Hesthia, Ainda Há Esperança escrita por Luiza Rabelo


Capítulo 1
Onde tudo começou




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Sou Selene Treese, filha de Jade Gottom Treese e Hunter Treese, minha mãe era uma arqueira, meu pai, um tritão, eles se conheceram quando meu pai pediu para a velha anciã das águas pernas de humano; minha mãe o achou na areia de uma praia deserta, aonde ela ia todos os dias para ler o livro dela, ela resolveu cuidar dele, o levou para casa, e o deixou morar lá por um curto período, mas meu pai havia se esquecido de mencionar uma coisa extremamente essencial: que ele era um tritão. Como o efeito das pernas duram apenas cinco dias, no quinto dia que estava na casa de minha mãe, sua barbatana voltou a aparecer, quando ela chegou em casa foi um impacto muito grande, ela não sabia o que fazer pois ao passar muito tempo longe da água a barbatana de nossa espécie resseca, e esta é como se fosse o nosso segundo coração, então meu pai estava quase morrendo ressecado, e minha mãe além de não saber o que fazer estava raivosa com ele por não ter revelado que era um tritão desde o início, a única coisa que ela pode fazer foi levá-lo para sua banheira e enchê-la de água, ou seja, meu pai sobreviveu em seus últimos minutos de vida; minha mãe logo pediu explicações do acontecido, e ele logo explicou que ficou tão apaixonado que se esqueceu de todos os seus problemas que tinha, ela o compreendeu pois sentiu a mesma coisa, e a partir dai começou a paixão dos dois, ela o levou de volta para o mar, e eles combinaram sempre de se encontrar no mesmo lugar que se conheceram. Foi em algum desses encontros amorosos, que minha mãe ficou grávida do meu pai; foi começando uma discussão (sem brigas) sobre o meu nome, meu pai queria Yara, minha mãe, Selene; faltando dois dias para o meu nascimento, um vírus se espalhou na vila onde ela morava, ela decidiu levar algumas coisas de sua casa para a beira do mar para que ela não ficasse com esse vírus, e que o mesmo, não passasse para mim. Meu pai foi super atencioso com minha mãe, buscava comida no fundo do mar para ela, a vigiava enquanto dormia, posso dizer que ele ficava a observando e dando assistência vinte e quatro horas sem descanso algum. Meu pai me disse que fui teimosa, e fui nascer um dia antes do dia previsto. Ele chamou a sereia que mais tinha experiência em partos, e ela foi logo ajudar minha mãe. A mulher que fez o meu parto tentou de tudo para que minha mãe não morresse, mas não teve jeito, ela disse ao meu pai que ou foi porque ela não tinha porte para parir uma sereia, ou que foi aquela doença que havia acontecida em sua vila. Meu pai desabou, a única mulher da vida dele não poderia cuidar de sua própria filha junto à ele; e foi assim, em homenagem a minha mãe ele colocou meu nome de Selene, e ele jurou que cuidaria de mim até a sua morte incansavelmente, me treinaria para combater qualquer ameaça que tentasse me machucar. Assim feito.

Aqui estou eu, Selene Treese, treinada altamente para combater qualquer coisa que possa me atacar e me ferir, meu pai, cumprindo seu juramento, me treinou para isso; ao longo da minha jornada de vida e experiência fui adquirindo poderes, o que me tornou quase que indestrutível, pois eu estou presa ao mar, meus poderes são todos ligados à água, e eu não posso combater nada que esteja fora da mesma.

