Hesthia, Ainda Há Esperança escrita por Luiza Rabelo


Capítulo 19
Longe sobre as montanhas enevoadas e frias


Notas iniciais do capítulo

O que estão achando, o que acham que irá acontecer, dê hipóteses, conversem comigo, falem do que gostam e do que não gostam. Digam qualquer coisa, pode falar sobre a história ou não. Você que sabe. (to carente, percebe-se) ):



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-Sim. –Eu disse dando de costas para Sebastian, ainda com raiva dele. Mas não raiva imortal, raiva de ciúmes. Fui até Wrath que estava sentado na pedra, digamos, sua pedra. –Está tudo bem? –Perguntei.

-Sim... –Ele disse finalizando a frase, mas eu sabia que havia algo por traz desse “sim”.

-Vamos lá! Pode falar. –Eu disse.

-É que... –Hesitou. –Esquece... –Wrath disse meio inseguro.

-Então tudo bem... Se quiser falar comigo, estou disposta a qualquer hora... –Falei colocando minha mão em seu ombro, e ele imediatamente olhou para mim. Por um momento achei que aquilo o incomodou e retirei minha mão no mesmo instante e me virei para Adella. –Temos peixe para comer hoje? –Perguntei.

-Não, temos que buscar mais... –Adella disse.

-Acho que devíamos inovar um pouco, mas não hoje... –Falei.

-Está com raiva de mim? –Sebastian perguntou me olhando.

Eu apenas o olhei com total desprezo e me sentei em um toco de madeira que ficava logo na entrada do acampamento onde fazia sombra, e, como o dia estava quente e ensolarado, este lugar era propício e eu achava que eu havia acabado de marcar o meu lugar, como Wrath.

Alguns minutos se passaram e comecei a bater no toco de madeira que estava sentada, era oco, e o som que saia tinha certa melodia. Fiquei ali, batendo seguidamente na madeira fazendo sons e lembrei-me da canção da história que meu pai cantava para mim quando era menor. Chamava-se Far Over the Misty Mountais Cold (Longe Sobre as Montanhas Enevoadas e Frias). A história era minha preferida, só de me lembrar dela já me arrepiava toda, com meu pai cantando, fazia mais efeito. Hunter, meu pai, sempre quando acabava a história dizia que realmente havia acontecido a mesma há muitos anos. E, eu acreditava, na verdade, acredito até hoje. Era fascinante em tudo, o modo que meu pai contava, cantava, interpretava, era realmente minha preferida. E comecei a lembrar vagamente da letra, que não era em nossa língua, e sim, uma tal língua inglesa. Mas me lembrei de um trecho e comecei a bater na árvore de acordo com o ritmo, e cantei baixo para não chamar atenção.

“Far over the misty mountains cold,

To dungeons deep and caverns old,

The pines were roaring on the heights,

The winds were moaning in the night,

The fire was red, it flaming spread,

The trees like torches blazed with light”

(The Hobbit)

A letra da música me arrepiou por inteira. A voz do meu pai quando cantava, dava um tom mágico a mesma, forte e com emoção. E, por lembrar de meu pai, senti saudades dele, da forma que me tratava, com toda a atenção e carinho possível; sempre achava um tempo para conversar comigo.

-Disse algo? –Sebastian se voltou para mim.

-Como ouviu...? –Disse percebendo que ele havia me escutado a cantar.

-Lobos têm seus sentidos totalmente aguçados. Inclusive o da audição. –Falou. –Mas, o que disse?

-Eu estava lembrando a música que meu pai cantava para mim quando era menor. –Respondi.

Sebastian caminhou até mim e assentou-se do meu lado.

-Está com raiva de mim? –Perguntou.

-Raiva não seria a palavra certa... Mas acho que eu estou com ciúmes... –Confessei o olhando.

-Escuta, eu estava fazendo aquilo de brincadeira só para ver sua reação... –O interrompi.

-Não gosto desse tipo de brincadeira.

-Você sabe que eu te amo, e nada irá mudar o que sinto por você. É mais forte que qualquer coisa que exista. –Sebastian disse olhando em meus olhos, fixamente.

-É outra de uma das suas brincadeiras? –Perguntei.

