Percy Jackson E A Profecia De Poseidon escrita por BabyS


Capítulo 13
CAPÍTULO 12 - INDO ATRÁS DO ENSOPADO DE MARISCOS




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Percy olhou em volta, as árvores cercando por um lado e no outro os carros zumbiam passando a cem quilômetros por hora na rodovia, a missão havia começado e ele sentia como se estivesse vendado, sem um norte.

   - Faremos o que agora? – perguntou virando-se para Lexi, todos olhavam para ela, e ele se sentia feliz de por pelo menos uma vez não ter o peso das decisões em suas costas.

   - Agora nós precisamos investigar essa movimentação estranha no mar Percy. – ela respondeu fitando cada um de volta.

   - Não poderíamos ter feito isso no estreito de Long Island?

   - Não – disse com segurança, parecendo já ter pensado várias vezes nessa possibilidade, o que Percy não duvidava. - As criaturas que vivem ali estão profundamente envolvidas com tudo isso, talvez estejam sendo manipuladas por alguém ou algo... Não é confiável.

   - Onde você acha que pode ser confiável investigar? – Nico perguntou sentando-se no que algum dia fora um tronco de árvore, desenhava um tipo de mapa ou qualquer rabisco com um graveto na terra úmida, os olhos grudados no chão. Percy notara que os dois, Lexi e Nico, andaram evitando sutilmente cruzarem os olhares; talvez ela não estivesse tão imparcial quanto tentava aparentar... Ele afugentou esses pensamentos, achava engraçado como podia ficar curioso sobre isso dado o momento crítico em que estavam.

   - Algum ponto mais remoto do mar, longe de praias. – ela respondeu virando-se para Grover e Annabeth – Vocês dois, teremos que nos dividir para levá-los.

   - Como assim? – indagaram em uníssono.

   - O Nico pode viajar pelas sombras como sabem, eu o Percy podemos viajar pela água, assim dizendo. Bem, esse é o modo mais rápido que temos...

   - Lexi. – Percy chamou. – Eu não tenho certeza se posso, hm-rm, da última vez fiquei dias desacordado e isso neste momento com certeza seria um atraso.

   - Sem dúvidas. – ela concordou fazendo a autoestima de Percy dar um passeio pelo submundo. – Mas conheço seu potencial, – continuou – da ultima vez as circunstâncias eram outras e você não tinha tanta prática. 

   - De qualquer forma não podemos dizer que agora sou um expert em teletransporte aquático.

   - Hey! Cadê a sua autoconfiança? – Lexi perguntou enquanto puxava Grover para mais perto de si e dava leves empurrões em Annabeth para ela ficar ao lado de Nico. – Eu vou te guiar.

   - Lexi, as coordenadas, por favor. – Nico pediu quando todos já estavam quase prontos para partir, ela segurava com uma mão a de Grover e com a outra a de Percy, se fosse outra ocasião a situação pareceria cômica; Tia Lexi levando Grover e Percy para passear.

   - Ah, tinha me esquecido. – resmungou dando um tapa na própria testa e então murmurou coordenadas em latitude e longitude para Nico. Percy supôs que o lugar na Califórnia, mas não teve muito tempo para suposições, Lexi agarrou sua mão novamente e antes que ele percebesse os três estavam se desdobrando juntos numa escuridão úmida e salgada com forte cheiro de maresia. Mais um piscar de olhos e eles pisaram em terra firme.

   - Wow! Vamos de novo! – Grover pediu estendendo os braços e dando uma boa olhada, provavelmente verificando se ainda estavam ali.

   Segundos depois Annabeth e Nico apareceram à alguns metros de distância, ele logo soltou-lhe as mãos quando percebeu o olhar de Percy que correu para ampará-la quando viu que estava cambaleando para os lados.

   - Você está meio verde. – ele disse rindo, segurou-a pelos ombros e a guiou até onde os outros se reuniam.

   - Pelos deuses, nunca mais quero viajar assim... Acho que perdi meu cérebro em algum lugar lá atrás. – Annabeth murmurou a voz embolada.

