Eu não sei oque aquele grandão me deu, mas só sei que acordei em uma sala branca. A luz era muito forte e cegava meus olhos. Olhei para o lado e Vitor estava sentado em uma poltrona me olhando com a expressão séria.

– O que aconteceu comigo? – perguntei à ele.

– Eu não posse deixar você sozinha por um minuto e você já sai fazendo loucuras!– ele estava nervoso e chateado ao mesmo tempo – Eu não acredito nisso Julia! Você é uma criança.

– Me explica oque aconteceu, por favor– minha voz estava fraca demais e eu estava me esforçando para pronunciar as palavras.

– Um idiota ofereceu uma bebida a você que tinha alguma droga lá dentro. Você perdeu o controle e beijou ele.– ele fez uma pausa e agora sua expressão era de tristeza – Eu vi vocês lá se beijando e tive que bater nele.

Vitor nunca bateu em ninguém em toda sua vida. Isso era uma coisa muito assustadora para ele. Uma coisa de ultimo caso, mas se ele realmente bateu naquele grandão, a coisa estava séria.

– Você bateu nele?– ele assentiu – E ele não revidou?

– Não... Ele... Ele desmaiou– respondeu e eu me assustei.

Uau. Vitor tinha acabado com aquele cara em apenas um soco. Isso era realmente incrível.

O médico entrou no quarto e disse que eu havia recebido alta. Fui até o banheiro sozinha (eu não estava tão debilitada assim), vesti uma roupa, escovei os dentes e prendi meus cabelos. Fomos caminhando para casa de mãos dadas, mas em silencio. As vezes eu olhava para ele e sorria, mas ele continuava com a expressão séria.

Chegamos em casa e não tinha ninguém. Fomos para a cozinha e tinha um bilhete de minha avó sobre a mesa.

"Querida, espero que esteja bem. Vitor m disse que você estava com ele então fiquei mais tranquila. Seu almoço esta na geladeira, é só esquentar. Talvez u demore para chegar, mas estarei bem, estou com sua mãe. Beijos.

Vovó"

– Bom, estamos sozinhos– eu disse sorrindo para Vitor.

– Legal. Oque temos para o almoço?– murmurou, sem graça alguma.

– Ok Vitor, você esta chateado comigo, mas poxa, para de ser tão chato. Estou tentando me redimir!– murmurei com um pouco de raiva.

– Se redimir? Você tem noção do que você fez? Você me humilhou na frente de todo mundo! Beijou aquele cara como se eu não importasse pra você!

– Vitor eu estava fora de mim! Me perdoe! – eu gritava agora.

– Mas você não deveria nem ter aceitado aquela bebida Julia. Você é uma criança! – ele estava morrendo de raiva.

– Desculpa– disse numa voz triste e ele me ignorou completamente.

Eu fui para mais perto dele e peguei em sua mão. Me dei conta de que estávamos tendo nossa primeira briga como namorados? Namorados? Eu nem sei ao menos oque somos!

Passei os dedos entre as camadas de seus cabelos e acariciei seu rosto de anjo. Meus olhos estavam nos dele e ele me olhava incrédulo. Me aproximei de sua orelha e ele se arrepiou. Sussurrei em seu ouvido:

– Eu amo você.

Voltei para seus olhos e me aproximei de sua boca. Pude sentir seus lábios quentes nos meus. Sua língua percorria minha boca fazendo movimentos macios. Senti suas mãos me puxando para mais perto e seu corpo quente encostando-se ao meu. Ele me pegou no colo e foi subindo as escadas lentamente e cuidadosamente. Eu sorria sem parar e ele também. Chegamos ao meu quarto e eu percebi oque ele queria. Ele me deitou em minha cama e foi para cima de mim. Me beijou dos pés a cabeça me fazendo arrepiar. Quando chegou em meus lábios disse:

– Você confia em mim?

– Claro – respondi.

E foi uma das melhores respostas da minha vida.