-Eu não brinco com esse assunto... –Sebastian disse logo seguindo de um beijo. –Mas que música é?

-Eu não lembro direito, só de uma parte... –Falei decepcionada comigo mesmo.

-Pode cantar para mim?

-Tudo bem...

Bati na madeira oca conforme o ritmo e comecei a cantar novamente. Ao finalizar o trecho, Sebastian ficou maravilhado com o que havia escutado ali.

-Apesar de eu não ter entendido o que a letra significava, a melodia foi maravilhosa. –Sebastian confessou.

-Se é que eu me lembro, a tradução é a seguinte:

“Longe sobre as montanhas enevoadas frias,

Para masmorras profundas e cavernas de idade,

Os pinheiros foram rugindo nas alturas,

Os ventos foram gemendo na noite,

O fogo era vermelho, expandia flamejante,

As árvores como tochas brilhou com luz”.

-Fascinante. –Sebastian disse.

Eu sorri e uma lágrima se escorreu dos meus olhos involuntariamente.

-Está chorando? –Perguntou preocupado.

-Apenas me lembrei de meu pai. –Eu disse a enxugando com minha mão.

-Deveria ver seu pai algum dia desses... –Sebastian sugeriu.

-Melhor não... Ele não vai querer saber de mim. Afinal, eu o abandonei sem dizer nada. Apenas uma mera mensagem dita foi deixada por mim, na qual minha amiga a anunciou. –Eu disse. –Além disso, não só meu pai, quanto todos da minha cidade devem estar me odiando agora... Afinal, eu os deixei.

-A cidade pode estar te odiando, mas eu tenho certeza que seu pai não está. Mas em pequenas hipóteses, ele estar realmente raivoso com você, não se esqueça de que tem Adella, e eu. –Sebastian disse tentando me animar.

Cheguei mais perto de Sebastian e o abracei. Sussurrei para ele.

-Obrigada por tudo. Se não fosse por você e pela Adella, eu não estaria aqui.

-Eu que agradeço por você ter aparecido em minha vida. –Retribuiu o sussurro.

Apenas sorri e continuei abraçada a ele.

-Mudando completamente de assunto, só por curiosidade, quando é seu aniversário? –Sebastian perguntou saindo do abraço.

-Mês de Klowpy, dia vinte e nove.

-Mês que vem? –Perguntou.

-Sim. –Confirmei.

-Terá uma surpresa quando chegar o dia. –Sebastian afirmou o que me deixou para baixo.

-Não gosto de surpresas... –Falei.

-Por que não? –Perguntou injuriado.

-Me deixam agoniada, e quando estou agoniada, eu sou exageradamente chata e irritante. –Confessei.

-Eu consigo te aguentar... –Sebastian disse confirmando.

-Acho melhor não... –Avisei.

-Fica tranquila.

-Então ok, você que me aguente. –Eu disse, e logo perguntei. –Mas o que é mesmo?

Sebastian sorriu e disse.

-Não irá conseguir saber isso tão cedo...

Cruzei os braços como uma pirralha que quer tudo na hora, fiz bico, me levantei e fui conversar com Adella.

-Vamos buscar os peixes? –Sugeri.

-Vamos, já que não estou fazendo nada mesmo... –Respondeu.

Avisamos a Wrath e Sebastian que estávamos indo buscar os peixes, e eles concordaram. Demorou um pouco para chegarmos até o lago, mas uma hora tínhamos que chegar. Pegamos os peixes e o levamos de volta para o acampamento. Depois de deixa-los até o ponto no fogo, comemos, e depois Sebastian e Adella foram dormir um pouco. Só ficamos eu e Wrath. Ele estava sentado na pedra e eu sentada no toco de madeira.

–Selene, posso falar algo que estou sentindo? –Wrath perguntou me olhando.


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Notas finais do capítulo

Queridos (as) que estão lendo o capítulo, essa música, Far Over the Misty Mountains Cold, não fui eu que criei, óbvio, e ela é música tema de "The Hobbit", caso queiram escutá-la: http://www.youtube.com/watch?v=8OiYDUEu3i8
E, o mês Klowpy corresponde a Abril. :)
-A imagem que coloquei não tem nada a ver, sorry guys.-
Enfim, é só, eu acho. Obrigada por lerem amores. ♥



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