   - Ei sabidinha, uma filha de Atena sem cérebro? Acho que isso não é de muita utilidade. – Percy soltou em meio a risadas e antes que percebesse sentiu o punho de Annabeth fincar a fundo em suas costelas. – Huh... isso dói!

   - Onde estamos afinal? – ela perguntou girando nos calcanhares e Percy percebeu que desde que chegaram não havia prestado atenção em onde estavam. O som do mar agora enchia seus ouvidos, a brisa balançando agradavelmente seus cabelos e o sol fraco brilhando por detrás das palmeiras.

   - Uma ilha? – perguntou e todos pareciam olhar também impressionados.

   - Bem observado Percy, me lembre de lhe comprar um biscoito. – Lexi disse dando-lhe tapinhas no topo da cabeça. – Exatamente, uma ilha perto da costa oeste, sinto que devemos começar por aqui.

   - Por quê?

   - Ah, aqui eles fazem um ótimo ensopado de mariscos. – quando ela terminou a última palavra todos a encararam, Percy e Annabeth boquiabertos, Nico com uma expressão de quem se divertia internamente e Grover com os olhos brilhantes.

   - É sério isso? – Percy perguntou rindo forçadamente na esperança de que fosse uma piada. – Não vejo no que ensopados de mariscos contribuirão em nossa missão, você não pode estar falando sério.

   - Não duvide da minha seriedade Percy, nós vamos comer ensopado de mariscos. – juntou as mãos audivelmente e anunciou em um tom que não permitia mais questionamentos: - Sigam-me!

   - Ensopado de mariscos... Eu gosto de mariscos. – Grover murmurou com o olhar distante, Percy encarou-o incrédulo por alguns segundos e virou-se para Annabeth que ainda estava parada observando Nico e Grover seguirem Lexi.

   - Eu quero reivindicar essa liderança. – ele sussurrou para Annabeth puxando-a pela mão. – A cada segundo que se passa tenho mais certeza de que ela não tem a mínima ideia do que está fazendo.

   - Eu ouvi isso Percy! E fique sabendo que não vou permitir nenhum golpe de estado. – Lexi gritou por cima do ombro.

   - Pensei que vocês estivessem se dando bem. – Annabeth sussurrou um pouco mais baixo diminuindo os passos para dar uma distância entre Lexi e eles.

   - Eu também pensei.  

   Os dois foram caminhando um pouco distantes do resto do grupo, a paisagem raramente se alterava, as palmeiras dançando com o vento à direita e o mar calmo refletindo a luz do sol à esquerda, caminharam durante vinte minutos talvez e então perceberam que Lexi, Nico e Grover desaceleravam o andar.

   - Por aqui! – ela chamou seguindo enquanto acenava para algo à frente que Percy não conseguia ver de onde estavam, andou mais trinta metros e uma barraca de telhado de palha ficou visível logo à frente, haviam mesas espalhadas ao redor da cabana, mesas que pareciam não estar sendo ocupadas há anos.

   - Melhor ensopado de mariscos do mundo einh... – Annabeth murmurou se encolhendo ao passar por uma mesa coberta de teias de aranha.

   - Vai ver eles gostam de manter isso em segredo. – Percy respondeu parando à centímetros de Lexi que havia estacado de repente na frente da porta de aspecto frágil.

   - Acho que ninguém em sã consciência moraria aqui. – Grover disse guardando certa distância da cabana.

   - Essa cabana está cercada de magia Lexi. – Nico falou apurando os olhos como se enxergasse algo que os outros não vissem, o que Percy não duvidava.

   - Eu sei, estou tentando entender. – ela murmurou atenta, levantou a mão e agarrou o vento num movimento rápido e vago, abriu a mão e encarou os próprios dedos juntando as sobrancelhas. – Ele está aqui dentro, está vivo, eu sei... – continuou, mas havia incerteza em sua voz e então se virou para Nico.

   - Sim, existe alguém vivo aí. – ele confirmou. – Sem dúvidas está vivo, mas parece estar inconsciente, profundamente adormecido talvez, eu não sei.

