– Vitor, preciso ir embora. Já esta tarde– disse a ele me levantando do chão.

– Que isso, Ju? Você vai dormir aqui! Amanhã a gente acorda mais cedo e você vai até sua casa se trocar. Pra dormir você usa uma roupa da minha mãe, vai servir em você já que você é meio– ele fez uma pausa e riu, eu o o fuzilei com os olhos - gorda...

– E você é gay.– disse tentando me defender.

– Hoje mesmo você estava aqui chorando falando que eu estava apaixonado por uma garota. Não sou gay.– zombou de mim.

Eu fiquei com muita raiva dele. Eu não queria nunca mais lembrar daquele meu momento de loucura e ele estava me lembrando e rindo de mim.

– Para, gay.– tentei rir, mas foi um riso forçado.

– Parar por quê? Louca ciumenta!– foi oque me fez explodir.

Avancei sobre ele e ele desviou se movendo para o lado. Cai e me levantei, fui correndo até ele. Percorri o quarto todo arás dele. Até que ele tropeçou e caiu sobre a cama. Não pensei duas vezes e pulei em cima dele. Fiz cocegas até ele não aguentar mais. Foi muito engraçado. Rimos demais.

Cai no chão de tanto rir e ele também. Ri mais um pouco sentada e ele disse:

– Você é uma otária.

Ele ainda tentava se acalmar do ataque de cocegas, mas era difícil voltar a respiração ao normal.

– E você é um fraco. Não consegue se defender de mim! – zombei dele, mais uma vez.

– O.k., eu admito – respirou fundo e continuou – Eu estava deixando você fazer cocegas em mim.

– Ah tá, duvido! Você não consegue se defender de mim! É um fraco! – disse, desafiando-o.

Ele me olhou com um olhar maligno. Confesso que fiquei um pouco arrepiada. Não sei se eu disse, mas Vitor é um cara muito bonito. Alto, pele branca igual a de um bebê, olhos azuis como o Pacifico, cabelos negros igual a noite e lisos, um corpo magnifico e confesso que as vezes fico admirando aquele corpo escultural. Quando ele me olhava daquele jeito eu praticamente me derretia toda por ele.

Mas espera ai Julia, isso é idiotice!

Ele avançou pra cima de mim e não tive tempo de me mexer. Ele foi muito rápido. Prensou minhas duas mãos no chão e eu não podia me mexer. Minhas pernas estavam livres, mas eu não iria chuta-lo. Isso era golpe baixo. Ele ficou de quatro em cima de mim, e juro que eu não queria rir, mas era impossível. Comecei a rir e ele ficou com a expressão confusa.

– O que foi desta vez? – perguntou me observando rindo.

– Você esta de quatro sobre mim! Será que poderia sair desta posição? – eu ria alto.

– Não. – respondeu sério.

Eu me perguntei “Que? Como assim não vai me soltar?”, mas não disse nada. Ficamos em um absoluto silêncio. Vitor foi se aproximando de mim. Cada vez mais perto e aquilo já estava me deixando tensa. Ele estava tão perto que eu podia sentir de hálito fresco bater em meu rosto e seu coração que estava disparado. Vitor se aproximava cada vez mais. Tentei impedir, mas foi em vão, claro. Eu estava presa por ele e não podia fazer nada para evitar. Isso não podia estar acontecendo! Não mesmo! E foi quando eu despertei de meus pensamentos que vi ele mais próximo do que imaginava e aconteceu...