quarto de sua rainha, até ontem os dois estavam vivendo um felizes para sempre.

Felizmente a porta estava aberta, e Susana estava chorando em sua cama, e a pequena Alêx abraçada a ela. Caspian foi lá e deu um abraço nas duas.

– Amor, olhe, eu nunca quis que isto acontecesse, mas aconteceu, eu não esperava, e aconteceu antes de vocês duas chegarem, mas eu nunca vou deixar de amar vocês por isso, eu não tenho nada a ver com Liliandil, mas Rillian é meu filho, e eu só procuro ser um bom pai para ele, para ele e para Alêx, e só vamos discutir sobre o trono daqui a dezessete anos – disse Caspian dando um beijo na testa de Susana.

– Mas eu não se se aguentaria isso durante dezessete anos – disse Susana, mais calma.

– Isso não estava nos nossos planos, mas eu prometo a você, que vamos ser felizes pelo resto da nossa vida – disse Caspian, e seus lábios encostados nos de Susana trouxeram tranqülidade á família, e Caspian iria dedicar o dia de hoje a sua legítima família.

Caspian amava Alêx e Susana mais do que tudo nesse mundo, e ultimamente Alêx estava mais bonita do que nunca, seus cabelos dourados como as pétalas da flor de fogo eram encantadores, os emaranhados olhos verdes de Susana destacavam a beleza da pequena, que ainda não sabia andar nem falar.