   - Profundamente adormecido. – Lexi repetiu dando uma risada. – Eu não duvidaria nada.

   - Então por que a gente não entra e dá uma olhada? – Percy sugeriu cauteloso e logo que terminou de dizer se arrependeu de ter aberto a boca.

   - Você acha que se eu pudesse entrar e “dar uma olhada” – fez aspas no ar com os dedos -  eu já não teria feito? Ah Percy, você às vezes me surpreende.

   - Só falei. – ele se defendeu levantando as mãos espalmadas. – Isso parece estar caindo aos pedaços...

   - É como diz o antigo provérbio chinês, as aparências enganam... Te desafio a ir com toda a força que quiser, armamentos, contra essa cabana. – Lexi disse dando um passo para o lado e gesticulou para a cabana incentivando Percy.

   - Ei, isso não é um provérbio chinês! E se você diz então tudo bem, se essa cabana em ruínas é tão impenetrável como faremos para entrar? – Percy instintivamente procurou por Annabeth que não estava mais ao seu lado, alguns passos à sua frente ela fixava o olhar num ponto acima da porta.

   - Entrada? – indagou ainda com o olhar fixo no ponto acima da porta. – Olhem, ali! Está escrito entrada acima da porta.

   - Que esta é a entrada nós já sabemos! – Lexi reclamou acalmando seu orgulho ferido por ter deixado de notar algo que a filha de Atena notara.

   - Não, preste atenção. – Annabeth pediu sem se deixar ofender. – Está escrito entrada em grego antigo, e vocês não sentem isso? Como se estivessem caindo no sono ao tentar ler a palavra...

   - Eu estou caindo no sono...- Grover murmurou no meio de um bocejo coçando a barbicha preguiçosamente.

   - Não Grover! Não fique olhando! Entrada, entrada, entrada, entrada... – Annabeth caminhava de um lado para o outro estalando os dedos e repetindo a palavra “entrada”, Percy conhecia bem aquela expressão, ela estava pensando e tendo ideias o que normalmente significava que ela estava perto da ideia que iria lhes salvar a vida. – O que fazemos para passar pela entrada? – perguntou encarando o resto que a esperava cautelosamente, à exceção de Lexi.

   - Entramos?  – Grover sugeriu esfregando os olhos.

   - Não, entrar é a nossa intenção.

   - Nós pagamos para entrar? – Nico perguntou.

   - Pagamos! É isso Nico! – ela exclamou juntando as mãos e olhando para cima como se estivesse fazendo uma prece. – Nós precisamos pagar para entrar.

   - Isso já ficou claro, obrigado pela sua sabedoria Nico. – Lexi disse estreitando os olhos para Annabeth.

   - Hm, eu só... – ele murmurou constrangido evitando olha-la – Bem, nós precisamos pagar o que Annabeth?

   - Obviamente não são dracmas, se a intenção fosse obter dracmas estariam pedindo abertamente. – Percy podia ver as engrenagens girando na cabeça dela, ele adorava vê-la assim, tento ideias, sendo tão filha de Atena. - Talvez algum sacrifício.

   - Esperem. – Lexi pediu. – Da última vez que estive aqui ele me disse que quando voltasse eu precisaria pagar com minha descendência do olimpo! Ah meus deuses como fui idiota.

   - O que isso quer dizer? – Percy perguntou ainda parado na parte “da ultima vez em que estive aqui”, ela já estivera nesse lugar antes?

   - Pagaremos com nosso sangue! – Lexi e Annabeth disseram juntas, se olharam e Lexi virou o rosto.

   - Com nosso sangue? – Grover perguntou, a pele tomando um tom amarelado.

   - O seu não Grover, por motivos óbvios. – Annabeth respondeu e Grover respirou aliviado. – Você é um criatura mágica então acho que quando a entrada se abrir para nós provavelmente não haverá nenhum problema com você.

   - Oh, ok. – acenou suspirando. – Podem começar então, eu fico aqui.