Passei anos combatendo seres monstruosos que apareciam para devorar todos da cidade, e quem era a salvadora das pessoas? Eu. Eu era quem fazia tudo por todos, eu já estava cansada daquilo tudo, sempre era: “Selene, será que você pode tirar o meu cavalo marinho do telhado?”, “Selene! Nos ajude, um monstro irá nos devorar!”, “Selene, você pode mostrar seus poderes para a gente?!”. Não é que eu não gostava disto, só estava cansada de ouvir sempre a mesma coisa, combater sempre os mesmos “vilões”, eu queria mudar tudo, e começar desde o começo de uma forma nova; eu subia para ver a praia, não havia ninguém, e sonhava procurar onde estavam todos, descobrir maravilhas que o mar não possui conhecer novas pessoas de outras espécies, tudo o que eu queria era sair daquela imensidão azul.

Eu estava prestes a cometer um ato de loucura, mas era o que eu queria afinal. Eu sabia que meu pai ficaria furioso comigo, mas eu já possuía idade o suficiente para tomar minhas próprias decisões. Então, decidi, de madrugada, ir à filha da anciã das águas, Zoey, que era a minha amiga e que também possui o poder de fazer feitiços.

–Selene, você tem certeza? –Ela perguntou.

–Sim! Eu preciso me libertar, não quero viver presa nesse lugar. –Eu a implorei.

–Tudo bem então, sentirei saudades; se puder, tente me visitar. –Zoey disse.

–Ok. –Eu disse abraçando-a.

Neste momento ela pegou um frasco que estava no fundo de sua gaveta juntamente com um colocar com uma pequena concha e disse.

–Aqui está Selene, beba tudo. Isso lhe dará pernas para sempre. E use esse colar, era de sua mãe, ela usava isso para avisar que iria se encontrar com seu pai na beira da praia.

–Mas... Como você tem isso? –Perguntei.

–Minha mãe pegou o colar, e disse que provavelmente você, como seu pai, pediria pernas também. –Ela respondeu.

–Wow, nós somos realmente parecidos. –Coloquei o colar. –E quando ele descobrir, diga a ele que eu o amo, e que eu precisava fazer isso. –Pedi.

–Pode deixar. Lembre-se, após tomar este frasco todo, você sentirá uma sonolência, então corra para a beirada da praia, mas permaneça sua barbatana dentro do mar, para não morrer. –Zoey me alertou.

–Eu farei isto. Mas eu ficarei nua quando minha barbatana desaparecer? –Perguntei meio insegura.

–Ficará, é por isso que minha mãe fez uma roupa, que ela chama de vestido adequado para você; então tente entender como se coloca, ou coloque agora para evitar constrangimento. –Zoey alertou.

Optei por colocar naquela hora, eu poderia passar por um perrengue.

–Vamos lá, calminha, e pronto! –Zoey disse terminando de me ajudar a vestir.

Me olhei no espelho, estranhei, achei aquilo esquisito.

–Uhh... Zoey, você acha realmente que isto está certo? –Perguntei.

–Não, é a primeira vez que eu vejo isso, nunca usei. –Confessou.

–Agora eu vou tentar do meu jeito. –Eu disse.

Com muito custo, o vestido entrou, e acho que daquela vez, estava certo. Ele, o vestido, era branco com uma espécie de cauda longa atrás e curto na frente, e tinha alguns detalhes perolados.

–Selene, você está linda com esse vestido. –Zoey disse me olhando e admirando.

–Esse vestido é lindo mesmo. –Eu disse admirando-o igualmente. Mas logo retornei a realidade. –Ok, Zoey me dá o último abraço, pois eu acho que já está na hora de eu ir. –Eu disse sorrindo e esticando os braços para abraça-la.

–Vou sentir sua falta. –Ela disse ainda abraçada em mim.

–Eu também, mas eu vou lhe visitar. Prometo! –Eu disse finalizando o abraço.

–Espero! –Nós rimos. –Agora vai boa sorte lá! –Ela disse, e eu fui me afastando.

–Pode deixar. –E fui para a beira da praia.

Chegando lá, tomei o frasco todo, fiz como Zoey havia dito barbatana na água, rosto na beirada do mar. Fui ficando sonolenta, como era o sintoma correto da magia, e do nada, tudo se apagou.


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Notas finais do capítulo

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