   - Não é para drenar o sangue de ninguém, são apenas algumas gotas sabem, nosso sangue de semideus, a prova de nossa hereditariedade do olimpo... – Lexi tagarelava provavelmente com a intenção de tranquilizar, mas adquirindo o efeito contrário retirou um pequeno punhal prateado de dentro do decote.

   - Segurança máxima antipervertidos? – Percy perguntou quando Lexi se virou para ele com o punhal em mãos, ela o fuzilou. – Ei, era só uma brincadeira pra descontrair o ambiente...

   Ela picou seu dedo indicador com a ponta do punhal e fez o mesmo com Annabeth e Nico. Quando todos já estavam com seus dedos devidamente picados, à exceção de Grover, ela limpou a lâmina de seu punhal nas vestes e tornou a guardá-lo metodicamente no decote.

   - Hmrm. – pigarreou. – Pinguem algumas gotas de sangue no chão, aqui no batente da porta, vejam bem.

   Ela deu um passo a frente e ajoelhou-se diante da porta, apertou seu indicador que sangrava virado em direção ao chão do batente pedregulhoso e um filete de sangue escorregou por sua unha caindo no chão em três gotas escarlates, ela se afastou e assim um por um fez o mesmo deixando seu pagamento até Percy sair por último.

   - E agora? – ele perguntou e recebeu um olhar de advertência de Lexi que mirava fixamente a porta esperando que algo acontecesse. Percy não podia negar, depois de toda a cerimônia ele esperava alguns estampidos e faíscas coloridas ou luzes fluorescentes.

   - Acho que fizemos algo err... – ele começou, mas foi interrompido por um “xiuu” de Lexi que escutava atentamente e agora ele ouvira também, passos, o barulho soava como passos vindos de dentro da cabana.

   A porta se abriu e um homem baixinho, a pele curtida como couro e severamente castigada pelo sol, dois tufos de cabelo grisalhos no topo da careca brilhante, o nariz torto e a boca torcida numa estranha mistura de careta e bocejo, ele vestia pijamas listrados e trazia na mão um ursinho de pelúcia azul de aparência extremamente suja e empoeirada, o pesadelo de qualquer criança asmática.

   - Quem são vocês que ousam me acordar? – o velho perguntou numa voz rouca e arrastada acentuando o seu desgosto em cada sílaba.

   - E o que é voc... – Percy começou, mas Lexi o silenciou com um olhar, virou-se para o anão rabugento com um sorriso cordial.

   - Phillip! Desse jeito me faz pensar que sua palavra não vale de muita coisa. – Ela disse num tom descontraído que não combinava com o clima de tensão geral, aproximou-se alguns passos do velho que apurou a visão esfregando os dedos nodosos contra os olhos.

   - Mas não pode ser... – Phillip murmurou, Percy poderia jurar que vira um brilho de esclarecimento passar pelo rosto do velho e então ele sorriu mostrando os dentes amarelados de tártaro. – Ah Alexis Feil, querida Lexi! Não mudou nada... Me lembro bem, quando partiu e jurei que sempre me lembraria de uma garota com beleza inigualável como a sua.

   - Eu preciso vomitar, por favor. – Percy sussurrou para Nico que estava ao seu lado, comprimiu os lábios e fez o maior esforço que pôde para não rir.

   - Você demorou a me reconhecer. – ela acusou acompanhando Phillip para dentro da cabana e fez sinal positivo para que eles os seguissem, Percy fingiu não ter visto, mas Grover vinha atrás lhe empurrando com ânimos renovados na esperança do ensopado de mariscos.

  

HAHAHAHAHA VOCÊS SÃO OS LEITORES MAIS SEM SORTE QUE EU JÁ VI U.U CARA, QUANDO EU FUI POSTAR ESSE CAP FIQUEI SEM INTERNET, FIQUEI SEM INTERNET QUASE UM MÊS, VOLTOU AGORA NESSE FIM DE SEMANA.. POIS É :/ ENTÃO, ESSE CAPÍTULO, BEM ELE SERIA BEM MAIOR,MAS EU TAVA SEM IDEIA PARA CONTINUA-LO ENTÃO A CONTINUAÇÃO DELE SERÁ O PRÓXIMO CAP ;P


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